XVI ENDIPE - Encontro Nacional de Didática e Práticas de Ensino - UNICAMP - Campinas - 2012 1 AS PRÁTICAS DOCENTES EM INTERFACE COM O ENSINO DE MATEMÁTICA Conceição de Maria Ribeiro dos Santos Prefeitura Municipal de José de Freitas Francisca Maria da Cunha de Sousa Universidade Federal do Piauí Patrícia da Cunha Gonzaga Secretaria Estadual de Educação do Piauí Maria Lemos da Costa Universidade Federal do Piauí Resumo Este artigo resulta de uma pesquisa que fez a análise dos fatores que interferem na aquisição da linguagem matemática de alunos do 5º ano do Ensino Fundamental I da rede pública municipal de José de Freitas - PI. Ora, seja da compreensão de situações do seu cotidiano que exige critérios na organização, bem como na demonstração escrita do pensamento lógico no exercer de suas práticas sociais. Para desenvolver esse estudo utilizou-se as contribuições teóricas de autores que discutem essa temática: Gardner (1995), Lara (2003), Fiorentini (2009), Silva (2009), dentre outros. Propõe-se com essa pesquisa de caráter analítico descritivo, na abordagem quanti -qualitativa: identificar os problemas que levam os alunos 5°ano estarem desmotivados na disciplina de matemática; caracterizar as práticas docentes no ensino da disciplina e descrever a interrelação entre escola e alunos no envolvimento do ensino e da aprendizagem. Das amostras analisadas, verificou-se que 100% dos docentes estão insatisfeitos com desempenho do aluno com relação à aprendizagem, como também apresentaram certo incômodo com sua forma de ensinar. Com base na análise dos dados, constatou-se que 80% dos alunos não leem com fluência, dificultando sua compreensão lógica, e, ainda 5% destes têm dificuldades na pronuncia e escrita das palavras na relação fonemagrafema, percebeu-se que os docentes reconhecem as dificuldades dos alunos na aquisição da linguagem matemática e demonstram insegurança com o didáticopedagógico no manejo de seu fazer de sala de aula. Em relação a esses aspectos, nada ou pouco a escola tem feito para reverter esse quadro, visto que os alunos pesquisados aparentemente não apresentaram nenhuma necessidade cognitiva. Esse estudo nos conduz a um repensar sobre a especificidade dos saberes e habilidades do professor pedagogo enquanto educador matemático. Palavras-chave: Pratica Docente. Dificuldade de Aprendizagem. Ensino de Matemática Junqueira&Marin Editores Livro 3 - p.002836 XVI ENDIPE - Encontro Nacional de Didática e Práticas de Ensino - UNICAMP - Campinas - 2012 2 Introdução A sociedade contemporânea, seu processo de globalização, o avanço das tecnologias da informação e da comunicação (TIC) têm exigido da escola um novo paradigma emergente na mediação do saber ensinar. Nessa direção, fica evidente que a educação necessita ultrapassar o obstáculo da extraordinária diversidade (DELORS,2006) haja vista que a educação e tampouco o professor, que é o protagonista, neste cenário, não conseguirá manter-se afastado dessa diversidade, ou seja, o professor em seu processo de formação inicial e no desenvolvimento de suas praticas docentes deverá ser preparado para trabalhar com essa diversidade. Neste sentido, a educação foi, é e sempre será motivo de questionamentos, sendo a escola o espaço de interação da aprendizagem; o professor como o principal mediador partícipe do processo formal da formação humana e o aluno considerado como o objeto de mutação diante das práticas pedagógicas, neste contexto muitos estudiosos e pesquisadores buscam nesse processo a pratica como eixo central e ponto de partida da formação do professor. (PÉREZ GÓMEZ, 1992). No entorno desses questionamentos, é que direcionamos nosso olhar às dificuldades de aquisiçãoda linguagem matemática em alunos do 5° ano do Ensino Fundamental I. Uma temática relevante ao contexto escolar, visto que o conhecimento matemático torna possível a participação das pessoas nas praticas sociais. O nosso trabalho de pesquisa, aqui apresentado, gerou-se acerca das queixas de colegas docentes no que diz respeito à interpretação de situações – problema envolvendo o conhecimento matemático desse nível para o ingresso no fundamental II. E ainda,de nossa realidade profissional, uma vez que somos professoras polivalentes, e que sentimos na pele os impactos da sociedade globalizada para desenvolver o saber-fazer de sala de aula diante da complexidade de ensinar. O nosso estudo acerca da temática surgiu a partir do pressuposto estabelecido pelo o objetivo do projeto: analisar algumas problemáticas que interferem na aquisição da linguagem matemática de alunos do 5º ano da Escola X da rede publica municipal de ensino de José de Freitas-PI para alcançar este propósito foi preciso: identificar os problemas que levam os alunos do 5°ano estarem desmotivados na disciplina de matemática; caracterizar as ações docentes do professor no ensino da disciplina e descrever a inter-relação entre escola e alunos no envolvimento da aprendizagem da matéria. Sendo que essa problemática refletirá em interface com os saberes tanto de Junqueira&Marin Editores Livro 3 - p.002837 XVI ENDIPE - Encontro Nacional de Didática e Práticas de Ensino - UNICAMP - Campinas - 2012 3 quem se apresenta para aprender como aqueles que assumem formalmente a tarefa de ensinar e, que merece ser investigado à luz de alguns teóricos que discutem essa temática:Gardner (1995), Lara (2003), Fiorentini (2009), Silva (2009) dentre outros. Este trabalho se constituiu no bojo da questão norteadora: Por que alunos do 5° ano sentem empatia pelo ensino de matemática, uma vez que esta se encontra encadeada com as demais disciplinas da grade curricular e no decorrer de suas práticas sociais? O nosso interesse pelo objeto de estudo da pesquisa constitui-se relevante, tendo em vista as dificuldades que os alunos apresentam na compreensão do processo de aquisição da linguagem matemática no contexto escolar. Devido, também a necessidade de entender cada vez mais como dar-se o exercício do aprender, tarefa complexa, mas que torna possível a inserção social enquanto sujeito partícipe da sociedade em movimento. É importante ressaltar que as discussões acerca da temática tornam – se essencialpara posicionar uma linha de entendimento sobre os possíveis problemas que dificultam a aprendizagem em matemática, visto a controvérsia leitura e escrita encontrarem imbricadas aos nossos olhos com o ensino interdisciplinar e, assim nosso estudo constitui de idas e devir, com construção e desconstrução da práxis, na busca de um novo paradigma da pratica em sala de aula para desenvolver o processo de ensinagem. Contribuição Teórica sobre a Pesquisa A maioria dos estudos e pesquisas realizadas naárea de Educação em Matemática parte do pressuposto que a disciplina é efetivamente central na formação dos indivíduos e em sua inserção social (LARA, 2003). Neste enfoque Lara(2003) enfatiza que, a disciplina de matemática ajuda a pensar com clareza, a desenvolver o raciocínio logico, estimula o pensamento independente e oportuniza o manejo de situações-problema de diferentes contextos. Nesse entorno, a aprendizagem de conteúdos concretos que permita o aprendiz uma articulação entre o abstrato e o real, que torna a pratica pedagógica mais sólida. Segundo Libâneo (2009) o “como” da pratica educativa é a didática, haja vista, que esta questiona a prática educativa na sua intimidade, com a finalidade de apreender suas exigências concretas: e os determinantes que afetam os sujeitos envolvidos proporcionando condições para a reavaliação das diretrizes teóricas. E assim, permitir Junqueira&Marin Editores Livro 3 - p.002838 XVI ENDIPE - Encontro Nacional de Didática e Práticas de Ensino - UNICAMP - Campinas - 2012 4 ao professor uma ressignificação do seu fazer pedagógico através do exercício reflexivo de suas praticas, bem como das discussões compartilhadas no encontro de formação (MENDES SOBRINHO, 2007). No desenvolvimento do saber fazer de sala de aula, o professor precisa perceber a inter-relaçãoentre o pensar e falar de seus alunos. Assim entende-se que aatividade fundamental desenvolvida pela escola para a formação integral dos alunos, é a leitura. De acordo com Cagliari (1992) a leitura compreende toda manifestação linguística que uma pessoa realiza para recuperar um pensamento formulado por outra e colocado em forma de escrita. Neste sentido, se um aluno não se sair muito bem nas outras atividades, mas for um bom leitor, a escola cumpriu em grande parte sua tarefa. Se, porém, o aluno tiver notas excelentes em tudo, mas não se tornar um bom leitor, possivelmente, não conseguira galgar papéis importantes na sociedade, uma vez que a leitura é a ferramenta indispensável de qualquer individuo na sociedade. Assim, como a leitura tem sua importância para o desenvolvimento da civilização do homem, a lógica – matemática estabelece seu vinculo na ascensão da organização cognitiva. A maioria dos estudos e pesquisas realizadas na área de educação em matemática parte do pressuposto de que ela é, efetivamente, central na formação dos indivíduos e sua inserção social. Neste sentido, um insucesso em matemática significaria um fracasso, não apenas na vida escolar, mas na própria condição desses cidadãos. A disciplina de matemática ajuda a pensar com clareza e raciocinar melhor, e/ou desenvolver o raciocínio lógico, estimular o pensamento independente; desenvolver também a criatividade, bem como a capacidade de manejar situações problema de diferentes tipos. Neste sentido as discussões sobre os fatores que dificultam a aquisição da linguagem matemática no ensino da disciplina, partem do pressuposto que o processo educativo das escolas da rede pública depende da didática aplicada no contexto das práticas pedagógicas voltada para a realidade das condições que englobam os aspectos sociais, políticos, econômicos e cognitivos de cada sujeito envolvido na aprendizagem. Segundo Gardner (1995, p.188), há duas fases importantes para a pluralização do intelecto: A contextualização e a distribuição, que tercem sua influencia a partir das condições pré – natais á vida do bebê após o nascimento e que está intrinsecamente ligada ás práticas e pressupostos de sua cultura, focando a visão das múltiplas inteligências. Junqueira&Marin Editores Livro 3 - p.002839 XVI ENDIPE - Encontro Nacional de Didática e Práticas de Ensino - UNICAMP - Campinas - 2012 5 Logo, a linguagem, os símbolos e os padrões matemáticos bem assimilados e utilizados sistematicamente em outras esferas da atividade ena ciência são ferramentas de comunicação e sistematização fundamentais. Enriquecem a capacidade de transmissão, simplificam modos de pensar, ajudam a chegar diretamente ao cerne dos problemas. Masainda, o bom manejo desses elementos na linguagem oral clarifica a apresentação das ideias complicadas e evita circunlóquios e rodeios na descrição de situações. De acordo com os PCN’s, (1991, p.251) á medida que vamosintegrando ao que se denomina uma sociedade da informação crescente e globalizada, é importante que a educação se volte para o desenvolvimento das capacidades de comunicação, de resolver problemas, de tomar decisões , de fazer interferências, de criar, de aperfeiçoar conhecimentos e valores, de trabalhar cooperativamente. Estudos feitos relatam que a criança ao adquirir a compreensão, através seus próprios instrumentos de conhecimentos – o aprender a conhecer; momento esse em que se desperta o desejo e estimulo da criatividade descobrindo o valor construtivo pelo trabalho, já oaprender a fazer; acontece quando o sujeito procura cooperar e/ou solidarizar com atividades propostas no qual estabelece a relação com o aprender a viver juntos desenvolvendo-se de forma interina, ou seja, espírito e corpo, constituindo assim o aprender a ser, dessa forma alicerçando os pilares da aprendizagem no tange as competências e habilidades. Para entender as competências, Antunes (2001, p.12) diz: Que antes cabia ao professor mostrar ao aluno o mapa do mundo, descrevendo seus múltiplos oceanos, agora, ao mesmo tempo em que desdobra e revela esse mapa, ensina também como usar a bussola, tornando seus alunos aptos a navegar os desafios desses oceanos. Nesse enfoque, a formação matemáticaacontece, sobretudo, no espírito de liberdade, do prazer, da aventura e do lúdico. Neste entorno de discussões sobre aprendizagem da matemática, Silva (2009, p.16) afirma que é preciso contemplar a relação dos alunos com o saber e com a escola. Sendo assim, cada pessoa tem a sua forma especial e única de pensar, sua própria filosofia de vida e de ver as coisas, originando o seu esquema cognitivo. Em conseqüência, cada novo conhecimento ao ser incorporado no próprio esquema cognitivo é interpretado na direção das ideias que constituem este esquema, visto que, cada um vai recriar ou reelaborar seus conhecimentos a partir da sua própria maneira de Junqueira&Marin Editores Livro 3 - p.002840 XVI ENDIPE - Encontro Nacional de Didática e Práticas de Ensino - UNICAMP - Campinas - 2012 6 ser. É por isso que os conhecimentos que um professor transmite, em um mesmo momento, a um grupo de alunos, não são interpretados da mesma maneira por todos. Nesse aspecto, Morim (2009) enfatiza que estamos aptos a aprender sobre os problemas fundamentais e globais, mas não a resolvê-los, visto que os sistemas de ensino continuam a dividir e fragmentar os problemas, em vez de religarem, em torno da real complexidade de ensinar. O autor ao questionar sobre tais condições de ensino nos remete a importância da didática para o ensino, mas o necessário é esse fazer, principalmente no ensino de matemática. É assim que deve acontecer o processo de aprendizagem, todavia, que exista uma conexãona organização do conteúdo com o fazer pedagógico. Percurso Metodológico da Pesquisa A realização da pesquisa cientifica exige do pesquisador não somente a escolha do referencial teórico, mas também a opção por uma metodologia que melhor se adeque ao objeto de estudo que será pesquisado, pois é a metodologia que norteia e orienta execução dos objetivos pretendidos. Neste sentido, a escolha pelo método mais adequado revela-se como um constante processo de idas e vindas, avanços e recuos, como enfatiza Gatti (2000, p.10) “não é apenas uma questão de rotinas, de passos e etapas, de receitas, mas de vivência, com pertinência e consistência em termos de perspectivas e metas”, sendo esta construída na pratica, no exercício do fazer, visto que esta encontra-se sempre na construção e em movimento. Desse modo, o nosso estudo se insere na abordagem tantoquantitativa quanto qualitativapor ser uma investigação de caráter descritivo-analítico, que segundo Moreira e Caleffe (2008) ambas podem ser usadas no mesmo estudo, visto que a primeira exploracaracterísticas e situações numéricas e a outra explora características dos indivíduos e cenários que não podem ser facilmente descritos numericamente. O estudo foi realizado com uma turma de 28 alunos, da qual tivemos como amostra 05 discentes, 02 professores do 5º ano do Ensino Fundamental I, da rede pública Municipal de Ensino de José de Freitas – Piauí, os alunos apresentam históricos escolares diferentes: dos cinco, somente um não iniciou o seu processo de ensino e aprendizagem na escola; e os 02 professores trabalham em regime semanal, com carga Junqueira&Marin Editores Livro 3 - p.002841 XVI ENDIPE - Encontro Nacional de Didática e Práticas de Ensino - UNICAMP - Campinas - 2012 7 horária igual há 40 horas na mesma instituição, sendo que ambas possuem formação em Normal Superior, mas com visões didáticas e praticas pedagógicasdiferentes. Instrumentos de construção dos dados da pesquisa Para a realização da pesquisa, utilizou – se questionários e entrevistas junto a alunos e professores, focalizando fatores que dificultam a aquisição da linguagemmatemática, em especial alunos da escola publica X do município de José de Freitas – Piauí. Esta pesquisa foi desenvolvida com o objetivo de analisar algumas problemáticas que venham interferir na aquisição da linguagem matemática,focalizandoa visão da investigação tanto no ponto de vista quantitativa como qualitativa no desenovelar desse estudo. Dos questionários aplicados a alunos e professores existem perguntas fechadas e abertas possibilitando o surgimento de opiniões diversas valorizando os aspectos qualitativos e descritivos da pesquisa. Todos os dados obtidos na coleta mostram a realidade do nível de conhecimento e habilidades de leitura e interpretação em matemática por alunos do 5º ano de escola pública. Durante os 10(dez) dias que observamos a turma, podemos constatar a postura de incerteza dos docentes investigados no conduzir pedagógico da disciplina de matemática, a falta de articulação dos conteúdos com a realidade, bem como também atividades que estimule a desenvoltura para despertar escrita da lógica, além do ambiente de sala de aula eextra sala não propiciarem a sensibilidade do aluno para a compreensão matemática. Resultados das análises da pesquisa Diante do que analisamos, observamos que os alunos precisam ser envolvidos por estratégias significantes para que eles, como sujeito em processo de organização e/ou construção do conhecimento possam encontrar um resultado com significado na articulação do ensino. Os profissionais da área da educação precisam ter a preocupação com as tendências pedagógicas que pretendem seguir para fundamentar sua prática docente, objetivando que o processo ensino – aprendizagem em matemática aconteça com sucesso. Neste enfoque, a escola precisa proporcionar ao processo educativo, um Junqueira&Marin Editores Livro 3 - p.002842 XVI ENDIPE - Encontro Nacional de Didática e Práticas de Ensino - UNICAMP - Campinas - 2012 8 currículo emergente que se aproxime da realidade em que se encontra a sociedade valorizando a pluralidade cultural do contexto contemporâneo. Com base nas análises das falas das professoras: PA- os alunos não gostam de ler, falta vontade de querer aprender; PB – falta nos alunos o hábito de ler. Percebemos que os professores reconhecem a deficiência dos alunos na compreensão da linguagem matemática, na carência de habilidade cognitiva-logica (GARDNER, 1995), mas pouco a escola tem feito para mudar o diagnostico. De acordo com Cagliari (2000) a leitura deve ser a maior herança legada pela escola aos alunos. Das analises dos alunos 50% acham mais fácil resolver questões matemática simples, ora seja, não contextualizadas. Outros fatores constatados na que diz respeito aanalises sobre estímulos de leitura e atividades lúdicas extras sala de aula ofertada pela escola, ambas tiveram 50% como resposta. Com referência a análise dos dados coletados pelos alunos sobre a aquisição da leitura e a resolução lógica constata-se que 80% não leem fluência apenas de forma mecanizada; 5% encontram ainda no nível silábico-alfabético, mas todos demonstraram aspectos cognitivos ativo aparente, outro fator grave está relacionado a vasta lacuna entre o amadurecimento cronológico e o cognitivo desenvolvido pelos mesmos com relação à aprendizagem, pois todos pesquisados estão com idade igual e/ou superior a 14 anos. Reflexões Conclusivas Diante das análises dos dados coletados através dos instrumentos utilizados na pesquisa que teve como questão norteadora: Por que alunos do 5° ano sentem empatia pelo ensino da disciplina de matemática, uma vez que esta se encontra encadeada com as demais disciplinas da grade curricular e decorrer de suas praticas sociais? Para tanto, conclui-se que vários fatores veem interferindo na aquisição da linguagem matemática do 5° ano do fundamental I e posterior dificultando a continuidade no ensino fundamental II. Para Gardner (1995) todos os sujeitos devem exercitar um conjunto de habilidades intelectuais, do qual estes indivíduos são capazes. Por outro lado, percebese que não existe uma especificidade do pedagogo para trabalhar com essa área, haja vista, que este é polivalente. Esses profissionais da educação precisam preocupa-se com as tendências pedagógicas que pretendem seguir na orientação de sua didática – pedagógica contemporânea (LIBÂNEO,2009), tendo como visão propiciar uma educação de Junqueira&Marin Editores Livro 3 - p.002843 XVI ENDIPE - Encontro Nacional de Didática e Práticas de Ensino - UNICAMP - Campinas - 2012 9 qualidade na rede pública. É necessário que os professores trabalhem com estratégias não só em função dos problemas que apresentam este ensino, mas como uma visão dialética contínua do desenvolvimento do aluno com especificidades à leitura, considerando a envoltura textual, visto que o professor é mediador ativo do processo. Nesse entorno, é relevante salientar com base nas analises dos dados coletados e aos teóricos que subsidiaram a discussão sobre a temática da pesquisa, que a linguagem da matemática resulta das múltiplas relações que estabelecem entre o especifico e o pedagógico num contexto constituído de dimensões históricoepistemológicas, psicognitivas, histórico-culturais e sociopolíticas (FIORENTINI, 2009, p. 05). Neste sentido, entendem-se que as praticas pedagógicas dos professores para o ensino de matemática devem partir do exercício reflexivo, da pratica participativa e compartilhada, da formação mutua. Portanto, a linguagem matemática precisa ser vista pelos professores como um legado necessário para a construção do conhecimento do aluno a partir de sua entrada (desde o ensino infantil) no processo de formação formal, responsabilidade da escola.Vale salientar que a escola onde aconteceu a pesquisa possui recursos didáticos que atenderiam os anseios sócio-construtivos dos alunos. No entanto é notório enfatizar que este objeto de pesquisa não esgotao assunto acerca da temática, mas nos remete a exploração de outros temas propostos às discussões com nosso trabalho. Referências ANTUNES, C. Como desenvolver as competências em sala de aula. Petrópolis – RJ: Vozes, 2001. BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília, 1999. CAGLIARI, L. C. Alfabetização e Lingüística. São Paulo: Scipione, 2000. DELORS, J. (Org.). Educação: um tesouro a descobrir. 10 ed. S. Paulo: Cortez, 2006. FIORINTINI, D. & LORENZATO, S. Investigação em educação matemática: percursos teóricos e metodológicos. Campinas-SP: Autores associados, 2009. GARDNER, H. Inteligências Múltiplas: a teoria na prática. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995. GATTI, B. A. A construção da pesquisa em educação no Brasil. Brasília: Plano, 2000. 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