UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA "JÚLIO DE MESQUITA FILHO" Campus de Marília CURSO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS MACROECONOMIA Aula 8 Teoria da proteção Introdução O livre comércio é mais exceção do que regra. Os governos intervêm para proteger o produtor nacional. Ao conjunto de mecanismos de proteção se denomina política comercial. 11/5/2015 Luís Antonio Paulino 2 Tópicos de discussão Tarifas Subsídios Outras formas de proteção Medidas de grau de proteção 11/5/2015 Luís Antonio Paulino 3 Tarifas O imposto sobre importações – denominado tarifa – é cobrado quando a mercadoria entra no país. Pode ser: • Específico • Ad valorem • Misto 11/5/2015 Luís Antonio Paulino 4 Tarifas (Exemplos) A tarifa de US$ 450,00 cobrada por tonelada de suco de laranja brasileiro importada pelos EUA , independente do preço do produto é um imposto específico A tarifa de importação de US$ 0,54 litro/galão de álcool importado pelos EUA também é um imposto específico. A Tarifa Externa Comum de 14% acordada entre os membros do Mercosul é um imposto ad valorem. Uma cobrança de US$ 50 por unidade importada + 20% sobre o preço é um imposto misto. 11/5/2015 Luís Antonio Paulino 5 Tarifas 11/5/2015 A tarifa média fixada pelas economias desenvolvidas situa-se em torno de 5%, mas os picos tarifários são elevados. O Brasil tem um teto tarifário de 35%, mas aplica uma média geral, para produtos industrializados ou não, de 10,7%. A maior parte dos produtos está com 14%, a Tarifa Externa Comum (TEC) do Mercosul. Em 1990, o valor médio da tarifa era de 43%. Luís Antonio Paulino 6 Tarifas 11/5/2015 A idéia de que a economia do Brasil segue muito fechada cai ao compará-la à de outros países. As tarifas alfandegárias do Brasil recuaram do patamar médio de 50% observado na década de 80 para o nível atual em torno de 10%. Corrobora ainda essa tese, a existência de um regime tarifário sem cotas e com alíquota máxima de 35%. Outras economias, tanto desenvolvidas quanto emergentes, apesar de terem tarifas médias mais baixas que a brasileira, aplicam "picos tarifários" e outras barreiras não tarifárias. Luís Antonio Paulino 7 Tarifas (picos tarifários) PAÍS MÉDIA MÁXIMA EUA 5,15% 350% (tabaco) UE 5,95% 219% (cogumelos e trufas) Japão Brasil 6,60% 10,7% 2.554% (arroz) 55% (coco e preparações de pêssego) Excedente do consumidor e do produtor antes da tarifa Custos e benefícios das tarifas Custos e benefícios das tarifas Efeito das tarifas sobre a produção 11/5/2015 O aumento do preço doméstico, decorrente da imposição da tarifa, provoca também mudanças nos preços relativos internos. Aumenta a produção do bem protegido, mas se o país opera com pleno emprego, isso se dá à custa da produção do conjunto dos bens não atendidos pela política. Luís Antonio Paulino 12 Efeito das tarifas sobre a produção M E Mb Eb U=2 U=1 Eb* Mb* O Xb Xb* X Efeito das tarifas sobre a distribuição de renda 11/5/2015 Teoricamente, a tarifa beneficia o fator de produção escasso (capital), enquanto reduz a renda real do fator abundante (trabalho) – Teorema HOS Essa visão, entretanto, considera apenas o critério de eficiência alocativa, ou ricardiana. É preciso, contudo, levar em conta outros dois critérios de eficiência: eficiência inovativa ou schumpeteriana e a eficiência de crescimento ou keynesiana. Luís Antonio Paulino 14 Efeito das tarifas sobre a concorrência Se a proteção é oferecida a um bem num mercado concorrencial, mesmo que as importações venham a ser excluídas, ainda haverá alguma concorrência entre os produtores domésticos. Se o mercado é caracterizado por oligopólio ou monopólio, a exclusão dos concorrentes estrangeiros resulta em pouca disputa no mercado e conseqüente desestímulo para redução de preços e melhoria da qualidade. 11/5/2015 Luís Antonio Paulino 15 Efeito das tarifas sobre a renda 11/5/2015 A argumentação clássica acerca da liberdade de comércio parte do pressuposto do pleno emprego dos recursos. Se a economia passa por um período de recessão, a tarifa pode ser utilizada para estimular a renda e o emprego. Luís Antonio Paulino 16 SUBSÍDIOS Consiste em pagamentos, diretos ou indiretos, feitos pelo governo, para encorajar exportações ou desencorajar importações. Equivale a um imposto negativo e representa uma redução de custo para o produtor 11/5/2015 Luís Antonio Paulino 17 SUBSÍDIOS A concessão de subsídios se dá por meio de: • Pagamentos em dinheiro • Redução de impostos • Financiamentos a taxas de juros inferiores às do mercado • Compra direta do governo para posterior revenda a preço mais baixo aos consumidores 11/5/2015 Luís Antonio Paulino 18 Efeitos dos subsídios sobre a produção 11/5/2015 Luís Antonio Paulino 19 Efeitos dos subsídios à exportação 11/5/2015 Luís Antonio Paulino 20 Efeitos dos subsídios à exportação 11/5/2015 Luís Antonio Paulino 21 Custos e benefícios dos subsídios à exportação 11/5/2015 Luís Antonio Paulino 22 Outras formas de proteção Quotas de importação Controles cambiais Proibição de importação Monopólio estatal Leis de compras de produtos nacionais Depósitos prévios à importação Barreiras não tarifárias Acordos voluntários de restrições de exportações (AVRE) 11/5/2015 Luís Antonio Paulino 23 MEDIDAS DE GRAU DE PROTEÇÃO TPNm = Taxa de proteção nominal Pm = Preço doméstico Pm* = Preço internacional 11/5/2015 Luís Antonio Paulino 24 MEDIDAS DE GRAU DE PROTEÇÃO Exemplo: Algodão Pm = US$ 1680/tonelada Pm* = US$ 1600/tonelada 11/5/2015 Luís Antonio Paulino 25 MEDIDAS DE GRAU DE PROTEÇÃO TPEm = taxa de proteção efetiva TPNm = taxa de proteção nominal do produto m TPNi = taxa de proteção nominal do insumo i Wi = taxa de participação do insumo i na produção de m 11/5/2015 Luís Antonio Paulino 26 MEDIDAS DE GRAU DE PROTEÇÃO Se o processo de produção exigir o emprego de mais de um insumo importado, expressão será alterada para: 11/5/2015 Luís Antonio Paulino 27 MEDIDAS DE GRAU DE PROTEÇÃO (Exemplo) Para produzir algodão é preciso máquinas, defensivos, adubo. Suponhamos que esses insumos representem 40% do custo e sejam protegidos por uma tarifa de 15%. 11/5/2015 Luís Antonio Paulino 28 Proteção Efetiva (%) para Produtos Selecionados. Em 2001. II IPI Proteção Tarifa Valor Componentes Importado Agregado 21.0 19.0 11.0 166.0 33.2 Celulares (2006) 15.0 14.0 Televisões 22.5 20.0 CPU (comp. pessoais) 28.0 14.3 8.4 15.4 16.8 166.0 443.2 696.2 33.2 124.1 280.0 Nominal Celulares Fontes: SPE/MF e MDIC. Valor Proteção Efetiva Proteção Efetiva (%) para Produtos Selecionados. Em 2001. II Tarifa Valor Nominal Componentes Importado Agregado Efetiva 21.0 19.0 44.0 11.0 166.0 33.2 208.9 Celulares (2006) 15.0 14.0 Televisões 22.5 20.0 CPU (comp. pessoais) 28.0 14.3 31.1 47.0 46.3 8.4 15.4 16.8 166.0 443.2 696.2 33.2 124.1 280.0 144.8 156.6 119.7 Celulares Fontes: SPE/MF e MDIC. IPI Proteção Valor Proteção