UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
"JÚLIO DE MESQUITA FILHO"
Campus de Marília
CURSO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS
Macroeconomia
Aula 9
Política Comercial na Prática
Tópicos de discussão

Argumentos a favor do protecionismo
•
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11/4/2015
Proteção á indústria nascente
Estímulo à Substituição de importações
Redução do diferencial de salários
Impedimento ao comércio desleal
Promoção da segurança nacional
Melhoria da balança de pagamento
Favorecimento das barganhas internacionais
Luís Antonio Paulino
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Argumentos a favor do
protecionismo

Proteção da “indústria nascente”
• O termo “indústria nascente” refere-se à etapa
do desenvolvimento em que a indústria ainda
não alcançou um nível de produção que lhe
permita beneficiar-se das economias de escala.
• A idéia e garantir uma reserva de mercado
temporária
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Luís Antonio Paulino
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Indústria nascente e economias de escala
Argumentos a favor do protecionismo

Proteção da “indústria nascente”
• Cabe lembrar que os Estados Unidos, Alemanha e Japão se
industrializaram protegendo suas indústrias com base nesse
argumento, desenvolvido inicialmente pelo economista e
político alemão Friedrich List.
• A esse respeito ler:

LIST, Friedrich. Sistema Nacional de Economia Política. São
Paulo: Abril Cultural, 1983.

HAMILTON, A. Relatório sobre manufaturas. Rio de Janeiro,
Solidariedade Ibero-americana, 1995.

CHANG, Ha-Joon, A Estratégia do desenvolvimento em
perspectiva histórica. São Paulo: Editora Unesp, 2004
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Luís Antonio Paulino
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Friedrich List e o Protecionismo na
Alemanha e nos Estados Unidos



Escola histórica alemã (1840): abordagem relativista – “Uma
doutrina econômica adequada para um país em determinado
momento pode não ser para outro em outra época”.
List contestou a doutrina do laissez-faire e a liberdade de
comércio, argumentando que eram políticas econômicas
apropriadas para países com elevado desenvolvimento
industrial, mas inconveniente para países menos
desenvolvidos.
Defendia que o protecionismo era política econômica lógica e
recomendável para os EUA e a Alemanha, que naquele
momento encontravam-se no estágio agrícola-manufatureiro.
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Luís Antonio Paulino
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Alexander Hamilton e a escola americana
de economia política


A escola americana de economia política,
também conhecida como "sistema
nacional", é uma doutrina macroeconômica
que dominou a política econômica dos
Estados Unidos desde a Guerra de Secessão
até a metade do século XX.
Usada na retórica política norte-americana
desde 1824 até hoje, foi aplicada como
política governamental por muitas décadas
durante esse período.
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Luís Antonio Paulino
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Alexander Hamilton e a escola americana
de economia política


Os elementos fundamentais da escola americana
foram promovidos por John Quincy Adams e seu
Partido Republicano Nacional, Henry Clay e o
Partido Whig, e Abraham Lincoln mediante o
primitivo Partido Republicano, os quais abraçaram,
implementaram e defenderam este sistema de
política econômica.
Durante o período em que foi aplicado o sistema
americano, os Estados Unidos tornaram-se a maior
economia do mundo, com o mais alto padrão de
vida, ultrapassando o Império Britânico por volta de
1880.
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Alexander Hamilton e a escola americana
de economia política


É uma escola econômica baseada no programa econômico de
Hamilton e foi proposta com o objetivo de possibilitar aos
Estados Unidos a independência econômica e a autosuficiência nacional.
Consistia nestas três políticas centrais:
• proteção da indústria mediante tarifas alfandegárias elevadas e
seletivas (especialmente entre 1861 e 1932) e, também mediante
subsídios (especialmente entre 1932 e 1970)
• investimentos estatais na infra-estrutura criando melhoramentos
internos planejados (especialmente no setor de transportes)
• um banco nacional com políticas que promovem o crescimento
dos empreendimentos produtivos.
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Luís Antonio Paulino
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Argumentos a favor do protecionismo

Proteção da “indústria nascente”
• O Brasil, o processo de industrialização
baseado na “política de substituição de
importações” entre 1940 e 1970 (Getúlio
Vargas, Juscelino Kubistchek (Plano de Metas),
Geisel (II PND), baseou-se nesse estratégia.
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Argumentos a favor do protecionismo

Redução do desemprego
“Política externa significa empregos”
Madeleine Albright
Secretária de Estado dos EUA no governo Clinton
(1997-2001)
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Políticas de empobrecimento do vizinho no
período entre guerras





Protecionismo agrícola americano na
década de 1920
“As conseqüências econômicas da Paz”
- Keynes
A crise de 1929
Smoot-Hawley Tariff Act – Governo
Hoover – junho de 1930.
A política do empobrecimento do
vizinho (beggar-thy-neighbor)
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Estímulo à Substituição de Importações


Argumento desenvolvido por economistas
da Comissão para América Latina
(Cepal), da ONU, sob inspiração de Raul
Prebish.
Argumento central: relações desiguais de
troca condenavam os países latinoamericanos ao subdesenvolvimento.
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Estímulo à Substituição de Importações

Por relações de troca entende-se a razão
entre o preço das exportações de um país
e o preço de suas importações.
• RT = Preço das exportações/Preço das
importações

Uma redução nas relações de troca
significa que, com a mesma quantidade
física exportada, o país passa a importar
menos que antes.
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Luís Antonio Paulino
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Estímulo à Substituição de Importações


Segundo Prebisch, exportando produtos
primários, os países da América Latina
perdiam capacidade de importar bens
industrializados, considerados essenciais
para o crescimento.
Para superar esse estrangulamento,
propunha que o Estado adotasse uma
política de substituir os produtos antes
importados.
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Estímulo à Substituição de Importações

A agregação das idéias das:
• perdas nas relações de troca
• indústria nascente
• distribuição da renda entre países
resultou no argumento da “Substituição
das Importações”, base dos programas
de industrialização da América Latina
após a Segunda Guerra Mundial.
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Raul Prebisch e processo de Substituição de
Importações


Segundo a teoria das vantagens comparativas, o
fruto do progresso técnico decorrente da
especialização tende a distribuir-se por todos os
países em decorrência da baixa dos preços e da
alta das remunerações (lembrar do Teorema
Stopler-Samuelson).
De acordo com essa visão, os países de
produção primária não precisariam
industrializar-se para receber sua quota de
benefícios.
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Raul Prebisch e processo de Substituição de
Importações

Prebisch observou, entretanto, que os
termos de troca de produtos primários se
deterioram, no período entre 1876/1880
e 1946/1947, de 100 para 68,7, ou seja,
precisaram aumentar sua exportação de
produtos primários em 45,6%, para ter
acesso à mesma quantidade de produtos
industrializados.
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Preços das commodities em termos reais
140
120
China?
100
80
60
40
1915 Centre.1930
Source:1900
OECD Development
1945
1960
1975
Based on Oxford Latin American Economic History Database and Thomson Datastream, 2007.
1990
2005
Raul Prebisch e processo de Substituição de
Importações


Para Prebisch, a razão disso é que os preços dos
produtos industrializados não declinam com o
progresso técnico, ou declinam menos que os
preços dos produtos primários.
Em seu entender, nas economias mais
avançadas, os fatores de produção absorveriam
os ganhos de produtividade através do
aumento de suas remunerações.
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Raul Prebisch e processo de Substituição de
Importações



Esse mecanismo é explicado em função dos
ciclos econômicos e da resistência maior de
queda dos salários nos países avançados.
Essa diferença no mercado de trabalho faz com
que os países industrializados retenham os
benefícios da inovação tecnológica, bem como
se apropriem de parte dos eventuais progressos
técnicos que surjam nos países menos
desenvolvidos.
A solução proposta por Prebish é induzir os
países periféricos à industrialização, com o apoio
do Estado.
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Redução do diferencial de salários


Em uma economia dualista, caracterizada
pela coexistência de uma agricultura de
subsistência e de um setor industrial
dinâmico, no qual os salários são mais
elevados, uma política protecionista em
favor da indústria, que deslocasse os
trabalhadores para o setor paga mais
aumentaria o bem-estar nacional.
Exemplo: China
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Impedimento do comércio desleal


O comércio “desleal” distorce a estrutura
das vantagens comparativas e,
consequentemente, as relações de troca
entre os países.
Desse ponto de vista, se justificaria a
pratica de políticas defensivas contra a
prática de dumping e subsídios, por meio
de medidas anti-dumping e salvaguardas.
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Promoção da segurança nacional


O princípio desse argumento é proteger a
indústria considerada essencial para os
esquemas de defesa do país, se a
exposição à concorrência externa
inviabilizar seu desenvolvimento.
Ex: material bélico, petróleo, segurança
alimentar, etc.
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Outros argumentos


Melhoria da balança de pagamentos
Favorecimento das barganhas
internacionais
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