EMERGÊNCIA PARA AS SANTAS CASAS E HOSPITAIS SEM FINS LUCRATIVOS ENTIDADES INTEGRANTES • Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes, Religiosos e Filantrópicos do Rio Grande do Sul; • Sindicato dos Hospitais Beneficentes, Religiosos e Filantrópicos do Rio Grande do Sul – SINDIBERF; • Sindicato dos Hospitais Beneficentes, Religiosos e Filantrópicos do Vale do Taquari; • Sindicato dos Hospitais Beneficentes, Religiosos e Filantrópicos do Vale do Rio Pardo; • Sindicato dos Hospitais Beneficentes, Religiosos e Filantrópicos do Vale do Rio dos Sinos; • Sindicato dos Hospitais Beneficentes, Religiosos e Filantrópicos da Região Noroeste; • Rede Serrana de Hospitais - HOSPISERRA; • Associação dos Hospitais e Estabelecimentos de Saúde do Norte do Rio Grande do Sul – HOSPINORTE; • Associação dos Hospitais e Estabelecimentos de Saúde do Noroeste do Rio Grande do Sul – HOSPINOROESTE. OBJETIVO DO MOVIMENTO • Assegurar a sobrevivência das instituições sem fins lucrativos do Rio Grande do Sul, que viabilizam o sistema de assistência médico-hospitalar público no Estado. O foco está na alocação emergencial de recursos por parte do Governo do Estado para viabilizar o custeio transitório da assistência de média e baixa complexidade, a qual representa mais de 90% de todos os atendimentos hospitalares no Estado e, assim, garantindo a qualidade dos serviços, o acesso, o equilíbrio econômico-financeiro e as condições de trabalho. CONTEXTO DO SISTEMA DE ASSISTÊNCIA MÉDICO-HOSPITALAR NO RS • As instituições sem fins lucrativos são as complementares do sistema em maior número e capacidade instalada, detendo 175 mil leitos que operacionalizam 41% das internações pelo SUS no Brasil. • Ao contrário dos demais estados brasileiros, onde o setor público prepondera, no Rio Grande do Sul as instituições filantrópicas respondem por 66,6% dos leitos do SUS existentes no Estado, realizando mais de 70% das internações. Os hospitais públicos respondem por 25% e os hospitais lucrativos, por 5% das mesmas. CONTEXTO DO SISTEMA DE ASSISTÊNCIA MÉDICO-HOSPITALAR NO RS A REDE DE HOSPITAIS SEM FINS LUCRATIVOS DO RS 239 unidades hospitalares; 18 mil leitos SUS; Mais de 70% da capacidade assistencial hospitalar SUS no Estado; 519 mil internações ano; 55 mil trabalhadores; 66,6% dos leitos existentes no RS estão nestes hospitais; Em 220 municípios é o único Hospital; Maior rede complementar Estadual no País. A REALIDADE PRÁTICA DO CONVÊNIO MANTIDO COM O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE VARIAÇÃO ACUMULADA A PARTIR DO PLANO REAL – JUNHO DE 1994 ITEM VARIAÇÃO % Até dezembro/2010 Tabela SUS 57,30% IGP-M (FGV) 577,85% Inflação dos Hospitais 503,54% Gasolina 493,30% Energia Elétrica 539,43% Água 670,40% Gás de Cozinha 799,92% Transporte Urbano 862,67% Fonte: UFRGS – Centro de Estudos e Pesquisas Econômicas - IEPE A REALIDADE PRÁTICA DO CONVÊNIO MANTIDO COM O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE EXEMPLOS DE TRATAMENTOS DEFICITÁRIOS: CIRÚRGICOS, CLÍNICOS E EM UTI Tratamentos Custo Tabela Resultado R$ R$ Insuficiência Respiratória Aguda 4.571,85 480,87 (4.090,98) -850,7 Pneumopatias Agudas 2.869,40 582,42 (2.286,98) -392,7 Colecistectomia por Vídeo 1.884,66 693,05 (1.191,61) -171,9 Apendicectomia 1.769,60 414,62 (1.354,98) -326,8 Toractomia com Drenagem Fechada 6.586,16 1.029,44 (5.556,72) -539,8 Herniorrafia Inguinal (unilateral) 1.709,77 426,02 (1.283,75) -301,3 Diária de UTI - III 1.311,31 508,63 -157,8 R$ (802,68) Fonte: Centro de Custos Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre. % A REALIDADE PRÁTICA DO CONVÊNIO MANTIDO COM O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE EXEMPLOS DE TRATAMENTOS AMBULATORIAIS DEFICITÁRIOS Atendimentos em Ambulatório Custo Tabela R$ R$ Resultado R$ % Consulta Básica Adulto (PAB) 28,79 2,04 (26,75) -1311,4 Consulta Básica Pediátrica (PAB) 17,10 2,04 (15,06) -738,4 Consulta em Especialidade Adulto 28,79 10,00 (18,79) -187,9 Consulta em Especialidade Pediátrica 17,10 10,00 (7,10) -71,0 279,73 12,47 (267,26) -2143,3 Emergência Obstétrica 58,36 12,47 (45,89) -368,0 Urgência/Emergência Pediátrica 80,87 12,47 (68,40) -548,5 Raio-X Simples (Tórax PA, Lateral) 26,02 6,88 (19,14) -278,2 Ultra-Sonografia Ginecológica 34,05 24,20 (9,85) -40,7 Ultra-Sonografia Abdominal Total 45,34 37,95 (7,39) -19,5 201,09 63,31 (137,78) -217,6 Emergência Adulto Endoscopia – EDA com Sedação Fonte: Centro de Custos Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre. A REALIDADE PRÁTICA DO CONVÊNIO MANTIDO COM O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE UNIDADE DA FEDERAÇÃO: RIO GRANDE DO SUL POR LOCAL DE INTERNAÇÃO – ANO BASE: 2010 Especialidade AIHS Pagas Part. (%) Valor Total Part. (%) Valor Médio AIH Média Perman. Óbitos Taxa Mort. Clínica Médica 308.146 42,19 225.388.641,50 28,37 731,43 6,9 26.062 8,46 Clínica Cirúrgica 223.394 30,59 388.752.801,75 48,93 1.740,21 4,7 6.171 2,76 Obstetrícia 87.448 11,97 51.197.537,60 6,44 585,46 2,5 19 0,02 Pediatria 77.992 10,68 98.677.081,02 12,42 1.265,22 6,1 917 1,18 Psiquiatria 27.072 3,71 23.236.379,24 2,92 858,32 20,3 65 0,28 Cuidados Prolongados 1.460 0,20 2.797.600,85 0,35 1.916,16 24,7 233 19,16 Pneumologia Sanitária 1.463 0,20 2.583.846,38 0,33 1.776,13 41,2 56 7,82 AIDS Hospital Dia 1.362 0,19 572.618,19 0,07 420,42 17,6 00 0,0 Clínica Cirúrgica (Hospital Dia) 1.053 0,14 454.306,63 0,06 431,44 1,0 00 0,0 Saúde Mental (Hospital Dia) 707 0,10 625.637,44 0,08 884,92 31,8 00 0,0 Intercorrência pós transplante 261 0,04 128.025,28 0,02 490,52 10,1 00 0,0 40 0,01 24.762,87 0,00 619,07 0,0 02 5,0 730.398 100,00 794.439.238,75 100,00 1.087,68 6,1 33,55 4,62 Reabilitação Total Fonte: SIH/SUS / Situação da base nacional de dados em 22/02/2011 A REALIDADE PRÁTICA DO CONVÊNIO MANTIDO COM O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE Abaixo, nas quatro clínicas que juntas representam mais de 95% da atenção, pode-se observar as diferenças entre o valor remunerado pelo SUS, através das AIHs, e os custos efetivos de cada um dos procedimentos: Receita Média por AIH Clínica Médica R$ 731,43 Custo Médio por AIH Clínica Médica R$ 2.304,00 (215% de déficit) Receita Média por AIH Clínica Cirúrgica R$ 1.740,21 Custo Médio por AIH Clínica Cirúrgica R$ 3.219,00 (85% de déficit) Receita Média por AIH Pediatria R$ 1.265,22 Custo Médio por AIH Pediatria R$ 2.239,00 (77% de déficit) Receita Média por AIH Obstetrícia R$ 585,46 Custo Médio por AIH Obstetrícia R$ 1.252,00 (114% de déficit) A REALIDADE PRÁTICA DO CONVÊNIO MANTIDO COM O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE PARA CADA R$ 100,00 DE CUSTOS QUE OS HOSPITAIS TÊM PARA ASSISTIR UM PACIENTE DO SUS, O SISTEMA REMUNERA EM MÉDIA, R$ 64,50. DISTO SE VERIFICA UM DÉFICIT DE 55% ENTRE CUSTO E RECEITA. A REALIDADE PRÁTICA DO CONVÊNIO MANTIDO COM O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE DADOS DE HOSPITAIS SEM FINS LUCRATIVOS Internações realizadas – em 2010 519 mil Receita realizada R$ 565 milhões Custo Efetivo R$ 875 milhões Déficit R$ 310 milhões (55% em média) PARA CADA R$ 100,00 DE CUSTOS, O SUS REMUNEROU, EM MÉDIA, R$ 64,50 CONSEQÜÊNCIAS DESTA REALIDADE DE DESEQUILÍBRIO ECONÔMICO E FINANCEIRO NA RELAÇÃO OBRIGACIONAL COM O SUS •Crise permanente; •Endividamento crescente; •Pressão sobre orçamentos municipais; •Depreciação física e tecnológica; •Precarização das relações de trabalho; •Baixos salários e rotatividade; •Redução de leitos; •Fechamento de hospitais; •Incapacidade de respostas às necessidades da população; •Urgências e emergências superlotadas; •Crescente restrição de acesso dos usuários; •Imagem do segmento em constante risco; •Judicialização da saúde. EMERGÊNCIA REQUERIDA Integrar no Planejamento Estratégico da Secretaria Estadual da Saúde, no ano de 2011, o plano de alocação de recursos para o cumprimento da Emenda Constitucional nº. 29 ao longo dos quatro anos, já contemplando iniciativas para o ano em curso; Urgente destinação de recursos orçamentários do Estado para a complementaridade do custeio SUS, independente de rubricas para a continuidade dos programas até então existentes e/ou novos, com alocação ainda neste ano de, no mínimo, R$ 100 milhões; Reorganização do sistema de regulação do SUS, passando para o Estado a integral regulação dos hospitais macrorregionais, independente da gestão plena municipal, mantendo nestes casos dois tipos de contratos, sendo um com o gestor pleno local e outro com o Estado, visando a assistência intermunicipal. Considerar neste item a capacidade disponível por prestador de serviço e a demanda reprimida existente em cada município. Neste caso é fundamental a participação da FAMURS; Urgente definição de cronograma de pagamentos, tanto para os programas estaduais, quanto para os contratuais com o SUS, assegurando calendário real de fluxo de recursos.