www.arvoredoleite.org Esta é uma cópia digital de um documento que foi preservado para inúmeras gerações nas prateleiras da biblioteca Otto Frensel do Instituto de Laticínios Cândido Tostes (ILCT) da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG), antes de ter sido cuidadosamente digitalizada pela Arvoredoleite.org como parte de um projeto de parceria entre a Arvoredoleite.org e a Revista do Instituto de Laticínios Cândido Tostes para tornarem seus exemplares online. A Revista do ILCT é uma publicação técnico-científica criada em 1946, originalmente com o nome FELCTIANO. Em setembro de 1958, o seu nome foi alterado para o atual. Este exemplar sobreviveu e é um dos nossos portais para o passado, o que representa uma riqueza de história, cultura e conhecimento. Marcas e anotações no volume original aparecerão neste arquivo, um lembrete da longa jornada desta REVISTA, desde a sua publicação, permanecendo por um longo tempo na biblioteca, e finalmente chegando até você. Diretrizes de uso A Arvoredoleite.org se orgulha da parceria com a Revista do Instituto de Laticínios Cândido Tostes da EPAMIG para digitalizar estes materiais e torná-los amplamente acessíveis. No entanto, este trabalho é dispendioso, por isso, a fim de continuar a oferecer este recurso, tomamos medidas para evitar o abuso por partes comerciais. Também pedimos que você: ● Faça uso não comercial dos arquivos. Projetamos a digitalização para uso por indivíduos e ou instituições e solicitamos que você use estes arquivos para fins profissionais e não comerciais. ● Mantenha a atribuição Arvoredoleite.org como marca d'água e a identificação do ILCT/EPAMIG. Esta atitude é essencial para informar as pessoas sobre este projeto e ajudá-las a encontrar materiais adicionais no site. Não removê-las. ● Mantenha-o legal. Seja qual for o seu uso, lembre-se que você é responsável por garantir que o que você está fazendo é legal. O fato do documento estar disponível eletronicamente sem restrições, não significa que pode ser usado de qualquer forma e/ou em qualquer lugar. Reiteramos que as penalidades sobre violação de propriedade intelectual podem ser bastante graves. Sobre a Arvoredoleite.org A missão da Arvoredoleite.org é organizar as informações técnicas e torná-las acessíveis e úteis. Você pode pesquisar outros assuntos correlatos através da web em http://arvoredoleite.org. .DE , ICI 105 "C DIDO TOSTE II DAiRY JOURNAl BiMoNTl-tly Publisl-tEd By THE "CÂNdido TOSTES 11 DAiRy INSTiTUTE digitalizado por arvoredoleite.org Pág. I Rev. Ins!. Latic. "Cândido Tostes", Mar/Abr, n° 3 1 3, 54: (5): l-50, 2000 REVISTA DO INSTITUTO DE LATICÍNIOS "CÂNDIDO TOSTES" DAIRY JOURNAL BIMONTHLY PUBLISHED BY THE "CÂNDIDO TOSTES" .. DAIRYINSTITUTE ÍNDICE .. CONTENT Características físico-químicas do leite de b ú falas de algu mas granjas leiteiras do Maranhão. Physical-chemical characters o f female b u ffalo milk in some dairy farm i n Maranhão. Viramy Marques de Almeida; Raimundo Alves Barrêto Junior; Francisca Neide Costa ................ . ... ...... .. .. . ... . .. . 3 2 Metabolismo dos li pídeos em ruminantes x qualidade do leite (uma revisão). Sandra Maria Pinto; Luiz Ronaldo de Abreu; Júlio César Teixeira3; Joel Augusto Muniz; Celso José de Moura .................. 6 3 Aspectos tecnológicos da fabricação de iogurte e queijo utilizando leite com resíduos de antibióticos. Cristiane Gattini Sbampato; Luiz Ronaldo de Abreu; Alexandre Tourino Mendonça .. . . .. ... .. . .. ...... .. . .. 13 4 Avaliação das .características físico-química de queijos ricota comercializados em Lavras - MG. Sandra Maria Pinto; Luiz Ronaldo de Abreu; I vana Aparecida da Silveira: Eliana Pinheiro de Carvalho; Celso José de Moura . . . . . . . .. . .................... . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . ........................................................ ........................ 20 5 Algumas considerações sobre a uti lização da cromatografi a na pesquisa em laticínios. Sandra iVlaria Pinto; Celso Jos� de i\'loura: Luiz Ronaldo dt: Abrt:u: Patrícia Rodrigues Silveira 6 . ..... ..... . . .... . . 23 Uso potencial de frações da gord ura do leite na frabri cação do pão de queijo (uma revisão). Antõnio Romaniello Neto: Luiz Ronaldo dt: Abreu; Sandra Maria Pinto: Paulo Roberto Clemente; Fernando Antõnio Resplande Magalhães .. . . . . ......... . ..... . .. .. . .. .. . . .. . . ............ .. ... . . . . . . . .. ................. .. .. .. .. .. . .. ... . 30 7 I nfluência do leite pro v e n i e n te de vacas mastíticas no re n d i mento de q u eij o minas fres ca! . G i l s o n Pinto Mati o l i ; San dra Maria Pinto ; L u i z Ronaldo de Abre u ; Leornard o X a vier; Luiz Antônio M i ccoli Tei x e i ra .. . . .. . .. . . ............. . ... .. ...... . .. . . .. . ............. . .............. .. ... . .. . . .. .. .. .. . .. . . ..... . ................... 38 8 Avaliação físico-química de pão de queijo fabricado com gordura de leite fracionada. Antônio Romaniello Neto; Sandra Maria Pinto; Luiz Ronaldo de Abreu; Rosemary G u alberto F .A Pereira; Fernando Antônio Resplande Magalhães ....... .. . .. . ..... . .... . .. . . .. . .. . ................... . ... . .. .... ..... ... . .. .............. . ... 4 6 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes" - Juiz d e Fora - Vol. 5 4 (313); l-50 - Mar/Abr d e 2000 � ---------� ==�-------------- EMPRESA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA DE MINAS GERAIS Centro Tecnológico Instit uto de Laticínios " Cândido Tostes" Ender Te! , . : 224-3 1 1 6 - DDD: 32 / Fax: 224-3 1 1 3 - D D D 3_ 36.045-560 - Juiz de Fora - Minas Gerais - Brasil digitalizado por \O� �\\ �\.. O \ . �\ �� S :oi>- ' 1í. � Revista B i mestral • 000- hv.00\ /' � n �" arvoredoleite.org . G,ljU(.')T'IIC Ih á'P1\t lt::: '"' \ <Ç,(j f>.. (j�O oJ l.. r\é. . ,;nr. • .. F Pág. 2 Rev. Ins!. Latic. "Cândido Tostes", Mar/Abr, n° 3 1 3, 54: (5): 2-2, 2000 Governo do Estado de Minas Gerais Itamar Franco Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento Pág. 3 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Mar/Abr, n° 3 1 3, 54: (5): 3-5, 2000 CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS DO LEITE DE BÚFALAS DE ALGUMAS GRANJAS LEITEIRAS DO MARANHÃO Physical-chemical character s of female buffa l o milk in s o m e dairy farm in Maranhão Raul Décio de Belém Miguel Virllllly ,Harques de Almeida' Raimundo All'es Barrêro Junior Francisca Neide Costal Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais Márcio Amaral - Presidente Marcos Reis Araújo - Diretor de Operações T écnicas Marcelo Franco - Diretor de Administração de Finanças Centro Tecnológico· Instituto de Laticínios Cândido Tostes Comitê Gerencial Geraldo Alvim Dusi - Chefe do CTIILCT Paulo Henrique Fonseca da Silva Seco Executivo Prog. ProC. Agroindustrial Regina Célia Mancini - Coord. do Programa Ensino Leite e Derivados RESUMO Com o objetivo de estudar a composição físico-química do leite de búfalas, foram analisadas 49 amostras de leite em três propriedades localizadas nos municípios de Santa Ritae Anajatuba. estado do Maranhão. conforme metodologias descritas pelo Ministério da Agricultura (1993) e Behmer (1985). Os resultados obtidos evidenciaram 16.63% de extrato seco total. 10.26% de extrato seco desengordurado. 6,36% de gordura e 19.5°D de acidez. Esses resultados são semelhantes aos obtidos em outras regiões do país. entretanto sugere-se maiores estudos para que se possa padronizar valores para o estado do Maranhão. Palavras-Chaves: Físico-químico; leite; búfalas. José Lourenço Pereira Russi - Supervisor do Núcleo de Administração e Finanças Nelson Tenchini Macedo - Supervisor do Núcleo de Indústria e Comércio Área de Difusão de Tecnologia Revista do Instituto de Laticínios Cândido Tostes Luiza Carvalhaes Albuquerque Eduardo Hargreaves Surerus Os b u b a l i n o s , BlIbalus bllba!is L. 1 7 5 8 . tiveram s u a origem n a Ásia e foram domesticados no terceiro milênio a. C .. na China; introduzidos na Europa. Extremo Oriente e Á frica durante a Idade Média. chegando ao B rasil entre 1 8 70 e Corpo Revisor 1 8 9 0 através da I l h a de Marajó. no Estado do Luiza Carvalhaes de Albuquerque Pará ( Pereira et aI . . 1 99 5 ) . N o B rasil. a bubalinocultura vem crescendo principalmente nas regiões Sudeste. Sul c Centro Oeste, além de algumas áreas do Nordeste. Segundo dados do IBGE ( 1 99 6 ) , o Maranhão é o terceiro maior pro d u t o r brasileiro. com u m rebanho de 75.446 cabeças. sendo que 6 8 % desse contigente encontra-se na B aixada Ocidental onde a criação de b u ba l i n o s repre s e n t a u m a d a s p rincipais atividades econõmica dessa região, pois suas características c l imáticas favorecem a adapta bilidade dessa espécie. Nos ú ltimos anos. o interesse pela criação de búfalos tem aumentado e este fato deve-se ao conhecimento das vantagens dos bubalinos sobre os bovinos no que diz respeito a produção de carne e leite (Furtado, 1 9 80) O leite de b ú falas é semelhante ao leite de vacas. possuindo a mesma composição e proprie d a d e s físico-q u í m i c a s . Entre t a n t o . o l eite de Paulo Henrique Fonseca da Silva Maria Cristina Drumond e Castro Jornalista Responsável Vania Lucia Alves Lacerda Reg. ProL 4.729IMG Os trabalhos apresentados são de in/eira responsabilidade de sells ali/ores. Juiz de Fora, agosto de 2000 EMPRESA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA DE MINAS GERAIS - EPAMIGRevista do Instituto de Laticínios "Cândido Tostes, n. I - 1 946 - Juiz de Fora. Instituto de Laticínios "Cândido Tostes", 1 946. v. INTROD U Ç Ã O ilust. 23 em b ú falas possui u m elevado teor de gordura e de sólidos totais, o que favorece a diversificação da prod ução de derivados. e m virt u de d o e l e vado rendimento dos produtos finais, apresentando com isso u m a i m p o rt â n cia c o mercial sig n i fic a t iva ( H ühn et aI.. 1 9 8 2 ) . A s análises físico-químicas do leite fornecem o v a l o r nu tritivo. t e o r de g o r d u r a . e s t a d o de conservação e provável fraude e m seus compo nentes ( B eh mer. 1 9 85 l. Considerando que no Brasil existem poucos trabalhos sobre a composição físico -química do leite de búfalas e a necessidade de se estabelecer padrões coerentes com a composição do leite desta espécie é que objetivou-se estudar as principais características físico-químicas deste produto. com o intuito de fornecer dados para o estabelecimento de normas e padrões regionais específicos para o leite de búfalas. MATERIAL E MÉTODOS As amostras de leite foram colhidas em três propriedades rurais. localizadas nos mu nicípios de Santa Rita (A e B) e Anajatuba ( C l. do estado do Maranhão. Os sistemas de ordenha das proprie dades eram manuais e realizados uma vez ao dia. O rebanho da propriedade A era constituído de n. 1 - 1 9 ( 1 946-48), 27 em, com nome de Felctiano, n. 20-73 ( 1 948-57), 23 em, com o nome de Felctiano. A partir de setembro de 1 958, com o nome de Revista do Instituto de Laticínios "Cândido Tostes". I . Zootecnia - B rasil - Periódicos . 2. Laticínios - Brasil - Periódicos I . Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais : Juiz de Fora, MG, ed. ISSN 0 1 00-3674 CDU 636/63 7 (8 1 ) (50) 2 3 * Pós-Graduanda do Curso de Especialização em Insp. Sanr. e Ind. dos A l imentos de Origem Animal-UEMA Prof. do Depto. das C l ínicas do Curso de Med. Ve terinária da Universid ade Estad ual d o Maranhão/UEMA Prot". do Depto. de Patol ogia do Curso de Med. Veterinária/UEMA Contatos: e-mail: cravo@fcav. u nesp.br Fon e : Oxx l 6 3226756 ou 3222 500 R-267, 2 6 8 . digitalizado por arvoredoleite.org � Pág. 4 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Mar/Abr, na 313, 54: (5): 3-5, 2000 aproximadamente 150 fêmeas lactantes das raças M u rr a h , M e d i t e rrân e o e M e s t i ç o s , s e n d o a s m e s m as m a n t i d as e m sistema d e criação s e m i intens ivo, a l imentadas com cana, cevada, capim e l e fa n t e (Pen n isetulII p u rp u re ulII) e s u p l e m e n tação m ineral à vontade. As propriedades B e C possuíam rebanhos com animais d e procedências diversas, na grande maioria mest iços das raças M u rrah e M e d i t er râneo. mantidos basicamente em pastagens nativa c o m p o s t o s de 100 e 50 fêm e a s em l ac t ação, respectivame n t e . A o fi nal d a o rd e n h a . e a p ó s a h o m o g e neização do l e i t e contido n o s latões. eram colhidos e m frascos esteril izados cerca d e 2. 000 mL de l e i t e e t r a n s p o r t a d o s e m c a i x a s i s o té rm i c as contendo gelo para o l aboratório de análises físico químicos dos l a t i cínios B u fi to s e O l i p a u l a S/A, onde eram processadas. No l aboratório, as amostras foram subme tidas às provas d e acidez t i t u l ável pelo métod o D o rn i c , d e t e r m i n a ç ã o do t e o r d e g o r d u r a a t ravés d o b u t i r ô m elro d e Gerber, d e n s i d a d e pe l o Lacto d e ns í metro. d e a c o r d o com a m e t o dologia des crita pelo M i n i s tério da Agricul tura (1993 ) . A d e t e r m i nação do ex trato seco total foi realizada p e l a fórmu l a reduzida s ugerida por B e h mer (19 8 5 ) c o extrato seco desengordurado através d a d i ferença e n t re ex trato seco total e g o rd u ra. RESULTADOS E DIS CUSSÃO Ta b e l a 1 - Valores m é d i o s das características fís ico-químicas do leite de búfalas observados em três propriedades localizadas nos munic ípios de Santa Rita e A naj atuba ( M A ) . Determ i n ações Acidez (00) Densidade (g/ml) Gordura ('lo) Extrato seco total ('lo) Extrato seco desengordurado ('lo) Média 19,5 1,0350 6,36 16,63 10,26 P e l os d ad o s a p re s e n t a d o s na Tab e l a verifica-se que o leite de búfalas das três proprie dades apresenta um valor médio da acidez 19,500, densidade de 1,0350 g/mL gordura 6,36%, extrato seco total 16,63% e extrato seco desengordurado 10.25 'lo. De acordo com a literatura pesquisada a acidez alta do leite desta espécie é devido ao leite de búfalas possuir elevada quantidade de caseína e esta proteína ser titulada como ácido no processo de acidimetria Dornic. Q u a n d o s e c o m p ara e s t es v a l o re s a o s encontrados p o r o u t ros pesquisadore s observa se que não apresentam d i ferenças significativas. Para e l u c i d a r e s t e fato p o d e m s e r c i t a d o s os t�abalhos realizados por Furtado (1980) e Nader Filho et aI. (1983), os quais encontraram valores medias de densidade do leite de búfalas variando de 1,0327 a 1,0352g/mL. Comparando a densi dade do leite d e b ú falas à densidade do leite de vacas. H ü hn e t :)1. ( 19 8 2 ) , v e r i fi caram que os l e i te s e v i d e n c i a m valores para d e n s i d a d e bem próximos. sendo que a superioridade para o leite de b ú falas foi de 1,0%. Observa-se que o teor de gordura de 6.36% foi mais próximo daquele encontrado por Furtado (19 8 0 ) , H ü h n et a I . (19 8 2 ) , Nader Filho et aI. (1983, 1984 e 1986) e Verruma & Salgado (1994). observando-se o mesmo para os teores de Estratos Seco Total e Desengordurado. Os resultados médios da composição físico q u í m i c a do l e i t e de b ú fa l as o b s e r v a d o s n o s municípios de Santa R i t a e Anajatuba - M A podem ser comparados ao do l e i t e d e vaca encontrados por Hühn e t aI. (1982), como pode ser observado na tabela a seguir. Tabela 2 Valore s m é d i o s d as caracterís ticas físico-químicas do leite d e vacas. - Determi nações Acidez (00) Densidade (g/l) Gordura ( % ) Extrato seco t o t a l ( % ) Extrato s e c o desengordurado ( % ) Vacas 16,40 1,0321 3,80 12,42 8 .50 Hüan e l aI. (1982) C o m p a r a n d o o s v a l o res e n c o n trados no leite de búfalas aos encontrados no leite de vaca observa-se que para a gordura. o leite de búfalas a p re s e n t o u t e ores m a i s e l e va d o s , e s t ando de acordo com dados obtidos por Hühn et aI. (1982) e Verruma & Salgado (1994). Quanto aos sólidos totais, o resultado para o leite de b ú falas foi alto devido, principalmente, ao e levado teor d e gordura existente no mesmo, conforme resultados obtidos por Vieira & Neves (1980) e Verruma & Salgado (1994). Em termos e c o n ô m i co s e s t a d i fe re nça o b s e rvada é m u i t o i m p o rtante para as i n d ú s t rias d e l aticín i o s , em v i r t u d e d o s s ó l i d o s t o t a i s i n fl u e n ci a rem n o re n d i m e n t o s d o s d e r i v a d o s d o l e i te , c o m o foi o b s e r v a d o p o r F u r t a d o ( 19 8 0 ) no e s t u d o d a fabricação d o queijo azul e por Hühn, e t a I . (1996) no aprove i t a m e n t o do l e i t e de b ú fa l as para a elaboração de derivados. CONCLUSÃO D e acordo com o s resultados apresentados n e s t e trab a l h o , p o d e - s e v e r i f i c a r a e l e v a d a Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes". Mar/Abr, na 313. i4,: (5): 3-5, 2000 co m p o s i çãO m é d i a d a s c a r a c t e rís t i cas fís i c o q u í m i c as d o l e i t e d e b ú fa l as d e mo n s tra n d o . portanto, u m ali mento altamente nutritivo e uma i mp ortante matéria prima para a fabricação de vários subprodutos; O leite d e b ú falas, em relação ao leite de vacas, apresenta um maior teor d e extrato seco t o t a l . e x trato seco d e s e n g o rd u rad o e gordura, sen do um produto importante nos programas que visam a diminuição da carência protéica de origem ani mal que afeta consideravelmente uma grande part e da população maranhense. P a ra o a p e r fe i ç o a m e n t o do s i s t e m a d e controle de recepção do leite d e b ú falas torna-se n ec e s sá r i o o d e s e n v o l v i m e n t o de balh os, em d i ferentes municípios do q u e se p o s s a t e r m ai s s u b s í d i o s lecimento d e padrões apropri a d o s d e s t a espécie. o u t ro s tra Estado, para no e s t a b e p ara o l e i t e SUMMARY I n ard e r t o s t u d y the p h y s i ca l - c h e m i c a l compos i t i o n o f b u ffalo m i l k , 49 m i l k samples were analysed in three property from Santa R i ta and A n aj a t u b a c i t i e s - M A , a c c o r d i n g to t h e methodology described by Agricultural M i nistry (19 9 3 ) and B E H MER ( 1 9 8 5 ) . The o b t a i n e d res u l t s s h o w e d 1 6 . 6 3 % o f t o t a l d r y e x t ra c t. 10.26% of degrease dry extrac!. 6 . 3 6 % of grease and 19.5°D of ac i d i t y. Thesc res u l ts are s i m i l ar to the works o b t a i n e d in other regi ons of the Pág. 5 Leite de búfalas: Estudo da fabricação do q u e ij o azu l . Revista do Institu to de Laticínios Cândido Tostes. J uiz de Fora, v.35, n . 207, p. 23-28. 1980. ____ o O teor de proteínas no leite de b ú falas e sua a c i d ez t i t u l á v e l . Re vista do Instilllto de Laticínios Cândido Tostes. J uiz de Fora. v.35, n . 212, p . 27-31. 1980. ____ o HÜH N , S . , e t aI . A p ro v e i t a m e n t o d o l e i te de b ú falas e m produtos derivados . In: S i mpósio do Trópico Úmido, I . Belém. Anais. Brasília: E M B R A PA I DDT, 1996. v. 5. p. 265-269. . E s t u d o co mparativo da compos ição q u í m i c a do l e i t e d e z e b u í n o s e b u b a l i n o s . B el é m : E M B R A PA I C PAT U .1 9 8 2 . 1 5 p . (circular técnico. 36). ________ NADER FILHO. A., et aI. Características físico químicas do leite bovino. bubalino e do produto da mistura do leite de ambas as espécies. Ars. Veterinária. J aboticabal, v.2, n . I , p. 95-106. 19 8 6 . E s t u d o d a d e t e r m i n ação d o p o n t o Revista do crioscópico do l e i te de b ú falas Instituto de Lacticínios Cândido Tostes. Juiz ________ de Fora, v.38. n. 228. p . 21-23. 1983. Estudo da variação do ponto crisco pico do Ieit!! de búfalas. Rel·i.HlI do Il/stilllllJ de Lllcticíllios Câlldido Tostes. J u iz de Fora. v.39. n. 234. p. 21-23. 198 3 . ________ c o u n t r y, h o w e v e r it is su g g e s t e d a d i c t i onal studies to bc pos s i b l e to sta b l i s h s t a n d a rd s to Maranhão S t atc. Key-words: physical-chemical: milk: buffalo. . I n fluência do teor d e proteínas totais na acidez t i tu l ável e pH do leite de b ú falas . ______ BIBLIOGRAFIA CONSULTA D A B R ASIL. M i n i s tério da A g ri c u l t u ra, Abasteci mento e R eforma A grária. Normas Técnica de Funcionalllento dos Laboratórios. Brasília. 1993. 79 p . B R A S I L . M i n i s té r i o d o Planej a m e n t o e Orça m e n t o . I n s t i t u to B rasi l e i ro de Ge ografia e Estatística. Anuário Eswtístico Brasileiro. Rio de J aneiro. v. 56. p . I -32. 1996. B E H M E R , M. L. A. Tecn ologia do leite: pro dução, industrialização e análises. 15. Nobel, 198 5 . 321p. FURTADO, L . O . M . Composição centesimal do l e i t e d e b ú fa l as na Zona da M ata M i n e i ra. Revista do Instilllto de Laticínios Cândido Tostes. J u i z de Fora, v.35, n . 211, p. 43-47 . 1980. Rel'ista do Illstilllto de Lllcticíllios Câlldido Tostes. J u i z de Fora v. 39. n . 231. p.25-28. 1984. PEREIRA. R . G. A . • et a I . B ú falo: a máqui na de p ro d u z i r carne. l e i t e e t r a b a l h o . La v o u ra A rrozeira. Porto Alegre. v. 48. n. 422. p. 22-24. 1995. V E R R U M A . M. R . . S A L G A D O . J. M . A n á l i s e química do leite de búfalas em comparação do leite d e vaca. Sei. Agrie. Piracicaba. n. 5 . v. l . p 131-13 7 . 1994. VIE I RA. S . D. A .. NEVES. B. S . Padronização do t e o r de g o rd u ra e do e x t r a t o s e c o d e s e n g o r d u ra d o d o l e i t e d e b ú fa l a s com l e i te reconstituído. Rel'ista do Illstituto de Laeti cil/ios Câlldido Tostes. J u i z d e Fora. v. 3 5 . n . 2 0 8 , p . 2 7 - 3 2 , 1980. digitalizado por arvoredoleite.org � Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Mar/Abr, na 313, 54: (5): 6-12, 2000 Pág. 6 METABOLISMO DOS LIPÍDEOS EM RUMINANTES X QUALIDADE DO LEITE (uma revisão) Sal/dra Maria Pimo' Luiz ROl/lIldo de Abreu! Júlio César Teixeira.! Joel A ugusIO MllIZiz3 Celso José de Moura' Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes ", Mar/Abr, na 313, 54: (5): 6-12, 2000 Observa-se que a gordura do leite é composta em s u a mái o r i a p o r á c i d o s g r a x o s d e c a d e i a satu rada (63,83% l , os quais t e m s i d o associados à pre s e n ç a de c o l es t e r o l e c o m c o n s e q u e n t e s prej uízos à saúde humana. 2. I N F L UÊ N C I A DA S U P L E M ENTAÇÃO LIPÍDICA N A QUALIDADE FÍSICO QUÍMICA DO LEITE 2 . 1 . Composição quím i c a do leite 1. IMPORTÂNCIA DOS LIPÍDEOS NO LEITE E PRODUTOS LÁCTEOS Os l i p íd e o s do l e i te dos r u m i n a n t e s sâo caracterizados pela presença de elevadas concen trações d e ácidos graxos de cadeia curta (C. . - C IO )' muito dos quais pertencem a categoria de cadeias ramificadas e com número ímpar de carbono. Estes ácidos graxos são compostos que conferem aroma a m u i to s p r o d u t o s l á c t e o s , e s p e c i a l m e n t e e m queijos, o n d e contribuem significativamente para o " fl avor" d e s s e p ro d u t o . C o n fe r e m t a m b é m grande p a r t e d o a r o m a d i s t i n t o forneci d o p e l a g o r d u r a d o l e i t e n o s p ro d u t o s l á c t e o s e e m a l i mentos o n d e a gordura do leite é usada como ingrediente fu ncional. Phillips et aI. (1995), verificaram a influência da gordura nas propriedades sensoriais, viscosidade e cor em leite com baixo teor de gordu ra, mos trando que a adição de gordura no leite afeta sua cor e viscosidade e que quanto mais aumenta o conteúdo de gordura a viscosidade é elevada na m e s m a proporção. A l terações no c o n t e ú d o d e g o r d u ra d o l e i t e i n fl u e n c i aram o s a t r i b u t o s sensoriais do leite, como aroma e sabor. A t u a l me n t e tem-se desenvolvi d o práticas para d im i n u ir a gordura d e produtos lácteos, e estas práticas res u l tam em diminuição do flavor d e s s e s p ro d u t o s s e n d o e s t e e fe i to a t r i b u í d o a p o r t a n t o t e m s i d o e x t e n s i v a m e n t e i n v es t i gada c o m relação aos t i p o s e q u a n t i d ad e s d e ácidos g r a x o s p r e s e n t e s e em re l ação à d i s t r i b uição estereoespecífica no esqueleto d e glicerol. Gresti et aI. (1993 l afirmam q ue os triac i l g l i ceróis d o l e i t e bovino contém 13 ácidos graxos saturados p r i n c i p ai s , d e cadeia curta ( C 4 : 0 a C I O : O) , de cadeia média ( C I 2: 0 ) e cadeia longa ( C I 4:0 a C18:0) e ácidos graxos de cadeia longa e insaturada ( C I 4 : 1 , C I 6 :1 , C1 8 : 1 e C I 8 : 2 ) . E s t e s á c i d o s graxos constituem cerca d e 95% do total d o s ácidos g r a x o s do l e i t e , s e n d o q u e o s 5% r e s t a n t e s , consistem d e ácidos graxos de cadeia com número ímpar de carbono. No quadro I e n c o n tram-se a d istrib uição dos ácidos graxos presentes na gordura do leite e a quantidade de cada um em gramas por cada 100 g de g o rd u ra, s e n d o u m a m é d i a o b t i d a de 50 laticínios em 10 regiões dos Estados Unidos nos meses de Fevere i ro, M a i o . Ag osto e Novembro de 1993. Quadro 1. Composição média do perfil dos ácidos graxos da gordura do l e i t e de 50 l at i c ínios dos Estados Unidos. baixas concentrações de ácidos graxos voláteis livres, especialmente em queijos. Diversos estudos tem sido desenvolvidos com o intuito de aumentar a concentração d e ácidos graxos aromáticos em produtos lácteos d e baixo teor de gordura. 1 . 1 Ácidos graxos presentes na gordura do l e i t e A g o r d u ra d o l e i t e p o s s u i a l t as concen trações d e ácidos graxos saturados ( Q uadro I l, s e n d o q u e a p r i n c i p a l fração l i p í d i c a d o l e i t e bovi no é const ituída p o r triacilgliceróis ( 9 8 % ) e 2 3 Ácido graxo ( g/IOO g ) C4:0 C6:0 C8:0 C I O: O C12 : 0 C14:0 C14 : 1 C16 : 0 C16 : 1 C18 : 0 C18:1 C18 : 2 3,32 2,34 1,19 2,81 3.39 Ii ,41 2,63 29 , 5 3 3,38 9,84 27,39 Fonte: Palrnquisl e Beaulieu. (1993) A l u n a de Doutorado/DCA/UFLA. Professor Adj unto/DCA/UFLA. Professor T i t u l ar/DZO/UFLA, DEX/UFLA. É vários d e c o n h e c i m e n t o geral q u e d en t re os fat o re s que a fe t a m a p r o d ução e a composição química do l e i t e , a a l i men tação d o aad o l e i t e i ro s e apre s e n t a c o m o u m a d a s mais mportantes, sendo que o conteúdo total de gordura e proteínas s ã o o bj etivos fre q u e n t e m e n t e b u s cados. A necessidade da qualidad e d e nutrientes para produção de leite é bastante conhecida, porém a formulação ó t i ma de d ie t as para s u prir estes n u t r i e n t e s de fo r m a corre t a m e n t e b a l a n c e a d a a i n d a não é m u i t o b e m d e fi n i d a , s e n d o q u e formulações específicas para maxi mizar a pro dução de gordura e proteína no leite tem recebido igualmente a mesma atenção (Elliott et aI., 1995) . Normalmente a s u p l e mentação c o m gordura em rações de vacas leiteirns visa aumentar a produção leiteira, porém a absorção de energia pode limitar a prod ução de ambos. gordura e proteína do leite. especialmente durante o início da lactação. antes da vaca a t i n g i r o pico d e c o n s u m o de matéria i seca. É sabido que o uso de gorduras suplementares tem aumentado a prod ução e a porcentagem de g o r d u ra do l e i t e , m a s . freq u e n t e m ente, tem d i m i n u ído a porcentagem de p roteína em 0.1 a 0,15 unidades percentuais ( Palmquist e Jenkins, 1980). O mec anismo desse decréscimo não está ainda bem elucidado. Algumas teorias baseiam-se no fat o d e q u e , q u a n d o há s u b s t i t u ição d o s carboidratos d i s p o n íveis no rumen p e l o l i pídeo, esse terá efeito tóxico sobre o s microrganismos do r u m e n , c a u s a n d o redução n o c r e s c i m e n t o microbiano, e efeito sobre o transporte d e amino ácidos na g l â n d u l a mamária. Os ácidos graxos podem direta ou indiretamente alterar o transporte de aminoácidos na g l â n d u l a mamári a: assim, o conteúdo de proteína do leite pode diminuir por causa da deficiência de um ou mais aminoácidos ef ou, quando um aminoácido não está presente num sítio de síntese protéica. Por isso a capacidade de uma c é l u l a mamária produzir uma d e terminada quantidade de proteína do leite pode ser subuti lizada devido à ausência de um único aminoácido, acarretando consequentemente uma depressão na concentração protéica do leite. DePeters e Cant (1992) , sustentam esta teoria, afirmando que dietas ricas em l i pídeos d i minuem as concentrações de Pág. 7 a m i n o á c i d o s n o fl u x o d e p l a s m a e sangue por volume de leite produzido na glândula mamária. Fatores ali mentares que afetam o teor de gordura, tem sido estudados intensivamente sob o ponto de vista de se evitar a redução de rendimento ou produtividade, e s i m u l taneamente pagamentos reduzidos de leite aos produtores. A fermentação r u m i n a l gera os p r ecu r s o re s n e cessários para síntese de urna parte da gordura do leite, portanto certas c a rac t e r ís t i c as da d i e t a que al teram a fermentação ruminal, podem por s u a vez, afetar o teor de g o r d u ra do l e i t e . O t i p o d e gordura fornecida é u m fator a ser c o n s i derado. p o i s a resposta em função da. porcentagem de gordura do leite é variáve l . Gorduras dietéticas saturadas tendem a aumentar a porcentagem de gordura do l e i t e , e n q u a n t o q u a n t i d ad e s s e me l h a n t e s d e gorduras dietéticas insaturadas causam até I % de decréscimo nesses teores. As gorduras i nsaturadas são mais tóxicas aos microrganismos do rúmen e acredita-se que as saturadas sej a m inertes nesse ambiente. devido ao seu alto ponto d e fusão e consequentemente baixa s o l u b i l i d ad e no fl uído r u m i n a l , porém este forn e c i m e n t o não deve ultrapassar de 8% da dieta ( Campos, 1994). 2.2. Perfil dos ácidos graxos no leite Baer (1991 l, mostra que a compos ição dos á c i d o s graxos d a g o rd u ra d o l e i t e pode s e r infl u e nciada por d ivers o s fa t o res i n c l u i n d o a ali mentação. mostrando que é possível produzir gordura do leite com menor teor de ácidos graxos s a t u rados e alto de áci dos graxos i n saturados. pod e n d o traze r b e n e fíCIOS para o consu mid or. fornecendo uma opção destes ácidos graxos e m prod utos lácteos. Num estudo com infusões abomasais de óleo de canola e ácidos graxos de girassol alto em ácido oleico, LaCount et aI. (1994) veri ficaram que os teores de ácidos graxos saturados na gordura do leite d i m i n uíram e os t e o re s de ácidos graxos insaturados aumentaram à medida que essa infusão aumentou, porém estas mud anças reverteram-se q u a n d o a q u a n t i d ad e d e á c i d o graxo i n fu d i d o d i m i n u i u . Os autores verificaram também q u e o aumento da concentração de C 18: I no leite foram atribuídos principalmente ao a u mento do s u pri mento exógeno de C 18: I . G r u m m e r e S o c h a ( 1 9 8 9 ) ci tam q u e a s proporções d e ácidos graxos sintetizados de I!OI'O d i mi n u i li nearmente com d i etas s uplemcntadas com gordura e que as mo d i ficações dos ácidos graxos do leite d e C16 e C1 8 com dietas s u ple mentadas com gordura dependem dos níveis destes nas dietas. Tice, Eastridge e Firkins (1994) mostraram um aumento dos ácidos graxos insaturados e urna digitalizado por arvoredoleite.org r Pág. 8 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes". Mar/Abr, n° 313. 54: (5): 6-12, 2000 d i m in u ição dos áci d os graxos saturados quando adici onaram l i p ídeos através da s up lementação com soja crua e tostada. A mesma resposta foi observada p o r K i m et a! . (1993) que u t i l izaram soja extrusada e sais de ácidos graxos de cadeia longa, mostrando ainda uma diminuição nos ácidos graxos de cadeia curta quando adicionaram lipídeos nas raçõe s , tanto sob a forma de soja extrusada quando sob a forma protegida (sais de ácidos graxos de cadeia longa). Abreu, Palmquist e Lindsay (1997) desen volveram u m estudo com suplementação de ácidos graxos de cadeias ramificadas para vacas leiteiras com o objetivo de aumentar os níveis de ácidos graxos d e cadeias ramificadas de importância de " fl av o r s " na g o r d u r a do l e i t e . E s t e s a u tores o bs e rvaram q u e o u tros ácidos graxos que não estavam i n c l u ídos no suplemento também foram aumentados por este tratamento, mostrando que era possível m o d i ficar o teor d e á c i d os graxos com flavor n a gordura do l ei te . Afirmam ainda que o s m é t o d o s que a u m e n t a m o s n í v e i s d e propionato e/ou valerato no s a n g u e fornecido a g l â n d u l a mamária e l e vam as concen trações d e á c i d o s graxos d e c a d e i a ramificada e d e cadeia ímpar, mui tos dos q uais e x i b e m características potentes de flavor. Portanto. é possível mod i ficar a compo s ição q u í m i c a do l e i te através d a d i e t a como t a m b é m m o d i fi c ar o s t i p o s d e á c i d o s graxos presentes na gordura do lei te. tornando-o mais saudável ao consumidor e melhorando a qualidade dos produtos lácteos. em termos de aroma e sabor. sem diminuir a porcentagem de gordura desse leite. 3. M E TA B OLIS M O RUMINANTES D OS LIPÍD E OS EM 3 . 1 . Aspectos gerais A o x i d ação m i c ro b i n a do a l i m e n t o no rúmen não é completa, pois o oxigên i o não está disponível como receptor final de elétrons, sendo o s á c i d o s graxos v o l á t e i s , metano d i ó x i d o de carbono, amônia e material cel u l ar, os produtos fi nais formados. Os ác idos graxos voláteis são uti lizados pelos ruminantes como principal fonte de energia e os microrganismos como importantes fontes de aminoáCidos para síntese protéica; ao contrário, a amônia, metano e calor representam consideráveis perdas de nitrogênio e energia pelo animal ( R ussel, 198 8 ) . A s p r o p o rç õ e s re l at i v a s d o s p r i n c i p a i s á c i d o s graxos v o l át e i s formados n o r ú m e n d e animais recebendo principalmente forragens estão entre 60-70% d e acetato, 18-22% d e pro pionato, 13-16% de butirato, 2-4% de valerato e traços de formato. Os ácidos graxos de cadeia ram i ficada e s t ã o t a m b é m p r e s e n t e s , m a s em p e q u e n a s .concentrações ( C h u rc h , 199 3 ) . Os p r i n c i p a i s m i c ro rg a n i s m o s c e l u l o l í t i c o s do r ú me n são: R lIl/lil/ococclIs flavefciel/s. RlIlI/ il/ococclIs alblls. Blllyrivibrio fibrisolvel/s e Fibro bacter sllcciol/ogel/es ( H u n g a t e , 196 6 ) E s s e s m i c rorga n i s m o s p o s s u e m requerimentos nutricionais por ácidos graxos de cadeia ramificada e ácido pentanóico (valérico) ou são estimulados p e l os m e s m o s ( B ye r s , 1 9 8 9 ) . S e não fore m fornecidos esses ácidos através da a l i mentação, e l es s ã o fo r m a d o s p e l a d e a m i nação e d e scar b o x i l ação de aminoácidos como l i s ina, l eucina, isoleuci na. prolina e arg i n i n a ( A breu, 1993 ) 3 .2. M e ta b o l i s m o rúmen dos l i pídeos no O s l i p í d e o s . i m e d i at a m e n t e a p ó s a ingestão são submetidos à ação dos microrganismos do rúmen. Primeiramente, ocorre uma hidrólise das l i gações ésteres, v i a enzimas bacterianas de natureza extracelular, as quais possuem atividade l i p o l ít i c a , g a l a c t o l i po l í t i c a e fos fo l i p o l ít i c a ( J e n k i n s , 1993 ) . Anaerovibrio lypoliticll, parece s e r o p r i n c i p a l m i c r o rg a n i s m o e n v o l vi d o n o processo hidrolítico d o s lipídeos ( Hungate, 1966). Quanto aos fungos e protozoários. a capacidade destes de hidrolisar lipídeos ainda é duvidosa e os dados d e l i teratura são confli tantes. Logo após a h i d ró l i s e. os ácidos graxos insaturados s o frem u m processo bioquímico de s a t u ração o que reduz sua maior reat i v i d ade. mantendo com mais eficiência a integridade das m e m b ranas l i p opro téi cas . s e n d o este processo denominado de biohidrogenação (Jenkins. 1993). O passo i n i c i a l na b i o h i d ro g e nação d o á c i d o l i n o l é i c o é a a t u ação d e u m a i s o merase q u e c o n verte a d u p l a l i gação c i s 12 e m t r a n s 1 1 ; logo a p ó s . m e d i a n t e a ação d e redutases espe cíficas, ocorrerá a hidrogenação das ligações cis 9 e trans l I , resultando em ácido esteárico, ésse processo não é 100% e fi c i e n t e , o que leva ao . a p a r e c i m e n t o d e á c i d o s g r a x o s com d u p l a s l igações trans na gordura do leite d e ruminantes ( Van Soest, 1982). 3 .3 . M e t a b o l i s m o de ácid os g raxos voláteis na parede do rúmen, fígado e tecido a d i p os o Devido a s u a grande superfície e adequado suprimento sanguíneo, a parede do rúmen é bem adaptada para absorção tanto dos ácidos graxos volátei s , como d e outros compostos solúveis em á g u a , c o m o a a m ô n i a e l ac t a t o , o s q u a i s s ã o extensi vamente absorvi d o s n o rúmen. Cerca d e 7 5 a 80% do total d e ácidos graxos voláteis Latic. "Cândido Tostes". Mar/Abr. n° 313, 54: (5): 6-12. 2000 mbiente pr od uzidos s ão a b s o rv i d o s n e s s e a (Chr i s t ie, 1981 ) . Os ácidos graxos de cadeIa longa passam para o intestino onde são incorporados em l ipoproteínas na parede i n te s t i n a l e s e c r e t a d o s no s i s te m a l i n fá t i c o c o m o q u i l o m i c r o n . E m c o n t ra s t e , a maioria dos ácidos graxos voláteis absorvidos do rúmen são transportados pela veia 'porta; somente pequena quantidade ocorre no sistema l inf�tico. A l g u n s á c i d o s graxos s ão metabohzados durante sua passagem pelo rúmen. O butirato é o mais metabo l izado, sendo q u e 70 a 90% desse é convertido e m 13-hi d r o x i b u t i ra t o ( B H B ) v i a 13_h i d r o x i -13- m e t i l b u t i ri l - C o A e a c e t o a ce t at o . Igualmente, parece que uma proporção d e propio nato não passa pelo epitélio do rúmen sem sofrer mod i ficações, mas é metabolizado pela fixação de CO, e consequente formação de succinato. o que le \'a à formação de l ac t a t o . Em con tras te, pouco ou nenhum metabolismo de acetato ocorre no epitélio do rúmen. ( Church, 1993). A mai o r i a d o propionato ( 8 0-90%) que chega ao fígado de ruminantes é metabolizado a succinato através do ciclo de Krebs, para posterior formação da glicose. O propionato que não sofre metabol ismo hepático, ou aquele produzido em o u t ros te c i d o s . pode s e r v i r c o m o "primer" n o processo de s ín t e s e· d e á c i d o s graxos ou para produção de metil malonil. Isso se torna evidente pela ocorrência nos tecidos e leite de ruminantes de consid erável quantidade de ácidos graxos de cadeia com número ímpar de carbono e de cadeia rami fi cada ( C h urch. 1993 ) . O tec i d o a d i p o s o p o s s u i c a p a c i d ad e d e si ntetizar ácidos graxos cerca de três vezes mais que o fígado. G o rd u ras l o cal izadas no t e c i d o adiposo de ruminantes ocorrem quase q u e excl u sivamente na forma de triacilglicerol. com predo minância de C lO e C lO' Em contraste com os não ruminantes, o tecido adiposo de rumin antes possui pouco CIS' ou C"" (Christie, 1981). 3 . 4 . Metabolismo dos lipídeos no intes tino delgado Ao contrário d os ácidos graxos voláteis. os ácidos graxos de cadeia longa não são absorvidos à nível ruminal. passando consequentemente para o intestino. Os l i pídeos que chegam ao intestino delgado dos rumin antes são marcadamente d i fe rentes e em maior concentração em relação aos lipídeos dietético. devido à síntese e modificação microbiana que ocorre no rúmen ( Doreau e Ferlay, 1994). À nível de abomaso, os ácidos graxos são protonados nesse meio ácido e possi velmente. as formas insolúveis associadas a íons metálicos serão dissociadas. D e v i d a à restrita ação tamponante realizada pela secreção pancreática a qual possui Pág. 9 baixa concentração de bicarbonato, a digesta que passa pelo abomaso mantém-se bastante ácida e e s s a carac terís t i c a permanece por toda metade anterior do Intestino delgado. A digestão dos Iipídeos no intestino delgado ocorre em u m meio bifásico, onde os ácidos graxos adsorvidos às partículas insolúveis são transferidos para uma fase de micelas. Esta transferência ocorre grad ualmente, à medida que a d i gesta passa pel o i n t e s t i n o d e l g a d o ; a p ro x i m a d a m e n t e 5 % n o duodeno, 20% n o jejuno superior, 25 % n o jejuno médio e terminal e 50'10 no íleo. Mediante a ação da Iipase pancreática e do s i s tema col ipase, o s triacilgliceróis são convertidos a um "pool" de ácidos graxos e 2-monoacil g l iceróis. Os ácidos graxos absorvidos pelas células intestinais serão reesteri ficados. armazenados nos enterócitos como mono. di ou triacilgliceróis, colesterol e fosfolipídeos que s e rão i n corporados aos q u i l o m i crons e então transportados pelo sistema linfático até os tecidos periféricos ( B auchart, 1993 ) . À med i d a que a concentração d e l i pídeos na ração aumenta de I para 8 % na MS a digesti bil idade verdadeira parece d iminuir. Isto pode ser explicado por u m l i mite biológico de secreção de sais biliares, bem como das enzimas pancreáticas ( Palmqui st, 1991 ). A d i ges t i b i l idade verdadeira pós-ruminal dos Iipídeos de origem bacteriana e d i e t é t i c a é de 9 5 , 0 e 1 0 0 , 0'10, a s s u m i d o pe l o sistema Comell (CNCPS). Van Soest (1982) relata que a digestibil idade verdadeira pós-ruminal dos lipídeos é aproximadamente 100'10. 3 .5, Metabolismo d os l i píd eos no in t es t ino g ross o A quantidade de ác idos graxos quc pass a pelo ílco terminal pode não ser igual àquela fecal. A energia fermentável no ceco faz com que ocorra uma síntese de li pídeos microbianos nesta porção intestinal. c, esta tem sido a explicação para fluxos fecais de ácidos graxos maiores do que os fluxos ileais, especialmente quando a digestibilidade da matéria orgânica cecal for s i g n i ficativa ( Doreau c Ferlay, 1994 ) . Em função da s u p l emen tação li pídica, Palmquist e Beaulieu (1993) afirmam que uma possível alte ração da fe rmentação ruminal pode alterar a partição da digestão, fazendo com que a digestão cecal tenha maior significado. 3 . 6 . Síntese da g o r d u r a na glân d u l a mamária 3.6. 1 Á cidos graxos de cadeia c u rta, ramificada e de cadeia com lIlímero ímpar de carbo1los Praticamente. não existe síntese de ácidos graxos a partir da glicose na glândula mamária de digitalizado por arvoredoleite.org r Pág. l O Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes ". Mar/Abr. na 313. 54: (5): 6-12. 2000 ruminantes, sendo que o animal utiliza metabólitos s i mples para a síntese, como acetato e (l-hidoxi b u t i ra t o ( B H B ) . Tal s íntese oc orre d en t ro d o s lóbulo-alvéolos d a glândula. Em ambos os casos, acetato e B H B . o alongamento da cadeia continua até que o palmitato é liberado do processo de síntese pelo componente acilti oesterase ( t ioesterase I ) . Todos os ácidos graxos d e cadeia curta (C4 a C IO ) e metade dos de cadeia média (C 1 2 a C 1 7) da g o r d u r a do l e i t e são s i n t e t i za d o s nas cél u l as epiteliais da glândula mamária a partir do acetato e B H B . A outra metade dos ácidos graxos de cadeia média e quase a totalidade dos de cadeia longa (C" e mais longos) são derivados do plasma sanguíneos q u e p o r s u a vez t e m o ri ge m na d i e t a ou s ã o mobilizados d o s tecidos armazenadores de gordura. A síntese dos ácidos graxos em mamíferos ocorre por alongamento da cadeia i n iciada pelo grupo acetil do acetil-CoA por sucessivas conden s ações com o grupo m a l o n i l do m a l o n i l - C o A . A l é m do acetato ( formador do acetil-CoA). o B H B o qual é originado do butirato produzido no rúmen, contrib u i s i g n i ficativamente para a formação de ácidos graxos no tecido mamário de ruminantes. através da formação de butiril-CoA. que por sua vez age como u n i dade "primer" d e 4 carbonos ( Pa l mquist et a I . . 1993). A presença de grandes quantidades de ácidos graxos de c a d e i a ram i fi c ada e de c a d e i a c o m número ímpar de carbono no leite d o s ruminantes. m o s t ra que e s s e s á c i d o s graxos s ã o os m a i s característicos desse leite e podem ser sintetizados na g l â n d u l a mamária ou originados do s angue como produto de lipídeos das bactérias do rúmen ( A bre u . 1993) . A biosíntese dos ácidos graxos de cadeia ramificada é feita pelo uso de metilmalonil-CoA. que é o pro d u t o da carb o x i l ação d o p ro p i o n i l C o A n o l u gar d e u rn a o u m a i s m o l é c u l a s d o malonil-CoA. J á o s ácidos graxos de cadeia com número ímpar de carbono são sintetizados quando propionil-CoA age como aceptor do malonil-CoA sendo a cadeia alongada por subsequentes conden sações com malonil-CoA. U m a o u tra caracterís t i c a i mp or t a n t e do leite de ruminantes é sua considerável quantidade de ácidos graxos de cadeia curta, C4 e C. que j untos representam de 4,9 a 6 . 8 % respectivamente. d o total de ácidos graxos (Christie. 1981). Além disso existe significante quantidade de ácidos graxos com 8 a 12 carbonos na cadeia. 3.6. 2 Biossíntese de glicerídeos na glândula m amária Cerca de 97 a 98% da gordura do leite é composto por triaci lgl icero l . 0.5% ou menos de d i a c i l g l i ceróis e cerca de I % de fos fo l i pídeos (Schmidt, 1971). Os triacilgl iceróis são formados dentro do epitélio secretor do tecido mamário a partir de precursores que são s i n tetizados de novo ' ou absorvidos do plasma circulante o u de ambos ( K i nsella, 1971). As principais frações do sangue que contribuem com á c i d o s graxos para a for mação da gordura são os q u i l o micron circulante e l i p o p r o t e í n as d e b a i x a d e n s i d a d e , p o rém p e q u e n a s q u a n t i d ad e s de á c i d o s graxos n ã o esterificados d o plasma s an g u íneo s ã o também u t i l i zad o . Os triaci l g l i ceróis d o leite d e ruminantes contém cerca de 20 a 30 mol% de ácidos graxos de c a d e i a c u rta e méd i a . A g l â n d u l a mamária de ruminantes tem grande capacidade de esterificar butiril-CoA e hexan o i l-CoA na posição sn-3 do glicerol. levando à formação de triacilgliceróis ricos nesses ácidos graxos de cadeia curta. Isso pode refletir no acoplamento d i reto d a síntese desses ésteres com formação de triacilgliceróis o que não acontece e m não ruminantes ( Ki n s e l l a, 1971). REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS A B REU, L . R . Fac/ors affeclillg lhe bios)'nlhesis of b ran ched-chain fa li)' a cids in milk fal. Madison: University o f Wisconsin, 1993. 163 p . ( Doctorate thesis i n Food Science). A B RE U . L . R .. PA LM Q U I ST. D . L . ; L1N DS AY. R.e. lnfluence of feeding branched and n-chain fauy acids on v o l a t i l e m i n o r fauy acids of milk fa!. )ourIlal of Dair)' Sciellce. Champaign. 1997. ( n o prelo). B A E R . R .J. Alteration of the fatty acid content of m i l k fal. ) o u rJ/ a l of Fo o d Proleclioll. Ames. v. 54. n.5. p . 3 8 3 - 3 8 6 . May 1991. B A U C H A RT. D . L i pi d absorption and transport i n r u m i n a n t s . ) o uma l of D a i r)' Sciellce. C h a m p a i g n , v.76. n .1 2 , p . 3 8 64-3 8 8 J, Dez. 199 3 . B Y E R S . F. M . ; S C H EL L I N G . G . T. L i p i d s i n ruminant nutrition. I n : C H U RC H . D . C . The rumillalll animal: d i gest ive physio logy and nutrition. New lersey: A Reston Book. 1989. p . 29 8 - 3 12 . C A M P O S . V. L e i t e . c o m p o slçao depende d e n u t rição e de m a n ej o . Balde Branco. S ã o P a u l o , n· . 3 5 2 . p.20-24. fev. 1994. C H R I STIE, W.W. The effecls of diel and olher faclOrs 011 lhe lipid composilioll of ruminanl liss ues a n d milk. In lipids melllbo!ism in rumianl allimals. New York: Pergamon, 1981. 193 p . Rev. lns!. Latic. "Cândido Tostes ". Mar/Abr. na 313. ,i1: (5): 6-12. 2000 C H U R C H . e . D . Fermentación r u m i n aI . I n : _ _ EI rumillanle: fisiologia digestiva y nutrición. Zaragoa: Acribia, 1993 . Cap . 8 . p.159-189. De PETERS, E . l . ; CANT. 1 . P. N u tritional factors influencing the nitrogen composition of bovine m i l k : a review. )ourlla! of Dair)' Sciellce. Champaign. v.75. n.8, p.2043-2070. Aug. 1992. D O R EA U , B . ; FE R L AY, A . D i ge s t i o n a n d u t i l i z a t i o n o f fat t y a c i d s b y r u m i n a n t s . A ll ima! F e e d Scie n c e a l l d Tecllllo!ogy. Amsterdan, vA5, n . 3 , p .379-396, Mar. 1994. ELLlOTT, 1 . P. , DRACKLEY, J . K . ; WEIGEL. D.J. Digestibility and e ffects of hydrogenated paIm fatty acid d i s t i l late i n lactating dairy cows. )ourJla! of Dair)' Sciellce. Champaign. v.79. n . 6 . p . l 031-1039. J u ne 1996. E L L I OTT. 1 . P. . D R A C K LEY, J . K .. FA H E Y. G . C . 1 R . ; S HA N K S , R . D . U t i lization of s u p p l e m e n t a l fat b y d a i ry c o w s fed d i e ts varying in content of nonstructural carbohy drates. )ourIla! of Dair)' Sciellce. Champaign. v.7 8 . n . 7 . p.1512-1525. l u l y 1995. G R E S T l . 1 ., B U G A UT. M .. M A N I O N G U I . C . : BEZARD. 1. Composition of molecular species of triacylglycerols in bovine milk fa!. )ourIla! of D a i r)' Sciell ce. C h a m p a i g n . v . 7 6 . n . 7 . p .1850-1869. l u l y 1993. GRUMMER. R . R . ; LUCK. M .L. ; B A R MORE. l . A . R u men ferme n t a t i o n a n d l a c t a t i o n perfor mance of cows fed roasted soybean and tallow. )ourlla! of Dairy Sciellce. Champaign. v.76. n . 9. p . 2674-2681. Sepl. 1993 . G R UMMER. R . R . ; SOCHA. M.T. Milk fatty acid compos ition and p l as m a energy metabo l i te concentrations in lactating cows fed medi um chain triglyceride. )ourlla! of Dair)' Sciellce. Champaign. v.72. n.8. p.1996-2001. Aug. 1989. H A R R l SON. l . H . : K I N C A l D. R . L . : McNAMARA. l . P. Effect o f fat from whole cottonseeds and c a l c i u m s a l t s o f l o n g - c h a i n fatty acids on performance o f lactating dairy cowS. )ourlla! of D a i r)' Sciellce. Ch a m p a i g n . v . 7 8 . n . l . p .181-193 , J a n . 1995. H UN G ATE, R . E . The ntmell alld ils microbes. London : Academic Press. 1966. 5 3 3 p . JEN K I NS, T. C . L i p i d metab o l i s m i n t h e rumen. )ourJla! of Dair)' Sciellce. Chanmpaign, v.76. n .12, p . 3 8 5 1- 3 8 6 3 . D e c . 1993 . Pág. 11 KIM,Y. K . ; S C H I NCOETHE. D . l . ; CASPER. D . P.: LUDEN S . F.C. Supplemental dietary fat from extrudes soybeans and calcium soaps of fally acids for lactating dairy cows. )ourtla! of Dair)' Science. C h a m p a i n g . v.76. n . l . p .197-204. lan. 1993. K INSELLA, 1 .E. Position o f endogenous radioac t i ve fatty a c i d s i n m a m mary t r i g l ycerides . ]ourlla! of Dair)' Scien ce. Champaign, v.54, n . 7 . p . l O I 4-1017. l ul y 1971. LaCOUNT, D.W .. D R ACKLEY. 1 . K .. LAESCH, S.O.; CLARK, 1.H. Secretion o f oleic acid i n milk fat i n response to abomasal infusions o f canola o r h i g h o le i c s u n fl o w e r fally a c i d s . ]ollrtla! of Dair)' Sciellce. Champaign. v.77. n . 5 . p .1372-13 8 5 . M a y 1994. PALMQUlST. D.L.; JENKINS, T.e. Fat in lactation rat i o n s : revi e w . )ollrlla! of Dair)' Science. Champaign. v.63, n . ! . p . l -14. lan. 1980. PA L M Q U I S T. D . L . l n fl u e n c e of s o u rce a n d amount of dietary fat o n digestibility i n lacting cows. )ourtlal of Dair)' Science. Champaign. v.74. n . 4 . p .1354-1360. A p r. 1991. PALMQUIST. D . L . ; BEAULlEU. D . ADSA Foun dation S y mposi u m : M i l k fat synthesis and mod i fícation. feed and animal factors inf1uen cing milk fat composition. )ourllal of Dair)' Sciellce. Champaign. v.76. n .6. p.1753-1771. l u ne 1993. PEIXOTO. FA . M . : S I LVA. 1 .Fe.da: FILHO. S.de C . V. : CASTRO. A . e .G . ; ROSADO. M . Utili zação d o c o m p l e x o ácido grax o - c á l c i o na dieta de vacas em lactação. alimentadas com cana-de- açúcar. Rel'isltl da Sociedade Brasi leira de Zoolecllia. Viçosa. v.23 . n.4. p.173179. Feb. 1994. PH I L L l PS. L . G .. M C G I FF. M . L . . B A R B A N O . D . M .: LAWLES S . H .T. T h e infl uence of fat on the sensory propcrties. viscosity, and color of l o w fat m i l k . ) o ll rll a l of Dair)' Sciellce. Champaign. v. 7 8 . n . 6 . p.125 8 . June 1995. R U S SEL. 1 . B . Ell erg)' Yielding alld consllllling rcactions. Aberdeen: Elsevier. 198 8 . 185p. S C H M I DT. G . H . Bio logy of laClll lioll. Sun Fran c i s c o : Freeman and C o m p a n y, 1971. 317p. S H A U FF. D .l . ; E L L I OTT. 1 . P. : CLARK. 1 . H . ; DRACKLEY. J . K . Effects o f feeding lactating digitalizado por arvoredoleite.org r Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Mar/Abr. n° 3 1 3. 54: (5): 6- 1 2, 2000 Pág. 1 2 dairy cows diets containing whole soybeans and tallow, Jouma! Df Dairy Science. Champaign. v.75. n . 7 , p . I 923- 1 935. J u l y 1 992. VAN S O E S T, P.J . Nutriti onu! eco!ogy of tlle . rLtminanI. I t h a c a : C o rval l i s O e B B oo k s . 1 98 2 . 3 7 2 p . TICE. E . M . ; EASTRIDGE. M .L; FIRKI N S , J . L R a w soybeans a n d roasted soybeans o f different p a r t i c I e s i z e s . 2. F a t t y a c i d u t il i z a t i o n b y l a c t a t i n g c o w s . J o u m a l Df Dairy Science, Champaign, v,77, n . 1 , p, 1 66- 1 80, Jan, 1 994. W U , Z . , H U B E R . J . T., C H A N . S . C . Effe c t o f S o urce and A m o u n t o f S u p p1emental F a t on lactation and D igestion i n Cows. Joumal Df Dairy Science. Champaign. v.77, n.6. p . 1 6441 65 1 . J un e 1 994. Pág. 1 3 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes". Mar/Abr. n° 3 1 3. 54: (5): 1 3- 1 9. 2000 ASPECTOS TECNOLÓGICOS DA FABRICAÇÃO DE IOGURTE E QUEIJO UTILIZANDO LEITE COM RESÍDUOS DE ANTIBIÓTICOS Cristiane Gauini Sballlpa({)l Luiz Ronaldo de Abreu" Alexandre Tourino Mendonça) R ESUM O Atualmente um grande número de drogas veterinárias é utilizado no tratamento e profilaxia de um amplo espectro de doenças em animais. Este é o caso dos animais utilizados na exploração leiteira onde são empregadas drogas antimicrobianas. antinflamatórias e anti parasitárias. dentre outras. muitas vezes em níveis acima dos tolerados. O objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos da presença de resíduos de 3 antibióticos (penicilina. estreptomicina e tetraciclina) de grande utilização terapêutica na prática veterinária nos testes de controle de qualidade do leite e nos aspectos tecnológicos da fabricação de iogurte e queijo. Ao leite isento de resíduos adicionou-se 3 concentrações de cada antibiótico penicilina ( I 00UI/ml de leite. 200UUmL e 400UUmL). estreptomicina (I UUmL. 2UUmL e 4UI/mL) e tetraciclina (I JlglmL. 2JlglmL e 4Jlglml); que segundo a literatura consultada são concentrações próximas às eliminadas pelo leite dos animais após aplicação terapêutica. As amostras de leite fraudado mais a testemunha (sem adição de antibióticos) foram submetidas aos testes de fosfatase. peroxidase e redutase e encaminhadas à fabricação de queijo Minas Frescal e Iogurte. No iogurte avaliou-se a influência dos resíduos durante a fermentação e no queijo foram realizadas análises de tempo de coagulação. característica da massa e aspecto do soro. Nas concentrações utilizadas os antibióticos não modificaram os resultados dos testes de peroxidase e fosfatase. O teste de redutase foi alterado pela presença dos antibióticos indicando uma qualidade bacteriológica superior. As concentrações dos 3 antibióticos utilizados inibiram a atividade do fermento durante a incubação na fabricação de iogurte. chegando a impedir a fermentação. Em relação ao ponto de coagulação do queijo. observou-se que as concentrações de penicilina não interferiram no tempo de coagulação. A presença de estreptomicina e tetraciclina causou um atraso na coagulação sendo que este foi proporcional à concentração utili.zada. porém nenhuma concentração foi suficiente para impedir a coagulação: para que estes antibióticos inibam a coagulação do queijo seriam necessárias doses muito elevadas. I N T R ODUÇÃO A EPAMIG - Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais, através do "Instituto de Laticínios Cândido Tostes ", lançou em julho, por ocasião do XIII e XIV Congressos Nacionais de Laticínios, dois livros sobre diversas variedades de queijos de vaca e cabra e a tecnologia de fabricação dos mais afamados queijos do mundo,' além de um glossário com mais de J 00 variedades de queijos e anexos estatísticos sobre o set01: Informações Área de Difusão de Tecnologia 116 - 36045-560 - Juiz de Fora - MG Fax: (32) 224-3113 A t u al mente u m grande número de drogas veterinárias é utilizado no tratamento e profilaxia d e um a m p l o espectro d e doenças em animais. Este é o caso dos animais utilizados na exploração leiteira nos quais são empregadas drogas antimi crob i anas, a n t i - paras i t árias e an t i n flamatórias, dentre outras, muitas vezes em níveis acima dos tolerados (IDFS . 1 99 1 ) . S eg u n d o V i l e l a ( 1 9 8 4 ) . a p r e s e nça d e resíduos de antibi óticos no l e i t e . é consequência de tratamentos terapêuticos aplícados no animal e m l a c t ação. p r i n c i p a l me n t e n o c o m b a t e às doenças i n fecciosas da glândula mamária. A pre sença de pequenas quantidades dessas substâncias no leite acarreta sérios prej uízos ao consum idor. Para a indústria. torna-se d i fícil o aproveitamento da matéria-pri m a com res íd u o s d e antibióticos porque essas s u b st â n c i as a t u a m d i mi n u i n d o o u i n i b i n d o a ativi d ad e das bactérias responsáve i s pelas diversas fermentações desej adas nos d i fe ren tes prod u t os lácteo s . CEPEIILCTIEPAMIG - Rua Tenente Freitas, Fone: (32) 224-3116 2 3 Resíduos de antibióticos em leite devem ser evitados por várias razõe s , den tre e l a s : alguns resíduos podem causar reações e m consum idores sensíveis e essas podem ser extremamente sérias; podem levar à obtenção de organismos resistentes; a l g u ns r e s í d u o s são capazes de i n t e r ferir nas culturas utilizadas em produtos lácteos processados e queijos e são indicativo de que o leite pode ter sido obtido de animais cóm infecções sérias ( B rady e Katz, 1 98 8 ) . Fagundes e Molin ( 1 98 8 ) decl aram q u e o s antibióticos podem estar presentes n o leite devido à i n trod ução vol un táría e/ou frau d u l e n t a p e l o produtor. visando mel horar a qualidade bacterio lógica do leite cru, porém o fato que mais contribui p a ra o apare c i me n t o no l e i t e é a t e rapê u t i c a a n t i i n fecciosa. O fator m a i s agravante é a nâo observação do prazo de carência destes produtos acarretando um grande prejuízo à saúde pública e à tecnologia. Os antibióticos entram na cadeia alimentar pelas seguintes fontes de contami nação: pelo uso intramamário, pela via sanguínea após aplicação Eng. Agrônoma. M . S .• doutoranda em Ciência dos Alímentos/UFLA. Professor A dj unto do Departamento de Ciência dos Alímentos/UFLA. Zootec n i s t a. M . S . digitalizado por arvoredoleite.org I Pág. 1 4 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Mar/Abr, n° 3 1 3, 54: (5): 1 3- 1 9, 2000 parenteral, pelas v i as i n tra u terina, subcutânea, intramuscular, intradérmica e intravenosa ( IDFS, 1 9 9 1 ) e ( Hawronskyj et a i. 1 99 3 ) Santos ( 1 985) relata q u e os antibióticos são amplamente utilizados no tratamento de mamites, podendo aparecer no leite por mais de 72 horas e até mesmo 1 44 h o ras após sua aplicação, depen dendo da via de inoculação e do tipo específico de antibiótico. Estudos real i zados por Fagundes ( 1 9 8 1 ) , c o mprovam que em vacas mamíticas, a PPD ( d e h i d roestrepto m i c i n a + pen i c i l i n a procaín a ) , permanece no leite 1 1 7 horas quando aplicada via intramuscular e 1 26 horas quando aplicados por via intramamária. A c1ortetraciclina, quando inoculada por via intramuscular, permanece 96 horas e por via intramamária perdura por 1 4 1 horas n o leite, Os antibióticos util izados na terapêutica da mamite podem s e r d etectados n o l ei te até 1 4 1 horas após apl icação. Quanto à termoresistência, verifica-se que a penicilina e tetraciclina resistem a 1 0 0° C a p ó s três h o ras e q u e a pen i c i l i n a, estrep tomicina e neomicina res iste m ao conge l am e n t o por 12 s e m a n a s , s e m perda d e ação res idual (Fagundes e Molin, 1 988). Santos ( 1 98 5 ) relata que as consequências da apli cação indi scri m inada de antibióticos, s ão o b s e rv a d as p e l o s p rej u ízos na i n d u s t r i a d e laticínios, onde ocorre a i n u t i l i zação de grandes quanti dades de leite fe rmentad o e interferência na quali dade dos queijos devido à i n i b i ção dos fermentos láticos. A presença de antibióticos no leite, mesmo em quantid ades dimin utas. acarreta problemas na fab ricação de queijos. por produzir uma coagulação i n a d e q u a d a e c u ra i m p ró p r i a , d e c ré s c i m o da produção de á c i d o e flal'or menos ace n t u a d o d u ra n t e a fa bricação d e m a n t e i g a e p r o d u t o s similares, dim inuição do crescimento d a s bactérias do fermento lático e d i fi c uldades de produção de leite fermentado, estes fatores levam à obtenção d e p r o d u tos i n fe r i o r e s , c a u s a n d o p rej u í zos à i n d ústria e aos consumidores que podem s o frer alergias o u intoxicações ( IDFS, 1 99 1 ) . Segundo Sokolow et a i. ( 1 980), o transtorno tecn o l ó g i c o o c a s i o n a d o p o r res íduos de a n t i bióticos no leite está na diminuição da capacidade de acidi ficação, o que influencia negativamente a produção de i ogurte, considerando que a cul tura lática util izada é uma das mais sensíveis à ação da maioria dos antibióticos. E m q u e ij o s o s res í d u o s d e a n t i b i ó t i c o s i n fl uenciam a ação do fermen t o , res u l tando e m p r o d u t o s c o m e s t r u t u ra e s p onjosa e s a b o r ligeiramente amargo. M e s m o que os fermentos p a ra fa bricação de q u e ij os p o s s u a m m e n o r s e n s i b i l i d a d e à a n t i b i ó t i c o s , p o d e m aparecer d e fe i t o s pela i rreg u l a ri d ad e d a a c i d i fi c aç ã o , p ri n c i p a l me n te e m q u e ij o s d uros que u ti l i zam S. tlzermophillus (Sokolow et ai 1 980). Os principais problemas que ocorrem em queijos oriundos de leites com antibióticos incluem uma má dessoragem da coalhada, fermentação indesejável, com produção de gás e uma maturação irregular; isto acontece devido à interferência dos antibióticos sobre os fermentos utilizados para a fabricação de queijos. A influência negativa da penicilina já se manifesta a 1 0U.lJmL e inibe totalmente o fermento a 500U.IJ mL. No queijo tipo Camenbert, com 0.5-1 .0U.l .!mL, obtém-se um produto i mpregnado de gás. Para o q u e ij o C o t t a g e , p e q u e n a s c o n ce n t rações d e tetrac i c l i n a i n teragem c o m a caseína e c á l c i o , impedindo a coagulação (Fagundes e Molin, 1 988). A qualidade do leite aumentará sua i mpor tância c o m a c o n s c i e n tização da segurança d o alimento e c o m a preocupação com a saúde e com a influência na tecnologia e qualidade final de seus derivados. ( Gleeson, 1 99 1 ). Face ao exposto, o presente trabalho teve como o bjetivos : Avaliar os e feitos da presença de resíduos de três antibióticos ( p en i c i l i na, estrep t o m i c i n a e tetrac i c l i n a ) de grande u t i l i zação terapê utica n a prática veterinária nos testes de controle de qualidade do leite e nos aspectos tecnológicos nos processos de fabricação de iogurte e queijo. • 2. MATERIAL E MÉTODOS O leite foi coletado de uma propriedade na Cidad e de Lavras , cujo re banho é sabidamente isento de resíduos de antibióticos e encaminhado adequadamente a o Laboratório de Laticínios UFLA para real i zação das análises. A pós dev idamente c o l e t adas as amostras foram s u b m e t i d as à a n á l i s es fís i c o - q u ím i cas segundo métodos descritos por B rasil ( 1 9 8 1 ) e A O A C ( 1 9 9 5 ) A c o n fi rm a ç ã o d a a u s ê n c i a d e resíduos de anti bióti cos foi realizada através d e "Delvo Test". Ao leite isento d e resíduos adicionou se três concentrações de cada antibi ótico c o n forme tabela I ; q u e segundo a literatura consultada são concen trações próxi mas às e l i minadas pelo leite dos ani mais após apli cação terapêutica. 2 . 1 . Procedi m e n to E x p e r i m e n tal A s c o n cen trações d e anti b i ó t i cos especi ficadas na tabela I foram inoculados em 10 l i tros de leite que foram preparados para fabricação de i og u rte e q ue ij o . Deste total foi retirado uma alíquota para procedimento das anál ises fís i co quími cas e de controle de qual idade que foram rea l i zadas no l aborató rio Laticínios do Depar tamento de Ciência dos A l i mentos d a UFLA. Pág. 1 5 2000 s" , Mar/Abr, n° 3 1 3, 54: (5): 1 3- 1 9, Rev. Ins!. L at·IC. "Ca-ndido Toste . " . inocu ladas no leite que será analis ado. ntrações de anttb lOttCO S a sere m Tab ela 1 - Apres entaçao das conce C o n ce n tr a ç a o 3 Con cent raçã o 2 Concentração 1 A n ti b i ót i c o 400 ( U I/ml de I�ite ) 200 ( U I/ml de leite ) 1 00 U I/ml de leite Peni c i l i na 4 U I/ml de leIte ., U I/ml de leite I U I/ml de leite 4 Ilg/ml de leite Estr epto m i c i n a ;- 11", leite de a/ml I Ilg/ml de leite O Tet ra c i c l i n a O O Test emu nha _ 2 . 2 . A n álises físico-químicas P H : as m e d i d as de p H fo ram o b t i das, utilizando-se um potênciometro H�NNA (modelo HI 83 14), devidamente cahbrado. Acidez. titulável: Determi n ad a �m 1 0mL de l e i te , u t i l i za n d o - s e o m e t o d o de . t i t u l ação com h i dróx i d o de sód I O N/9 ( s o l u ç ão Dorn i c ) , em p re s e n ç a de . solução indicadora (fenolftalema), como descrito por Bras i l ( 1 9 8 1 ) a d o : os S ó li dos totai s e d e s e n g o r d ur ) das (EST total seco to teore s de extra dos amos tras d e l e i te foram deter mIna da a estuf em em secag de do méto pe I o 1 0 -oC , marca FANE M, mode lo 3 1 5 SE a. � como descr ito pel a A .O .A .C . ( 1 99) amostr�s Gord ura: os teores de gordura das foram deter minad os pelo méto do buttro f1to �esc . k i l u G n er-Va metri co de Gerb e fOI por Bras i l ( 1 98 1 ) . Para esta anaIts r Gerbe tipo do ífuga centr ma u ada utiliz da marca FA NEM . leitur a Dens idade : Deter minad a através de en d i reta, utiliz ando- se u m termo lactod da símet ro segun do Quev enne, o efeito o ndo seg� o d i g rri o c i fo t e m perat ura méto do descrito A .O . A .C . ( 1 99 ) Pcroxidasc, fosfatase a l c a l i n a e rcdu tase: as análises de peroxidase, fosfatase e re d u tase serão re a l i z a d a s s e g u n d o técnicas descritas por B rasil ( 1 9 8 1 ) 2.3. Fabricação dos queij os s foram Os processos de fabricação dos que�o . A tecnl ca de os mesm os para cada tratam ento. do e l o ure�ço fabric ação foi a descr ita por Furta . fabnc açoes quatro adas realiz Foram Neto ( 1 994). e m perío dos disti ntos. .. foram Dura nte a fabric ação d o s queIJ o s itens: ntes segui os obser vados . t e m p o de c o ag u l aç ã o : atrav es de cronome tragem • ado por Cara cterí stica s do coág ulo form anál ise visu al: do o seA i nterp retaç ão foi fei t a obse rvan do: eleci estab pré rio crité te guin h o m o g e n e a , mas sa + + + c o a g u l a ção c o mpacta açao coag ulaçã o defic iente , com exud + + _ • _ de soro c o a a u l ação parc i a l mente di geri da, com'" resquícios de coágulo ausência de coagulação + 2.4. Fabricação de I o gurte . " u rtes - dos i o ,: Os proc esso s de fa b n· c açao l: a tecn A o. ment trata cada foram idênt icos para . Rodn gues ( I ?9)) ., d e fabricação foi a descr ita por ões em peno dos Foram reali zada s quatr o fab ricaç di s t i ntos . . rtes foram Dura nte a fabri caçã o dos Iogu : itens ntes i segu os os obse rvad e m p o de aval i a ç ão c ro n o m é t r i c a do t fc rme nt ação - pH ncia du a v a l i aç ão v i s ual d a c o n s i s t ê coá" ulo d o iogu rte: servando o A i n t e;pr etaç ão fo i fe i t a o b ' , o: segu inte crité rio pré estab e lecid . n e a . 1ll,I. S S .d e g o m o h o ã ç a t n e Ferm + +++ comp acta, sem ex udaç ão d e soro com leve + + + Ferm entaç ão homo gêne a exudação de soro Fermentação homogênea com abun++ dante exu dação de soro Fermentação parcialmente d i gc rida. + com resquícios de coágulo . . Fermentação t o tal mente d Igenda • _ 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO 3 . 1 . Controle de q u a l i d a d e a d o leite 3 . 1 . 1 Composição físic o-químic a do l e i t e A c o m p o s i ç ã o fís i c o - q u í m i c e enco ntra s este que a indic , 2 a tabel descr ita na pelo mlnIs teno dentr o dos padrõ es estab eleci dos . que o mesmo da agnc u I tura - RISP OA , indic ando . - de ncaç ao fab e o m u s n o c ara p é apro priad o produtos lácteos. digitalizado por arvoredoleite.org j Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Mar/Abr, n° 3 1 3. 54: (5): 1 3- 1 9, 2000 Pág. 1 6 Tabela 2 l e ite. - Resultados da composição média* do Leite 6,7 1 6° D 1 2.93% 9 .03% 3.9% 1 . 03 1 pH A c i dez Sólidos totais Sólidos desengordurado Gordura Densidade • Média obtida de quatro observações 3.1.2 Fosfatase alcalina e peroxidase Alguns autores, dentre eles Fagundes e Molin ( 1 9 88) e B arros e Perches ( 1 98 1 ) , afirmam que a presença de certos antibióticos em concentrações e l evadas modifi c am os res u l tados dos testes de perox i d ase e fosfatase a l c a l i na. Entretanto os resultados observados na tabela 3, indicam que nas concen trações utilizadas no presente trabalho, os antibióticos não modificaram os resultados dos testes de peroxidase e fosfatase. Tabela 3 - E fe i t o da presença de res íd u o s d e antibióticos nos testes de peroxidase e fosfatase. Peroxidase TeslCmunha Penicilina' (P , - P , - p,J Tetraciclina (T , _ T - T, J , Estreptomicina (E , - E, - E.J Fosfatase + 3.1.3 Redutase + + + · 1 ,2 . e 3 referem-se às concentrações utilizadas Os resultados encontrados estão de acordo com A u rvalle ( 1 9 8 1 ) . esse autor concluiu que a presença de resíduos de tetrac icJina em concen trações iguais ou inferiores à 0.05mg/mL não altera os resultados dos testes de peroxidase e fosfatase, i s t o é. as d u as e n z i m as o b t i v eram res u l tados conforme previsto no R I S PO A . Tabela 4 - Fagundes e Molin ( 1 988), utilizando amostras de leite cru e' pasteurizado, avaliaram a interferência da presença de resíduos de antibióticos nos testes de peroxidase e fosfatase e concluíram que a presença de tetracicIina em concentrações iguais ou superiores à 0.25mglrnL interfere no teste de peroxidase tanto no leite cru com no pasteurizado; no leite pasteu rizado concentrações acima de 0.25mg/mL inibem a peroxidase fazendo com que um leite pasteurizado corretamente conduzisse à pensar que o mesmo sofreu calor excessivo, o mesmo ocorre com leite cru na concentração de 0.5mg/mL. Em relação ao teste de fosfatase os autores observaram i nter ferência apenas no leite cru, n o qual a fosfatase foi negativa em concentrações iguais ou superiores à 0.25mg/mL. Esses mesmos autores concl uíram que em c o n c e n trações d e até 0 . 5 mg/mL resíduos de penicilina e estreptomicina não interferem sobre as enzimas peroxidase e fosfatase, em leite cru e pasteurizado. Resultados semelhantes foram encon trados por Barros e Perches ( 1 9 8 I ), esses autores relatam que a presença de resíduos de tetracicIina altera os res ultados do teste de peroxidase, porém as concentrações necessárias são muito elevadas e norma l mente não seriam e n c ontradas no leite, pois 0.05mg/mL equivale à 5g1 1 001. Os resultados descritos no tabela 4. indicam que a p resença de resíd u o s d o s a n t i b i ó t i c o s util izados alterou o resultado do teste d e redutase. A presença dos três antibióticos utilizados ocasionou atraso na redução do azul de metileno; a pe n i c i l i n a causou maior atraso e as concen trações u t i l i zadas se c o m p ortaram de maneira semelhante. o mesmo ocorrendo com a estrepto micina; no caso da tetra c i c l i n a a concentração três se comportou de maneira d i ferente provo cando atraso superior. Tempo(min) 90 Tes t e m u n h a P , ( I O O U I/m l ) P , (200UIIml) P ; (400U I/m l ) T , ( I J.1g/m l ) T, ( 2J.1 g/m l ) T� (4 J.1 g/m l ) E , ( I U I/ml) E, ( 2 U I/ml) E; ( 4 U I/ml) - não reduziu 1 50 210 270 Fagundes e M o l i n ( 1 9 8 8 ) e A l b u querque. Melo e Martins ( 1 996), observaram que concen trações i g u a i s ou s u pe r i o res à 5)1g/mL de tetracicIina, atrasam o tempo de redução do azul de metileno e que a presença de p en i c i l ina em c o n c e n t rações a c i m a d e 5 U IImL p ro d u z fal s a melhora na qualidade bacteriológica do leite. D e acordo c o m o s res u l t a d o s , p o d e - s e observar q u e o u s o de antibióticos deve s e r uma preocupação constante, pois em pequenas concen trações i n d uzem à c o n c l usões errôneas sobre a qualidade do leite. 3.2. Fabricação dos queijos Os tempos gastos para a coagulação do leite, e n c o n tram-se na tabela 5 . Dos a n t i bióti cos utilizados, a penicilina não teve influência no tempo de coagulação, enquanto que a estreptomicina e a tetraciclina prolongaram esse tempo. No caso da estreptomicina o aumento no tempo de coagulação foi proporcional às doses uti lizadas enquanto que para a tetraciclina as concentrações um e dois se comportaram de maneira semelhante e a concen tração três causou u m tempo de coagulação mais longo. O prolongamento no tempo de coagulação do queijo causado pela presença de alguns antibióticos é devido à menor atuação do' fermento e consequente redução na acidificação. Com relação à penicilina, Fagundes e Molin ( 1 9 8 8 ) relatam que concentrações acima de 500 U I/mL retardam o ponto de coag u l ação, sendo q u e o atraso é p r o p o rc i o n a l a o a u m e n t o da con centração, porém o valor máximo u t i l i zado ( 5000 U I/mL) não foi s u ficiente para anular a concentração. Segundo M ohl ( 1 97 6 ) . pequenas c o n c e n t rações d e es t re p t o m i c i n a atrasam a Tabela 5 - 330 390 + + c o ag u l ação dos queij o s . poré m para impedi-Ia seriam necessárias concentrações muito elevadas. A s concentrações utilizadas de pen icilina, estrep tomicina e tetrac i c J i n a não i mpediram a coagulação dos queijos; os resultados descritos na tabela 6 indicam que concentrações de 400 U II mL d e p en i c i l i n a ; 2 U I/mL e 4 U IImL d e estreptom i c i n a e 2J.1g/mL e 4 J.1g/mL de tetraci clina, causaram prejuízos ao aspecto do coágulo causando coagulação deficiente e leve sinérese . Esses resultados demonstram que deve se ter cautela no uso dessas drogas e na seleção do leite a ser u ti l i zado pela i ndústria para a fabri cação d e queijos, a fim de evitar o comprome t i m e n t o da p r o d u ç ã o e c o n s e q u entemente d a qualidade do produto. 3.3. Fabricação de Iogurte Iogurte é o produto obtido através da fermen taç ã o l á t i c a . p e l a a ç ã o d e d o i s m i c r o r g a n i s m os, LaclObacilllls blllgariclIs e Slrep/ococclIs Iherll/ophilllls. É caracterizado por um gel suave. viscoso e homogêneo e possui sabor característico. ( Kosikowisk . 1 97 8 ) e ( Rodrigues. 1 995). Segundo Ol iveira ( 1 99 3 ) , a inc ubação d o iogurte é feita entre 42° C e 4 5 ° C durante 3 a 5 horas, resu l tando em coágulo firme com pH de 4.4 a 4.7. A acidez no iogurte é variável. p H de 3.9 a 4.6 são comuns; entretanto o pH ideal está entre 4.4 e 4.7. nesta faixa o "!lavor" é ótimo e a proporção en tre os dois microrganismos está equ ilibrada ou seja I: I. Souza, 1 99 1 . Pela análise dos resultados apresentados na tabela 6, observa-se que o processo de fermentação l á t i c a e o c o m p o rtamento da a c i d e z , foram i n fl u e n c i ad o s p e l a p r e s e n ç a d o s a n t i b i ó t i c o s II " ., Tempo médio' de coagulação dos queijos. Tem po ( m i n ) Efeito da presença de resíduos de antibióticos no teste de redutase. Pág. 1 7 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Mar/Abr. n° 3 1 3. 54; (5): 1 3- 1 9. 2000 40 50 55 60 Tratamento Estrep t o m i c i n a Pen icilina Tes t e m u n h a X P, X P, X P, E, X Tetra c i c l i n a T, E, X X TJ X X X X "média obtida de quatro observações + + + + + Tabela 6 - Avaliação da coagulação do leite pasteurizado e acrescido de penicilina, estreptomicina e tetraciclina. Parâmetros + + + Tratamento Penicilina Estrep t o m i c i n a Tes t e m u n h a + coágulo +++ P, P, +++ +++ PJ ++ E, +++ digitalizado por E2 ++ EJ ++ Tetra c i c l i n a T, ++ arvoredoleite.org 1 Rev. Ins!. Latic. "Cândido Tostes" , Mar/Abr, n° 3 1 3, 54: (5): 1 3- 1 9, 2000 Pág. 1 8 Tabela 7 Avaliação da fermentação lática' do leite pasteurizado e acrescido de penicilina, estreptomicina e tetrac i c l ina. - Tratamento Estre p t o m i c i n a Pen i c i l i n a Parâmetros Testemunha coágulo " pH PI P, P3 EI E, E3 Tetrac i c l i n a TI T, T, +++ +++ +++ ++ +++ ++ ++ +++ ++ ++ 4,53 4,88 5,03 5, 1 2 4,90 5,01 5,08 4,7 1 4,99 5, 1 0 Fermentação durante quatro horas •• Média obtida de quatro observações • util izados. Ao final de quatro horas de fermen tação, o tratamento tes temun ha, sem adição de antibióticos, atingiu o p H de 4.55 apresentando coágulo homogêneo, compacto e sem exudaçãó de soro. A s concentrações u t i l i zadas de peni cilina e estrep tomicina prej u d i c aram a fermen tação. A p resença de tetrac i c 1 i n a na c o n c e n tração d e I Ilg/mL, poss i b i l i to u a fe rmentação, p o r é m o c o ág u l o fo r m a d o a p re s e n t o u - s e parc i al mente d igerido e com grande exudação de soro. Os resultados encontrados estão de acordo com os obtidos por Aurvalle, ( 1 9 8 1 ) e Fagundes e Molin, ( 1 988), os quais citam que culturas láticas util izadas para a fabricação de iogurte são muito s e n s íve i s aos a n t i b i ó t i c o s e que pequenas q u a n t i d ad e s s ã o s u fi c i e ntes p a ra acarretar dificuldades técnicas de produção. Segundo Buswell et a i ( 1 9 8 9 ) , pequenas concentrações de pen i c i l i na, estreptomicina, tetrac i c l i n a e amox i l ina, re tardam a a c i d i fi c ação, promovem e x u d ação abundante de soro e podem até i n ibir as culturas láticas, impedindo a fermentação. S i l va e Fagundes ( 1 9 9 1 ) , a v a l i an d o a fermentação lática de leite de cabra acrescido de kanam i c i n a , observaram após q u atro horas de fermentação que, concentrações de 0 . 0 1 mg/mL e 0 . 0 2 mg/mL p o s s i b i l i taram a fermentação, porém o coágulo formado apresentava-se parcial mente digerido e com grande exudação de soro e que em con centrações superiores à 0.05 mg/mL ocorreu total digestão do coágulo. Segundo Rodrigues ( 1 995) e Sbampato et ai ( 1 998), ao final da fermentação, o coágulo deve apresentar pH entre 4.5 e 4.7, o gel deve ser liso, brilhante e sem desprendimento de soro ou gases.; o que foi encontrado no tratamento testemunha deste experimento. Todas as concentrações dos antibióticos u t i l i zados neste trab a l h o , i n fl u e n c i aram a q u e d a d o p H e c o nsequentemente o comportamento da acidez; resultados semelhantes foram encontrados por Aurvalle ( 1 98 1 ) e S i l va e Fagundes ( 1 9 9 1 ). Considerando que a cultura lática utilizada na fabricação de iogurte é uma das mais sensíveis à ação dos antibióticos, a triagem do leite à ser utilizado no seu processamento deve ser a mais rigorosa possível, para se evitar prej u ízos para a . industria e saúde dos consumidores. CON CLUSÕES - O t e s t e d e redu tase foi a l terado p e l a pres e n ç a d o s an t i b i ó t i co s i n d i c an d o erroneamente u m a q u a l i d ad e bacterio lógica superior. - A presença de resíduos d e tetracic1ina e estrepto micina causou atraso na coagu l ação do q u e ij o s e n d o que este foi proporc i o n a l à c o n c e n tração u t i l i zada, porém nenhuma c o n c e n t ração foi s u fi ciente para i mpedir a coagulação. - Con centrações de 400 U l /m L de peni cilina; 2 U l/mL e 4 U I/mL de estrepto micina e 2llg/mL e 4 ll g/mL de tetraci c l i n a , i n t e rfe riram na fo rmação do coágulo, causando coagu lação deficiente e l e v e s i nérese, o q u e c o mpromete a prod ução. A c o n s i s tên c i a e h o m o ge n e i d ade d o coág u l o de iogurte formado foram afe tados p e l a p re s e n ç a d o s a n t i b i ó t i c o s , caracterizando a sens i b i l i d ade das culturas láticas à estes anti bióticos. - A q u e d a d o p H e c o n s e q uente desen volvimento d a acidez do i o g u rte foram a fetada p e l a p rese n ç a d o s res íduos de antibi óticos REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁF I C AS Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Mar/Abr, n° 3 1 3, 54: (5): 1 3- 1 9, 2000 A U RVALLE, A.E. Presença de antibióticos no leite. R e vista a h o ra v e te rinária, Porto A legre, n.3, p .20-27. Ago/set. 1 9 8 1 . B A R R O S , V. R . M . ; P E R C H E S , E . M . C . Pes q u i s a de i n i b i d o re s n o l e i t e t i p o " B " d i s t ri b u i d o a o c o n s u m o d a g r a n d e S ã o Paul o . R e vista do InstilulO de L a l icínios Câ n d ido To s l e s , J u i z de F o r a s , v. 3 6 , n . 2 1 6 , p . 3 9 -4 2 . 1 9 8 1 . A n t i b i o t i c/ B R A D Y, M . S . ; K ATZ, S . E . A n t i m i crobial R es i d ues in milk Joumal of Food Proleclion v.5 1 , n . I , p . 8 - 1 1 , 1 9 8 8 . HAWRONSKY, J.M.; ADAMS, M.R.; KYRIAKIDES, A.L Rapid detection of antibiotics in raw milk by ATP b i o l u m i nescence J o umal of Da iry Tec/lIlOlogy. vA6, n . I , p . 3 1 -3 3 . 1 993 IDFS : INTERNATIONAL DAIRY FEDERATION S PECIAL Monograph on residues and conta m i n antes i n m i l k p r o d u c t s . I D F, B é l g i c a, 1 8 9 p . 1 99 1 . K O S I KO W S K I , E Cheese and fermenled mi/k foods. 2.ed. Edwards: Ann. Arbor 1 977. 7 1 1 p. MOHL, H . Antibi otics and m i l k : a contribuition t o the evaluation and solution o f a problem . Disser/alion A bslracls Inlemalional. V. 3 7 , N . I , 1 07 P. 1 97 6 . B R A S I L . Lei s , decretos, e t c . R e g u l a mento d e Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de O r i g e m A n i mal . R I S P O A . A p r o v a d o p e l o D e c reto 3 069 1 , d e 2 8/03/52, alterado p e l o Decreto 1 255, de 25/06/62. Brasíl i a, 1 9 80. OLIVEIRA, J . S . Produção e conservação d e iogurte. Leile e derivados, n . I O, p.34- 3 8 . 1 993. B R A S I L , Secretaria N acional de Defesa A aro pecuária. Laboratório Nacional de Referê� cia A n i mal . MélOdos a n a lílicos oficiais p a ra RODRIGUES, EC. Guia p rálico para elaboração de iogurle e bebida Mclea. Instituto de laticínios Cândido Tostes, Juiz de Fora. 1 995. 50 p. cOl!lrole de produ lOS de origem animal e seus ingredienles. 1 1 . Métodos físicos e químicos. Brasília, 1 98 1 , p.ir. B U RT, R . & W E L L S T E E D , S . Food s a fety l e g i s l at i on i n the d a i r y i n d us try. J o u l'lla/ Soc. iely Dair)' Te clulO/ogy. vA4, n . 3 , p . 8 086, 1 99 1 . B U S W E L L l . J . F. ; K N I G H T, C . H . ; B A R B E R D . M . 1 . Antibiotic persistence a n d toleranc � in the lactating goat following intramammary therapy. l'elerinary Recard. Y. 1 25 , p.30 1 -303. 1 989 FA G UNDES, C.M. Persistência d e antibióticos no l ei te bovino e e m condições experimentais. R e visla do Inslillllo de Lalicínios Cândido Tosles, Juiz de Foras, v.36, n.2 1 6, p.27-30. 1 98 1 FAG UNDES, C.M.; MOLIN, L I nterferência de re s íd u o s d e a n t i b i ó t i c o s n o c o n t r o l e de q u a l i d ad e do l e i te e d e ri vados, Info rme A g ropecuário, Belo Horizonte, V. 1 3 , n . 1 55, p.24-30. 1 988 A L B U Q U E R Q U E , L . M . B . ; M E L O , V. M . M . ; M A RTI N S , S . C . S . I n ve s t i g aç õ e s s o bre a presença de resíduos de a n t i bióticos em leite c omerc i a l i z a d o em Forta l e z a - C E Higiene A limen tar, v. 1 9 , n A I , p . 2 9 - 3 2 , 1 99 6 FURTADO, M . M . ; L O U RENÇO NETO, J . P. d e M . Tecnologia d e que ijos: Man u a l lécnico para a produçâo induslrial de queijos. I .ed., S ão Paulo: Dipemar, 1 994. 1 1 8 p. A S S O C I AT I O N OF OFF I C I A L A N A LYTICAL CHEM I S T S . Offi c i a l m e t h o d s of analysis. 1 2 ed, Was h ington, 1 99 5 . I 094p. GLEESON, P. A . Challenges for dairy farmers in the 1 990. Joumal Sociel)' Dair)' Tec/lIZology vA4, n . 3 , p . 8 6 - 8 9 , 1 9 9 1 . SANTOS, E.C. dos Presença de inibidores no leite fresco e suas consequências Rel'isla do Inslillllo de Lalicínios Cândido Tosles, J u i z de Foras, vAO, n .240, p . 3 - 1 6, J u lJAgo 1 9 8 5 . S B AMPATO, c . G . ; ABREU, L R . d e ; MENDONÇA. A.T Fabricação de Iogurte e bebidas lácteas. Lavras: UFLA, 1 99 8 . 32p. Boletim Técnico. S I LVA, W. P. ; FA G U NDES, C . M . Avaliação da fermentação lática do leite de cabra acrescido do antibiótico kanamicina. Rel'isla do JllslillllO de Lalicíllios Cândido Tos/e.l" J u i z de Foras, vA6, n. 276/2 7 8 , p . 22-25. 1 9 9 1 . S O KOLOW, W. A . A . ; TÉPLY, M . & MEYER, A . Fab ricacion de ProdUClos La cleos. Ed . Acribia, Zaragoza, 343 p . , 1 9 80. S O U S A , G. Fatores d e q u a l i d a d e do i o g u rte. Coleçüo do JTA L, Campinas, v.2 1 , n . l , p.2027. 1 9 9 1 VILELA, S .e. Detecção de resíduos inibidores no l e i te - método d e aci d i fi c aç ã o do i o g urte indi cador. Informe Agropecuário, Belo Hori zonte, v. 1 0, n . 1 1 5 6, p.59-60 J u l h o 1 9 84 WORLD HEALTH O R G A N IZAT I O N . The role o f research and i n fo r m a t i o n s y s t e m s i n d e c i s i o n - m a k i n g fo r the d e v e l o p me n t o f h u m a n for res o u rces for health. Te chl/ical RepOr! Series ( 8 02), Genebra, S uiça, 1 990. digitalizado por arvoredoleite.org l Rev. Ins!. Latic. "Cândido Tostes " , Mar/Abr, n° 3 1 3, 54: (5): 20-22, 2000 Pág. 20 AVALIAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS F ÍSICO-QUÍMICA DE QUEIJOS RICOTA COMERCIALIZADOS EM LAVRAS - MG Salldra Maria Pinto! Luiz ROllaldo de Abreu' lvalla Aparecida da Silveira! Elialla Pinheiro de Carvalho' Celso José de Moura! RESUMO A ricota é um produto considerado leve e dietético, por ser um dos "queijos" mais pobres em gordura e isento de sal na sua fórmula. É portanto um produto indicado pelos médicos aos pacientes que necessitam de uma dieta mais balanceada e mais "light". Com o objetivo de verificar a qualidade físico-química das ricotas comercializadas na região de Lavras, foram adquiridas diferentes marcas no comércio local (em u m total de 5) e levadas ao Laboratório de Laticínios do Departamento de Ciência dos Alimentos da Universidade Federal de Lavras para posterior análises. Os resultados encontrados, no entanto. não foram satisfatórios para todas as marcas analisadas, mostrando que os teores de gordura encontrados (variando de 39'70 a 56'70 de Gordura no Extrato Seco) foram muito maiores que os indicados nos rótulos (variando de 5'70 a 18'70 de Gordura no Extrato Seco), além do prazo de validade ser muito longo para um queijo que é considerado de vida curta. A principal causa deste problema. é adição de leite integral ao soro com o objetivo de aumentar o rendimento e consistência. A solução viável para este problema seria a substituição do leite integral pelo leite desnatado. aumentando assim o rendimento da ricota sem elevar o teor de gordura, e o consumidor estaria ingerindo um queijo muito mais saudável. não prejudicando assim a sua saúde. INTRO D U Ç Ã O A ri cota t e m s u a origem na I tália, onde n o r m a l m e n t e é fab ricada por meio de u m a prec i p i t ação d u p l a a fi m d e reti rar todas as proteínas do leite. No Brasil é produzida usando se soro como matéria-prima e. por isso. é também c o n h e c i d a p o r Q u eij o A l b u m i n a , p o i s e s t a , j u ntamente com a � - I a c t o g l o b u l i n a . são a s proteínas do soro presentes em grande quantidade na Ricota e não são coaguladas pelo coalho, ambas são proteínas fa ci l mente desnat uradas e pre c i pitadas p e l o calor, s o b influência d e acidificação, o que constitui o princíp i o básico da fabri cação da ricota (Furtado et aI . . 1 994). Segundo o D I PaA. Ar!. - 6 1 0 - "Ricota fresca" é o produto obtido da albumina de soro de queij os, adicionado de leite até 20% ( vi n te por cento) do seu volume. tratado convenientemente e tendo o máximo de 3 (três) dias de fabri cação. Deve apresentar: formato cilíndrico. peso variando de 300 g a I Kg. crosta rugosa. não formada ou pouco n ít i d a ; consistência m o l e . não past osa e friável ; textura fechada ou com algumas olhad uras mecân icas; cor branca ou branco-creme; odor e sabor próprios. a princípio de s u a fabricação é baseado na precipitação das proteínas do soro por meio de calor associado à acidificação (internet). 2 A l unos de Doutorado/DCAlUFLA. Professores Adjunto/DCA/UFLA. Embora alguns autores. como Weatheru p. W . . 1 9 8 6 e M o d l er. H . W . , 1 9 8 8 . c i t a m que o método básico desenvolvido para a fabricação da ricota consiste na mistura de 80% de soro e 20% de leite integral. e posterior precipitação a 87°C com ácido cítrico ou ácido acético glacial. esta adição de leite integral aumenta demasiadamente o teor de gordura da ricota. principalmente se o leite tiver um alto teor de gordura. A Ricota pode ser comercializada fresca, condimentada ou até mesmo defumada, sendo esta ú l l i ma prensada antes de ir ao defumador. É um produto de alio valor protéico e baixo valor caló rico, o que auxilia na dieta de pessoas em regime alimentar. Além disso. é comercializada geralmente sem sai o que permite o consumo p o r pessoas portadoras de hi pertensão arterial. Também trata se de um prod uto bastante utilizado em culi nária. Pelo seu baixo teor de gordura e alta digestibilidade. é considerada um produto leve e dietético. a rendi mento da sua fabricação situa-se em torno de 4 a 5% em relação ao vol ume de soro trabalhado. e trata-se de um produto de pouca durabilidade. Pode-se ainda ser encontrada no mercado. uma ricota "culi nária". na qual . no processo de fabricação util iza-se creme de leite para torná-la mais cremosa. mas neste caso. tipo de ricota deverá ser indi cada no rótulo. r Pág. 2 1 . 2000 s". Mar/Abr. n° 3 1 3, 54: (5): 20-22 Rev. Ins!. Latic . "Cân dido Toste c) A n álise de gordur a : O s t e o res d e gordura das amostras foram determinados p e l o m é t o d o de G e rb e r descrito por B RA S I L . 1 9 8 1 . U t i l i zou-se para esta análise uma centrífuga do tipo Gerber da marca FANEM e butirômetro para queijo. Seaundo Furtado el. aI. 1 994. a composição da ricota deve ser a seguinte: 70 a 7 3 % de umidade. 4 a 5% de gordura. pH de 4.9 a 5,3. . A p re o c u p aç ã o c o m a q u a l i d ade d ? s produtos alimentícios vêm crescendo a cada d! a. e baseado no fato de que o consumidor adqUire produtoS como a ricota a fim auxiliar n� contro � e de d i s t ú r bios o rg â n i c o s c o m u m a d t e t a mats saudável. sem gordura ou sal. ou mesmo somente como parte de uma d i eta para con trolar o peso. . . este trabalho teve como objetivo anahsar as d! � ersas marcas de ricota c o merc i a l i zada na regtao de Lavras-MG. a fim de verificar se estão atenden� � as necessidades dos consu midores. que c � mo J a c i tados n ã o s ã o c o n s u m i d ores q ue ad q U l re m 0 . . produto somente por apreciarem mas na matona por necessidade e precaução a certas doenças. d) G o r d u r a no E x t r a t o Seco Total (GES): A gordura no Extrato Seco �otal foi calculada a partir dos dados obtidos na análise de gordura e de Extrato Seco Total. a partir d a seguinte fórmula: G.E.S .• 1. Coleta d as amos tras A s marcas d e R i c o t a e n c o n t radas no c o m é rc i o l o c a l ( e m u m total de 5 ) . foram � devidamente acondicionadas e transportadas ate o laboratório para posterior análises. . . As análises foram realizadas no Laboratono de Laticínios do Departamento de Ciência dos A l iment os da U n i ve rs i dade Fed eral de Lavras localizada no município de Lavras. no sul do Estado de Minas Gerais. f) N i tr o g ê n i o s o l ú v e l e m pH 4,6: Foi determinado pelo método Micro-Kjeldahl, segundo técnica descrita pela A.a.A.C. ( 1 995). o d o de g ) Clor etos: U t i l i zo u - s e o m é t a t i t u l ação com tioc ianato de potás sio pela rtta desc a c i n c é t a do 0 . 1 N. segun A . a .A .C. ( 1 9 9 5 ) . 2. An á l i se s q u í m i c as Após amostrag e m de c a d a p e ç a foram realizadas as seguintes análises: a) pH: a p H das amostras foi medido uti lizando o p Hmetro da marca Hanna 83 1 4, previamente calibrado e provido de ele.. trôdo adequado para análise de quetJo. b) Extrato S e c o Total: O E x t rato Seco To t a l foi d e t e r m i n a d o pelo método g r a v i m é t r i c o p o r m e i o d e es � u fa de . secagem. segundo téCnica descnta pela A . a . A . C . ( 1 99 5 ) . _ % gordura x 1 00 Extrato Seco e) Nitrogênio Total (NT): As determin�ções . do nitrogênio total foram fetlas a parttr do método M i cro Kj eldahal. descrito pel � A . a . A . C 1 995. E a proteína total fot o b t i d a a p ar t i r da m u l t i p l i c ação dos . valores médios de porcentagem de mtro gênio total pelo fator 6.38. MATERIAL E MÉTODOS Quad ro 1 = RESULTADOS E DISCUSSÃO Após a a q u i s i ç ão das a m ostras. foram anotadas as informações contidas no rótulo de cada amostra, cujos dados encontram-se no quadro I : S e "' a u n d o o a rt i g o 6 1 0 d o R . I . I . S . P OA (DIPaA) a ricota fresca deve ter no máxim o três . d i as de fab ricação. Todas as marcas analtsadas estabelecem prazo de vali dade d e 30 d ias. Pa� a q u e e s s a e x t e n s ã o no p ra � o de v a � i d a � e seja . conseguido faz-se necessárto m o d l fl caço:s nas técnicas de e laboração o que leva a alteraçoes na composiçãO do queij o . Essas alterações, mut las s adqui ridas no merc ado de Lavra s. Dado s indic ados nos rótulo s das ricota A m o s t ra* Fab. VaI. G .E.S. PT% Energia ( Kcal) I 2 3 4 5 1 91 1 2/99 26/ 1 2/99 04/0 1 /9 9 2 8/ 1 2/99 1 8/ 1 2/99 1 9/02/00 24/02/00 03/02/00 1 3/02/00 02/02/00 1 8% 5% 1 5 % (máx) 5'70 1 5% 1 4% 1 0.5% - 128 80 1 98.8 - • RegIstro no S I F e 1 M A digitalizado por arvoredoleite.org 1 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Mar/Abr, na 3 1 3, 54: (5): 20-22, 2000 Pág. 22 vezes faze m c o m q u e o q u e ij o n ão atenda às necessidades do consumidor, principalmente e m relação ao valor c a l ó r i c o , u m a vez que m uitos consumidores adquirem ricota, com o objetivo de consumir u m produto de baixa caloria. O s d a d o s refe re n te s às a n á l i ses fís i c o químicas encontram-se na tabela I . Existe uma discrepância entre os resultados obtidos e aqueles constantes nos rótulos, principal mente com relação à "gordura no extrato seco". Observa-se que na amostra I , a porcentagem de gordura no extrato seco an alisada (49%) foi quase três vezes superior àquela indicada no rótulo ( 1 8 % ) ; e m u i t o acima da composição esperada para um queij o considerado com baixo teor de gordura (4-5%). N a a m o s t r a 2 , o mesmo o c o rreu p ara Gordura no Extrato Seco, rotulada como sendo 5% e na análise foi obtido u m valor de 54%, o u seja 1 0 vezes m a i s que a i n d icada. Neste rótulo estava ind icado também o teor de proteína total como sendo d e 1 4 % e enco ntrado um valor de 1 2 , 8 9 % , essa l i g e i r a d i m i n u i ç ã o fo i p ro v a velmente em função do elevado teor de gordura, que consequentemente d i l u i u o teor de proteína. Já na amostra na 3; O teor de gordura foi um pouco mais do dobro do indicado no rótulo ( 1 5% no máximo), sendo o resultado obtido de 39%, e o teor de proteína total i n d i c ado era de 1 0, 5 % s e n d o encontrado 1 2 , 3 1 % . A a m o s tra d e n a 4 , h o u v e u m a grande discrepância entre o teor de gordura constante no ró t u l o e aquele anal i s ad o . Enquanto no ró t u l o estava indicando 5% de Gordura n o Extrato Seco, a análise constatou um teor de 56%, o u ·seja 1 0 vezes mais d o que o indicado. E finalmente a amostra na 5 , mostrou ter 3 vezes mais gordura do que anunciado no rótulo que era de 1 5 % e na verdade foi de 49%. Ve r i fi ca - s e p o r t a n t o , que em todas as a m o s t ras a n a l i s a d a s , n e n h u m a d e l a s estavam condizentes com os dados especificados no rótulo, apenas o pH (4,9-5,3) e os teores de sal, encon travam-se dentro das faixas estabelecidas. O teor de g o r d u ra n o e n t a n t o merece u m a atenção especial devido principalmente ao consumidor que J CONCLUSÃO D e posse destes resultados, conclui-se ser preocupante a s i tuação d a ricota i n d ustrializada n a região, e como j á foi descrito a i mportância deste produto principa l mente para pessoas com p ro b l e m as d e c o l esterol que o c o n s o me m por indicação médica, este consumidor está ingerindo u ma quantidade m u i t o maior de gordura do que espera, podendo ser prej udicial para saúde, além de sacrificarem n u m a dieta que obviamente não trará os res u ltados esperados. Uma s o l u çã o para este t i p o de pro b lema, seria a utilização de leite desnatado e m substituição ao leite integral, pois assim estaria aumentando o rendimento e consistência do queijo sem aumentar o seu teor de gordura, e esta gordura poderia ser utilizada no próprio laticínios para fabricação de outros produtos como manteiga, requeijão, etc. REFERÊNCIAS B I B LIOGRÁFICAS w w w.agridata. m g . g o v. br/pesq u i s as/t e c n o l o g i a queijo/pater i c o t a . h t m Furtado, M . M . ; L o u r e n ç o N e t o , 1 . P. M . d e . Tecnologia d e Queijos - Manual técnico para a produção i n d ustrial de queij o s . Val i n hos. 1 9 94. 1 1 8 p. Sandra Maria Pintai Celso José de Moural Luiz ROl/aldo de Abreu2 Patrícia Rodrigues Silveiral 1 . INTROD U Ç Ã O �r írí · I l' <, " I! I. !� M o d l e r. H . W. Dev� l o p me n t of a c o n t i n u o u s process for the production o f Ricotta cheese. Journal of Dairy Science; v.7 I , n . 8 , p . 20032009. Canada, 1 9 8 8 . !, ir .t Weatherup, W . The effect of processing variables on the y i e l d and quality o f R i cotta c heese. D a i ry l n d u s t r i e s I n t e rn a t i o n a l ; v . 5 1 , n . 8 , p .4 1 -4 5 . il T l t 1 Tabela 1 Resultados d a s análises d a s c i n c o marcas d i ferentes de ricota, quanto ao p H e a o s teores d e Gordura ( G ) , E xtrato S e c o T o t a l ( E . S .T), G o r d u ra n o Extrato S e c o ( G . E . S ) , Proteína T o t a l ( PT), Nitrogênio S o lúvel (NS) e C loretos (CI) I - 2 3 4 5 Pág. 23 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE A UTILIZAÇÃO DA CROMATOGRAFIA NA PESQUISA EM LATICÍNIOS adquire esse p r o d u t o na i ntenção de c o n s u m i r m e n o s calorias. M I N I S TÉ R I O D A A G R I C ULTU R A - R e g u l a mento da I nspeção I ndustri al e Sani tária de produtos de origem animal - R I S PO A Amostra Rev. Ins!. Latic. "Cândido Tostes", Mar/Abr, na 3 1 3, 54: (5): 23-29, 2000 PH G (%) E . S . T. ( % ) G.E.S. (%) PT ( % ) NS (%) CI ( % ) 5,03 5,68 5,06 4,80 1 9,5 1 8,5 1 2,0 1 9,0 20,0 40,0 34,0 3 1 ,0 34,0 4 1 ,0 49,0 54,0 39,0 56,0 49,0 1 3,52 1 2,89 1 2, 3 I 1 3,65 1 3,9 1 1 ,34 0,89 0,89 1,15 1 ,34 1 .0 5 0,64 0,35 0,64 0,23 I A abertura do mercado torna cada vez mais acirrada a competição em todos os segmentos da e c o n o m i a . Produtos que o u trora t i nham c o m o concorrentes apenas a s i ndustrias locais e/ou no máximo algumas nacionais a partir desse fato tem como concorrentes todo o mundo. Essa compe t i ç ão l e v a as i n d ú s t r i as a b u s c ar c o nstantes melhorias de qualidade, segurança ao consumidor e eficiência e m seus processos buscando redução de custo para garantir sua competitivi dade. Para que isso seja a lcançado a defini ção de padrões técni cos para seus produtos e formas de auditá l os tornaram i m p erantes para sobrevivência e crescimento das empresas. O setor de Lat·icínios não foge a esta regra. Desde a abertura do mercado brasileiro vemos a cada dia novas marcas de produtos originados de várias partes do mundo sendo comercial izados nas mesmas pratelei ras onde antes só encon trávamos produtos nacionais e muitas vezes locais. E boa parte desses p r o d u t o s i mp o rtad o s , por várias razões, oferecem maiores qualidades e preços mais atrativos em relação aos produtos nacionais . A d e fi n i ç ão de padrões técnicos para os produtos l ácteos depende de vari áve is como a m atéri a p r i m a , a t e c n o l o g i a e m pregada nos processos, os ingredientes e etc. A avaliação dessas variáveis dependem de métodos a n a l íticos efi c i entes. Devido às caracterís t i cas dos compo n e n tes d o l e i te este é atacad o fac i l mente por m i crorganismos deteri oradores a l é m de conter enzi mas e substratos que pod erão desencadear reações que depreciam a quali d ad e dos produtos e m suas características de sabor, aroma e cor e etc. Esses fatos mostram a necessidades de métodos analíticos eficientes e que dêem resultados rápidos para que possam ser tomadas as medidas corretivas antes que o produto vá para o mercado. O uso das técnicas cromatográficas tem sido u t i lizada e m d iversos a l i mentos para determinar os c o m p o s t o s p resentes nas a m o s t ras destes a l i mentos. Em i o g u rte a cromato grafia tem-se I 2 d i s t i ngu i do p r i n c i p a l me n te para determ i n a r os c o m p o s t o s v o l á t e i s q u e c o n ferem o c h amad o "flavor" (aroma e sabor) ao produto. O "flavor" de um determ i n a d o p ro d u to é o p r i n c i p a l responsável pela aceitabi lidade deste no mercado, o i o g u rte p o s s u i propriedades organ o l é p t i c as como sabor e aroma agradáveis que aumentam s e u c o n s u m o , p r i n c i p a l m e n t e p e l as c r i a n ç a s . Gonzalez, S . et a I . , 1 9 94, afirmam que crianças consomem iogurte pelo seu "flavor" mais do que q u a l q u e r o u t ro fator. R a s i é e Kurmann, 1 97 8 , atentam para o fato d e que m u i tos ali mentos processados possuem um alto valor nutritivo, porém possuem sabor e aroma desagradáveis e não são bem aceitos, já o i ogurte além de possuir um "flavor" agradável, é um a l i mento al tamente nutri t i v o . Técnicas cromatográficas a l é m de dete rminar compostos aromáticos, é util izada para determinar os compostos orgânicos que são particul armente i mportantes nas propriedades fi nais do proces samento de a l i m e ntos, por serem c o nservantes naturais c por con ferir características sensoriais ao prod uto. A l guns ácidos orgânicos são tidos como possíveis fato res de cura e prevenção de certas doenças; o ácido láctico tem sido relatado como ini bidor de certas bactérias patogênicas em iogurte. O ácido orótico é um fator de crescimento para l actobac i l os e foi i d e n t i fi c ad o c o m o u m possível componente d o leite q u e pode red uzir a incidência de cholesterolemia em humanos. Os outros ácidos orgânicos presentes no iogurte como cítrico, pirúvico, úrico, fórmico, acético, propiônico, butí rico, hipúri c o entre outros têm sua i mportân c i a particular e extremamente i mportantes n o contexto geral da qualidade do iogurte. APLICAÇÕES DA CROMATOGRAFIA EM QUEIJO Para a indústria de queijos é interessante o conhecimento da composição do leite em todos os seus componentes para que se possa obter o máximo em qualidade e produtividade com este leite. Dos compone ntes do l e i te as proteínas têm u m A l u no (a) do curso de pós-graduação em Ciência dos A l i mentos/UFLA. Professor Adjunto do Departamento de Ciência dos A l i mentos/UFLA. digitalizado por arvoredoleite.org Pág. 24 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Mar/Abr, na 3 1 3, 54: (5): 23-29, 2000 papel fundamental tanto econômica como tecnolo gicamente, pois estas apresentam funçôes estruturais e na composiçâo do flavor dos queijos. Nem sempre conhecer o valor de proteínas total do leite significa que este leite proporcionara um produto de boa quali dade e com o custo de produção desejado. I mportante é que se conheça as frações protéicas presentes, as vezes um alto teor em proteína medido apenas pelo teor de nitrogênio pode conter pepitídeos e aminoácidos derivados das proteínas já hidrolisadas o que não é interessante tecnologicamente. Não menos importante são as reações que ocorrem com a gordura do l e i t e , c o m p o n e n te i m p o r t a n t e n a s caracterís t i c as d o s q u e ij o s tanto no aspecto d o sabor quanto d a textura e f1avor. Após a fabricação, d u rante o período de cura e n o m e r c a d o , há a i n d a o i n t e re s s e do industrial e m acompanhar a evol ução das modi ficações que ocorrem nos queijos p ara se garantir a qualidade deste na mesa do consumidor. O queijo é um produto lacteo que sofre maturação na qual ocorrem vários processos e reações fisico-químicas e bioquímicas que determinam suas características fís icas (consistência, textura, cor, aroma, etc) e a formação e definição de seu f1avor pela liberação de compostos v o l áteis e o u tros componentes do sabor caracterís ticos do queij o . Esses processos p o d e m e d e v e m ser a c o m p a n h a d o s p a ra a padroni zação e man u t e n ç ão d a q u a l i d ade d o s q u e ij o s . U m a t é c n i c a a n a l í t i c a q u e p o d e s e r e m pregada p a ra o e s t u d o d o s p r o c e s s o s q u e ocorrem durante a maturação d e queijos p o d e ser a cromatografia, dado as s uas caracterís t i cas e eficiência, possibil itando um acompanhamento e compreensão do que oco rre com o produtos. Cromatografia e proteólise em queijos A hidró l i s e das proteínas do leite é parte normal do processo de fabricação da maioria dos queij o s . Essa proteólise tem i n íc i o na formação da coalhada pelo uso de uma enzima que promove a quebra da fração protéica lC-caseína e a partir daí a formação da coalhada. E durante o processo de cura dos queijos a proteólise é contínua e mais acentuada, porém promovida por enzimas micro b i a n as e m s u a maioria, n a t u rais d o l e i te e em m e n o r p arte por res í d u o s da e n z i m a u s a d a na coagulação d o leite. A proteólise durante a cura do queijo pro move alterações na estrutura do queijo, textura, consistência e a l i beração d e outros compostos n o q u e i j o que i rã o c o m p o r o s a b o r e a r o m a característico desse queijo. O nível a q u e se chega a proteólise deve ser constantemente monitorado para se evitar a perda de produtos e o u a qualidade. A cromatografia pode ser uma ferramenta a ser empregada nesse acompanhamento. A proteólise libera pepitídeos podendo chegar a l iberar aminoácidos, dependendo do grau a que esta chega. K u m a e Kham ( 1 99 2 ) determinaram a concentração de aminoácidos l ivres e m queijo M u s sarela u s a n d o a cromatografi a e m papel e correlacionara m os res u l t ad o s encontrados com testes sensoriais. A conclusão a que estes autores chegaram é que os aminoácidos l ivres encontrados foram responsáveis pelos altos escores atribuídos, pelos provadores, aos queijos com maiores concen trações desses aminoácidos. Rampille et aI. ( 1 997) aplicaram análise de H PLC d e fase reversa para determinar pepitídeos de médio a baixo peso mole cular, na busca de u m método para avaliar o grau de maturação de qu!!ijos (extensão de proteólise) e acompanhamento do processo de cura. Para isso foi feita a extração da fração s o l úvel a pH 4,6 dos queijos italianos Crescenza, Pecorino, Toscano e Grana Padano. No sistema empregado os compo nentes hidrofílicos foram e l uídos e m uma fração mais rápida e n q u an t o os h i d ro fó b i c o s foram retardados. Essa técnica permite a determinação dos principais componentes da proteólise nos picos de el uição. Também R a m p i l l e e Rosemberg ( 1 995) utilizaram a mesma técnica para isolar produtos de proteólise em queijos Cheddar de alto e baixo teor de gordura. Concluindo que o método apresenta resultados excelentes a várias e detalhadas infor mações sobre e durante a cura dos queijos. Outro resultado e n c o n t rado por esses a u tores é que a relação de aminoácidos hidro fóbicos/hidrofílicos caíram ao longo d a maturação do queijos. Para e s t u d a r a s m u d an ç as p ro t e o l ít i c as ocorridas d u rante a c u ra de q ue ij o s Parmesão, Mayer, Rockenbauer e M l cak ( 1 99 8 ) , u t i l i zaram urea-PAGE para caseínas e análise de HPLC para aminoáci d o s l i v res e método de Kje l dahl para nitrogênio solúvel. A conclusão a que estes autores chegaram é que a determinação dos aminoácidos li vres por HPLC e as caseínas livres não fornecem informações s uficientes para avaliação da atividade endopepitido lítica em queijos Parmesão típico. Chianese et aI. ( 1 993) utili zaram a croma tografia de troca iônica, S DS PAGE e gel isoelé trico de poliacrilamida para verificar proteólise em soro em pó originado dos queijos grana e provolone. Foram encontradas várias frações parc ial mente desnaturadas d e v i d o ao alto tratamento térmico aplicado ao soro para secagem. A l g u mas dessas frações são CI. - l a c t a l b u m i n a e j3 - l a c t o g l o b i l i n a , soralbumina, imunoglobulina-G e lactoferrina. Addeo et aI. ( 1 994) analisaram a fração de nitrogênio não protéico (NPN) de queijo Parmigiano Regiano, com 6 e 1 5 meses de cura, utilizando a c r o m a t o grafia d e t r o c a i ô n i c a para s e p a rar oligopepitídeos. Sendo que os principais compo n e n t e s e n c o n t ra d o s forám o s fos fo p e p i t íd e o s intactos e p arte de pepitídeos n ã o fosforilados que Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes ", Mar/Abr, na 3 1 3 , 54: (5): 23-29, 2000 corresponderam a 1 9 pepitídeos, sendo esses origi nados da hidrólise da j3-caseína e pertencente às regiões da cadeia entre os aminoácidos I a 20 e 6 a 28. A anál ise d o grau de proteólise em queijo fornece várias i n formações, entre elas a avaliação da idade do queijo e a velocidade com que está se d an d o a p ro t e ó l i s e , proporc i o n a n d o assi m ao i n dustrial que se tome as devidas medidas para controlar o processo evitando a perda de qualidade ou até a perda do prod uto. Leaver et aI. ( 1 994) u t i l izou a cromatografia HPLC, para aval i ar a aceleração da maturação em queijo Cheddar. Para isso analisaram queijos que foram adicionados de e x t rato de e n zi mas de bactérias l át i cas que promoveram a proteólise do queijo rapidamente. Foram efetuados testes sensoriais e cromatográficos, os queijos fabricados com o extrato de enzimas foram muito bem aceito nos testes sensoriais mas. o perfil dos compostos solúveis em água, determinados por H PLC, mos traram s e r d i ferentes dos queijos fabricados com o extrato de enzimas e os queijos fabricados pelo processo tradicional. Esse resultado leva a concluir que o mecanismo de proteólise do tratamento versus o controle é d i ferente. Furtu l a et. ai ( 1 9 94) apli caram extrato de queijo Cheddar ( fração solúvel em água) em uma coluna de octodec i l , vinil álcool e copoli meros e acoplada ao sistema de HPLC que usa um sistema de auto amostragem de alta confiabilidade e repeti tibilidade. Dois grupos de amostra de queijos foram preparados com várias idades 3, 6 e 9 meses de cura, e um grupo de amostra de queijo que sofreu um processo de cura anormal ou injuriados e fo i a p l i c a d o t e s t e e s t a t ís t i c o de P C S ( p r i n c i p a l component s i m i l ari ty ) . Onde pode ser v i s t o que o queijo que s o freu u m processo de maturação anormal, ou injuriado, apresentou vários compostos que descaracterizaram o queijo. Treze fos fo l i pídeos de b a i x o peso mole c u l ar foram e n c o n t rados e i s o l a d o s d a fração solú vel e m água do queijo Comté. Por me i o da purificação da amostra em coluna gélica e H PLC d e fase reversa e p o s teri o r i d e n t i fi c ação em espectrometria de massa. Os pepitídeos isolados são o ri g i n a d o s d as c a d e i a s d e b b - caseína e provavelemte s ã o componen tes i m p o rtantes no sabor do queijo ( Roudot-Algaron et aI., 1 994). Sing, Fox e Healy ( 1 995) usaram diafiltrado de um extrato solúvel em água de queijo Cheddar e isolaram pepitídeos por cromatografia DEAE cel u l ose, com gradiente de sal e H PLC de fase reversa. A s s i m identificaram os p e p i t ídeos, e a sequenc i a de a m i n oácidos da c a d e i a foi deter minada por espectrometria de massa. Quarenta e cinco (45) aminoácidos identificados foram origi nados da j3-caseína e 6 originados da CI.-S I Caseína. A origem desses aminoácidos é explicada com base no conhecimento da especificidade das proteinases Pág. 25 de l actococos empregados como Starter no processo de fabricação do queijo. Uso da C r o m a t o g ra fi a no estudo d o s a b o r em queijos o sabor em queijos é u m a variável deter minante de características próprias de cada queijo. As formas de se pro d u z i r q u e ij o s com caracte r í s t i c a s d e f i n i d a s d e p e n d e m do p ro c e s s o d e fabricação a o qual originou este queijo assim o c o n h e c i m e n t o e acompanhamento d o sabor d o queijo é d e fundamental importância na produção de queijos com qualidade padronizada. São vários o s compostos que c o n t r i b u e m com o s ab o r d o queijo então a s técnicas d e cromatografia podem ser uma ferramenta de grande uti lidade na tarefa de conhecer ao máximo estes compostos e suas origens para que dessa forma se possa preven i r problemas de sabor e f1avor e m queij os. Christensen e Reineccius ( 1 995) analisaram compostos voláteis em queijo Cheddar velho, 3 anos. Os v o láteis foram iso lados por des t i l ação molecular e posteriormente analisados em croma tográfo a gás u s an d o c o l u n a c o m b i n a d a c o m o l fatometria para identificar o aroma desses com postos volátei s . Foram detectados o s seguintes prod utos : etil acetato; 2-metilbutanol; 3-metilbu tano l ; diacet il ; etil butirato ; etil caproato; acido acético; metional; ácido propiônico; ácido butírico; ácido va1éri c o ; ácido capro i c o ; ácido cáprico: e ácido laurico. Compostos esses que podem ou não ser interessantes ao sabor e flavor dos queijos. Gonzalez et aI. ( 1 995), util izaram análise de HPLC de fase reversa para determinar o perfil de pepitídeos de vários queijos artesanais da Áustria e Espanha. Concluiram que cada queijo apresenta um perfil característico, e urna relação de aminoácidos hidrofílico-hidrofóbico diminui consideravelmente ao longo da cura, portanto este tipo de análise é de muita utilidade na determinação da idade de um queijo. Análise de headspace de queijos Cheddar por meio de cromatografia gasosa m u l t i d i me n s i o n a l d o t a d o d e e q u i p a m e n t o para s n i ffi n g , demonstrou a presença d e 5 aldeídos, 6 cetonas, 8 álcoois, 3 esteres, l i hidrocarbonetos, 3 com p o s t o s s u l fu r ad o s . F i c o u c o m p r o v a d o que o s esteres, aldeídos, metil cetonas, e o s compostos s u l furados causam i mpacto d ireto no aroma d o queijo Cheddar devido a s características desses compostos (Arora, Cornier e Lee, 1 99 5 ) . Frações solúvel em á g u a de vários tipos d e queijo foram analisados para caracterizar o s compo nentes que podem contri b u ir com o flavo r d o s queijos comparativamente. Após o isolamento d a fração solúvel foi aplicado H P L C de fase reversa p ara d e t e r m i n a r os c o m p o s t o s q u e p o d e r i a m i n terferir n o fl avor d e s s e s qu eij os causando a s digitalizado por arvoredoleite.org Pág. 26 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Mar/Abr, na 3 1 3, 54: (5): 23-29, 2000 d i ferenças entre os mesmos, e foram encontrados pepitídeos de cadeia curta, aminoácidos l i v res e ácidos graxos livres, todos produtos de quebras de proteínas gorduras. (Engels e Visser, 1 994). S a l le s e t aI. ( 1 99 5 ) u t i l i zaram a croma tografia g é l i ca em sephadex G 2 5 para separar compostos solúveis em água de queijos Comté, e as frações e x t raídas foram u t i l i za d as p ara e x p e rimentos com a n á l i s e sensorial. Verificaram q u e algumas frações apresentaram flavor interessante, e as análises físico-químicas mostraram que estas características estavam mais ligadas à presença de aminoácidos l ivres do que a pepitídeos. Assim os autores apresentam a hipótese de que haja um efeito sinergístico entre aminoácidos livres ou aminoácidos e o u tros c o m p o s t o s c o m o os s a i s . C o n c l u íram também que as frações que continham mais ami noácidos li vres eram mais aromáticas. B arbieri et a I . ( 1 9 9 4 ) estudaram fraç ões voláteis de queijos Parmesâo de origem e idade conhecida. Para isso usaram a técnica de headspace em cromatografia gasosa. Foram identificados 1 67 c om postos den tro das segui ntes c l asses predo m i n a n t e s : 2 3 hi drocarbo netos, 1 9 ald eí d o s , 1 9 cetonas, 29 álcoois, 24 esteres, e 25 ácidos. Com a t é c n i c a d o h e a d s p ace foram a m o s t rad o s o s c o m p o s t o s m a i s v o l át e i s d e m o n s trando m a i o r eficiência q u e a técnica da déstilação q u e é mais eficiente para os compostos menos voláteis como os compostos de cadeia longa que é sabido não ser tão importante no flavor desses queij os . Panari e Fil i pi ( 1 997) estudaram mudanças no conteúdo de ácidos alifáticos de cadeia curta em queijos Parmigiano-Reggiano, 60 amostras de queijos de 5 a 24 meses e 3 massas recém coalhadas foram analisados por H PLC. Foram encontrados os ácidos fórmico, acético, propiônico e butírico por d e s t i l ação e m H P L C mostrando uma boa re pro d u t i b i l i dade e os res u l tados foram seme l hantes aos obtidos por Cromatografia Gasosa. S a n d r i e t a I . ( 1 9 9 7 ) acompan haram o desenv o l v i mento da lipólise durante várias fases da cura de queijo Parmigiano-Reggiano. Para isso u t i l izaram 48 queijos de 3 a 28 meses de idade pocedentes das regiões de Parma e Regio Emilia na Itália e em estações sazonais diferentes. A gordura foi extraída com eter e t i l heptano e os ácidos graxos l i vres determinados por coluna capilar em cromatografia gasosa. Foi verificado u m aumento progressivo nos teores de ácidos graxos livres ao longo da cura deixando claro que os teores de ácidos graxos l ivres podem também ser utilizados para verificar a idade dos queijos. Jou e Harper ( 1 99 8 ) analisaram o flavor de 5 q ueij o s S u íços s e n d o um qu eij o com 0% de g o rd u ra, o u tro n o r m a l , o u tro com 33% menos gordura, um suave e o último um queijo comercial, essa seleção previa mostrou que os queijos apresen- tavam d i ferentes caracterís ticas de flavor. Foram analisados os headspace de 5 gramas de cada queijo triturado e colocados nos fras cos selados. A ex tração dos voláteis dos queijos foi feita por Solid P h a s e M i cro E x t rac t i o n ( S PME/GC). Foram observados p adrões d i s t i n t o s para cada q u e ij o analisado. Foram encontrados o s seguintes ácidos voláteis que compoem o flavor nos queijos Suíços, para o queijo sem gordura a maior concentração foi de á c i d o proiônico s e g u i d o do I s ovaléri co, B utírico, Acético e Hexanóico. Para o queijo normal foram detectados Ac. Pro p i ônico, Acético, B utí rico, Isovalerico, hexanóico respectivamente. Para o queijo reduzido em gordura foram dectados Ácido propiônico, Isovalérico, Acético, B utírico e Hexa nóico respectivamente. Para o queijo mais suave foram encontrados Ácido B utírico, Ácido propiô nico, Acético, Isovalérico e Hexanóico, porém todos esses compostos se apresentam em concen trações significativamente menores que os encon trados n o s queijos m a i s aro m át i c os d e s te experi m e n t o . Para o q u eijo comercial foram encontrados Ac. Pro p i ô n i c o , B u tírico, Acético, Hexaóico e Isovalérico respectivamente. Moio e Addeo ( 1 99 8 ) estud aram o aroma de queijos Parmesão u t i l i zando a croamtografia gasosa de alta resolução ( HRGC) e espectometria de massa. A conclusão a que estes autores chegaram foi que o aroma desses queijos é composto por 3 1 c o m p o n e n t e s s e n d o q u e d e s tes 2 7 j á são bem conhecidos. Foi observado que o odor de frutas no queijo ainda fresco desapareceram ao longo da cura enquanto um aroma mais complexo composto de derivados da gordura parecidos a noz, batata assada e odor de terra apareceram. C h a v arri et a I . co m p ar o u d o i s m é t o d o s analíticos para a detemi nação de ácidos graxos livres para amostras de queij os . Um método foi cromatografia de fase ligada, aminopropil-l igado, fazendo a injeção do ácidos graxos l i vres d i re tamente no cromatográfo a gás, o outro método a gordura e x t raída foi tratada c o m h i d ró x i d o d e terametilamonio e os derivados metil esters foram colocados no injetor. Os autores concluíram que as maiores diferenças entre os dois métodos de análise se deu com os compnentes de cadeia curta. APLICAÇÕES DA CROMATOGRAFIA E M IOGURTE D e te r m in a ç ã o de c o m p ostos v o l áteis e m i og u r t e N o s l e i t e s fer m e n t a d o s q u e s e fabricam atualmente, como o iogurte, o aroma proveniente da fruta e de outros aditivos têm uma importância insignificante. O aroma característico se deve a metab ó l i to s prod u z i d o s p o r c u l turas " s tarter". Pág. 2 7 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Mar/Abr, na 3 1 3, 54: (5): 23-29, 2000 Formam-se u m grande número de compostos que podem contribuir para o aroma e sabor ("flavor" ), porém entre eles o mais importante é o ácido láctico e os compostos carboni l o : acetaldeído e diacetil (Varnam e Sutherland. 1 994). O ácido láctico é o principal componente do aroma e sabor de todos os leites fermentados. a quantidade em que se encontra presente determina a aceitabilidade do produto e o excesso, a l tera o aroma e sabor. A i mportância relativa do acetaldeído e do diacetil varia em função da cultura "starter" utilizada. No caso do iogurte e produtos similares, o acetaldeído é o componente dominante, detectável no aroma e sabor quando o pH do iogurte descer para 5,0. Os níveis máximos se produzem quando o pH é de 4,2 e o composto se estabiliza a um p H de aproxi madamente 4,0. A quantidade de acetaldeído que se produz aumenta quando eleva o s s ó l i d os do leite e como conse quência dos tratamentos térmicos e s t i m u l a m o crescimento de c u l t u ras "starters". O d i a c e t i l está presente em q u a n t i d ades organolépticamene i mportantes s omente quando n a cul tura "starter" está presente o Llact;s ssp. LllCtis biovar dillcetylllctis e espécies de leuconostoc. A acetoína, que também está presente em quanti dades importantes. não poss ui aroma nem sabor. p o rém pode o x i dar-se a d i a cet i l . A s b actérias l ácteas pro d u z e m etanol em s e u metab o l i s m o . porém a quantidade é muito pequena. S e g u n d o M o nnet et a I . . 1 9 9 4 . a cro m a tografia gasosa com headspace automático. tem sido u t i l i zada em experimcntos para determinar compostos v o l áteis e m leites fe rmentad o s , i n c l u i n d o d i a c e t i l p o r p o s s u írem p ropriedades aromáticas. O ácido a-acetoláctico, produzido pelas bactérias lácticas, é um c o m p o s t o i n s t ável e é q u i m i c amente t r a n s fo rm a d o em acet o n i n a e diacetil durante a incubação a 85"C em amostras de headspace, principalmente a fim de superestimar as concentrações de diacetil em leites fermentados. Entre n u merosos métodos descritos para análise de diacetil, o de Westerfeld, 1 945, que é um método de determinação colorimétrica. mediu a quantidade de diacetil e acetonina. mas as concentrações de diacetil em produtos lácteos foram muito baixas (O a 8 mg/l) em realação a acetonina (O a 300 mgl!). De acordo com Thornhill and Cogan. 1 9 84, análises direta por cromatografia gasosa é d i fícil porque a água e outros componentes dos produtos lácteos possuem um efeito desfavorável na credi bilidade do método. O uso de provas com headspace automático e l i mi n ará esta d e s v antagem porque somente o vapor está presente, pois o l íquido é previamente aquecido, e injeta-se apenas o vapor na coluna. O áci d o a-acetol áctico (ALA) é um c o m p o s t o i n s t á v e l f!' e s p o n t a n e a m e n t e descar boxilado para acetonina e também é transformado em diacetil em condições de oxidação. Veringa et ai, 1 9 84 e J o rd a n and C o g a n . 1 9 8 8 mostraram em seus experimentos que a presença de ALA foi s u p e res t i m a d a porque o c o mp o s t o foi o x i d a d o durante a análise. B actérias l ácticas q u e utilizam citrato. e m particular LellcOIlOsroc sp . . frequen t e m e n t e a c u m u l a m A L A e m c u l t u ra m é d i a , e n t re t a n t o , M o n ne t e L al . , 1 9 9 4 . e s t u d aram a influência do ALA em ensaios com diacetil usando cromatografia gasosa d e heads pace, u t i l i z a n d o p a r a o e s t u d o u m a m i s t u ra de Lellcol! ostoc mesel!teroides ssp cremor;s e lactococclls lactis ssp lactis, mostraram que Lellcol!ostoc meselltero;des ssp. cremor;s transformaram o ácido cítrico d o leite e m diacetil e acetonina n u m pH ácido mas não m u i t o a c i d i fi c a d o e t e n d o a s s i m que s e r c o m b i n a d o c o m c u l turas a c i d i ficadas c o m o a s espécies de L.lllCtis ssp.lactis em ordem para produzir uma coagulação láctica. A produção de diacetil foi investigada no que diz respeito ao potencial redox e a presença de ALA, concluindo que o potencial redox foi alto e ALA foi parcialmente transformado e m d i ac e t i l h av e n d o u m a u m e n t o c o n s i derável d e diacetil em condições aeróbicas. Keneife l et. a I . . 1 9 9 2 , avaliaram c u l turas "starters" de mesófilos, verificando suas proprie dades bioquímicas, sensoriais e microbiológicas, sendo que para determinação dos compostos de fl avor foi u t i l i zada a c ro m a t ografia gasosa d e headspace. p e l o método d e s c r i t o p o r Ul bert h . 1 9 9 1 . c o n c l u íram q ue o "flav or" d a s c u l t uras analisadas é principalmente governado por d i acetil mas é i n fl u e n c i a d o p e l a s c o n ce n traçõcs d e ace taldeído ( L i n ds a y et a I . . 1 9 6 5 ) , most raram ainda que a produção de diacetil e acetaldeído no teste das c u l t uras variaram cons ideravel mente. Lindsay et al., 1 965 informaram que em média a relação de diacetil :acetaldeído é de 4: I em culturas puras produt oras de "flavor". Kang e t a l . , 1 9 8 8 e U l berth, 1 9 9 1 . a n a l i saram c o m p o s t o s vo láteis d e fl avor em i ogurte pelo método convencional d a técnica de croma tografia gasosa e encon traram de q u atro a seis compostos respecti vame n t e . Laye et a I . . 1 99 3 . avali aram compostos voláteis e a i n fl uência nas propriedades s e n s o ri a i s d o i o g u rte desnatad o , através d a cromatografia gasosa e observaram uma m e n o r c o n c e n t ração de c o m p o s t o s org â n i c o s vol áteis e ácidos orgânicos e m relação a o iogurte fabricado com leite integral, resultando em dife renças substanciais no "flavor" , no aroma e aceita bilidade geral do produto. Para Ott et aI.. 1 997, a técnica de headspace e extração-destilação simultâneas (SOE). tem sido c o m u mente u s adas para análises de compostos com características de "flavor", devido a baixa i n t e n s i d a d e d e o d o r e m i o g u rt e , a amostra é frequentemente aquecida para aumentar a volati I idade dos compostos de "flavor" . digitalizado por arvoredoleite.org 1ijiilB\�IG CEPE IlO'" �UOT:EC: 1!!t - • 1 Pág. 2 8 Rev. Ins!. Latic. "Cândido Tostes", Mar/Abr, na 3 1 3, 54: (5): 23-29, 2000 D i ve r s o s t r a b a l h o s s o bre c o m p o s t o s v o l áteis e m iogurte t e m s i d o publicados a partir d a década de 50, e até o momento mais de 60 compostos importantes para o aroma e odor desse p r o d u t o já foram i d e n t i fi c a d o s , a t r a v é s d as t é c n i c as dç H e a d s p ace e e x t ra ç ã o - d e s t i l aç ã o s i m u ltâneas ( S DE). Determinação d e compos tos o rgânicos em i o g u rte I ' , ' I : I! Compostos orgânicos a l é m de conferirem características s e n s o r i a i s ao i o g u r t e p o s s u e m propriedades q u e os tornam extremamente impor tantes na q u a l i d ad e fin al do prod u t o , c o m o j á descrito anteriormente. S e g u n d o Fern a n dez-Garcia e M c G regor, 1 994, a técnica mais adequada para determinação de ácidos orgânicos em iogurte é HPLC, pois tem como vantagens: velocidade, análise simultânea de vários ácidos e fácil preparação da amostra. Vm método de separação de troca de íon foi descrito para os ácidos orgânicos presentes e m d i ferentes produtos lácteos (Marsili et. aI, 1 98 1 ), porém foram encontradas dificuldades, sendo necessário correr a a m o s t ra em d u as temperat uras d i ferentes para quantificar os ácidos úrico e fórmico separadamente. Fernandez-Garcia e McGregor, 1 994, u t i l i zaram H PLC para separar e quantificar os ácidos, orótico. cítrico, pirúvico, láctico. úrico, fórmico. acético, propiônico. butírico e hipúrico. usando dois métodos de extração: acetonitrila e água e 0,0 I N de ácido sulfúrico. Em ambos os métodos a recuperação dos ácidos orótico. láctico. acético e propiônico foram de 90%. Recuperações de ácidos cítrico, pirúvico. úrico. butírico e hipúrico, não foram satisfatórios na u t i l i zação do método de acetonitrila, mas foi aceitável usando o procedimento de extração com ác i d o s u l fú r i c o . M a i s recentemente, a l g u mas m e t o d o l o g i as b ás i c as tem sido u s adas para determinar ácidos orgânicos e carboidratos em alguns produtos l ácteos, como as utilizadas por (Bouzas et. a I . , 1 99 1 ) , o n d e os á c i d o s orótico e c ítrico s ó p o d e r i a m s e r q u a n t i fi c a d o s e m d u as análi ses s e paradas q u e u t i l izam a s característ icas de absorbân c i a a 280 e 2 1 4 n m , respecti vamente. Outros estudos u t i l izando a técnica de HPLC na determinação de ácidos orgânicos foram feitos com l e i telho ( Mars i l i , et. aI., 1 9 8 1 ), queijo e iogurte fabricado com leite concentrado por ultra filtração (Marsili, 1 985), sendo que em todos estes trabalhos, o resultado foi satisfatório para o uso de HPLC na determinação destes ácidos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS A l temuel ler-AG; Rosenberg-M. Cheese ripening: corre l at i o n of R P - H PLC and crude fractio- " ', � Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Mar/Abr, na 3 1 3, 54: (5): 23-29. 2000 n a ti o n . V n ited S tates of America, American O a i ry S c ie n c e A s s o c i a t i o n [j o i n t meet i n g 1 99 5 ] ; United S tates o f America, Northeast AOSA/ASAS Joumal-of-Dair)'-Science. v. 78 ( S u p p l . I ) p . 1 02 . 1 99 5 . K a n g , Y. J . , Fran k, J . F. , a n d l i l a r d , D . A . G as chromalOgraphic detection of y og u rt flavor compounds and changes d u ring refrigerated storage. Cultured Dair)' Products 1. v. 2 3 , Arora- G ; Cormier-F; L e e - B A n a l y s i s o f o d o r active volatiles in Cheddar cheese headspace by multidimensional GC/MS/sniffing. Joumal of-Agricultural-and-Food-Chelllistr)'. v.43, n. 3 , p . 7 4 8 - 7 5 2 . 1 99 5 . K e n e i fe l , W . , K a u fm a n n . M . , F l e i s c h e r, A . V lberth, F. Screening o f commercially avai l ab le m es o p h i l i c d ai ry s t ar t e r c u l t u re s : B i o c h e m i c a l , s e n s o ry, a n d m i c r o b i o l ogical properties. Joumal oj dair)' sciellce, v.75, n. 1 1 , p . 3 1 5 8 - 3 1 66 , 1 99 2 . B ar b i e ri - G ; B o l zo n i - L ; C a rer i - M ; M a n g i a - A ; Parolari-G; Spagnoli-S; Virgili-R Study o f the volatile fraction o f Parmesan cheese. Joumal of-A g ri cu Ilu ra I-and- Food- Ch elll ist r)'. v.42, n . 5 , p . I 1 7 0- 1 1 76 . 1 9 94. B ouzas, J., Kantt, C . A , B od y felt, F., and Torres, J . A . Simultaneous determination of sugars and o rg a n i c a c i d s i n c h e d d a r c h e e s e by h i g h performance l i q u i d chromatography. Joumal of food science. v.56, p.276. 1 99 1 . Engels-WJM; Visser-S. Isolation and comparative characterization o f components that contribute to the fl a v o u r of di fferent types of cheese. Ne the rlands-M i Ik-and-Dai r)'-Jo u m a I. v . 4 8 , n . 3 . p . 1 27 - 1 40 . 1 9 9 4 . Fernandez-Garcia, E . . Mcgregor. J . V . , Determi nation of organic acids during the fermentation and cold storage of yogurt. Joul'I/al oj dair)' science. v. 77. n.5. p .2934-2939. May. 1 994. Gonzalez-de-Llano- D ; Carmen-Polo-M; Ramos M; L l an o - D- G o n z a l e z - d e ; P o l o - M -Carmen. Study of proteolysis in artisanal cheeses: high performance l i q u i d c h ro m atography o f peptides. Jou/'Ilal-of-Dair)'-Science. v.7 8 , n.5, p . 1 O 1 8 - 1 024. 1 9 9 5 . p.6- 1 0 , 1 9 8 8 . Laye, 1 . , Karl e s k i n d , O . , Morr, C . V. Chemical, m i c r ob i o l o g i c a l a n d s e n s o r y properties o f plain nonfat yogurt. Joul'I/al of food science, v . 5 8 , n . 5 , p .9 9 1 - 9 9 5 , 1 9 9 3 . L i n d s a y , R .C . , K e e n a n . T . W . A n d D a y , E . A . Acetal d h y d e prod u c t i o n a n d u t i l i za t i o n b y l a c t i c s t arter oragn i s m s . JOlll'll a l of Dair)' Science. v.48, p . 7 8 3 , 1 96 5 . Pág. 29 Rampi l l i - M ; To p p i n o - P M ; R aj a-V; Oaghella- A . Cheese ripen i n g : e v a l u a t i o n o f p H 4 . 6 sol uble peptidic fraction b y RP-HPLC. Scienza e - Te c n i c ll - La t t i e ro - Cll s e ll r i a . v. 4 8 , n . l . p . 3 3-42. 1 99 7 . Rasié. J . Lj . . Kurmann. J . A . Yogllllrt. Scientijic g ro u llds. Te cllll olog)'. M a n uja c t u re a n d Preparations. Copenhagen : Technical Dairy Publishing House, 1 97 8 , 427p. R o u d o t - A l g aran, F. ; L e - B ars, O . ; Kerhoas, L . ; Einhorn, J . ; Gripon,J.C. Phosphopetides from Comté cheese: Nature and origen. Joumal of Food Science. v.59, n . 3 , p . 544-547. 1 9 94. S a l l es-C; Septier- C ; Roudot-Algaron-F; G ui l l o t A ; Etievant-PX. Sensory a n d chemical anaJysi s o f frac t i o n s obtained b y gel permeation o f water-soluble Comte cheese extracts. JOllrlllll oj-A g ricullll rlll-alld- Food - C he lIl ist ry. v.4 3 , n . 6 , p . 1 65 9 - 1 66 8 . 1 99 5 . Mars i l i . R .T. M o n i t o r i n g c h e m i c a l c hanges i n cheddar cheese during aging by high perfor mance l i q u i d c h ro m a t o g r a p h y a n d gas chromatography techniques. Joul'I/al oj dair.\' science. v . 6 8 , p . 3 1 5 5 . 1 9 8 5 . S a n d ri - S ; F o s s a - E ; Pecorari - M ; S u m m e r- A ; M a r i a n i - P O b s e r v a t i o n s o n t h e l i p o l ys i s Marsili. R . T. . Ostapenko, H . . Simmons. R . E. . And G re e n , D . E . H i g h perfo rm a n c e l i q u i d c h ro m a t o graphy deter m i n a t i o n D f organic a c i d s i n d a i ry products. J o u rll ll l oj jood scien ce., v.46, p . 52, 1 9 8 1 . S i n g h - T K ; F o x - P F ; H e a l y - A . Water- s o l u b l e peptides i n Cheddar c h e e s e : i s o l at i o n a n d ident i fication o f pept ides in the diafiltration re t e n t a t e of the w at e r- s o l u b l e frac t i o n . Journlll-oj-Dairy-Resellrch. 1 9 9 5 . Mayer, M.K.; Rockenbauer,C.; Mlcak, H . Evaluation of proteolysis in Parmesan cheese using cletro forese e HPLC. Lait. n. 7 8 , p. 425-43 8 . 1 99 8 . Thornhill, P.J . . A n d Cogan. T. M . Vse of gas liquid chromatography to determine the end products of g r o w t h of l a c t i c a c i d bacteria. Appl. Ellviroll. Microbiolog . , v.47. 1 250p. 1 9 84. Moio, L. e Addeo. F. ; Grana Padano cheese aroma. Jou/'lllll oj Dairy Researc h . v. 6 5 , p. 3 1 7 3 7 3 . 1 99 8 . Gonzales, S .. Ambtosi n i , V.M. De., Nadra, M . M . D e . , R u i z H o l ga d o , A . P. D e . , O l i ver, G . Acetaldehyde prod u c t i o n by strains used a s probiotics i n fermented milk. Joumal of food proleclion, Chacabuco, v.57, n.5, p.43 6-440, M ay . 1 9 9 4 . Monnet, C . , S chmi ll, P., Divies, C . Method for assaying volatile compounds by Headspace gas chromatography and application to growing starter c u l t u re s . Journal oj Dair)' Science, Champaign, v.77, n.7, p. 1 809- 1 8 1 5, Feb . 1 994. Jordan, K . N . , Cogan, T. M . Prod uction o f aceto l ac t a t e by S trep t o c o c c u s d ia c e t y l a c t i s a n d . leuconostoc spp. Joumal dair)' research, v.55, p . 22 7 , 1 9 8 8 . Ott, A., Fay, L . B . , And Chaintreau, A. Determi nation and origin of the aroma impact compounds of yog urt fl a v o r . JOUJ'/llll a g ricullllre jood chelllistry., v.45, p . 8 5 0 -8 5 8 , 1 99 7 . Jou, K . D . e Harper, W.J. Pattern recognition o f Swis cheese aroma compounds b y SPME/GC na eletronic nose. Milchwissenschajl. v. 5 3 , n . 5 . p . 259-263 . 1 99 8 . Panari-G; Fil ippi-S Á c i d o s gordurosos grátis em queijo de Parmigiano-Reggiano determinado por HPLC. Sciellza-e-Tecnica-Lllttiero-Casellria. v.4 8 , n . 3 , p . 2 8 3 -2 8 8 , 1 99 7 . progress d u r i n g the ageing o f Parmigiano Reggiano cheese. Scienza-e- Tecllica-Lattiero Casearia. v.48. n . 3 . p . 24 3 - 2 5 2 . 1 99 7 . V l be r t h , F. H e a d s p ace g a s c h r o m a t o g ra p h i c estimation o f some yogurt volatiles. Joumal Association Offic. Allal. Chelll. v.74, p . 630. 1 99 1 . Varnam, A. H . , S u therland, J . P. Leche y productos lácteos. te cll ología . q u ím ica y lIlicro b i o logía . Z a ra g o z a : E d i t o r i a l A c r i b i a S . A . , 1 994. 476p. Veri n g a , H . A . . Verb u g , E . H . , S ta h o u d e r s , J . Determ i nation o f d i acetyl i n dairy products c o n t a i n i n g aa-acet o l a c t i c ac i d . Neth. Mi/k Dair)'. v . 3 8 , p . 2 5 ! . 1 9 8 4 . Westerfe l d , W. W . A co lorimetric determi nation of blood acetoin. Joumal bio log)' chemistry. v. 1 6 , 4 9 5 p . 1 94 5 . digitalizado por arvoredoleite.org - Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes". Mar/Abr. n° 3 1 3. 54: (5): 30-37. 2000 Pág. 30 USO POTENCIAL DE F RAÇÕES DA GORDURA DO LEITE NA F RABRICAÇÃO DO PÃO DE QUEIJO (uma revisão) Antônio RO/llaniello NetoJ Luiz Ronaldo de Abreu' Sandra Maria PinwJ Paulo Roberto Clemente' Femando Antônio Resplande Magalhães" INTRODUÇÃO II " N o s ú l ti m o s a n o s , o i n ve s t i m e n t o e m p e s q u i s a t e m g e r a d o t e c n o l o g i a o bj et i v a n d o modificações da gordura do l e i t e para atender às e x i gê n c ias do m e rc a d o . Essas t e c n o l o g i as têm concentrado e s forços n o isolamento d e compo nentes e entendimento das propriedades químicas e físicas dessa gordura, visando basicamente buscar uma m a i o r d i ve rs i d a d e para seu uso e. conse qüentemente. u m mercado mais abrangente. 1 . Á C I D OS G RAXOS D A GORDURA DO LEITE (SATURADOS X INSATURADOS) Os l i p í d e o s do l e i t e dos r u m i n antes s ão caracterizados p e l a presença de á c i d o s graxos cadeia curta (C, - C.) e de cadeia média ( C R - C 1 2 ), muitos dos quais pertencem à categoria de cadeias ram i fi c a d a s e c o m n ú mero ímpar d e c a r b o n o ( Pinto, 1 99 7 ) . Para m a i o r compreensão, a figura I ilustra a estrutura química do glicerídeo. m OH HOOCR, CHOH HOOCR, CH! OH HOOC I!J I GLlCEROL I I ÁC.GRAXO I -- CHOO R, CH!OO I!J I TRIACILGLlCEROL I Figura 1 - Estrutura química do triacilglicerol. Estes á c i d o s graxos s ão c o m p o s t o s q u e c o n fe r e m a r o m a a m u i t o s prod u t o s l á c t e o s , especialmente e m queijos. contribuindo significa t i v a m e n t e p a ra o " fl a v o r" d e s s e p r o d u t o . O s ácidos graxos d e cadeia curta o u média também 2 3 conferem grande parte do aroma distinto fornecido pela gordura do leite nos produtos lácteos e em alimentos onde a gordura do leite é utilizada como i n g r e d i e n t e fu n c i o n a l . A g o r d u ra do l e i t e de ruminantes contém substancial quantidade de ácidos graxos de cadeia curta ( AGCC), tornando-a única quando comparada com outras gorduras. Os AGCC são u m dos mais importantes grupos de compostos aromáticos em prod utos lácteos e especialmente importantes para o aroma d e queijos. Devido ao potente aroma dos ácidos graxos de cadeia ramificada, existe interesse considerável na manipulação de suas concentrações na gordura do leite. É bem conhecido que todos os ácidos graxos entre 4 e 1 2 carbonos na cadeia são' s i ntetizados pelas cél ulas epiteliais dos alvéolos da glândula mamária a parti r dos pre c u rs o res d e ri v ados do plasma sanguíneo. Esses precursores de ácidos graxos podem derivar diretamente da dieta, sintetizados pelos microorganismos do rúmen ou de mobilização dos locais de armazenamento de gordura do orga n i s m o . A s s i m . a man i p u l ação da dieta de vacas leiteiras pode ser um meio importante de alterar a concentração desses ácidos graxos no leite. Ó l e o s e g o r d u r as c o n s t i t u e m parte d o triângulo da dieta hu mana. sendo a s ou tras duas partes repre s e n tadas pelas proteínas e carb o i drato s . A s concepções sobre a importância dos óleos e gorduras na ali mentação humana sofreram contínuas mudanças durante os últimos cinquenta anos. Keyes et aI. ( 1 957). afirmavam que os ácidos graxos saturados elevavam os níveis de colesterol no s a n g u e , e n q u a n t o q u e os p o l i i n s a t u r a d o s e x e r c i a m u m e fe i t o o p o s t o , p o r é m . e m 1 9 8 9 . S horIand i n formou q u e o ácido esteárico, cujo ponto d e fus ão é o mais alto d entre o s ácidos s aturados comuns, não p r o d u z colestero l . p o i s quando ingerido ele se transforma e passa a ácido oléico, q u e possui u m a d u p l a ligação e não participa d a produção d e colesterol no organismo Aluno do Curso de Pós-graduação em Ciência dos Alimentos/UFLA. Professor Adjunto do Departamento de Ciência dos Ali mentos/UFLA. Professor e Pesquisador do CTIILCT-EPA M I G , Juiz de Fora - M G . Aluno de Pós-graduação em Ciência dos Alimentos/UFLA. Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Mar/Abr, n° 3 1 3. �: (5): 30-37. 2000 human o . Entretanto. c o m os ácidos p a lmítico, mirístico e láurico isto não ocorre e o consumo deve ser restrito. A g o rd u ra d o l e i t e p o s s u i a l t as concen traç ões de ácidos graxos saturados (Tabela I ), sendo que a principal fração l ipídica do leite bovino é constituída por triacilglicerol ( 9 8 %) e. portanto, tem s i d o e x t e n s i v a m e n t e i n v e s t i g a d a c o m relaç ão aos tipos e quantidades d e ácidos graxos presentes e em relação à d stribuiçãO e � tereoes pecífica no esqueleto de ghcerol. GresU ( 1 99 3 ) , � a fi rm a q u e o s t r i a c i l g l i c e r ó i s d o l e i te b o v i n o contém 1 3 p ri n c i p a i s á c i d o s graxos saturados com número par d e átomos de carbono, d e cadeia curta (C4:0 a C I O:O), d e cadeia média ( C I 2 :0) e cadeia longa ( C I 4: 0 a C I 8 :0) e ácidos graxos d e cadeia l o n g a e insaturada ( C I 4: 1 , C I 6 : 1 , C 1 8 : 1 e C I 8 :2 ) . Estes constituem cerca d e 9 5 % d o total dos ác i d os graxos do l e i t e , s e n d o que o s 5 % resta n t e s , s ã o d e á c i d o s graxos d e cadeia com número ímpar d e carbono. Tabela 1 incompatibi li d ad e com outros i ngredientes. Para esses autores, tal comportamento se deve basica mente às propriedades i n erentes d a gordura do l e i t e , tais como c o m p o s i çã o q u ímica e fl avor, propriedades físicas e efeito da cristalização e, ainda, pelas interações entre a gordura do leite e o utros constituintes do alimento tais como gor dura. ar, água e outros sólidos. Phillips et ai, 1 99 5 afirmam que a funcio nalidade da gordura do leite é l imitada devido aos s e u s e x t r e m o s v a l o re s d e t e m p e ra t u ra s d e liquefação (-40°C a 40°C) e a separação e m frações com ponto de liquefação mais definido aumentaria seu valor d e mercado. A gordura do leite é completamente sólida a -40°C e s t a n d o em e s t a d o l í q u i d o a 40° C , e apresentando uma mistura de sólido e líquido e m temperaturas i nterme d i árias. E s s a gordura pode ser classificada e m três grupos principais, quanto ao seu ponto de fusão: • Composição de ác i d o s graxos como referência na gordura do leite. - • graxo C4:0 C6:0 C8:0 C I O: O C 1 2:0 C 1 4:0 C 1 4: 1 C 1 6:0 C 1 6: 1 C 1 8 :0 C18:1 C 1 8:2 (gI l OO g) 3,32 2,34 1,19 2, 8 1 3,39 1 1 ,4 1 2,63 29,53 3,38 9,84 27,39 2,78 Médias d e medidas d e 5 0 laticínios e m 1 0 regiões dos Estados Unidos em fevereiro, maio, agosto e novembro. (Palmquist, Beaulieu e B arhand, 1 993) A gordura do leite é a mais complexa de todas as gorduras e óleos naturais. Ela é uma mistura de triglicerídeos, de peso molecular muito variável e com números de carbono entre 24 a 54 e ainda possui moderada quantidade de colestero l . Sua complexa composição em ácidos graxos com d i ferentes tamanhos de cadeia, grau de insaturação e distribuição estereoespecífica reflete diretamente no seu ponto de liquefação. À temperatura ambiente (20"C), a gordura do leite é uma mistura de óleo, gordura semi dura e dura. Seu ponto de fusão inicia-se a -30°C e se completa a 40°C, Boudreau e Arul ( 1 993). De acordo com Kaylegian, Hartel e Lindsay ( 1 993 ) , a expansão do uso de gordura "in natura" do leite é frequentemente inibida por causa de sua Pág. 3 1 • gl icerídeos de baixo p o n to d e fusão, os quais fundem em temperaturas abaixo de 1 0°C. glicerídeos com ponto de fusão médio, que fundem entre l O" e 20° C . glicerídeos d e alto ponto de fusão, o s quais fundem em temperaturas acima de 20°C. 2. GORDURA A N I D R A D O LEITE (OU B UTTER OIL) Entende-se por gordura anidra do leite ( o u bllfleroÍI). o produto gorduroso obtido a partir d o creme o u manteiga, p e l a e l i m i nação quase total de ág u a e s ó l i d o s não g o rd u r o s o s , m e d i a n t e processos tecnol ogicamente adequados. 2 . 1 . C o m p osição e requisitos 2.1.1 Composição a) I ngredientes o b r i g atórios Creme obtido a partir de leite de vaca e/ou manteiga. 2.1.2 Requisitos a) C a racterís ticas s e n S O rIaiS a 35 - 40°C, líquido viscoso, i sento de cristais amare l a d a C o r: Sabor e aroma: próprio, n ã o rançoso, isento de sabores e/ou odores estranhos ou desagradáveis. Aspecto: b) Características fís i c o - q u ímicas Os requisitos de qualidade da gordura anidra do leite para comercialização estão descritos n a Tabela 2 . digitalizado por arvoredoleite.org Pág. 3 2 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Mar/Abr, n° 3 1 3, 5 4 : ( 5 ) : 30-37. 2000 Tabela 2 Ili " li i I !" - Requisitos de qualidade da gordura anidra do leite bl/tteroil. Requisitos Limite Matéria gorda (g/ I OOg d e amostra) mín. 99,7% Umidad e (g/ I OOg de amostra) máx. 0,2% Índice d e peróxido (meg/kg matéria gorda) máx 0 , 3 5 % Acidez na gordura ( g de ácido oleicoll OOg de gordura) máx . 0,4% o Brasil é u m produtor bastante incipiente de gordura anidra d e leite, apesar d e ser u m razoável utilizador. O abastecimento do mercado interno se dá por meio de importações do Mercosul o u de outros países. Como aspecto a ressaltar e m relação aos aditivos, temos a proibição d e u s o dos an tioxi dantes, o u d e q ualquer o u tro aditivo quando o bl/tteroil for utilizado em produtos lácteos (Nova Legislação . . . , 1 99 8 ) . 2 . 3 . P r ocessos de fra c i o n a m e n t o da gordura do leite O frac i o n amento d a gordura d o leite em frações líquidas e sólidas. as quais d i ferem muito entre si em composição química e características fís i c as, a u me n t a largamente s u a u t i l i zação em d i v e r s o s a l i m e n t o s . D e n t re os m é t o d o s m a i s c o n h e c i d o s p a r a tal fi m, o s m a i s e m pregados comercialmente passarão a ser descritos a seguir: 2.3.1 Processos físicos 2.3. 1 . 1 Fracionamento a seco Como o ponto de fusão da gordura do leite varia de -30" a 40"C, é p o s s ível remover uma dada fração específica de triglicerídeos. cristalizada em uma temperatura abaixo de seu ponto de fusão. O tamanho d e s s e s c r i s t a i s é s e l e c i o n a d o p e l o controle d a temperatura e e l e s s ã o separados da fase líquida por filtração ou centrifugação, B lack, B e rg m a n e H artman ( 1 9 7 5 ) . D e s s a fo rma, o s triglicerídeos formados p o r ácidos graxos de cadeia mais curta e os de cadeia longa insaturados serão concentrados na fração líquida. tornando-a mais ri c a em fl a v o r. p i g me n t o s e v i t a m i n a A. Tal proce s s o p e r m i t e a o b t e n ç ã o d e u m a a c i n c o frações de gordura em temperaturas variando de 2° a 40°C. Boudreau e Arul ( 1 993). As frações da gordura do leite obtidas dessa forma podem ser u t i l i za d a s c o m o tal ou c o m b i n a d as e m várias proporções para uso como ingredientes em várias formu l ações a l i mentare s . O m a i o r problema desse método é o longo tempo requerido para a obtenção das frações (8 a 1 0 horas para cada fração), além do fato de a concentração de ácidos graxos livres e peróxidos ser maior nas frações líquidas com ponto de fusão mais baixo, o que poderia prej udicar a conservação do produto obtido. Vários fatores afetam o processo de fracio namento : a temperatura d e resfriamento, taxa de resfri amento, geometria d o s cristais, e fi c iência da separação e composição d a gordura do leite. O fracionamento a seco é o mais apropriado meio de se produzir frações d e gordura do leite com c o m p o s i ç ã o q u í m i c a e p r o p r i e d ad e s fís i c a s modificadas para u m determinado fim, ao mesmo tempo que mantém seu característico fla vor de manteiga. Acima de 800 toneladas/dia de gordura do l e i t e são c o m e r c i a l m e n t e fra c i o n a d a s na Europa, Japão, Austrália e Nova Zelândia, sendo empregadas em diversas aplicações em alimentos, Boudreau e Arul ( 1 99 3 ) . 2.3.1.2 Fracionamento p o r destilação cllrta Esse processo é bem conhecido e consiste na evaporação de moléculas pelo uso do vácuo. O controle é fe ito pela taxa de evaporação das moléculas na su perfície quente e recebimento das mesmas na s u perfíc ie de res fri amento. Uma das desvantagens desse processo é que a gordura do leite requer u ma alta temperatura para entrar em ebulição, devido ao elevado ponto de ebulição de seus triglicerídeos. Desse modo. os triglicerídeos podem ser decompostos ou poli merizados, mesmo quando o processo for conduzido a vácuo. Além disso esse processo é mais caro e mais d i fícil de ser controlado, B oudreau e Arul ( 1 99 3 ) . 2 . 3 . 1 . 3 Fracionamento pelo liSO d e flllidos sllpercríticos As densi dades dos gases supercríticos são similares às dos líquidos, o que transforma esses gases em eficientes solventes. Essa propriedade e o alto poder de d i fusão desses gases (devido à sua b a i x a v i s c os i d ad e ) t o r n a m e s s e método m u i t o atrat i v o para o p r o c e s s o d e frac i o n amento d a gordura do leite. A obtenção d e frações da gordura do leite pelo uso de fluido supercrítico envolve o fenômeno de destilação e extração simultaneamente. Entre os gases utilizados. o CO, é o que se apresenta c o m m a i o re s vantagens, p o i s é um s o l vente relativamente fraco para s ubstâncias não polares, não reage q u i m i c a m e n t e c o m os c o n s t i t u i n tes Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Mar/Abr, n° 3 1 3, 54: (5): 30-37, 2000 a l i me n tares , n ão é t ó x i c o , n ã o r e q u e r proces samento adicional para a remoção de resíduos e é disponível em grande quantidade a preço relativa mente baixo, Kaylegian e Lindsay ( 1 994). Entre tanto seu u s o requer equipamento relativamente caro e de manuseio complicado. exigindo pessoal treinado para s u a operação. 2.3. 1 . 4 Fracionamento por cristalização IIsando solvente O frac i o n a m e n to por c r i s t al i zação d a gordura do l ei t e e m solventes orgânicos, como acetona, é comumente empregado e m laboratório. A separação dos cristais de gordura do solvente é facilmente conduzida e a fração obtida pode ser facilmente recristalizada e purificada. Entretanto e s s e pro c e s s o n ã o tem e n c o n t r a d o a p l i cação i n d us t r i a l por provocar p e r d a s d e c o m p o s t o s aro máticos, alterar pigmento s e dei xar resíduos de solventes n a fração de gordura, Kaylegian e Lindsay ( 1 9 9 4 ) . sólida) e i n c l u em firmeza, p l asticidade e aroma. Os atributos requeridos p ara a utilização de gordura para fri t u ra s e s t ão relac i o n ad o s com s u a fase líquida e suas características químicas que incluem transferência d e calor, além d a qualidade de sabor e aroma conferido ao a l i mento a ser frito. Gor d u ras e óleos são u t i l i zados em a l i mentos para promover várias características funcionais: a) Durante a elaboração e tratamento térmico: • • • • • • • • • • 2.3.2. Processos químicos e enzimáticos H idrogenação e interesterificação de vários óleos e gorduras, util izando catalizadores químicos s ão l ar g a m e n t e u t i l i z a d o s na m a n u fatura d e margarina e gorduras para co n feitarias. Entre tanto, parece haver pouco futuro para o aumento de gorduras saturadas por meio de hidrogenação. dado o alto grau de rejeição pelo consumidor de gorduras saturadas. Por o u tro l a d o . há grandes pers p ect i v as futuras para o tratamento da gordura do leite com enzimas desnaturases (dehidrogenas e ) ou lipases (interesterificação). A co-esterificação de gordura do leite com óleos vegetais, como o de soja. tem s i d o estu dada e o ferece potencial benefício de mod i ficar as propriedades fís icas e au mentar o c o n t e ú d o de á c i d o s graxos p o l i i n s at u rados da mistura, B o udreau e Arul ( 1 99 3 ) . 2.4. Aplicação d a s frações da gordura do l e i t e em a l i m e n t os A s e l e ç ão de gordura ou ó l e o u t i l izados como ingredientes é fei ta baseando-se em suas características fu ncionais. econômicas e em s u a a c e i t ação p e l o c o n s u m i d o r. G o rd u ras e ó l e o s funcionam d e formas variadas nos alimentos e a escolha para uma dada utilização depende de vários fatores: por que está sendo usada, como vai ser usada e as modificações que causará no produto final. Por exemplo. uma gordura manipulada para s e r u t i l i zad a e m prod u t o s de p a d a r i a terá d i ferentes requerimento s daquela u t i l i zada para frituras. Os atributos de uma gordura utilizada em produtos d e padaria estão fortemente relacionados com s u as propried ades fís i cas fu n c i o nais ( fase Pág. 3 3 • • • formação d a estrutura; melhoria das soluções; l ubrificação; melhoria da "liga" d a massa; firmeza; melhoria das dispersões; aeração; plasticidade; facilita a inclusão d e outros ingrediente s ; aumento d e fluxo; transferência de calor; viscosidade; melhoria das características de superfície. b ) N o produto final: • • • • • • • • • • formação da estrutura; contribui para a maciez; atributos sensoriais: melhora a aparência; melhoria da textura; contri bui para a "spreadabili/y" : contri bui para o ''flal'or'': pse udo-umidade; contri bui para a fi rmeza; contribui para o "I/l ol/Il/Izfeel ". O preço d e uma gord u ra u t i l i zada c o m o ingrediente em u m ali mento é também um fato r importante a ser considerado. Uma gordura pode ter propriedades ideais. mas não ser competitiva em preço. não sendo, portanto, ingrediente viável para uma dada u t i l i zação. A gordura do leite é relativamente cara quando comparada com óleos v e g e t a i s e , c o n s e q ü e n t e m e n t e . seu uso s e r á comercialmente restrito àqueles produtos que serão beneficiados pelo s e u distinto sabor e aroma. 2 .5. O pão de queij o O pão d e queijo é u m produto tradicional de M i nas Gerais, tendo como matéria-prima básica o polvilho azedo. mas em algumas formulações, util iza-se também o polvilho doce. ocasionando algu mas variações nas características sensoriais do produto final. digitalizado por arvoredoleite.org � Pág. 3 4 1111 , 1 11 j!11 " li ! :)1' II I' Rev. Ins!. Latic. "Cândido Tostes". Mar/Abr. n a 3 1 3. 5 4 : (5): 30-37. 2000 Na produção de polvilho azedo. a fécula de mandioca (MlIllilIot eSCl/lelllll crlllltz) é fermentada em tanques sob uma camada de água. Esta fermen tação c o n fe re s a b o r e o d o r caracterís t i c o s ao polvilho e causa alterações em suas propriedades físico-químicas. C h u z e l ( 1 9 9 1 ) e Cereda ( 1 9 8 3 ) re l at a m também q u e . para o usuário. a principal qualidade do polvilho azedo é seu poder de expansão durante o forneamento. Porém. este i nchamento é u m a função. n ã o só do polvilho. m a s também do queijo. ingredientes como ovos. leite. água e sal. consis tência e textura da massa. além da forma dos pães de queijo. condições de forneamento. entre outros. Cereda ( 1 9 8 3 ) . com o obj e t i v o de m i n i mizar os efeitos de ingredientes na expansão dos b i s c o i t o s no fo rno. p ro c u ro u estabel ecer uma fó r m u l a b á s i c a para o b i s c o i t o d e p o l v i l h o . à semelhança do que já existe para a pani ficação experimental. com menor número de ingredientes. A fórmula que apresentou melhor característica. p ara u s o e x p e r i m e n t a l em l ab o ratóri o foi a seguinte: pol v i l ho azedo. 4 8 % ; gordura vegetal hidrogenada. 1 2% ; sal. 2 % e água ao redor d e 38%. A q u antidade d e água é variável e m função da porcentagem de absorção de água do polvilho. 2.5.1. O processo de fabricação do pão de queijo Não existe um processo padronizado para a produção do pão de queijo. O fluxograma básico de produção. segue algumas etapas básicas como escaldamento d o p o l v i l h o . mistura. modelagem. congelamento. embalagem. estocagem e assamento ( Pereira Jesus e Labossiere. 1 995). a ) Escaldamento O escaldamento consiste em adicionar ao polvilho uma mistura quente composta de água. leite e óleo. em proporções que variam d e acordo c o m a form u l aç ã o . D u ra n t e o e s c a l d a m e n t o . provavelmente é iniciado o processo de gelatini zação do a m i d o d e m a n d i o c a o qual promove alterações s i g n i ficati vas no polvi lho. principal mente absorção d e água e inchamento dos grânulos. Forma-se uma massa gelatinosa. cujas caracte rísticas dependem da mistura de escaldamento usada (Jesus. Pereira e Laboissiere. 1 996) O escaldamento é uma das etapas que mais ocasiona mod ificações no polvilho azedo. modifi c a ç õ e s e s t a s q u e i n fl u e n c i am d i re t a m e n t e a qualidade final dos produtos. Portanto. este tema será abordado mais adiante com maior ênfase. b) Mistura D u rante a mi stura são adicionados i n gre d i entes como sal. ovos e queijo. A maioria dos produtores acrescenta o sal por último. mas alguns o adicionam à mistura d e escaldamento. c) M o l dagem Logo após o amassamento, o produto é moldado manualmente ou através de equipamentos apropriados. em formatos de b o l as ou pequenos c i l i ndros. que variam d e tamanho e peso depen dendo do tipo do pão d e q ueijo a ser produzido. A m o l d ag e m é a i n d a um p o n t o c r i t i c o p ara o p e q u e n o p r o d u t o r, p o i s s e m o e q u i p a m e n t o apropriado. ocorre grande manuseio do produto o que pode acarretar contaminações microbiológicas. d) A cocção em forno O pão de q u e ij o d e v e s e r a s s a d o e m c o n d i ç õ e s pad ron i z a d a s . s o b t emperatu ras n o i n tervalo d e 1 8 00 a 200°C. E s t a etapa. q u ando não é bem controlada. pode comprometer a quali dade final do produto. 2.6. O escaldamento do polvilho azedo O escaldamento d o polvilho azedo é uma das etapas determinantes da qualidade do produto. D u ra n te o processo os grân u l o s d e a m i d o s ã o hidratados e . devido ao aquecimento, inicia-se a gelatinização. A maneira como o escaldamento é conduzido. principalmente em termos de tempe ra t u ra e c o m p o s i ç ã o da m i s t u ra . a l t era as características fi nais d o pão d e q ueijo ( J e s u s . Pereira e Laboissiere. 1 9 96). O amido d e m a n d i o c a é c o n s t i tuído p o r cadeias de amilose (fração linear) e amilopectina ( fração rami ficad a ) . Nos grân u l o s d e amido as moléculas de amilose e amilopectina associam-se através de pontes de hidrogênio. formando regiões c r i s t a l i n a s rad i a l m e n t e orientadas. Entre e s t as áreas cristalinas. existem regiões amorfas nas quais as m o l é c u l as não a p r e s e n t a m uma o r i e n tação particul ar. As áreas cristal i n as são responsáveis pela estrutura do grânulo e controlam o compor tamento do amido na água ( R adley. 1 976). Os grânulos de amido são insolúveis em água fria e. q u a n d o em c o n t a t o c o m á g u a. i n c h a m lentamente. mas re tornam ao tamanho origi nal d u rante a secagem ( Po m eranz. 1 9 8 5 ) . Quando u m a suspensão aquosa d e amido é aquecida. nenhuma mudança ocorre nos grânulos até que uma temperatura crítica seja alcançada. Atingida esta temperatura. o amido perde a estru tura interna cristalina e começa a absorver água. Este fen ô m e n o é d e n o m i n a d o d e g e l at i n i zação ( R ad ley. 1 97 6 ) . Durante o inchamento d o s grânulos. algumas frações l i neares do amido são dissolvidas e lixi viadas p a ra a fase a q u o s a . No c o z i m e n t o . o s grânulos inchados mantêm a estrutura i ntacta. sem Rev. Ins!. Latic. "Cândido Tostes". Mar/Abr. na 3 1 3. 54: (5): 30-37. 2000 dissolução ou ruptura. Gradualmente os grânulos i n c h a m o s u fi c i e n t e para c o n s u m i r t o d a á g u a disponível no sistema e . como resultado. se unem uns aos outros. aumentando a viscosidade da pasta de amido (Collison. 1 976). Cada espécie de amido tem uma organização cri s ta l i n a e s p ec í fi c a e cada u m a apresenta u m comportamento d i ferente d u rante o i nchamento do grânulo. O inchamento do grânu l o é uma das principais trans formações d o processo d e gela t i nização do amido (Ziemba. 1 96 5 ) . Nem todos os grânulos d e u m mesmo amido incham à mesma temperatura. de modo que a gelatinização ocorre n u m a fai x a de t e mperatura ( V i l e l a e Ferreira. 1 9 8 7 ) . N a Tab e l a 3 podem ser v i s u al i zadas as faixas de temperatura d e gelatinização d e d i fe rentes t i p o s d e amido. O amido d e mandioca e batata são os que necessitam d e menores temperaturas de gelati n i zação d e n t re o s v e g e t a i s . I s t o p arece e s t a r relacionado à existência de u m a fraca organização interna q u e fac i l i t a o i nchamento d o s grân u l o s (Radley 1 976; V i l e l a e Ferreira. 1 9 87) Tab e l a 3 - Te m peratura d e g e l a t i n i z ação de diferentes tipos d e amido. Amido batata mandioca milho trigo arroz Faixa de temperatura de gelatinização ("C) 56 - 66 58 - 70 62 - 72 70 - 75 61 - 77 Fome: Ciacco e Cruz ( 1 982). O processo de gelatinização é acompanhado dos seguintes fenômenos: hidratação e inchamento dos grânulos. perda de bi rrefringência, aumento da claridade da pasta. acentuado e rápido aumento da consistência da pasta e variações de entalpia. Estas variações de entalpia podem estar relacionadas às mudanças nas pontes de hidrogênio, nos cristais dos grânulos de amido e na retrogradação da mistura ou do gel ( Radley. 1 976: Lelievre. 1 993). Durante o crescimento do grânulo de amido. as moléculas orientam-se formando regiões crista linas perpendiculares à superfície do grânulo ou, no sentido radial, em grânulos esféricos. A birrefrin gência dos grânulos de amido é decorrente de sua estrutura cristalina, e a sua perda ocorre devido à destruição das áreas cristalinas do grânulo, o que aco ntece quando o amido é a q u e c i d o em água. O acompan h a m e n t o d e s t e fe n ô m e n o pode ser fei t o p o r m e i o de u m m i c r o s c ó p i o com l u z polarizada (Ciacco e Cruz. 1 9 8 2 ) . Retrogradação é o termo d a d o às transfor mações q ue o co rrem d u rante o r e s friamento e armazenamento da pasta de amido gelatinizada e Pág. 35 consiste, basicamente. da cristalização das molé c u l as, o que provoca u m a u mento da firmeza e opacidade das pastas. além da exsudação da parte da água a b s o r v i d a na g e l a t i n i zação. fen ô m e n o conhecido como s inérese (Collison. 1 976). N a m a i o r i a d as a p l i c a ç õ e s . o a m i d o encontra-se na forma gelatinizada. O processo d e g e l a t i n i za ç ão p r o m o v e u m a r u p t u ra d a o r g a nização molecular d o s grânulos p o r ação do calor e v ár i o s são os fat o r e s q u e i n fl ue n c i a m e s s e processo d e concentração d o amido. tais como : p H , b i n ô m i o tempo-tempera t u ra. co ndiçõ es d e c i s a l ha m e n t o , i n teração c o m o s o u t ro s i ngre d ientes d a for m u l ação, entre o u tros . Quando a concentração de amido é suficientemente alta. o s grânulos de amido se compactam e o resfriamento promove a formação de uma rede contínua de gel. Se a concentração d e amido é i n s u ficiente para promover a u n i ão dos grâ n u l o s . a cristali zação p r o m o v e a formação d e uma p a s t a v i s c o s a (Lel ievre, 1 99 3 ) . A natureza do inchamento e o tipo d e gel fo r m a d o re fl e t e m e m g r a n d e e x t e n s ã o as proporções das frações lineares e ramificadas que constituem o grâ n u l o . O emaranhado das molé cu las ram i fi c a d as mantém os g râ n u l os u n i d o s . impedindo o inchamento o u a dissolução em água fri a . Por o u tro l a d o . as m o l é c u las l i neares s e acoplam entre o s grân ulos. reforçando a estrutura e a rigidez do gel. dificultando o processo de incha mento. Isto explica porque alguns amidos. como os de batata e de mandioca. que apresentam um baixo teor de amilose comparativamente a outros amidos como o de trigo. cozinham rapidamente e produzem u m a pasta de alta viscosidade. porém instável. Isto ocorre porque os grânulos inchados são e x t r e m a m e n t e fráge i s e se rompe m e m condições d e mist ura o u cozimento prol ongado (Ziemba. 1 9 6 5 ) . E s t u d o s re a l i za d o s p o r M o r r i s o n e t a I . ( 1 993). demonstraram que a amilose encontra-se n o r m a l m e n t e p r e s e n t e em d u as formas n o s grânulos d e amido: li vre ( A M ) ou complexada com lipídeos (AM-Ll. Os experimentos comprovaram que AM e AM-L possuem d i ferentes efeitos sobre as propriedades d e inchamento e gelatini zação dos grânulos. A gelatinização do amido pode ser moni torada por meio d e métodos q u ímicos e fís icos baseados nas alterações que os grânulos de amido sofrem durante este processo, tais como perda de birrefri ngência. variação da viscosidade. alteração na s us c e p t i b i l i d ad e e n z i m á t i c a e formação d e . complexo amilose s o l ú v e l c o m o iodo. entre outros ( Radley. 1 976). U m a d a s mane iras de avaliar o grau d e gelatin ização d o amido é pela medida d a visco sidade d a pasta. que aumenta com o inchamento digitalizado por arvoredoleite.org Pág. 3 6 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes ", Mar/Abr, n a 3 1 3, 54: ( 5 ) : 30-37, 2000 do grân u l o . I s t o p o d e s e r fei t o c o m o u s o d o amilógrafo B rabender, o q u al registra automa ticamente as m u d anças d e viscosi dade d a pasta p o r meio de um s i s tema controlado de aqueci mento e res friamento ( P o meranz, 1 9 8 5 ) . A gelatinização é um processo endotérmico e, portanto, a curva endoterma d e gelatinização é uma medida da progressiva desordem dos cristais de amilopectina quando aquecidos em excesso de água ( M orrison et aI., ( 9 9 3 ) . Podem, portanto, ser e m pregados m é t o d o s térmi c o s , c o m o , por exemplo. o calorímetro d i ferencial d e varredura, que acompanha a gelatinização registrando conti n u a m e n te a vari ação de e n t a l p i a . D u ra n t e o aquecimento na faixa de temperatura programada, a uma velocidade pré-estabelecida, a extensão da g e l at i n i zação é proporcional à área do pico da endoterma registrada (Si lva, ( 99 1 ). Vários são os autores que têm u t i l i zado este método nos seus trabalhos de pesquisa sobre a gelatinização: Tester e Morrison, ( 1 990), BelIo-Perez e Paredes-López ( \ 9 9 5 ) ; Valetudie et aI. ( 1 995). A perda d a b i rrefri ngência também é u m m é t o d o u ti l i z a d o p ara a v a l i ar a e x t e n s ão d a gelatinização, o que pode s e r feito p e l o micros c ó p i o de e s t á g i o a q u e c i d o de K o e fI er. N e l e determina-se a faixa de temperatura que marca o início e o término do desaparecimento da birrefrin gência - cruz de malta ( Pomeranz, 1 9 8 5 ) . Este m é t o d o t a m b é m é b a s t a n t e u t i l i za d o p e l o s pesquisadores na avaliação da gelatinização ( X u c Seib, 1 9 94; Valetudie et aI., 1 995 ). Outro método baseia-sc no fato de que a s u s c e p t i b i l i d a d e do grân u l o de a m i d o à ação enzi mátíca é a u mentada quando cle se enco ntra na forma gelatinizada. Este principio é usado para quantificar a extensão de gelatinização alcançada pelo a m i d o . A u tores como S he fty, Lineaback e S eib ( 1 974) e Chiang e Johnson ( 1 977) utilizaram este método nos seus trabalhos de pesquisa. 2.7, A gordura em produtos de polvilho azedo A gordura exerce u m papel muito i mpor tante no processo de fabricação de produtos d e p o l v i l h o . Cereda ( 1 9 8 3 ) afirma q u e a gordura u t i l i za d a na fab ri c a ç ão i n terfe r e n o p o n t o d e expansão d o p o l v i l h o , o q u al pode ser definido c o m o a capac i d a d e que tem u m p o l v i l ho para aumentar o volume da massa confeccionada quando s ubmetido ao forno . U m a d a s fu n ç õ es m a i s i m p o rt a n t e s d a gordura é tornar quebradiços e macios o s produtos assados, que poderiam, de outra forma, constituir massa sólida, firmemente ligada pelos cordões de glúten. Sendo insolúvel na água, a gordura evita a coesão dos cordões de glúten durante a combinação de i n g r e d i e n t e s , t o r n a n d o o prod u t o m a c i o , P h i l l i p s et a I . ( 1 9 9 5 ) . A g o r d u r a não s om e n t e amacia os produtos, m a s também aj uda a reter a r incorporado d urante a mani p u lação. Os benefícios esperados com substituição pela gordura fracionada e m b i scoitos e pães de queijo são : aroma, sabor, cor e textura, além de se obter u m produto mais saudável, j á que a gordura fracionada contém apenas ácidos graxos de quatro a oito carbonos. Os ácidos graxos de cadeia longa ( go rd u ra trad i c i o n a l ) p o d e m trazer prej u ízos à saúde humana, uma vez q u e estão associados ao colestero l . A gordura frac i on a d a d o l e i t e é bastante u t i l i z a d a em s o r v e te s , c h o c o l at e s , p r o d u t o s vegetais gordurosos, bolachas e alguns produtos l á c t e o s , p ri nc i p a l m e n te em q u e ij os fi n o s , requeijão e queijos fu ndidos, c o m o objetivo d e acentuar o sabor característico da gordura do leite, 3, REFERÊNCIAS B I B LIOGRÁFICAS B EL L O - PE R EZ, L . A . ; PA R E D E S - L Ó PEZ, O . Effects o t solutes on retrogradation o f stored s t arches and a m y l o p e c t i n s a c a l o r i m e t r i c s t u d y. Swrclz. v. 47, p. 8 3-86, April 1 995. Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes". Mar/Abr. na 3 1 3. 5 4 : (5): 30-37. 2000 Starclz retrog ra datioll . I n : CO LLlSON. R. R A D LEY. J . A . I n d ustrial uses o f starcn and its derivates. London Aplied S c ience. 1 976. 268p. G R E S T I , J . ; B U G A UT, M . ; M A N I ON G U I . L . ; BELARD, J . Composition of molecular species of triacylglycerols in bovine m i l k fat. }our I/al of Dair)' Sciel/ce. Champaingn. v.76. n.7. p . 1 8 5 0- I 869. July. 1 99 3 . JES U S . C.C.; PEREIRA. A J . C . ; L A B O IS S IERE. L.H. E.S. I nfluência d o congelamento na qua l i d a d e do pão de q u e ij o . I n : S I M PÓ S I O LAT I N O A M E R I C A N O DE C I E N C I A S DE A L I MENTOS. 1 997. Campinas. Resull/os . . . . C a m p i n a s : U n i versidade Estadual de Cam p i n as. 1 9 9 7 . p . 1 8 9 . JESUS, C:C.; PEREIRA. A . J.c.; LABOISS IERE, L . H. E. S . I n fluência do tipo d e polvilho e da mistura de escaldamento na qualidade do pão de queijo. In: CONGRESSO B RA S ILEIRO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE ALIMENTOS. 1 5., 1 996, Poços d e Caldas. ResuII/os. . . , Poços de Caldas: 1 996. p. 1 05. Dair)' Sciell ce, C h a m p a i n g n , p. 1 7 5 3 - 1 7 7 1 , J u n e 1 99 3 . Pág. 37 v.76, n.6, PEREIRA. A J . G . ; JESUS, C . C . ; LABOSS IERE, L . H . E . S . C a r a c t e r i z a ç ã o fís i c o - q u í m i c a, microbiológica e sensorial do pão de queijo. I n : S I M P Ó S I O L AT I N O A M E R I C A N O DE CIENCIA DE ALIMENTOS. 1 995,Campinas. Resumos Campinas: Universidade Estadual de Campinas. 1 9 9 5 . p . 6 3 . PHILLIPS, L . G . ; McG IFF, M .L . ; B AR B A NO. D . M . ; LAWLESS , H .T. T h e influence of fat on the s e n s o ry properties, v is c o s ity, and color o f l o w fat m i l k . }ourtlal of Dair)' Sciellce. Champaing, v.7 8. n.6. p . 1 2 5 8 , June 1 99 5 . P I NTO. S . M . ; Produç17o e cOII/posição química do leile de vacas Iz o lal/desas 110 illício da laclaç170 alimellllldas com diferel/tes fOllles de lipídeos. Lavras: Uni versidade Federal de Lavras, 1 997. 67p. ( Dissertação d e mestrado em Zoote c n i a ) . P O M E R A N Z . Y. FUllclioll a l properties of food cOII/pOl/ellts. N e w York : C h a p m a n e H a l l , 1 98 5 . 536p. B LACK. A. L.; BERGMAN, J.W.; HARTMAN. G. P. SajJ1mver productiOJz guidelil/es. capsule - inf ser - mont - agric - exp. Stn Bozeman. mount the Station n.8, p 3. abril, 1 975. KAYLEG IAN. K.E. ; H A RTEL, R.W.: LINDSAY, R . C . Applications o f mod i fi e d m i l k fat i n food prod u c t s . } o u rl/ a l of D a i r)' Sciel/ce. C h a m p a i n g n . v . 7 6 . n . 6 . p . I 7 8 2 - 7 9 6 . J u ne 1 993. BOUDREAU. A.: ARUL. J . Cholesterol reduction and fat fmetion technologies for milk fat an overvicw. }ourtlal oI Da ire Sciel/ce. Cham paingn. v.7 6 . p . 1 7 72- 1 7 8 1 . June 1 99 3 . KAYLEG I A N . K . : L 1 N D SA Y. R . C . Halldbook of m i lkfa l fra cli ol/ leclzll o l o gy alld appli· ClI l ioll. C h a m p a i n g . I I l i n o i s : A O C S Pres o CEREDA. M . P. Avaliação da qualidade de duas amos tras d e féc u l a fermentada de mandioca (polvilho azedo) Boletim da Sociedade Brasi l e i ra de Ciêl/ cia e Te cl/ ologia. v. 1 7 , n . 3 . p . 3 0 5 - 3 20 , 1 9 8 3 . LEL l E V R E . 1 . S t arc h func t i o n a l i t y a n d appl i cations. Food Sciellce Teclzllology Toda)'. v.6. p.234-237, 1 9 9 3 . gelatinization of cereal starches: I . Effects of a m y l o p e c t i n , a m y l o s e and l i p i d s . Cere a l Clzem . . v . 6 7 , p . 5 5 1 -5 5 7 . 1 9 90. M O R R I S O N . W. R . : T E S TE R . R . F. : S N A PE . C . E . ; LAW. R . ; G I DLEY. M . J . S w e l l i ng and gelatinizat i o n o f cereal s t arc hes. I V. Some e ffe c t s of l i p i d - c o m p l e x e d a m y l o s e and free a m y l o s e in w a x y and n o rm a b a r l e y s t arche s . Cere a l Clzemistr)'. .. v . 7 0 , p . 3 8 5 3 9 1 . 1 99 3 . VALETU D I E . 1 . C . L . G . ; COLLONA, P.; B O U CHET. B . : GALLANT. D J . Gelatinization o f sweet potato. t a n i a a n d y a m t u b e r starches. Sra rclz. v. 47. p . 2 9 8 -3 0 6 . 1 9 9 5 CHIANG, B . Y ; JOHNSON, J . A. Measurement of total and gelatinized starch by glucoamylase a n d o - t o l u i d i n e reagent. Cereal Clz emistry. v.54. p .429-435, A pril, 1 97 7 . C H UZEL. G . Desarol/o d e uII/a prueba d e eva luaciol/ de la calidad dei almidoll ágrio de )'u c a . I n : TA L L E R " AVA N C E S S O B R E A L M I DO N D E Y U CA" Cali, ResuII/el/es . . . C o l ô m b i a : . C I R A D/CEEMAT- C I AT, 1 9 9 1 . CIACCO, c.F.. CRUZ. R . Fabricação do ali/ido e sua utilização. C a m p i n a s : U n i v e rs i d a d e E s t a d u a l d e C a m p i n a s . 1 9 8 2 . 1 5 2 p . ( S érie Tecnologia I n d ustri a l ) 1 994. 662p. R A D LEY, J . A . Illdustrial uses of srarclz alld its derivales. L o n d o n : A p p l i e d Sci ence. 1 97 6 . 268p. S I LVA. C.E. M . Cill élica d a g e lalill iza ç170 d o ali/ido d e Irigo. C a m p i n as : U n i vers i d a d e Estadual d e Campinas. 1 99 1 . (Tese - Mestrado em Tecnologia de Alime n t o s ) . TESTER. R .F.; M O R R I S O N . W.R. Swelling and NOVA legislação d e produtos lácteos e d e alimentos para fins especiais. diet, Iight e enriquecidos. Fonte C o m u n i cação e E d i to ra . S ão P a u l o . 1 99 8 . 2 1 2 p. PA L M Q U I ST. D . L . ; B E A U L I E U , A . D . ; B A R B A N D . D . M . F e e d a n d a n i m a l fac t o rs i n fl uence m i l k fat compo s i t i o n . }ourtlal of V I LELA, E . R . ; FER RE I RA, M . E . Tecnologia de produção e utilização do amido de mandioca. Illforme Agropecuário, Belo Horizonte. v. 1 3 , p . 69 -74. 1 9 8 7 . X U , A . ; S E I B , P. A . S tructure o f tapioca pearls compared to starch noodles from mung beans. Cereal Clzemistr)'. v. 70, p.463-470. 1 994. ZIEM B A , l . V. Food starches. Food Tec/uzolog)'. Chicago v . 3 7 . p.7 1 -79. 1 9 6 5 . digitalizado por arvoredoleite.org r Pág. 3 8 Rev. lnse Latic. "Cândido Tostes". Mar/Abr, na 3 1 3, 54: (5): 38-45, 2000 INFLUÊNCIA DO LEITE PROVENIENTE DE VACAS MASTÍTICAS NO RENDIMENTO DE QUEIJO MINAS F RESCAL Pág. 39 Rev. Inse Latic. "Cândido Tostes", Mar/Abr. na 3 1 3, 54: (5): 38-45, 2000 Obj et i v o G e r a l Avaliar a i n fl uência do l e i t e proveniente de vacas mastíticas no rendimento e na qualidade Tratame n t o 3: quatro fabricações de queijo minas frescal usando leite com contagem de células somáticas de 90.000. queijo Minas frescal. Gilson Pinto Matio/i' Sandra Maria Pinto' Luiz Ronaldo de Abreu' LeorT!ardo Xavier' Luiz Alllônio Micco/i Teixeira' RESUMO 1111 ,dll P'! Também conhecida como mamite, a mastite é uma inflamação do úbere, sendo um fator que contribui decisivamente para o declínio da qualidade do leÍle e seus produtos. O declínio na produção de leÍle causado por essa enfernúdade do úbere é baSlanle evidente e causa sérios prejuízos econômicos para a pecuária leiteira. Com a mastite há uma ' grande mudança na composição físico-química do leite principalmente com o fracionamenlO do nitrogênio. Uma vez que é a caseína a principal prOleína do leite e aquela que indicará o rendimento do leite, principalmente em queijos, o fracionamento do nitrogênio do leite tem influência marcante em seu rendimento industrial e na qualidade dos produtos,. As células do leÍle são células somáticas represenladas por leucócitos, macrófagos, neutrófilos e linfócitos. Quando há uma infecção. irritação ou algum outro dano à glândula mamária. o organismo envia grande quantidades destas células para o local injuriado com a finalidade de lutar contra a i nfecção e reparar os danos teciduais causados. A sua determinação é o melhor método para idenlificação de mastite subclínica. O objetivo deste trabalho foi verificar a influência do leite mastítico no rendimento do queijo minas frescaL Em uma fazenda da região foi selecionado leiles com diferentes contagens de células somáticas e feito três experimentos com quatro repetiçôes. Foram feitas análises fisico-químicas do leite. soro. queijo e verificado a diminuição do rendimento dos queijos em até 9.81'70 em leites com alta contagem de células somáticas. 1. I NTRODUÇÃO A mastite. também conhecida como mamite ou i n flamação do úbere. é um dos fatores que contribuem decisivamente para o declínio da qualidade do leite e seus produtos. O declínio na produção de leite causado por essa enfermidade do úbere é bastante evidente e causa sérios prejuízos econômicos para a p e c u ári a l e i t e ira. s e n d o c o nsequentemente o principal fator que leva o produtor de leite a se preocupar com tal enfermidade, porém, a composição do leite fica em geral relegada a segundo plano. pois o pagamento do leite pela qualidade somente agora está começando a s e r i m p lantado por alguns estabelecimentos indu striais no B rasil. A composição físico química do leite prove niente de vacas mastíticas s o fre alterações como: A concentração de sólidos totais d i m i n u i , d i m i n u i n d o consequentemente o valor e o ren d i mento desse leite em produtos. O teor d e g o r d u ra é d i m i n u í d o n o l e ite mastítico, sendo que não existe uma d i mi n u ição considerável na concentração de proteínas totais. I s s o acontece com a concentração de proteínas totais. devido ao fato de haver uma diminuição da caseína e u m a u m e n t o das proteínas d o soro; 2 entretanto. sendo a caseína a proteína mais impor tante, principalmente na fabricação de queijos. essa enfermidade ocasiona u m a queda no rendimento da fabricação (Abreu. 1 999). Junta-se a isso o fato de que com o aumento das proteínas do soro. essas são absorvidas pela micela da caseína, dificultando o ataque de enzi mas do c o a l h o . p ro c e s s o de coagulação e produzindo uma coalhada mais frágil. d i m i n u i n d o a i n d a m a i s o re n d i me n t o . C o m o o cálcio é elemento indispensável na coagulação do l e i t e , e s s e fato fi ca ainda m a i s agravado p e l a di min uição d e s s e mineral no leite mastítico. Essas i n formações evidenciam os prej uízos causados pela mastite na qualidade físico química do l e i t e . d i m i n u i n d o seu v a l o r n u t r i t i v o e s e u rendimento e m produtos. além de causar danos à qualidade dos produtos com ele fabricados. O fracionamento do nitrogênio do leite tem influência marcante em seu rendimento industrial e na qualidade dos produtos, uma vez que é a caseína a principal proteína do leite e aquela que indicará o rendimento do leite, principalmente em queijos, tendo também essa repartição do nitrogênio i nfluência na qualidade nutricional e na qualidade do produto final, uma vez que sabores desagradáveis podem surgir em produtos cujo balanço protéico é desestabilizado. Aluno do Curso de Pós-graduação em Ciência dos A l i mentos/UFLA . Professor do Departament o de Ciência dos A l i mentos/UFLA . 2.2.1 Tratamel/to do leite Padronização do leite a um teor de gordura de 3%. Pasteurização lenta do l e i te (65°C por 3 0 Obj etivos Específicos I . Veri fi c a r a s m o d i fi c a ç õ e s s o fr i d a s . principalmente p e l a s proteínas do leite ( frac i onamento d o n i trogê n i o ) . 2 . Avaliar o rendimento do leite em queijos Minas frescal e a qual i d ad e desse pro duto, também em função de d i ferentes contagens de células somáticas. 2. M ATERIAL E MÉTODOS O experimento foi realizado no laboratório de l a t i c ín i o s do Departamento de C iê n c i a dos A l i mentos d a U n i versidade Federal de Lavras (UFLA). Lavras-MG. O leite utilizado no experi mento foi obtido de uma fazenda (Granja Jomalo) na região de Lavras. escolhida devido a ser altamente tecnificada, com lotes para ordenha divididos em produção, estágio de lactação e idade dos animais. m i n u t os ) . 2.2. 1 . 1 Fermel/to Lático O fermento u t il i zado nas fabricações dos queijos foi o fermento lático mesofílico ( D V S tipo "O") R-704 composto de Lactococcus lactis spp. Lactis e Lactococcus lactis spp.cremoris. 2.2.1.2 Coalho Foi u t i l i z a d o c o a l h o b o v i n o , o b t i d o de abomaso de bovinos adultos . 20% de quimosina, 80% de pepsina bovina e cloreto de sódio. 2.2.2 Fabricação dos queijos A tecnologia usada foi a descrita por Furtado ( 1 997) e o fluxograma está apresentado na Figura I . 1 SELEÇÃO 2 . 1 . Coleta de amos tra 2.1.1 COl/tagem . de células somáticas A seleção dos animais foi feitas do lote de maior prod ução, de acordo com a contagem de células somáticas do leite analisados mensalmente por contador eletrônico de células s o máticas. na EMBRAPA Gado de Leite Juiz de Fora. O lote foi sub-dividido em três sub-lotes. com contagem de células somáticas de: sub-lote I - até 200.000; sub-lote 2 - de 200.000 a 600.000 e sub-lote 3 acima de 600.000 . O método de pasteurização u t i l i zado foi 6 5 ° C por 30 m i n u t o s , ou s ej a , pasteurização lenta. Para cada fabricação foram utilizados sete litros de leite. 1 CCS até 200.000 1 DO LEITE '" 1 1 CCS CCS > 1 1 d e 200.000 a 600.000 600.000 '" I PASTE U R IZAÇÃO LENTA 6 5 ° C/30mi nutos 1 '" 1 RESFR I A M ENTO 3 2 °C 1 A D iÇÃO '" DOS I N G REDIENTES 1 Cloreto de sódio,Cl o reto de cálcio, Fermento mesofílico Tipo O. Coalho bovino '" 1 COAGULAÇÃO '" 2.1.2 Leite O leite d o s animais de cada s u b - l o te foi misturado e coletou-se amostra em frascos pró prios para contagem de células somáticas. 35°C 1 CORTE DA C O A L H A DA I AG ITAÇAO 2.2. Tratamentos aplicados '" DA MASSA '" I PONTO E DES S O R AGEM Foram feitos três tratamentos, com quatro fabricações por tratamento, sendo cada fabricação uma repetição. Tratamento I : quatro fabricações de queijo minas frescal usando leite com contagem de células somáticas de 1 .250.000. Tratamento 2 : quatro fabricações de queijo minas frescal usando leite com contagem de células somáticas de 270.000. I '" ENFO R M A G E M I Figura 1 - Fluxograma para fabricação do queijo minas fresca!. 2 . 3 . A n á lises fís i c o- q u í m icas Foram real i za d as a n á l i s e s do s o ro e d o queijo. digitalizado por arvoredoleite.org Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Mar/Abr, na 3 1 3, 21: (5): 38-45, 2000 Pág. 40 2 . 3 . 1 . 6 Determ in a ç ão de n itrogênio solúvel (NS) Determinado pelo método M i cro-Keidahl, segundo técnica descrita pela A .O.A.C. ( 1 9 9 5 ) . 2.3.1. Do soro As amos tras do s oro foram retiradas n o momento do corte e d o ponto em todas as repe tições. As análises foram realizadas em triplicata, seguindo as seuintes metodologias. 2 . 3 . 2 Do Queijo 2.3. 1 . 1 Acidez titulável Foi u t i l izado o método de t i t u l ação c o m hidróxido de s ó d i o N/9 (sol ução Dornic), com a u t i l ização do indicador fen o l ftaleína, segundo o Laboratório N a c i o n a l de R e fe rê n c i a A n i m a l LANARA ( 1 9 8 1 ). 2.3.2.1 Umidade A u m i d ade foi determinada pelo método grav i mé t r i c o p o r meio d e e s t u fa d e s e c agem, segundo técni c a descrita por A . O . A . C . ( 1 995). 2.3.2.2 Gordura As determinações foram realizadas p e l o método butirométrico de Gerber (A.0.A.C., 1 995). A centrífuga e os butitômetros utilizados foram da marca original G erber. 2.3. 1 . 2 Gordura As porcentagens de gordura dos leites foram d e t e r m i n ad a s p e l o m é t o d o b u t i ro m é t r i c o de Gerber, segundo técnica do LANARA ( 1 9 8 .1 ) . 2.3.1.3 Densidade 2.3.2.3 Extrato seco total (EST) A m e t o d o l o g i a u t i l i za d a foi c o n forme metodologia descrita pela A . O . A . C. ( 1 995). Para as d e t e r m i nações , foram u t i l i zadas e s t u fas de secagem (modelo 3 1 5- S E FANEM) a 1 05aC. Foi u t i l i za d a a l e i t u ra d i reta em termo l actodensímetro, segundo Quevene, previamente cal ibrado, corrigindo-se o efeito da temperatura segundo técnica d o L A N A R A ( 1 9 8 1 ) . 2.3.2.4 Gordura n o extrato seco (GES) Foram u t i l i z a d a s as m a s s a s m é d i a s de gordura corres pondentes a 1 00 g de queij o p o r 1 00g d e s ó l i d os t o t a i s . O v a l o r res u l t an te foi d i v i d i d o p e l a m a s s a m é d i a de s ó l i d o s t o t a i s referentes a 1 00g de queijo, e o resultado expresso em porcentagem ('lo) de gord u ra no extrato seco (Folegat t i , 1 9 9 4 ) . 2.3.1 . 4 D e t erminação dos teores de n itrogênio total (NT) e Proteína Total (PT) O Método utilizado foi o Kjeidahl, segundo metodologia descrita por Gripon el a/. ( 1 9 7 5 ) . As amostras foram digcridas em bloco aquecedor da marca S A RGE, modelo 40-25, e destiladas em e q u i p a m e n t o TEC N A L , m o d e l o TE 0 3 6/ 1 . O fa t o r u t i l i z a d o p a ra c o n v e rs ã o d o s te o re s de n i t r o g ê n i o para p r oteína b r u t a foi de 6 . 3 8 ( K osikowski. 1 97 7 ) . 2 . 3 . 3 . 5 Nitrogêllio total (NT), Nitrogêllio não protéico (NNP) e Nitrogêl/io solrhel(NS) As a n á l i s e s fo r a m real i z adas s e g u i n d o metodologia j á descrita e m 3 . 3 . 2 . 3 . 1 . 5 Determinação de Nitrogênio Não Protéico - TCA 12% (NNP) As amostras foram precipitadas com ácido tricloroacético (TCA) a 24%, obtendo-se concen tração final de 1 2%, filtrada em papel WHATMAN 4 2 . O n i tr o gê n i o c o n t i d o n e s t a s o l u ç ã o foi denominad o nitrogênio não protéico ( N N P ) , que foi e n t ã o d e t e rm i n a d o pelo m é t o d o Kj e i d a h l , como descrito por Gripon et al.( 1 9 7 5 ) . Esse ni trogên i o também é denominado de ni trogênio solúvel em TCA 1 2% . 2.3.3. 6 Rel/dimellto O rendimento foi calculado di vidindo-se o volume de leite usado, que foi fixo (7 litros), pelo peso do q u e i j o após 24 h o ras d e fab r i c a ç ã o , correlacionando esse resultado c o m o teor de umi dade de cada queijo. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Tabela 1 - Resultados das análises físico químicas do soro CCS Vol . Acidez! Acidez/ 3,75 1 2,5 1 2,5 0,48 I,16 0,4 1 2 4,05 12 lO 0,43 1 ,09 0,44 1 3 4, 1 8 I i ,5 lO 0,38 1 , 09 0, 3 9 3 0,543 Gord. P. T Cas P. S 3 . 1 . 1 Volume Os dados referentes aos v o l u mes de soro obtidos na elaboração dos quei os se enc? ntram na Figu ra 2. O volume de soro fOI tanto mator quanto mais e l evada a contagem de c é l u l a s somáticas, principalmente quando comparados os resultados entre o tratamento I (CCS = 1 . 250.000) e os outros dois (270.000 e 90.000), uma vez que a CCS do tratamento I é muito maior que a d i ferença entre ! os tratamentos 2 e 3. Essa d i ferença provavelmente aconteceu e m função d e u m a maior ac i d i fi cação d urante a fab ri c ação nos l e i te s com m e n o r c o n t ag e m de cél u l a s s o m á t i c a s ( F i g u ra 3 ) . S e g u n d o A u l d i s t et a I . ( 1 996), um aumento na acidi ficação d u rante a e l aboração d e q ueij o s l e v a a u m a m a i o r c o n t ra ç ã o d o g r ã o d a c o a l h a d a , e l e v a n d o o p ro c e s s o de s i n éres e, c o m conse qüente aumento do v o l u me de s o ro prod uzido. . _ 0 de s o r o Pres u mi v e l m e nt e , m a I o r e x p u l s a acarreta u m menor teor d e u mi d ade do queijo, o que pode s e r observado na F i g u ra 8 , embora o s v al o res o bservados n a q u e l a figura tenham fi c a d o m u i t o p r ó x i m o s . 3.1.2 Acidez C o m a i n vasão d e bactéri as n a glând u l a mamária, o organismo a n i m a l c r i a mecan is mos de defesa para fazer frente à invasão. Dentre os v á r i o s m e c a n i s m o s . a a t i v aç ã o d o p l a s m i nogênio e m plasmina é u m dos mais importantes, pois a p i as mina age como u m i n i b i d o r não s ó d o s m i c ro r g a n i s m o s i n v a s o re s . m a s t a m b e, m daqueles presentes no fe rmento l á t i c o . C o m isso. as a m o s t ra s d e l e i t e s com altas c o n t agens de c é l u l a s s o m á t i c a s a p re s e n t a m u m a m e n o r aci d i fi cação d u rante o processo de fabricação CJ 'C 2 Contagem de Células Somáticas Figura 2 - Vol ume de soro da fabricação de queijos c o m l e i tes c o m d i ferentes C C S ( 1 : 1 . 250.000; 2: 270. 000; 3 : 90.000). 14 12 " 'eQ 1l 10 e Q ."'U� 3 <: de queijos. Observa-se, na Figura 3 . que o leite do t r a t a m e n t o I apre s e n t o u p r o b l e m as d e ac i d i fi cação d u rante a fabri cação d o s q ueijos, não h a v e n d o , i n c l u s i v e , uma d i m i n u i ç ã o d o pH d u rante o processo de mexe d u ra. C o mo conse q ü ê n c i a d i s s o , o processo de s i nérese foi prej u d i c a d o , l ev a n d o a u m a u m e n t o n o s tempos de c o a g u l a ç ã o e m e x e d u ra . M e s m o com e s s a mexedura p r o l ongada, o s q ue i j o s a i n d a apre s e n taram maior teor d e u m i d a d e . Te c n o l o g i 3 . 1 . A nálises d o soro Pág. 4 1 Latic. "Cândido Tostes", Mar/Abr, na 3 1 3 , 54: (5): 38-45, 2000 camente, e s s e tempo de mexe d u ra prol ongado é p r ej u d i c i a l à i n d u s t r i a , p o i s p r ej u d i c a o cronograma dentro da fábrica, aumenta o risco d e c o n t a m i n aç ã o por m i c ro r g a n i s m o s prej u d i c i ai s a o q u eij o, c o m o c o l i fo r m e s , a l é m d e p ro d u z i r q u eijos de composi ção q u ímica d i fe . re n t e , l e v a n d o a p r o b l e m a s d e c o m e r c I a N.N.P Finos Dens. 0,588 0, 1 7 1 4 6 ,25 1 ,039 0,495 0, 1 54 31 1 , 04 l i zação. u m a vez s e r a padro n i zação u m fator i mportante para a competitividade dos produtos 0 , 1 54 2 9 ,5 5 1 , 04 no merc a d o . Acidez corte Acidez dessofação Contagem de Células Somáticas Figura 3 - Acidez do soro da fabricação de queijos com l e i tes com d i ferentes ·ccs ( I : 1 . 250. 000; 2: 270.000; 3: 9 0 . 000). 3.1.3 Gordura A gordura é um dos principais componente do queij o , co n t ri b u i n d o princi pal mente para o sabor. aroma, cor e textura do produto, além de influenciar diretamente no rendimento industrial do leite. Durante o processo de fabricação, deve s e ter a preocu pação de o b t e r a maior taxa de transferência desse componente do leite para o digitalizado por arvoredoleite.org Pág. 42 Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Mar/Abr, n° 3 1 3, .:l:!:: (5): 3 8 -45, 2000 queijo, obtendo, consequentemente, um soro com teores de gordura os mais baixos possíveis. O b s e r v a n d o a F i g u r a 4 , que l e i tes c o m maiores contagem de células somáticas produziram soro com teores de gordura mais elevados. Mesmo considerando a quantidade de gordura [porcentagem (Figura 4) x volume (Figura 2)], os leites com maior contagem liberaram maiores quantidades de gordura no soro, levando, consequentemente, a maiores perdas. O leite proveniente de vaca com mamite tem s ua coagul ação d i fi c u ltada, forman d o u ma coalhada mais friável, porosa, que ocorre em função do menor teor de caseínas e menor acidez. Isso faci l i ta a saída de gordura dos grãos , e conse quentemente u m soro mais gorduroso. 0,6 1.4 0,5 1.2 � 0.4 ! � 0,3 1: o t.' 0,2 l a t i c í n i o s esses fi nos s ão coletados através de um coador e incorporados à massa antes ou depois da enformagem; essa atitude leva, muito freqüen temente, a o apare c i me n t o de o l h a d u ra s mecâ 11 Proteína Total I!i Nitrogênio Não Protéi:o IlIlI Caseínas Contagem de Células Somáticas Figura 6 - Quantidade de finos coletados junto ao soro da fabricação de queijos com leites com d i fe r e n t e s C C S ( I : 1 . 2 5 0 . 0 0 0 ; 2: 2 7 0 . 0 0 0 ; 3 : 9 0.000). � 0,6 3 . 2 Aná lises do queij o 0.4 o Tabela 2 0.2 Porcentagem de gordura do soro da fabricação de queijos com leites com d i ferentes CCS ( I : 1 . 250.000; 2 : 270.000; 3: 90.000). 3. 1.4 Proteínas totais, sO/IÍl'eis e NNP No processo de fabricação de queij o s . as p r o t e í n a s , p a rt i c u l a r m e n t e a c a s e í n a . d e s e m penham u m papel fundamental. As enzimas adi c i o n a d a s ao l e i t e a t ravés d o c o a l h o atuam na micela de caseína, especificamente na ligação 1 051 0 6 ( fe n i l al an i n a-meti o n i n a ) da K-caseína, l i berando o g l i comacropetídeo ( G M P ) , fato que desestabi l i z a a m i c e l a, dando oport u n i d ade ao cálcio sol úvel de estabelecer uma "ponte" entre as micelas, formando um rede que aprisiona em seu interior os demais componentes do leite, como a água, gordura, lactose, etc. Essa "malha" forma a matriz do queijo, conferindo a esse s u a . forma, estrutura, firmeza, etc. N a Figura 5 estão apresentados o s dados r e fer e n t e s à s fr a ç õ es n i t r o g e n a d as d o s o r o . C o mo e s perado, o l e i te de mais a l t a con tagem de célu las s o m áti cas ( t ratamento I ) apresentou m a i o res c o n cen trações tanto para as proteínas totais q u anto para proteínas s o l ú v e i s e N . N . P. A m a m i t e p r o v o c a u m a e l e v a ç ão d o t e o r d e proteínas s o l ú ve i s d o leite, principal mente pela ativação d o plasminogênio, processo já descrito Tempo mexedura Contagem de Células Somáticas Figura 7 - Tempo de coagulação e de mexedura da massa na fabricação de queijos com leites de diferentes CCS ( I : 1 . 250.000; 2: 270.000; 3 : 90.000). Resultados das análises físico químicas do queijo. TM UMID. GORO G.E.S PT PS NNP Llkg 74 60 59.23 18 43.56 1 6,22 1 . 64 0.2 1 7.24 2 55 53 5 8 , 64 1 5.89 1 .22 0. 1 6 6.69 3 50 1 7 ,23 1 .2 9 0,24 6.53 o Contagem de Células Sorruíticas - Tempo coagulação TC CCS Contagem de Células Somáticas Figura 4 importante para o aumento da umidade dos queijos elaborados com leite de CCS elevada. nicas. depreciando consideravelmente a qualidade dos queijos. O Proteínas Solúveis 0.8 0,1 i'I n o item 3 . 1 . 2 . Como essas frações apresentam u m a b o a s o l u b i l i d a d e na fase a q u o s a , o s resultados aqui encontrados estão coerentes, pois era de s e esperar u m e q u i l íbrio dessas frações s o l ú v e i s e n tre a á g u a q ue se e n c o n t r a fora e aquela q u e se encontra d e n tro dos grãos. A l ém disso, a maior porosidade d a coalhada obtida com leite proveniente d e vaca com mamite, fac i l i ta a m i gração d e s s a s frações. Q u a n d o a comparação é fei t a entre o l e i te de CCS = 90.000 e o de CCS 2 7 0 . 0 0 0 , não é observada u m a d i ferença s i g n i fi c a t i v a c o m relação à s frações protéicas do soro. i n d icando que uma contagem d e 270,000 não exerce grandes i n fl uê n c i as nas proteínas d o s or o . Pág . 43 Rev. Inst. Latic. "Cãndido Tostes". Mar/Abr. n ° 3 1 3. 54: (5): 38-45. 2000 50 5 8 . 45 17 16 40.96 38,70 Figura 5 Proteína t o t a l . p ro t e ínas s o l ú v e i s , n i trogê n i o não p ro t é i c o e case ínas de s o ro d a fabricação de queijos c o m leites c o m d i ferentes CCS ( I : 1 . 250.000; 2: 270.000; 3: 90.000). 3.1.5 Finos Os finos são aqueles restos de coalhada que fi c a m d e p o s i t a d o s no f u n d o do tanque após a retirada e enformagem da massa. Como eles podem ser considerados fragmentos dos grãos de coalhada que n ã o foram i n c o rp o r a d o s à m a s s a a s e r e n formada, e l e s representam u m a perda e con tribuem para a diminuição do rendimento do leite em queijos. Fica evidente pelos dados apresentados na Figura 6 que a quantidade de finos obtida durante a fabricação dos queij o s foi maior q u an t o mais e l e v a d a a c o n t a ge m d e c é l u l as s o máticas dos leites. Como já mencionado, o leite proveniente de vaca com mamite produz coalhada mais frágil, que possui uma tendência de quebrar com maior fa c i l i d a d e d u ra n t e o p r o c e s s o d e m e x e d u ra . gerando, p o r conseqüência, uma maior quantidade de finos. Os tempos de coagulação e de mexe dura e s t ã o r e p re s e n t a d o s n a F i g u ra 7. E m m u i t o s 3.2. 1 Umidade O t e o r de u m i d ade de u m q u e ij o é de fu n d a m e n t a l i mp o rt â n c i a para s u a q u a l idade, sendo inclusive estabelecidos n a legis lação o s t e o r e s máx i m o s e m í n i m o s p a ra c a d a t i p o de queijo. A umidade exerce influência marcante nas caracterís t i c as fís ico-químicas, sensoriais e na capacidade da massa de experi mentar maior ou m e n o r d e s e n v o l v i me n t o das b ac t é ri a s p r o v e nientes d o fermento lático. Embora pequena. observa-se uma diminuição da umidade à med i d a que a contagem de células somáticas diminuiu (Figura 8). Vários fatores. com intensidades variadas, podem ter l e vado a essa diferença nos teores de umidade dos queijos. O leite proveniente de vaca com' mamite promove uma elevação na concentração de proteínas solúveis e essas proteínas possuem uma maior capacidade de retenção de água em relação à caseína. Assim. pode se esperar que a elevação dos teores de proteínas solúveis tenha contribuído. pelo menos em parte, com a elevação da umidade dos queijos. Além disso, a dificuldade de sinérese. abordada nos itens 3.2. 1 e 3.2.2. deve provavelmente ter contribuído de forma Contagem d e Células Somáticas Figura 8 - U midade de queijos fabricados com leites de diferentes CCS ( I : 1 . 250.000; 2 : 270.000; 3: 9 0 . 000). É importante ter em mente que o teor de umidade do queijo é consegu i d o principalmente digitalizado por arvoredoleite.org r Pág. 44 Rev. Ins!. Latic. "Cândido Tostes ". Mar/Abr. n° 3 1 3. 54: (5): 38-45 . 2000 com um corte adequado da coalhada. mexedura na intensidade e no tempo correto. aquecimento, etc. No caso do leite proveniente de vacas com mamite, há uma dificuldade de sinérese, havendo a neces sidade de uma mexedura mais prolongada, o que acarreta problemas operacionais na fábrica, além de aumentar a possibilidade de contaminação com microrganismos indesejáveis. Uma elevação no teor de umidade dos queijos eleva a atividade de água da massa, pois normalmente o tempo que os queijos ficam em salmoura é padronizado, ou a quantidade adicionada, no caso de salga a seco, é a mesma para todas peças. Isso faz com que queijos elaborados com l e i te proveniente de vacas com mamite possuam uma maior capacidade de desenvolvimento microbiano e ati v i dade enzi mática, d i m i n u i n d o consequentemente s u a v i d a ú t i l . 3.2.2 Teor de gordura e gordura n o extrato seco Os dados referentes ao teor de gordura e p o r c e n t a g e m de g o r d u r a n o e x t r a t o s e c o s e e n c o n t r a m n a F i g u r a 9 . O s l e i tes c o m m a i o r contagem de células somáticas produziram queijos com maior teor de gordura, bem como p 111 i i CCS I a u m e n t o d a C C S . I s s o fez c o m q u e a rel ação gordura/caseína fosse maior nos leites com maior contagem, levando, como conseqüência, a u m m a i o r t e o r d e g o r d u r a n o s q ue ij os , m e s m o considerando, para esses leites, u m a maior perda de gordura no soro. 3.2.3 Proteínas totais, solúveis e N.N.P As variações ocorridas nas concentrações de proteínas do queijo (Figura 1 0) são devidas à composição inicial do leite com d i ferentes CCS e às conseqüências que estas variações causam na fabricação do queijo. O menor teor de caseína no queijo com maior CCS foi nitidamente observado quando comparado com o rendimento dos queijos, u m a vez q u e a c a s e í n a é a p r i n c i p a l p ro teína responsável pelo rendimento queijeiro. Rev. Ins!. Latic. "Cândido Tostes", Mar/Abr, n ° 3 1 3, 5 4 : ( 5 ) : 38-45, 2000 7.5 :[ REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ::r A B REU, L. R. Considerações sobre a qualidade do leite. In: Encontro de Pecuária Leiteira do S u l de M i n a s , 3 .• 1 9 9 9 , L a vras . A n a is. . . Lavras : UFLA-DAC. 1 99 9 . A S S O C I AT I O N OF OFF I C I A L A N ALYTI C A L CHEMISTS. Official metlwds of analysis. 1 2. ed. Washinton, 1 9 95. 1 09 4 p. 2 Figura 11 F U RTADO • M. M . Ma n u a l p rático da Mussarela (Pizza Cheese). Campinas. Master Graf Gráfica e Comércio. 1 997. 70p. 4. CONCLUSÕES G R I PON, l . C . E t u d e d u rô l e d e s m i c r o - o rga nismes et des enzimes are cours de la matu rat i o n des fro mages. Le Lait. Paris. v . 5 5 . n . 5 4 8 . p . 5 0 2 - 5 1 2. S e p t . /Oct . 1 97 5 . Contagem de Células Somáticas O CC S 1 IEl CC S 2 II CCS 3 O CCS2 - R e n d i mento (em l i tros de leite por quilo de queijo) de queijos fabricados com leites d e d i ferentes CCS ( I : 1 . 250.000; 2: 270.000; 3 : 9 0 . 00 0 ) . Com b a s e nas c o n d i ções experimentais e de função dos dados obtidos. é lícito concluir que: => D u rante o processo de fabricação dos I>,i Nl'IP. Contagem de Células Somáticas Figura 1 0 - Porcentagem d e proteínas t o t a i s , proteínas s o l ú ve i s e n i trogê n i o não protéico de queijos fabricados com l e i tes de d i ferentes CCS ( I : 1 . 2 5 0.000; 2 : 270.000; 3: 90.000). Gordura ext seco Contagem de Células Somáticas Figura 9 - Gordura e gordura no extrato seco de queijos fabricados com leites de d i ferentes CCS ( I : 1 . 2 5 0.000; 2 : 270.000; 3: 90.000). maiores porcentagens de gordura no extrato seco. Isso aconteceu devido ao fato dos leites de maior contagem terem produzido menor quantidade de q u e i j o D e s s a fo rma, c o n c e n t r o u - s e o teor de gordura nesses leites. Os leites u t i l izados nesse trabalho foram t o d o s padroni zados p ara 3 , 1 %, s e n d o que o t e o r de c a s e í n a d i m i n u i u com a 3.2. 4 Rendimento (Litros/Kg) O s d a d o s a p re s e n t a d o s n a F i g u r a 1 1 apontam para uma relação d i reta entre a contagem de células somáticas e a quantidade de leite e m litros, necessária para se produzir I Kg de queijo. Essa d i m i n u i ção do ren d i mento em queijos, em função da contagem de células somáticas, foi de 9 , 8 1 % entre a maior e menor CCS. deixando claros os prej u ízos que a mastite causa à i n d ú s tria de laticínios e m geral, e particularmente à de queijos. A p r o d u ç ã o de q ue i j o é b a s e a d a n a coagulação do leite e incorporação de caseína ao retículo do coalho. C o m o o leite com alta CCS aprese n t a m e n ores t e o re s d e c a s e ín a e m e n o r proteínas s o l ú v e i s e N . N . P. M a i o re s contagens produziram também maiores quantidades de finos nos soros. :> O rend i mento do l e i te e m queijos foi altamente influenciado pela contagem de cél"ulas s o máticas do l e i te. Leites com contagens maiores tiveram seu rendimento em queijos diminuídos em até 9 . 8 1 % . . quantidade de caseína micelar e a coagulação do l e i te envolve a formação de grandes agregados micelares de ocorrência natural nos micélios de caseína ( S harma & R an d o l ph 1 974), é compre ensível que leite com alta CCS possua um menor ren d i mento queijeiro. o Pág. 45 queijos. os leites que apresentaram maior contagem de células somáticas. produ ziram uma menor quantidade de soro. => Durante o processo de fabricação dos q u e ij o s . o tempo d e c o a g u l a ç ão e o tempo de mexedura foram mais prolon gados quanto maior foi a contagem de células somáticas desse leite. => O soro proveniente dos leites com maior c o n tagem de c é l u l a s s o m á t i c a s apre s e n t o u m e n o r ac i d ez. m a i o r teor de gordura. maior teor de proteínas totais, bem c o m o mai ores c o n c e n trações de K O S I K OW S K I . F . Cheese and fe rmented milk fo{)ds. 2. ed. Ann Arbor. MI: Edward Brothers. 1 977.7 1 I p . LABORATÓRIO NAC IONAL D E REFERÊNCIA A N I M A L - L A N A R A . Métodos anal íticos oficiais para controle de produtos de origem animal e seus ingredientes. 1 1 . Métodos físico e químicos . B rasília: Ministério da Agricultura. Secretaria Nacional de Defessa Agropecuária. 1 9 8 1 .201 p. SHARMA, K . K . ; RANDOLPH, H . J . Enzymes i n b o v i ne m i l k : a review. l o u m a l of D a i ry Sciellce. Champaign, v.56. n . 5 . p . 5 3 1 -543, May 1 9 7 4 . j� i1'rr�:diiçã(J; q!lVJ® -d®s�rllv©llv® ==========�� =�==���2��=��� digitalizado por arvoredoleite.org Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Mar/Abr, n° 3 1 3 , 54: (5): 46-49, 2000 Pág. 46 AVALIAÇÃO F ÍSICO-QUÍMICA DE PÃO DE QUEIJO FABRICADO COM GORDURA DE LEITE F RACIONADA A n tônio Ramaniello Netal Sandra Maria PintaI Luiz Ronaldo de Abreu' Rasemar)' Gualberto F.A Pereira' Fenzanda Amônia Resplande Maga/luies.l RESUMO o presente trabalho foi desenvolvido nos Laboratórios de Laticínios e de Grãos e Cereais. do Departamento de Ciência dos Alimentos da Universidade Federal de Lavras. Foram analisados os pães de queijo elaborados com três temperaturas de fracionamento da gordura anidra do leite (BllJ/eroil), 28'C, 25"C e 22"C. tendo como controle a gordura i ntegral. As gorduras foram submetidas ao método de fracionamento a seco, com o objetivo de concentrar os ácidos graxos de cadeia curta para conferir sabor e aroma. ''fllIvor'' e "l1Io11lh!eei" ao pão de queijo com ela elaborado. O pão de queijo elaborado com as diferentes frações de gordura foi submetido à análise de Sua composição química. observando-se que nenhuma das frações de gordura pôde ser considerada semelhante ao controle. Somente as frações 25'C e 28"<: foram iguais entre si, tendo diferenciado de todas as outras a fração a 22"C. A utilização de gordura do leite fracionada mostrou-se uma técnica viável na obtenção de produtos de qualidade. 1. INTRODUÇÃO o flavor de u m a l i mento é u m a resposta integrada, envolvendo contribuintes principais das sensações de aroma e sabor. sendo que a cor e a textura podem também modificar a avaliação subje t i v a global de um flavor particular. De maneira geral, considera-se que o odor ou aroma seja o mais importante fator isolado a contribuir para o flavor característico na maioria dos ali mentos. O p H d o a l i m e n t o o u meio a fe t a a c o n ce n t ração das m o l é c u l a s de á c i d o s graxos capazes de contribuir para o aroma dos produtos. À medida que o pH abaixa, a concentração mínima para percepção do ácido graxo d i m i n u i . até um ponto em que todas as moléculas são convertidas em suas formas protonadas. Portanto, os ácidos graxos de cadeia curta se tornam muito impor tantes para o aroma na maioria dos alimentos que possuem um pH relativamente baixo. N a Europa e nos Estados U n i d o s , a u t i l i zação de gordura do leite contendo maior concen tração desses á c i d o s grax o s está ocorre n d o d e forma crescente e m produ tos d e padaria e e m pro d utos extrudad o s , aumentando consideravel mente a s u a aceitação destes produtos pelos consumidore s . No B rasil. e s s a prática é adotada em escala muito reduzida e somente por algumas indús trias multi nacionais que importam esse tipo de gordura de suas matrizes. 2 3 D e n t re os p r o d u t o s b ra s i l e i ro s , aqueles elaborados com o polvilho azedo parecem ser os mais propícios para a u t i l i zação desse t i p o de gordura. O polvilho azedo é um produto obtido da fermentação da fécula de mandioca, extraída por proces s o s q u e v a r i a m de a r t e s a n a i s . b a s t a n t e rústicos, àqueles de médias a grandes indústrias. As indústrias de polvilho se encontram nos estados de M i nas Gerais. S anta Catarina. Paraná e São Paulo. com maior volume de produção no estado de Minas Gerais. principal mente nas regiões de D i v i n ó p o l i s e Pouso A l egre. onde 1 07 e 69 fá bricas, respect i vamente, com capacidade d i ária de processar I a 1 20 toneladas de raízes por dia, j á foram cadastradas pela EMATER-MG. O processo de produção do polvilho. qualquer q u e seja o nível técnico da ind ústria. se baseia nas seguintes etapas: lavagem e descascamento. ralação, extração quando se separa o leite de fécula da massa, p u ri ficação da féc u l a , fermentação e secagem. Durante a fermentação da fécula ocorre redução de pH do meio, o qual se estabiliza em tomo de 3,0. A s s i m , o p o l v i l h o p od e ser considerado como um meio propício à manutenção dos ácidos graxos sob a forma protonada, contribuindo para o flavor peculiar do pro d u to com ele elaborado, Cereda e G i aj-Levra ( 1 98 7 ) Den tre o s prod u t o s d e p o l v i l h o azedo . o pão de queijo e o biscoito são os mais consumidos na região sul de Minas Gerais. A l u no do Curso de Pós-graduação em Ciência dos Alimentos/UFL A . Professor do Departamento de Ciência dos A l i mentos/UFLA. Professor e Pesquisador do CT/ILCT-EPAMIG, Juiz de Fora-M G , aluno de Pós-graduação em Ciência dos A l imentos/UFLA. Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Mar/Abr, n° 3 1 3, 54: (5): 46-49, 2000 Objetivo G e ra l Te n d o e m v i s t a t r a t a r - s e d e p r o d u t o s r e l a c i o n a d o s à c u l t u ra, h á b i t o s a l i m e n tares e econômicos, o objetivo deste trabalho é a obtenção de p r o d u t o s e l ab orad o s com p o l v i l h o azedo e gordura fracionada do leite com alta concentração de ácidos graxos de cadeia curta para posterior u t i l ização na fabricação de produtos elaborados com polvilho azedo. Objetivos E s p e cíficos b) Eleger a melhor fração da gordura para serem utilizadas com o polvilho azedo. c ) Estabelecer os níveis viáveis dessa gor dura para a fabricação de pão de queijo. d) Encontra r a melhor form u l ação e ma neira para se fabricar esses produtos com o novo ingrediente. 2. MATERIAL E MÉTODOS O trabalho foi realizado nos Laboratórios d e Laticínios e d e G rãos e Cereai s , d o Depar tamento de Ciência dos Alimentos da U n iversidade Federal de Lavras. 2 . 1 . Aná l i s es fís i c o - q u í m i cas do p o l v i l h o a z e d o , p o l v i l h o d o c e e da fari n h a de m i l h o , u t i l izados na fabricação do p ã o de queijo Pág. 47 filtrada e m papel de filtro com auxílio de bomba de v á c u o , c o m o o bj e t i v o de se a p ro ve i t a r s o mente o fi l trad o para a fabricação d o s "pães de queijo". Foram rea l i za d o s três frac i on a m e n t o s a p a r t i r da g o r d u ra a n i d ra d o l e i te ( b u tteroil), sendo o primeiro a 2 8°C, o segundo a 25°C e o terceiro a 22°C. Como esta fase é muito lenta e a temperatura t e m q u e s e r c o n s t a n t e d u rante todo o p ro c e s s o d e fi l tr a ç ã o , toda e s t a e tapa foi rea l i zada d e ntro d e uma c âmara c l i m á ti c a B .O . D . 2.3. Fabricação d o p ã o de queijo O pão de queijo foi produzido seguindo o processo d e s c r i t o no fl u x o g ra m a apres e n t a d o n a F I G U R A I , com base e m t e s t e s de panificação e m laboratório para s e o b t e r um produto c o m características semelhantes às marcas comerciais mais bem aceitas no mercado regi o n a l . A s p o r c e n t a g e n s d a formu l ação a d o t a d a a p ó s exaustivos t e s t e s de p a n i fi cação foram a s seguintes: 34% polvilho azedo, 3 , 5 % de polvilho doce, 30,5% de leite longa vida desnatado, 2,5% d e fari n h a d e m i l h o , 1 3 , 5 % d e água, 1 0 % de gordura fracionada, 5 % de ovos e I % de s al . O pão de queijo controle foi fabricado utilizando-se a mesma formulação, porém, com a gordura anidra do leite em sua forma integral, ou seja, sem sofrer frac i o n a m e n t o . 2 . 1 . 1 pH O pH foi determinado segundo o método n" 02-52 do ( A ACC, 1 976). 2. 1.2 A c idez lillllável A a c i d e z t i t u l áv e l foi d e t e rm i nada pelo método de L y n e ( 1 9 7 6 ) . após a d i s persão de amido. 2.1.3 Cinzas O teor de cinzas foi determinado segundo o método n" 08- 1 7 ( AACC", 1 97 6 ) . Polvilho � c:> S ova de p o l v i l h o � c:> � Escal d a m e n t o c:> I I Ç::! .{). Mistura .{). 2. 1 . 4 Umidade O teor de umidade foi determinado segundo o método método n" 44- 1 5 A ( A AC C, 1 976). Moldagem 2.2. Fracionamento da gordura anidra Forno (blllleroil) O frac i o n amento da gordura do l e i te foi r e a l i za d o p e l o p r o c e s s o de fra c i o n a m e n t o a s e c o , u t i l i za n d o - s e um becker de c i n c o l i tros c o l o c a d o em b a n h o - m a r i a na t e m p e r a t u ra desejada para cada fracionamento e um agitador g i rando l e n t amente d u ran te c i n c o horas. A pós este pe ríod o , a g o r d u ra n a fo r m a l íq u i d a foi Figura 1 - Fluxograma do processo de fabricação do pão de queijo. Foram u t i l i zados quatro tipos de gordura anidra de leite nas fabricações dos pães de queijo, isto é, gordura integral e gordura fracionada a 28°C, 25"C ou 22°C. Cada tratamento foi repetido quatro vezes, num total de dezesseis repetições. digitalizado por arvoredoleite.org Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes", Mar/Abr, n° 3 1 3, 54: (5): 46-49, 2000 Pág. 48 2.4. Análises da composição do pão de queijo eleva a acidez titulável, o que não ocorre com o p o l v i l ho doce, o q u a l n ão é fermen t a d o . s o fre m e n o s i n c h a m e n t o no g r ân u l o de a m i d o e, portanto. contribui para a formação de miolo no pão de queijo. A farinha de m i l h o também é fermentada. porém apresenta acidez titulável mais elevada que o p o l v i l ho azedo. d e v i d o ao seu e l e v a d o t e o r protéico e de radicais q u e reagem c o m o NaOH. C o n forme pode-se verificar, a farinha de 2.4. 1 Umidade O teor de umidade foi determinado segundo o método método nU 44- 1 5 A do ( A ACC, 1 976). 2.4.2 Cinzas O teor de cinzas foi determinado segundo o método nU 0 8 - 1 7 do ( A ACC, 1 97 6 ) . milho u t i l i zada na fabricação dos pães de queijo apresen t o u u m b a i x o t e o r de g o r d u ra. q u a n d o 2 . 4 . 3 Lipídeos Os l i pídeos foram d os a d o s p o r e xtração d i reta c o m éter e t í l i c o , s e g u n d o o m é t o d o de Soxhlet, d e acordo com a AOAC ( 1 980). comparado a o s v a l ores encontrados por M u e l e naere e B u zzard ( 1 9 6 9 ) e G o me z e A g u i l e r a ( 1 9 8 3 ) p a r a fari n h a s d e m i l h o i n t e g r al . q u e foram de 3,9 e 3,4%, respectivamente. Este baixo v a l o r p ar a a fari n h a d e m i l h o foi d e c i s i v o na escolha d a marca a ser u t i l i zada na fabricação. com o objetivo de não i n fl uenciar nos resultados da gordura fracionada. O teor de c inzas do p o l v i l h o azedo apre sentou resultado abaixo do l i mite. que é de 0.5%. assim como o teor de umidade ( 1 4% ) . assegurando qualidade ao produto utilizado. 2.4.4 Proteína O teor de proteína bruta foi determinado pelo método de Kjedahl nU 46 - 20 (AACC, 1 976), usando o fator 6,38 para a conversão do n itrogênio em proteína bruta. 3. RESULTADO E DISCUSSÃO 3 . 1 . C o m p osição da farinha e p olvilhos u t i l i z a d o s na fa bricação dos p ã e s d e q u e ij o 3 . 2 . C o m p os i ç ã o centesimal d o pão de q u e ij o A c o m p o s l ç a o q U l m l c a a p ro x i m a d a das farinhas é mostrada nas Tabelas I e 2 . Os valores de pH e acidez titu lável entre os polvi lhos doce e a z e d o e s t ã o de a c o r d o com o e s pera d o . A fermen tação do p o l v i l h o azedo re duz seu pH e Tabela 1 - A composição centesimal do pão de queijo foi d e t e r m i n a d a c o m o o bj e t i v o de fazer u m a c o m p a ração com o s pães d e queij o c o m e r c i a l i zad o s . p r i n c i p a l m e n t e c o m relação a o teor d e Valores m é d i o s . m í n i m o s e máximos do pH e ac idez t i t u l áv e l das fari nhas u t i l i zadas na confecção do pão de queijo. 3. 92 6. 1 0 Pol v i l ho d o ce 3. 9 8 Farinha de milho Tabela 2 - média Máximo 3. 93 3,93 6. 1 6 6,14 3 . 99 3,99 m íll i m o 3 . 70 m édia 6. 80 0,97 3,70 0. 90 6,87 m áx i m o 3 . 70 1 . 00 6. 90 Valores médios. mínimos e máximos de umidade. cinzas e lipídeos das farinhas utilizadas na p. d.' p . a.' Constituintes (%) Umidade Ci nzas Lipídeos I . p o l v i l h o azedo 2. p o l v i l h o doce 3 . farinha de m i l h o m áx. m ill . 1 3. 2 1 1 3 ,33 0. 1 5 0,06 0,18 0 . 05 Jesus Pereira e Laboissiere ( 1 99 7 ) . E s t a d i fe r e n ç a s e d e v e ao fat o d a fo r 1 3 . 44 0. 0 7 0. 2 0 m il! . 1 1 . 36 0. 05 0. 1 1 11,46 0,09 0,26 f. m.3 máx. m i ll . 0. 1 0 0. 1 8 1 1 . 55 0.50 6.36 0. 4 1 m áx. 6,45 0,30 0,55 6.55 0.33 0. 73 A S S O C I AT I O N O F OFFI C I A L A N A LY T I C S CHEMISTS-AOAC. m u l ação u t i l i za d a s e r isenta d e q ue ij o , o q ue wwlysis. 1 3 .ed. 1 98 0 . 1 09 4 p . fa v o re c e a d i e t a d e c o n s u m i d o re s c o m p r o blemas relacionados à ingestão de cálcio (problemas ren a i s ) . O u t r a c a u s a p ara e s t a v a r i aç ã o é o p o d e fo r m a r ( M o rr i s o n um Official m e l/zods of Washington, D . C . : AOAC, C E R E D A , M . P. ; G I AJ - L E V R A , L . A . escaldamento, q u an d o u m a fração d o s l i pídeos Cons tatação de bactérias n ã o simbióticas fixadoras c o m p l ex o c o m o a m i d o de n i t r o g ê n i o em fer m e n ta ç ão n at u r a l d a e t a I . , 1 9 9 3 ) . A fra ç ã o l i p í d i c a féc u l a de ma ndio ca . Re vista Brasileira de q u e fica l i vre , o u seja, q u e n ã o e s t á l i gada à s m a c ro m o l é c u l as d o a m i d o , p o d e s e r exsudada Malldioca. Cruz da Almas, v.6, 1 987. n . l , p.29-33, d u rante o a s s a m e n t o . Não f o i determinado o teor de fibras por ESTUDO NACIONAL D E DESPESA FAMILIAR causa do i n s i g n i ficante valor deste componente ENDEF Tabela de composição dos alimelltos. no principal i n gre d i en t e d a m i s t ura, o polvi l h o Rio de Janeiro: Instituto Brasileiro de Geografia azedo, q u e é de O, I % segundo E s t u d o... ( 1 977). e Estatística, 1 977 20 I p. Os teores de ci nzas apresentaram-se acima d a média de marcas comerciais analisadas por lESUS, C.C.; PEREIRA, A . l.C.; LABOISS IERE. Jesus Pereira e Laboissiere ( 1 997). Esta variação L . H . E . S . I n fl u ê n c i a do c o n g e l a m e n t o na pode ser d e v i d a a d i ferenças nas for m u l ações, qualidade d o pão de queij o principal mente quanto ao teor de sal ( c loreto de LAT I N O A M E R I CA N O D E C IE N C I A S D E s ó d i o ) . farinhas u t i l i zadas e também devido às variações no leite. C a m p i n a s : U n i vers i d a d e E s t a d u a l de Cam In: S I M PÓ S I O ALIMENTOS. 1 99 7 , Campinas. Resllm os.. . . O teor proteico 'apresentou valores abaixo pinas, 1 99 7 . p. 1 8 9 . d a q u e l e s de m a r c a s c o m e rc i a i s fato de a fo rmu lação ser i s e n t a de queij o . As principais LYNE. F. A. Chemical analysis of raw a n d modified fontes de proteína foram o leite desn atado e a starches In: RADLEY. J. A. Examilla/ioll aliei farinha de m i l h o . allalysis of starches aliei proelllc/s. London: A p p l i e d S c ience P u b l i s he r s . 1 9 7 6 . c a p . 5 p. 1 3 3 - 1 66. 4 . CONCLUSÕES MORRISON, W.R. ; TESTER, R.F.; SNAPE. C.E.; L AW, As gorduras fracionadas a 22°. 25". e 28"C. R.; G I DLEY, M.J. S w e l l ing and gelatinization o f cereal s t arches. I V. Some u t i l i zadas como i n grediente na fabricação, não effects of l ipid-complexed amylose and free alteraram as composi ções fís ico-químicas do pão amylose in waxy and norma barley starches. Cereal Chemis/ry. .. v.70, p . 3 8 5 - 3 9 1 , 1 99 3 . de queijo. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS A M E R I CAM A S S O C I AT I O N CHEMI STS. confecção do pão de queij o . M i nnesota: [ s . n . ) , 1 97 6 . v. 1 12 . comerciais, que é de 25%. segundo análises de Com b a s e nas condi ções experimentais e m íll i m o P o l v i l h o azedo Pág. 49 Associaton o f Cereal Chemists. 7.ed. S t Paul, lipídeos. O valor médio encontrado foi de 1 7 ,46%. o qual se encontra abaixo dos valores de marcas nos dados obtidos, pode-se concluir que: acidez titulável Fari nhas Rev. Inst. Latic. "Cândido Tostes". Mar/Abr, n ° 3 1 3. 5 4 : (5): 46-49. 2000 OF M U EL E N A E R E , H . J . H . d e ; B U ZZA R D , J . L . CEREAL Aproved methods o f American Cooker extruders in service o f world feeding. Fooel Techllology. Chicago, v.23. n . 3 . p. 3453 5 1 . M ar. 1 96 9 . Tabela 3 - Composição d o pão d e queijo assado elaborado com gordura fracionada n a proporção d e 300 g /kg de polvilho azedo. Constitui ntes ( % ) Umidade Cinzas Lipídeos Proteína m íll i m o 30.45 5. 08 1 5, 1 1 5. 60 digitalizado por valor médio 30,64 6,09 17,46 5,78 m áx i m o 3 0 . 84 7. 1 7 1 9. 6 1 5. 95 arvoredoleite.org Pág. 50 Rev. InSL Latic. "Cândido Tostes", Mar/Abr, n° 3 1 3 , 54: (5): 50-50, 2000 REVISTA DO INSTITUTO DE LATIC ÍNIOS C NDIDO TOSTES (i) A revista do Instituto de Laticínios Cândido Tostes (REVILCT) publicada em Juiz de Fora, apresenta-se no tamanho de 230mm por 160mm e, como um órgão do Centro de Pesquisa e Ensino do Instituto de Laúcí nios Cândido Tostes, da Empresa de Pesquisa Agrope cuária de Minas Gerais, destina-se à publicação de trabalhos originais de pesquisa e à veiculação de infor mações relevantes para o setor de leite e lácteos deri vados. A critério de um Corpo Editorial, constituído por membros especialistas internos e externos à EPAMIG, a revista poderá veicular artigos de revisào bibliográfica exaustiva, pertinente a um tema específico, ou mesmo notícias de i nteresse geral, (ii) (iii) (iv) Aos autores poderá ser solicitada a provisão institu cional de recursos fi nanceiros para publicação de trabalhos originais elou impressão de separa tas, de acordo com a disponibilidade fi n anceira no período em questão. Neste caso, a Revista poderá orientar os professores e pesquisadores na busca institucional de apoio fi nanceiro, como por exemplo, para paga mento de fotolitos a cores. Os artigos devem ser redigidos em português, inglês ou espanhoL Os autores devem apresentar redações sempre incluindo títulos e resumo em português e inglês. A bibliografia e as normas complementares de citação devem estar de acordo com a última publicação revista da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT (NB - 66 revisada ou posterior). Dar-se-á preferência à forma sem destaque, onde o nome dos autores são escritos com apenas as primeiras letras maiúsculas, isto é, dentro da norma culta do português. Os manuscritos em cópias originais devem ser enviados datilografados em papel branco. tamanho A4. 21 Omm x 297mm de 75 g m', reservando-se as seguintes margens: I - margem esquerda de 40mm. 2 - margem direita de 25mm, 3 - margem superior de 25mm, 4 - margem inferior de 25mm. Os manuscritos devem ser datilografados em espaço duplo em páginas de aproximadamente 30 linhas (no máximo 34 linhas e 80 espaços ou caracteres por linha). O Corpo Editorial poderá fazer alterações de pequeno porte nos originais. As alterações de grande porte serão sugeridas aos autores juntamente com a devolução do texto a ser reajustado. As correções e os acréscimos encaminhados pelos autores, após protocolo de entrada dos originais poderão ser recusados a critério do Corpo EditoriaL (v) Todos os pretendentes ao espaço da Revista, dentro do subtítulo "Ciência e Técnica ou Engenharia", de verão apresentar um resumo em português no início do trabalho e um "Summary" em inglês antes da listagem .da bibliografia. (vi) A bibliografia deve ser listada, em ordem alfabética, pelo último nome do primeiro autor. As referências bibliográficas devem ser citadas no texto em uma das seguintes formas opcionais: Silva ( 1980); Silva 1 980; (Silva 1 980); (loe, cil.. Silva, 1 980); ou (Silva, 1 980: 35). As abreviaturas de nomes de periódicos devem seguir as normas da "World List of Scientific Perio di cals". Textos que resultam de ensaios devem conter: título, credenciais dos autores, resumo, introdução, material e método, resultados e discussão, conclusão, agradecimentos, summary e bibliografia. (vii) As ilustrações devem ser feitas em nanquim preto e bra n c o e em t i ntas de desenho (Rotrings ou equivalentes) de cores variadas para reproduções em cores. As ilustrações deverão ser planejadas em função das seguintes reduções opcionais: I ) 1 ,5X; 2) 2,OX; 3) 2,5X; 4) 3,OX ou 5) nX sempre calculadas com base na diagonal de um retângulo. Dar-se-á preferência aos tamanhos impressos de I ) 1 20mm por 90mm; 2) 60mm por 45mm; 3) 1 70mm por 1 27,5mm. As bases das ilustrações deverão ser consideradas como I) 1 20mm; 2) 60mm; 3 )·1 70mm. Os gráficos e as tabelas devem ser reduzidos ao mínimo indispensável, apenas de acordo com as exigências de um tratamento estaústico formaL As ilustrações e as tabelas devem vir separadamente em relação ao texto e devem estar de acordo com as normas usuais de tratamemo e processamento de dados. As fotografias não deverão ser recortadas, as formas fotográficas originais devem ser mantidas em tamanhos retangulares para espaços impressos preferenciais indicados acima (lado menor dividido pelo lado maior i g u a l a aproximadamente 0,7). O cálculo para previsão da redução das i lustrações deve ser feito de acordo com a orientação de Papavero & Martins ( 1 983: I 09). As ilustrações e as tabelas deverão ser montadas separadamente do texto, deverão conter indicações da sua localização definitiva em relação à paginação do trabalho, devendo constar uma chamada no texto. Na montagem deverá ser obedecido um rigoroso critério de eco nomia de espaço através da divisão da página em lauda esquerda e lauda direita. Para possibilitar este aproveitamento de espaço, a magnitude da redução poderá ser aj ustada. O Corpo Editorial outorga-se o direito de proceder às alterações na montagem dos clichês e das pranchas ou de solicitá-las ao autores. As legendas e os títulos das ilustrações deverão ser datilografados à parte do texto e das pranchas. As ilustrações enviadas pelo correio deverão ser prote gidas em forma de pranchas de cartolina com uma proteção externa em cartão duro ou em madeira, de forma a deixá-Ias sempre planas, nunca dobradas. A CE não pode responsabilizar-se pelas perdas e danos com serviços de postagem. (viii) Em nenhum caso (subtítulo, nomes de autores. etc) deverão ser usadas palavras escritas só com maiús culas. No corpo do texto serão grifados apenas nomes genéricos e específicos e palavras estrangeiras even tualmente usadas nas referências bibliográficas; grifar apenas os nomes de livros e periódicos e seus respectivos volumes . ( i x ) Estas normas se aplicam à produção de testos por meio dos múltiplos instrumentos da i nformática e os artigos podem ser apresentados empregando-se qualquer recurso d e gravação reprodutível e vi sualizáveL As credencicais dos autores e as notas de rodapés podem ser organizadas dentro dos cri térios "Winword 6.0" (ou versão posterior). Todos os artigos publicados poderão ser impressos (x) em tiragem de I O separatas. As separatas acima desse número serão cobradas dos autores a preço de custo. Os autores não receberão provas para exame e correção, os originais serão considerados definitivos. digitalizado por arvoredoleite.org