Diretrizes gerais da Educação Básica – Desafios da Educação em Direitos Humanos na dimensão da cidadania: Formação de Professores e Educadores Profª MSc. Rita de Cássia Grecco dos Santos Comissão de Curso de Pedagogia, Núcleo de Estudos em Educação de Jovens e Adultos e Núcleo de Estudos Paulo Freire Sul do Sul / FURG Em busca dos conceitos cidadania. S.f. Qualidade ou estado de cidadão: cidadania brasileira. cidadão. S.m. 1. Indivíduo no gozo de seus direitos civis e políticos de um Estado, ou no desempenho de seus deveres para com este. (...) Cidadão do mundo. Homem que põe os interesses da humanidade acima dos da pátria; cidadão do Universo. direito. [Do lat. Directu.]. Adj. (...) 9. Aquilo que é justo, reto e conforme à lei. (...) Direito individual. O relativo a tudo quanto se refere à dignidade da pessoa humana, tal como a vida, a liberdade, a segurança, a propriedade, etc., garantido pela Constituição. (...) Em busca dos conceitos Direitos Humanos ▶ Histórico da Declaração dos Direitos Humanos ▶Classificação em Direitos: - CIVIS - POLÍTICOS - SOCIAIS FERREIRA, Aurélio. Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa. 2ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. BOBBIO, Norberto. Dicionário de Política. 5ª ed. Brasília: Editora da UnB, 1993. Trajetória Cidadania do Conceito de ▶ reafirmação da subjetividade em detrimento da cidadania ▶ reafirmação desigual de ambas em detrimento da emancipação “A TRAJETÓRIA DA MODERNIDADE IDENTIFICOU COM A TRAJETÓRIA CAPITALISMO”. SE DO Educação para a Paz Piaget, ressaltou que “é preciso lembrar, no entanto, que a educação é um todo: não poderia haver uma divisória para a inteligência, uma divisória para a moral e uma divisória para a cooperação entre os povos” (1931-1998, p. 60). Em seu artigo sobre a possibilidade de uma educação para a paz, ou educação internacional, conclui: Mas, se esta é a finalidade da educação internacional, todo esforço verdadeiro para compreender os outros leva necessariamente a aproximar-se deles. Todo ensino objetivo das relações internacionais prepara os indivíduos para se libertarem da ilusão egocêntrica, na qual permanecem presos enquanto só conhecerem seu próprio meio, e a adquirir essa atitude de reciprocidade, que é o princípio da colaboração pacífica (1934/1998, p. 136). Diretrizes para a Educação em Direitos Humanos – Linhas de Ação - Universalizar o acesso e a permanência das crianças e adolescentes na escola com eqüidade e qualidade. - Estimular experiências de interação da escola com a comunidade que contribuam na formação da cidadania democrática. - Apoiar e incentivar as diversas formas de acesso e inclusão aos estudantes com necessidades educacionais especiais. - Apoiar programas para equipar as escolas com bibliotecas, laboratórios de informática e demais recursos necessários a uma educação de boa qualidade. - Promover a ampliação do ensino fundamental para nove anos. - Universalizar a educação infantil para crianças de 4 a 6 anos e ampliar esse atendimento para crianças de 0 a 3 anos. - Desenvolver projetos culturais e educativos de luta contra a discriminação racial, de gênero e outras formas de intolerância. - Apoiar e incentivar a inserção das questões do meio ambiente no currículo escolar. - Trabalhar questões relativas aos direitos humanos e temas sociais nos processos de formação continuada de educadores, tendo como referência fundamental as práticas educativas presentes no cotidiano escolar. - Promover e produzir materiais pedagógicos orientados para educação em direitos humanos, assim como sua difusão e implementação. - Incentivar programas e projetos pedagógicos,junto aos sistemas de ensino, que busquem combater a violência doméstica com crianças, adolescentes,jovens e adultos. - Apoiar e incentivar a produção e manifestação cultural dos jovens. - Estabelecer, nos sistemas de ensino, a cultura de promoção da saúde e prevenção de agravos das DST/AIDS. - Apoiar a preparação básica para a inserção do estudante no mundo do trabalho. - Favorecer o prosseguimento nos estudos ao estudante concluinte do ensino médio. - Estimular a expansão do ensino médio, em escolas públicas, garantindo a sua qualidade. Construindo novas metodológicas alternativas A vida é dialógica por natureza. Viver significa participar de um diálogo: interrogar, escutar, responder, concordar etc. Neste diálogo o homem participa todo e com toda a sua vida: com os olhos, os lábios, as mãos, a alma, o espírito, com o corpo todo, com as suas ações. Ele se põe todo na palavra, e esta palavra entra no tecido dialógico da existência humana, no simpósio universal. Mikhail Bakhtin Declaração Universal dos Direitos do Homem Adotada e proclamada pela Assembléia Geral na sua Resolução 217A (III) de 10 de Dezembro de 1948 ARTIGO 26 1. Toda a pessoa tem direito à educação. A educação deve ser gratuita, pelo menos a correspondente ao ensino elementar fundamental. O ensino elementar é obrigatório. O ensino técnico e profissional deve ser generalizado; o acesso aos estudos superiores deve estar aberto a todos em plena igualdade, em função do seu mérito. 2. A educação deve visar à plena expansão da personalidade humana e ao reforço dos direitos do homem e das liberdades fundamentais e deve favorecer a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e todos os grupos raciais ou religiosos, bem como o desenvolvimento das atividades das Nações Unidas para a manutenção da paz. 3. Aos pais pertence à prioridade do direito de escolher o gênero de educação a dar aos filhos. Princípios Metodológicos 1. DEVEM SER METODOLOGIAS QUE ESTIMULEM A PARTICIPAÇÃO DOS ESTUDANTES: 2. DEVEM SER METOLOLOGIAS QUE POSSIBILITEM A CONTRADIÇÃO. 3. DEVEM SER METODOLOGIAS QUE ABRAM JANELAS PARA O MUNDO. 4. DEVEM SER METODOLOGIAS QUE PROCUREM SISTEMATICAMENTE O DESENVOLVIMENTO DO PENSAMENTO. 5. DEVEM SER METODOLOGIAS QUE FORTALECEM OS VÍNCULOS DO ESTUDANTE COM O GRUPO DE PARES; COM A INSTITUIÇÃO; COM A COMINIDADE; COM PAÍS E MUNDO. 6. DEVEM SER METODOLOGIAS TOTALIZADORAS. 7. DEVEM SER METODOLOGIAS GLOBALIZADORAS. 8. DEVE SER UMA METODOLOGIA REALISTA. Ações - Desenvolver habilidades para detectar coletivamente os valores contraditórios no lugar onde nós atuamos ou vivemos (mediante uma educação em Direitos Humanos nos convertemos em sujeito de um processo educativo, e como tais podemos identificar o discurso formal dos Direitos Humanos e as realidades). - Identificar os valores dos Direitos Humanos que estão mobilizando nossas ações, de maneira coletiva Buscar uma maior coerência destes valores em toda a multidimensionalidade de nossa vida e nosso desempenho. - Organizarmos como grupo, definindo como eixo os valores dos Direitos Humanos que serão nosso guia. - Ter consciência e exercitar o enorme potencial que temos como educadores para transformar os valores, centrados na busca de nossa identidade. Direitos Humanos é vida: não somente uma concepção de vida. Educar para os Direitos Humanos quer dizer... - educar para saber que existem também “os outros”, tão legítimos quanto nós, seres sociais como nós, a quem devemos respeitar, despojando-nos de nossos preconceitos e projeções de nossos próprios fantasmas etc. - aceitar a pluralidade cultural e, ao mesmo tempo, educar na identidade, na semelhança fundamental que nos transforma a todos os irmãos. Quer dizer convencer-se de que o ser humano necessita da interação humana para desabrochar. Implica convencer-se de que tal educação não pode ser ministrada setorialmente ou a alguns grupos. A educação autêntica deverá ser integral em sua visão e global em seu método. - assumir o primeiro direito fundamental, sem o qual os outros não têm sentido, é o de ser pessoa. A educação levará a pessoa a ser, superando as concepções de comportamento ligadas ao ter e poder, e estabelecendo condutas que garantam aqueles direitos e deveres em virtude dos quais todo ser humano possa crescer em humanidade, ser mais, inclusive sem Ter mais. Todo ser humano se converte em educador que promove os direitos humanos quando tem clareza crítica e equilibrado tato ao questionar costumes e comportamentos pessoais e coletivos baseados na autodefesa frente aos demais, substituindo-os com a atitude de respeito, responsabilidade e colaboração. MOVA Almino Henrique Vamos ler o mundo, Escrever o mundo, Juntos fazer a nossa história acontecer. Acontece que o movimento cresce é um ato plural e coletivo é a luta de homens e mulheres Paulo Freire para sempre estará vivo. Conquistar o direito da escrita, da leitura, é tornar-se um cidadão que transforma, que fala de política que crítica, que faz revolução.