Index PCR ASSOCIADO A HIBRIDIZAÇÃO COM SONDAS RADIOATIVAS DE DNA PARA A IDENTIFICAÇÃO DE INFECÇÃO SUBCLINICA CAUSADA POR LEISHMANIA CHAGASI Antero Silva Ribeiro de Andrade1, Elizabeth Castro Moreno2, Rosângela Fátima Gomes3, Octávio Fernandes4, Maria Norma de Melo3 & Mariângela Carneiro3 1- Comissão Nacional de Energia Nuclear – Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear - CDTN/CNEN Rua Professor Mário Werneck, s/n – Campus da UFMG Caixa postal: 941, CEP: 30123-970 Belo Horizonte- MG - Brasil 2- Fundação Nacional de Saúde – Coordenação Regional de Minas Gerais Departamento de Parasitologia – Universidade Federal de Minas Gerais -UFMG Av. Antônio Carlos 6627 – Pampulha Caixa Postal: 486 – Belo Horizonte – MG – Brasil 3- Departamento de Parasitologia – Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG Av. Antônio Carlos 6627 – Pampulha Caixa Postal: 486 – Belo Horizonte – MG – Brasil 4- Departamento de Medicina Tropical – Fundação Oswaldo Cruz - FIOCRUZ Caixa Postal: 926 – CEP: 21045-900 Rio de Janeiro, Brasil RESUMO Sistemas de diagnóstico baseados na técnica de PCR são muito promissores devido a sua sensibilidade. A hibridização dos produtos de PCR com sondas radioativas de DNA, capazes de identifica-los, aumenta a especificidade e a sensibilidade da análise. O objetivo deste trabalho foi avaliar a técnica de PCR, associada a hibridização, como ferramenta para a identificação de indivíduos assintomáticos infectados com Leishmania (Leishmania) chagasi (espécie causadora da leishmaniose visceral), residentes em uma área endêmica. Um grupo de 226 moradores do município de General Carneiro (MG), foi selecionado ao acaso. Amostras de sangue foram coletadas e o DNA dos macrófagos extraído. O PCR foi realizado utilizando iniciadores endereçados para os minicírculos de kDNA. Este protocolo produz uma reação positiva para todas as espécie de Leishmania. A tipagem do produto amplificado foi realizada através da hibridização com mini-círculos clonados de L. (L.) chagasi marcados com 32P. Foram identificados 111 amostras com PCR positivo, duas entre elas com hibridização negativa, e 133 amostras com hibridização positiva, sendo 24 destas com PCR negativo. Amostras com hibridização positiva e PCR negativo eram esperadas porque a hibridização com sondas radioativas aumenta a sensibilidade da técnica. As amostras com PCR positivo e hibridização negativa provavelmente são devidas a outras espécies de Leishmania. Podemos concluir que este procedimento é uma ferramenta valiosa para estudos epidemiológicos. Keywords: Leishmania chagasi, PCR, DNA hybridization and diagnosis I. INTRODUÇÃO As leishmanioses são um conjunto de síndromes clínicas provocadas por parasitas do gênero leishmania. No Novo Mundo a doença ocorre do sul dos Estados Unidos ao norte da Argentina. As espécies de Leishmania podem ser agrupadas em três complexos, Leishmania (Viannia) braziliensis, Leishmania mexicana e Leishmania donovani. As espécies do complexo L. braziliensis provocam lesões cutâneas ou mucocutâneas, aquelas do complexo L. mexicana causam lesões cutâneas e difusas, e as do complexo L. donovani provocam a doença visceral [1]. A leishmaniose visceral conhecida também como calazar é uma causa importante de morbidade e mortalidade no Brasil.. O número de casos notificados de calazar tem aumentado nos últimos anos, atingindo 4.492 casos no ano Index de 2000 [2]. Provavelmente este número é bem maior devido aos erros de diagnóstico, classificação e subnotificações. Além disso o número de infectados, seguramente, é bem maior do que os casos clinicamente aparentes. As alterações no meio ambiente natural e movimentos migratórios de populações rurais para a periferia das grandes cidades, têm contribuído para a sua prevalência. Leishmania (Leishmania) chagasi é a espécie causadora da enfermidade na América Latina. O parasita inicialmente se multiplica no local da derme onde foi inoculado pelo inseto transmissor. A maioria das infecções são assintomáticas e os parasitas são eliminados pelo sistema imunológico. Em indivíduos em que a infecção progride, a forma amastigota do parasita se dissemina através do sistema reticuloendotelial. Alguns indivíduos apresentam sintomas brandos ou desenvolvem uma forma subclínica, podendo permanecer assintomáticos [3]. Uma parte dos indivíduos infectados desenvolve o calazar, que é caracterizado por febre, anorexia, perda de peso hepatomegalia e esplenomegalia, sendo fatal em 95% dos casos não tratados [4]. Outros podem evoluir para a cura espontânea após uma forma subclínica prolongada. A forma subclínica tem sido pouco estudada devido à sintomatologia inespecífica e as dificuldades de diagnóstico. Este tem sido um dos principais obstáculos ao desenvolvimento de estudos epidemiológicos sobre o tema. Estudos epidemiológicos são necessários para melhorar a estimativa da prevalência da infecção, identificar os fatores de risco e avaliar as estratégias de controle. Atualmente os diagnósticos de rotina para a leishmaniose visceral são feitos através de exame microscópico direto, de material do paciente, através de cultura ou testes sorológicos A visualização da forma amastigota de Leishmania, pela coloração com Giemsa, em material aspirado de baço, medula óssea e linfonodos, é simples e barato, mas pouco sensível, inconveniente para o paciente e perigoso em condições de campo [5]. Isolamento dos parasitas através de cultura é um processo caro, demorado, difícil, e ainda existe possibilidade de contaminação por fungos e bactérias [6]. Os métodos sorológicos geralmente não discriminam entre infecção passada e presente e apresentam problemas de sensibilidade [7]. Devido a estes problemas existe a necessidade de desenvolvimento de métodos mais sensíveis e apropriados. Nos últimos anos, a técnica de PCR (Polimerase Chain Reaction) tem demostrado ser um método rápido, sensível e específico para a detecção de uma variedade de parasitas em diferentes tipos de amostras clínicas [8]. Uma detecção secundária dos produtos de PCR, através da hibridização com sondas de DNA marcadas com 32P, oferece um grande aumento de sensibilidade, permite a tipagem e a confirmação do resultado [9]. O objetivo deste trabalho foi utilizar a técnica de PCR, associada a hibridização com sondas radioativas de DNA, como uma ferramenta para estimar a infecção por L. (L.) chagasi, em indivíduos assintomáticos. Na reação de PCR foram utilizados iniciadores endereçados para os minicírculos do DNA do cinetoplasto (kDNA). O kDNA é um DNA mitocondrial presente nos protozoários da ordem Kinetoplatida. Apresenta dois componentes: os maxicírculos e os minicírculos. Os maxicírculos, presentes em número de 10 a 20 cópias por célula, correspondem ao genoma mitocondrial convencional. Os minicírculos, representam o principal componente do kDNA e estão presentes em grande número, aproximadamente 10000 cópias por parasita, o que os torna alvos moleculares ideais para a reação de PCR. II. MATERIAL E MÉTODOS Área de estudo e seleção dos pacientes. O estudo foi realizado no distrito de General Carneiro (com 19500 habitantes), município de Sabará, localizado a 19 Km de Belo Horizonte, Minas Gerais. Nos últimos 10 anos foram registrados seis casos de leishmaniose visceral e três óbitos na região. Inquéritos sorológicos caninos realizados rotineiramente, neste mesmo período, indicaram uma prevalência canina em torno de 5%. Um grupo de 226 indivíduos residentes no local foram sorteados. Os objetivos do trabalho foram comunicados e a participação dos voluntários condicionada a autorização por escrito. O trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFMG. Coleta de sangue e extração de DNA. Utilizando-se tubos à vácuo, contendo EDTA, foram colhidos 8 ml de sangue. Estes foram utilizados para a obtenção das células mononucleares e extração do DNA. Através de um gradiente Ficoll-Paque a camada de célula monoclucleares foi removida. As células foram ressuspendidas em solução de lise (NaCl 50 mM, Tris-HCl 50 mM, EDTA 10 mM, triton X-100 1% [vol/vol], pH 7,4) e armazenadas a –20oC. Para a extração do DNA foram adicionados 200 µg de proteinase K por ml do tampão de lise e o material incubado por 12 horas a 60oC. O DNA foi extraído pelo método de fenol-clorofórmio: álcool isoamílico, precipitado com etanol, ressuspendido em tampão low TE (Tris-HCl 10mM, EDTA 1 mM, pH 7,5), e estocado a 4oC. Reação de PCR e detecção do produto amplificado. Os oligonucleotídeos iniciadores 5’-GGG(G/T)AGGGGCGTTCT (G/C)CGAA-3’ e 5’-(G/C)(G/C)(g/C)(A/C)CTAT(A/T)TTACACCAACCC-3 ’ direcionados para a região conservada dos minicírculos de kDNA foram utilizados. Um produto de 120 bp é produzido [9]. A mistura de reação continha 100 ng de cada oligonucleotídeo, 200 µM de cada nucleotídeo trifosfato, 2,5 U de Taq Gold Polimerase, no tampão recomendado pelo fabricante (1,5 mM MgCl2), e 2 µl da amostra de DNA. As condições do Hot-start PCR foram: 30 ciclos de 94oC por 30 s, 50oC por 30 s, 72oC por 30 s e um ciclo final de extensão a 72oC por 10 min. Os produtos de PCR foram analisados por eletroforese em gel de agarose 2%, corados com brometo de etídio e visualizados sobre luz ultravioleta ou em gel de poliacrilamida 8%, corado pela prata. Em todas as reações foram utilizados controles positivos e negativos. Index Marcação da sonda de DNA e hibridização dos produtos de PCR. A 10 µl do produto amplificado de cada reação (mesma quantidade aplicada no gel) foram adicionados 90 µl de água destilada e a solução foi fervida por 3 min. Em seguida foram adicionados 11 µl de solução desnaturante (NaOH 4M, 25 mM EDTA, pH 8,0). Cem µl desta solução foram transferidos para membrana de nylon (Biodyne A Gibco BRL), utilizando um sistema bio-dot (Hybri-dot manifold-BRL). O DNA foi fixado a membrana utilizando-se luz ultravioleta com a exposição de 0,120 J/cm2 em câmara ultravioleta. Foi utilizado como sonda minicírculos clonados de L. (L.) chagasi. [9]. A sonda foi marcada com 32P [α]dCTP através do sistema Random Primer DNA Labelling Systen (Gibco BRL). A membrana foi pré-hibridizada por 30 min, à 58oC, na solução de hibridização (SDS 1%, leite em pó desnatado 0,5% e 2 x SSC [NaCl 0,3 M, citrato de sódio 0,3 mM]). Em seguida, após fervura por 3 min em banho maria, a sonda marcada foi adicionada. A membrana foi então incubada por 14 h nas mesmas condições, com agitação. Após este período a membrana foi colocada em solução 2 x SSC por 20 min, a temperatura ambiente, e lavada em solução 0,5 x SSC (NaCl 75 mM, citrato de sódio 0,075 mM), 0,5 SDS, a 65oC por 30 min, para remoção da sonda ligada inespecificamente. Finalmente a membrana foi seca e exposta à autoradiografia na temperatura de –70oC, utilizando-se cassete com placas intensificadoras. PCR HIBRIDIZAÇÃO Positivo Negativo Total Positivo 109 24 133 Negativo 2 91 93 Total 111 115 226 A Figura 1 mostra uma imagem típica de uma membrana com produtos de PCR, submetida a hibridização e revelada por autoradiografia. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Cm C- C+ Cc Cb III. RESULTADOS E DISCUSSÃO Entre as 226 amostras analisadas, 111 foram PCR positivas sendo que duas entre elas apresentaram hibridização negativa. Um total de 133 amostras foram positivas para a reação de hibridização, sendo que destas 24 foram PCR negativas. Estes resultados são apresentados na tabela 1. As análises apresentando reação de hibridização positiva e PCR negativa (totalizando 24) eram esperadas, tendo em vista que a hibridização com sondas marcada com o 32P aumentam, em aproximadamente 10 vezes, a sensibilidade de detecção [10]. As duas amostras que apresentaram reação de PCR positiva e hibridização negativa provavelmente são devidas a presença de outras espécies de Leishmania, como L. (V.) braziliensis que também é prevalente na região. Os oligonucleotídeos utilizados amplificam a região conservada dos minicírculos de todas as espécies de Leishmania, produzindo um fragmento de 120 bp. Portanto, no protocolo utilizado a reação positiva na reação de PCR indica a presença de Leishmania, sem discriminar o complexo a que pertence. A etapa subsequente de hibridização do produto amplificado, com sondas especificas para cada complexo, permite a identificação e tipagem. Como utilizamos minicírculos clonados de L. (L.) chagasi como sonda de hibridização, L. (V.) braziliensis não seria detectada neste procedimento, fato que pode explicar este resultado. TABELA 1 - Concordância Entre os Resultados Obtidos por PCR e Hibridização Figura 1. Autoradiograma A membrana possui produtos amplificados de PCR e foi hibridizada com minicírculos clonados de L. (L.) chagasi marcados com 32P. Os resultado de 10 análises são mostrados. As amostras 1,4,5,6,7, e 9 apresentaram hibridização positiva. Os seguintes controles foram utilizados: Cb – L.(V.) braziliensis, Cm – L.(L.) amazonenis, C- - indivíduo negativo, C+ - indivíduo positivo, Cc – L.(L.) chagasi Podemos observar pelos controles utilizados na figura-1 que a sonda de minicírculos de L.(L.) chagasi não apresenta hibridização cruzada com L.(V.) braziliensis (Cb). A sonda hibridizou com o controle de L.(L.) chagasi (Cc), com amostra de paciente contaminado com L.(L.) chagas (C+) e não hibridizou com a amostra controle de indíviduo saudável, não contaminado (C-). Uma fraca hibridização cruzada foi verificada entretanto com L. (L.) amazonensis (Cm), espécie representante do complexo L mexicana. Porém como na região estudada a ocorrência de espécies do complexo L. mexicana é desprezível, a sonda pode ser utilizada com segurança para a identificação de L.(L.) chagasi. Index IV. CONCLUSÕES Neste trabalho conseguimos demostrar a existência da infecção assintomática por L.(L.) chagasi no população de General Carneiro. A prevalência de cães infectados e a captura de Lutzomya longipalpis (inseto transmissor) nos inquéritos realizados pela Prefeitura Municipal, além da existência de casos humanos, confirmam a existência de transmissão ativa na área. A ocorrência de indivíduos clinicamente sadios e com PCR e hibridização positivos demostram a grande sensibilidade da técnica, capaz de detectar baixas cargas parasitárias. Nenhum dos participantes do estudo desenvolveu a doença após um ano de avaliação, sugerindo que a infecção foi eliminada pelo sistema imunológico ou permaneceu em um patamar assintomático, não detectável com o exame clínico realizado. Com base nestes resultados podemos concluir que a associação PCR – hibridização é sensível o suficiente para a identificação da infecção subclínica causada por L.(L.) chagasi, sendo uma ferramenta valiosa para estudos epidemiólogicos. [6] Weigle, K.A., de Dávalos, M., Heredia, P., Molineros, R. and Saraiva, N.G., Diagnosis of Cutaneous and Mucosal Leishmaniasis in Colombia: a Comparison of Seven Methods. American Journal of Tropical Medicine and Hygiene, vol. 36, p. 489-496, 1987. [7] Kar, K., Serodiagnosis of Leishmaniasis, Critical Reviews in Microbiology, vol. 21 (2), p-123-152.1995 [8] Smits, H.L. & Hartskeerl, R.A., PCR Amplifications Reactions in Parasitology. Journal of Microbiologic Methods, vol. 23, p-41-54, 1995. [9] Degrave, W., Fernandes, O., Campbell, D., Bozza, M. and Lopes, U., Use of Molecular Probes and PCR for Detection and Typing of Leishmania – a Mini-review. Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, vol. 89 (3), p-463469, 1994. AGRADECIMENTOS [10] Fernandes, O., Bozza, M., Pascale, J.M., de Miranda, A.B., Lopes U.G. Degrave, W.M. An Oligonucleotide Probe Derived from kDNA Minirepeats is Specific for Leishmania (Viannia). Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, vol. 91, p-279-284, 1996. Este trabalho contou com financiamento dos seguintes órgãos: FAPEMIG, AIEA, CENEPI-MS e CNPq ABSTRACT REFERÊNCIAS [1] Grimaldi, G. and Tesh; R.B., Leishmaniasis of the New World: Current Concepts and Implications for Future Research. 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Transactions of the Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene, vol. 86, p.505-507, 1992 Detection systems for diagnosis of leishmaniasis based on PCR are very promising due to their sensitivity and specificity. Secondary detection by specific radioactive DNA probes, able to type the PCR amplified products, increase the specificity and raise the sensitivity of the assay. The aim of this work was evaluate PCR and hybridization as a tool to identify Leishmania (Leishmania) chagasi (the specie that cause the visceral leishmaniasis in Brazil) infection in asymptomatic persons living in a endemic area. A group of 226 individuals, living in General Carneiro (MG), was selected. Blood samples were harvested and the DNA extracted from the mononucleate cells. PCR was performed using primers addressed to the kinetoplast DNA minicircles. This protocol gives a positive reaction for all Leishmania species. The amplified products were further hybridized with cloned L. chagasi minicircles labeled with 32 P. Were identified 111 samples PCR positive, 2 of them hybridization negative and 133 samples hybridization positive, 24 of them PCR negative. The occurrence of samples with hybridization positive and PCR negative was expected since hybridization, with DNA probes, labeled with 32P, increase the sensitivity of the assay. The samples that presented positive PCR and negative hybridization were probably due the presence of other Leishmania species. We conclude that this procedure is a valuable tool to access subclinical L. (L.) chagasi infections in epidemiological studies.