CAPÍTULO 12 Problemas Especiais da Produção por Ordem: Custeio de Ordens e de Encomendas Anna Paula Andreatta Denise Pigosso Maurício Badia Paulo Ricardo Morais Ricardo Antonelli Thiago Olivo Willian Gerhardt Estrutura da Apresentação 1. Distinção entre Produção por Ordem e Produção Contínua 2. Diferenças no Tratamento Contábil 3. Contabilização na Produção por Ordem Danificações 4. Encomendas de Longo Prazo de Execução 5. Alta Inflação 6. Exercício Proposto 1. Distinção entre Produção por Ordem e Produção Contínua • Produção por Ordem: atendendo encomendas dos clientes, venda posterior; • Produção Contínua: produz produtos iguais de forma contínua para formação de estoques, produzido para a venda. Exemplos • Produção por Ordem: indústrias pesadas, fabricantes de equipamentos especiais, indústrias de móveis, construção civil; • Produção Contínua: indústrias de cimento, química e petroquímica, petróleo, álcool, de açúcar, automobilística, produtos alimentícios. Indústrias de Serviços • Produção Contínua: companhias de saneamento básico, telefonia, energia elétrica, etc; • Produção por Ordem: escritórios de planejamento, de auditoria, de consultoria, de engenharia, etc. Empresas que trabalham com as duas formas • Indústria automobilística: produz o carro de forma contínua até certo ponto, e, a partir daí, por ordem, segundo especificações de acabamento, cor, acessórios, etc. 2. Diferenças no Tratamento Contábil PRODUCAO POR ORDEM X PRODUÇÃO • Na Produção por Ordem: Os custos são acumulados numa conta específica para cada ordem, que para de receber custos quando estiver encerrada, sendo transferida para estoque de produtos acabados ou para Custo dos Produtos Vendidos. DIFERENÇAS NO TRATAMENTO CONTÁBIL PRODUCAO POR ORDEM X PRODUÇÃO • Na Produção Contínua: Os custos são acumulados em contas representativas das diversas linhas de • produção; são encerradas essas contas sempre no fim de cada período. Há encerramento das contas no fim do período. DIFERENÇAS NO TRATAMENTO CONTÁBIL PRODUCAO POR ORDEM X PRODUÇÃO • Em ambas, os Custos Indiretos são acumulados nos diversos Departamentos para depois serem alocados aos produtos (ordens ou linhas de produção). E em ambas também são utilizáveis os procedimentos relativos àsTaxas de Aplicação de CIP. 3. Contabilização na Produção por ordem - Danificações Quanto aos problemas de danificações, podemos analisar: Danificações de Materiais: Apropriação à ordem que esta sendo elaborada; Concentração dentro dos custos indiretos para rateio. Ponto de vista contábil; Ponto de Vista Administrativo; 4. Encomendas de Longo Prazo de Execução A regra geral é a acumulação dos custos para sua transferência ao resultado. Nos contratos a longo prazo, então deve-se fazer a apropriação do resultado de forma parcelada. Reconhece uma parte da receita em cada período, e apropriando-se os custos transformados em despesas. - Critérios de Proporcionalidade do Custo Total: A empresa verifica quanto foi incorrido em cada período como parte do custo total previsto para o contrato, apropriando também a mesma porcentagem da receita. 4. Encomendas de Longo Prazo de Execução Critérios Conversão: de Proporcionalidade do Custo de Por estar no custo total incluída parcela relativa a itens que não representam esforços da própria empresa, e sim valores adquiridos prontos de terceiros, prefere-se muitas vezes, excluir esse item do calculo, não se apropriando o lucro sobre eles. - Remuneração do Custo de Conversão: Em cada período serão apropriados como receitas de parte relativa à cobertura dos itens adquiridos de terceiros mais 150% dos custos de conversão dos custos da empresa. - Remuneração do Custo de Conversão: Em cada período seria apropriado uma receita de 110% do custo de itens adquirido de terceiros mais 135% sobre o custo de conversão. ALTA INFLAÇÃO Quando a inflação é alta, podemos ter dificuldades no custeio das ordens de produção. Nas encomendas de médio e longo prazos, os custos do primeiro mês, por exemplo, deveriam primeiramente ser corrigidos para depois serem somados com os do segundo; no terceiro mês, o custo acumulado até o segundo deveria também ser corrigido monetariamente para depois receber os custos desse terceiro mês, e assim por diante. ALTA INFLAÇÃO Na apropriação mês a mês ou ano a ano do resultado das encomendas de longo prazo, se não se faz a correção dos custos incorridos e também a correção dos adiantamentos de clientes os resultados contábeis ficam distorcidos. Isso é o que ocorre hoje no Brasil.(1987/1994) ALTA INFLAÇÃO Ou é o mesmo que trabalharmos com os custos transformados em moedas fortes (UFIR, por exemplo). Para comparação de valores de datas diferentes, quer custos ou despesas, quer receitas, só é útil a informação quando todos os valores estão a valor presente e na moeda de mesmo poder aquisitivo. 6. Exercício Resolvido EXERCÍCIO PROPOSTO - PAG 152 DADOS INICIAIS Custo Total Previsto Originariamente: Receita Total Contratada: Prazo da Execução: Pagamento: 40% na assinatura do contrato 30% um perído após resto na entrega do equipamento R$ 120.000,00 R$ 540.000,00 2 anos PRIMEIRO PERÍODO Custos Reais Incorridos: Mudança na Previsão do Custo Total: Horas Trabalhadas Previstas: Horas Trabalhadas Executadas no Período 1: Custo Unitário da Mão-de-obra Perído 1: Reajuste da Mão-de-obra para o próximo período: Taxa de Apropriação de custos indiretos no 1 Período Taxa de Apropriação de custos indiretos no 2 Período Custo de Mão-de-obra do Período 1 Custos Indiretos do Período 1 CÁLCULO DO PERCENTUAL DA RECEITA Total da Receita Percentual Período 1 ref Material Empregado Percentual Período 2 ref Material Empregado Saldo Receitra a ser Separada ao Custo Conversão Custo Conversão Período 1 Custo Conversão Período 2 Total Custo Conversão (Período 1 e 2) Receita Período 1 ref Custo de Conversão Receita Período 2 ref Custo de Conversão R$ 72.000,00 NENHUMA 11.500 5.000 R$ 10,00 12% R$ 20,00 R$ 22,40 R$ 50.000,00 R$ 100.000,00 R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ R$ 540.000,00 (79.200,00) (52.800,00) 408.000,00 150.000,00 218.400,00 368.400,00 166.138,00 241.862,00 60% 40,72% 59,28% PRIMEIRO PERÍODO - CONTINUAÇÃO APURAÇÃO DE RESULTADO Apropriação da Receita de (Total) R$ Parcela Proporcional ao Material Empregado + 10% R$ Proporcional ao Custo de Conversão R$ Custo de Material Previsto (60% do Total) R$ (-) 10% Margem de Lucro na Aplicação de Material R$ Custo de Mão-de-obra do Período 1 R$ Custos Indiretos do Período 1 R$ Resultado de / Lucro Bruto do Período 1 R$ CUSTO DE CONVERSÃO Custo Total do Período 1 R$ (-) Matéria-Prima e Componentes R$ Custo de Conversão R$ 245.338,00 79.200,00 166.138,00 (72.000,00) (7.200,00) (50.000,00) (100.000,00) 23.338,00 229.200,00 79.200,00 150.000,00 SEGUNDO PERÍODO Custos Reais Incorridos: Mudança na Previsão do Custo Total: Horas Trabalhadas Previstas: Horas Trabalhadas Executadas: Custo Unitário da Mão-de-obra: Taxa de Apropriação de custos indiretos no 2 Período Custo de Mão-de-obra do Período 1 Custos Indiretos do Período 1 APURAÇÃO DE RESULTADO Apropriação da Receita de (Total) Parcela Proporcional ao Material Empregado + 10% Proporcional ao Custo de Conversão Custo de Material Previsto (60% do Total) (-) 10% Margem de Lucro na Aplicação de Material Custo de Mão-de-obra do Período 2 Custos Indiretos do Período 2 Resultado de / Lucro Bruto do Período 2 CUSTO DE CONVERSÃO Custo Total do Período 1 (-) Matéria-Prima e Componentes Custo de Conversão R$ 48.000,00 NENHUMA 11.500 6.500 R$ 11,20 R$ 22,40 R$ 72.800,00 R$ 145.600,00 R$ 294.662,00 R$ 52.800,00 R$ 241.862,00 R$ (48.000,00) R$ (4.800,00) R$ (72.800,00) R$ (145.600,00) R$ 28.262,00 R$ 271.200,00 R$ 52.800,00 R$ 218.400,00 40% 12% 6. Exercício Resolvido – Respostas RESPOSTAS A) CUSTO DE CONVERSÃO NO 1 PERÍODO CUSTO DE CONVERSÃO NO 2 PERÍODO R$ 150.000,00 R$ 218.400,00 B) PARCELA DA RECEITA APROPRIADA NO 1 PERÍODO PARCELA DA RECEITA APROPRIADA NO 2 PERÍODO R$ R$ 79.200,00 52.800,00 C) RESULTADO GLOBAL DA EMPRESA R$ 51.600,00 D) LUCRO BRUTO NO 1 PERÍODO LUCRO BRUTO NO 2 PERÍODO R$ R$ 23.338,00 28.262,00 FIM ALTA INFLAÇÃO Moeda forte é uma moeda que tem valor em todo o mundo, e com pouca variação na sua cotação, portanto uma moeda estável, exemplo disso; é o Dólar Americano (USD). A moeda de valor mais alto neste momento é a Libra inglesa, só não é considerada moeda forte porque tem muitas variações no seu valor. A segunda moeda mais forte é o Euro, com cotação superior ao Dólar americano, porque é uma moeda muito estável e sempre com tendência para subir, embora o Banco Europeu faça tudo para o Euro valer menos que o Dólar, porque segundo foi dito, os europeus não querem o Euro nas mãos de mafiosos russos. Todos os negócios mundiais são feitos com dólares (USD), daí ser a moeda mais forte no mundo.