O USO DAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA ESCOLA DA
ZONA RURAL
Adrielly Cavalini Amaro
Bolsista Projeto INCLUIR/IFTO/MC/SID/UnirG
[email protected]
Edna Maria Cruz Pinho
Orient. Projeto INCLUIR/ IFTO/UnirG
[email protected]
Claudemir Figueiredo Pessoa
Coord. Projeto INCLUIR/IFTO/MC/SID
[email protected]
Resumo
Este artigo aborda o uso das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) no ambiente
escolar, relatando os benefícios que elas trazem à escola. Deve-se levar em consideração que as
TICs se usadas corretamente auxiliam na prática docente. É cada vez mais comum a utilização os
das redes sociais, blogs e outros recursos da internet pelos alunos como parte das suas atividades
cotidianas. Esse artigo relata o trabalho de inclusão digital na escola desenvolvido pelo Projeto de
extensão INCLUIR/IFTO/MC/SID na escola da zona rural João Tiago d Sousa do município de
Gurupi-TO. Os resultados obtidos mostram que a tecnologia como ferramenta pedagógica
promove integração, melhora a comunicação e possibilita alternativas para registro das atividades
escolares, de preservação da memória e de melhoria na prática pedagógica dos professores.
Palavras chave: tecnologias de informação e comunicação; inclusão digital; escola rural.
Introdução
Novas formas de agir, de pensar e de se comunicar, são introduzidas em nosso cotidiano.
As tecnologias da informação e comunicação ampliam a visão sobre o mundo, modificam a
linguagem e propõe novas maneiras de aprender a realidade. Segundo Nunes (1998, p.21),
“estamos vivenciando um acelerado processo de convergência digital, cuja única plataforma de
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rede de telecomunicações (a internet) está absorvendo o transporte de serviços e mídias distintos
(periódicos, jornais, livros, rádio, televisão, vídeo, música, etc)”.
As tecnologias oferecem hoje, aos professores, recursos e meios que podem ampliar a
relação ensino-aprendizagem, diminuindo barreiras de tempo e espaço, através de ambientes que
dinamizam a sala de aula física e convencional.
“Os repositórios, blogs e os espaços colaborativos podem agregar conhecimentos a própria
prática docente, por meio de pesquisas sobre novas metodologias e recursos didáticos.”
(OLIVEIRA, 2012). Porém, essa prática ainda não é tão comum para alguns professores, que
ainda sentem certa intimidação com esse mundo tecnológico.
Abordar a exploração de recursos tecnológicos na educação é realidade recente para
muitos professores e alguns se consideram um imigrante digital. Estes apresentam dificuldades
para executar as atividades de ensino envolvendo recursos tecnológicos.
É indiscutível a necessidade crescente do uso de computadores pelos alunos como
instrumento de aprendizagem escolar, para que possam estar atualizados em relação às
novas tecnologias da informação e se instrumentalizarem para as demandas sociais
presentes e futuras. (BRASIL, 1998, p. 96).
Nesse aspecto, a inclusão digital torna-se cada vez mais latente considerando que a quea
“inclusão tecnológica na escola é usar os recursos tecnológicos como um meio de
pesquisa e como uma ferramenta de trabalho pedagógico do professor pertinente ao
acesso de novos conhecimentos.” (VILHETE, 2010, p.258).
O universo das tecnologias de informação e comunicação apresenta-se nesse momento,
como ambiente ainda inexplorado e desconhecido para alguns educadores, echeio de
possibilidades para muitos outros. Para Ponte (2000, p.02),“o processo de apropriação das TICs,
além de ser necessariamente longo, envolve duas facetas as quais não se pode confundir: a
tecnológica e a pedagógica.”
A tecnológicaquando se trata do domínio e manuseio da tecnologia e de suas ferramentas
como recurso e a pedagógica quando se trata da sua inserção na prática docente cotidiana, na
mediação do trabalho dentro e fora da sala de aula. Sobre essa questão, Vilheta (2010),afirma que
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a inserção da tecnologia na escola e seu uso frequente influencia na educação dos alunos desde
muito cedo.
Na escola rural, o distanciamento do uso de recursos tecnológicos não é muito diferente
da escola urbana, embora seja mais acentuado em razão do isolamento da maioria das
comunidades tradicionais, como caso da Serrinha, comunidade do povoado Trevo da Praia em
Gurupi - TO.
Nesse sentido, o Projeto de extensão INCLUIR tem o objetivo de levar para a escola rural,
João Tiago de Sousa, o uso das TICs como forma de inclusão digital para equipe escolar e paraos
alunos.
Tecnologia na Escola
Utilizar a tecnologia na escola, no aperfeiçoamento da prática docente, assim como no uso
das atividades de ensino na sala de aula não é uma tarefa fácil. Segundo Demo (2011), háduas
situações: de um lado os estudantes que não conseguem utilizar as tecnologias de forma
inteligente, crítica e criativa; e do outro os professores que continuam desconectados e resistentes
a elas.
Embora o uso da informática tenha se tornado objeto de estudo da educação ainda em
1970, quando se constituiu "[...] a primeira ação oficial e concreta para levar os computadores até
as escolas públicas." (TAJRA, 1998, p. 14), há pouco mais uma década Niskier (1993, p. 100),
apontava o receio que professores tinham de ser substituído pela máquina.
Na atualidade, já notório que a tecnologia é responsável pelo surgimento de novas formas
de acesso ao conhecimento, o que de modo geral tem provocado profundas mudanças estruturais
e funcionais na educação, na escola e no preparo e adaptação daqueles que estão envolvidos,
como professores e demais profissionais da educação.
[...]O interessante não é só ter acesso à tecnologia de informação e comunicação, mas,
principalmente, saber utilizá-las na busca e seleção de informações para seu uso e como
ferramenta pedagógica na difícil arte de ensinar nestes tempos modernos onde a
televisão, o cinema, o vídeo, a internet e outros meios de comunicação áudios-visuais
desempenham um papel educacional relevante. (VILHETE, 20120, p.261).
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Inclusão digital de escolas e professores através de tecnologias da informação e mídias
interativas auxilia na prática pedagógica cada vez mais contextualizada porque possibilita a
equipe escolar, e aos alunos, novas maneiras de pesquisar e significar a aprendizagem.
Na realidade da zona rural, a inclusão digital representa o reconhecimento da condição de
sujeitos das pessoas pertencentes às comunidades tradicionais e devem ser pensadas para
minimizar a exclusão social e as desigualdades que impedem que esses atores sociais tenham
acesso a informação,a formação e a troca de conhecimentos via acesso à tecnologia e ambiente
digitais.
Nesse sentido, o Projeto de extensão INCLUIR é uma inciativa do Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia do Tocantins em parceria com Ministério das Comunicações –
Secretaria de Inclusão Digital que tem como proposta de melhoria da prática docente e da
qualidade do processo ensino aprendizagem por meio da inclusão digital da comunidade escolar
com oferta do acesso a conexão a internet, qualificação dos recursos já existentes através do uso
novos ferramentas e otimização da utilização das TIC’s no cotidiano da sala de aula.
Propõe ainda, interagir o Curso Superior de Licenciatura em Artes Cênicas (IFTO –
Gurupi) através dos professores e acadêmicos com a escola escolhida por meio do processo de
Formação Inicial e Continuada e o acompanhamento das práticas pedagógicas in loco.
Projeto INCLUIR e as ações de inclusão digital
O Projeto INCLUIR é composto por uma equipe composta por um coordenador geral,
uma orientadora pedagógica e nove acadêmicos bolsistas sendo sete do curso de Licenciatura em
Artes Cênicas IFTO campus de Gurupi e um do Curso de Pedagogia, outro do curso de
jornalismo, ambos do Centro Universitário UnirG.
As atividades são desenvolvidas semanalmente e envolve grupo de estudo, planejamento e
execução das atividades na escola, onde são desenvolvidas as oficinas pedagógicas de tecnologia
cujo conteúdo envolve o conhecimento básicodo computar e seu manuseio, e uso de programas
como Microsoft Power Point, Microsoft Word e Movie Maker, como ferramenta pedagógica de
apoio ao trabalho na gestão da escola e na sala de aula.
A concepção que permeia todo trabalho considera que os agentes da escola são
planejadores e executores do ensino e que apropriação das novas tecnologiasproporcionará uma
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melhoria significativa nas metodologias de ensino e nas atividades da escola, proporcionando ao
aluno uma formação de melhor qualidade .
Ao trabalhar com o auxílio do uso das mídias, as práticas pedagógicas tornam o
professor
mediador,
descentralizando
o
saber,
mas
promovendo
trocas
de
conhecimentos. Os alunos se sentem confiantes e motivados a aprender com assuntos
relacionados aos seus interesses, sobretudo os recursos midiáticos, que envolveram a
comunidade local, como os alunos, funcionários, equipe gestora, pais e moradores.
(VILHETE, 2010, p;101)
Nesse sentido, a proposta detrabalho com as oficinas está estruturada em três momentos,
sendo discussão teórica envolvendo o tema e sua relação com educação, um técnico que que trata
da instrumentalização sobre o manuseio da ferramenta ou recurso e um pedagógico que trata da
aplicação do conteúdo na realidade de cada um dos participantes.
Os professores elaboram propostas de como utilizar as ferramentas na sala de aula de
forma interdisciplinar, como aulas de vídeos para alunos, desenhos e pinturas no computador,
produção de texto, leitura e interpretação e fotografias.
Os gestores e técnicos administrativos apresentam propostas de como utilizar as
ferramentas na rotina da escola, na melhoria da comunicação, da divulgação das atividades, do
registro das atividades e construção da memória administrativa e cultural da instituição.
Como acadêmica de jornalismo, desenvolvo no projeto a função do registro das ações e o
trabalho sobre a importância da tecnologia na comunicação da escola. A proposta é auxiliar a
escola na comunicação com a comunidade da escola, principalmente as famílias, por meio da
rádio escolar, ainda em fase de implantação e criação do informativo online após instalação da
torre de internet prevista para o segundo semestre de 2013.
[...] O interessante não é só ter acesso à tecnologia de informação e comunicação, mas,
principalmente, saber utilizá-las na busca e seleção de informações para seu uso e como
ferramenta pedagógica na difícil arte de ensinar nestes tempos modernos onde a
televisão, o cinema, o vídeo, a internet e outros meios de comunicação áudios-visuais
desempenham um papel educacional relevante. (VILHETE, 2010, p.261)
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A expectativa do projeto é com uso da tecnologia a escola possibilite aos alunos e
professores mais conhecimento e informação, valorizaçãodo ensino e das diversas
manifestações culturais, principalmente daquelas que dizem respeito à comunidade
local, como a súcia e a festa do Divino Espirito Santo, tradicionais para região.
(GADOTTI, 1992)
Considerações finais
A experiência com projeto INCLUIR tem mostrado que tem sido um grande desafio de
levar novas tecnologias às Comunidades Tradicionais de Gurupi, concretizada pela transferência
de Tecnologias do Conhecimento entre IFTO e parceiros e os sujeitos envolvidos dessas
localidades.
O trabalho com as oficinas pedagógicas aponta que as tecnologias midiáticas colaboram
os professores no processo ensino-aprendizagem dos alunos e que recursos e ferramentas como
câmera fotográfica, rádio, vídeo, impresso e blogs, tem grande importância tanto para o ensino
como para a organização administrativa da escola.
A inserção desses recursos na realidade da escola tem significância enorme , alguns
mudou a percepção da equipe escolar dada a situação inicial encontrada onde alguns utilizavam
as tecnologias no dia a dia, mas não fazia aplicação direta para sala de aula, e outros,
principalmente professores e alunos não tinham contato e nem conhecia a maioria das
ferramentas e nem tinham percepção do seu uso pedagógico.
Os resultados do trabalho até então, mostra que o uso das novas tecnologias na escola
ajudam a inovar na forma de ensinar e de aprender, que o manuseio das mídias aproximam os
alunos e a equipe escolar das outras comunidades, e assim reduzem as distancias e tiram a escola
do isolamento.
Mostram ainda que inclusão digital comprende-se a democratização da tecnologia, porque
torna a tecnologia acessivel a todas as pessoas. Como prática social, a inclusão digital, antes de
tudo, significa melhoria de vida de uma determinada região ou comunidade frente à ajuda da
tecnologia.
O aprendizado que o projeto INCLUIR proporciona à sua equipe é que a Inclusão digital
de uma pessoa não e apenas familiariza-la com a informática disponibilizando computadores.
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Implica na capacitação para o uso efetivo dos recursos tecnológicos de modo que o conhecimento
adquirido proporcione melhoria na sua condição social e também de sua comunidade.
REFERENCIA
VILHETE, João [et.al...] Viegas. Tecnologias e mídias interativas na escola: Projeto TIME.
Campinas, SP: UNICAMP/NIED, 2010, livro Eletrônico
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Prática
Docente.
2009.
Disponível
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<http://www.periodicos.ufsc.br/index.php/forum/article/viewFile/19848412.2009v6n1p1/11863> Acesso em 20 maio 2013.
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Disponível
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<http://www.senept.cefetmg.br/galerias/Arquivos_senept/anais/terca_tema3/TerxaTema3Poster5.
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Disponível
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SOUZA, Renata Beduschi. O uso das tecnologias na educação. Disponível em <
http://www.grupoa.com.br/revista-patio/artigo/5945/o-uso-das-tecnologias-na-educacao.aspx>
Acesso em 20 maio 2013.
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