II ÁREA 2 2.1 processos reversos se são possível, ou seja, é possível converter o todo o trabalho em calor (experimento de Joule) mas não o contrario e é possível que o calor flua desde uma fonte fria para outra quente. Nesse sentido o II principio estabelece a existência de processos que são irreversíveis. II LEI DA TERMODINÂMICA Enunciado de Kelvin: Não existe nenhum dispositivo cíclico que não faça outra coisa que absorver calor de uma única fonte e converta esse calor exclusivamente em calor. Ou seja, se o dispositivo converte calor em trabalho ou não evoluciona ciclicamente ou não absorve calor de uma única fonte ou devolve a mesma quantidade de trabalho (energia) que a absorvida de calor (energia). Este enunciado equivale a afirmar que não é possível construir um motor com rendimento igual à unidade, ou seja, que absorve calor e o converte integramente em trabalho (móvel perpétuo de segunda espécie). O II principio, como enunciado por Clausius, introduz uma modificação na equação 1.11. Pode ser demostrado que a seguinte expressão, conhecida como inequação de Clausius, ˛ dQ ¯ ≦0 T é valida para todos os ciclos sem contrariar os postulados de Clausius e Kelvin. Suponhamos que partimos de um estado A e, a través de um processo irreversível, vamos para um estado B e depois retornamos ao estado A original a través de um processo reversível; como a inequação anterior é válida para qualquer processo, etão podemos escrever ! ! ˆ B ˆ A ˛ dQ ¯ dQ ¯ dQ = + 0≧ T T Irev T Rev A B Figura 2.1 – Não é possível ter dois pontos de cruze entre uma adiabática e uma isoterma Desse principio também deduzimos que uma adiabática e uma isoterma de um sistema fechado só se cruzam em um ponto. Se tivéssemos dois ponto de cruze então teríamos um ciclo, reversível, constituído por um trecho isotermo (no qual estaria em contato com uma fonte de calor) e um techo adiabático (no qual estaria termicamente isolado), de forma que o calor adsorvido seria integramente convertido em trabalho (área da curva). como para processos reversíveis é válido (ver eq. 1.12): ˆ A dQRev = SA − SB T B então ! ˆ B dQ ¯ + SA − SB ≦ 0 T Irev A Enunciado de Clausius: Não existe nenhum dispositivo cíclico que no faça outra coisa que pegar calor de um sistema e o ceder para outro sistema mais quente. Ou seja, se um sistema está mais quente do que outro, não existe (nem existirá) um dispositivo que transfira calor do sistema frio para o quente sem a necessidade de absorver energia em forma de trabalho. ou ˆ B A dQ ¯ T ! ≦ SB − SA (2.1) Irev Se consideramos um sistema isolado (dQ ¯ = 0), então a expressão anterior tem uma forma muito simples SB ≧ SA É possível demostrar que ambos enunciados da II lei são equivale e ambos na verdade estabelecem a impossibilidade de que certos processos ocorram. Aqui devemos prestar atenção no fato de que os ou seja, para qualquer processo que aconteça num sistema isolado a entropia do estado final nunca pode será menor do que a entropia do estado 25 Notas de aula – FSC 5303: Termodinâmica Capítulo 2: II área Nesta seção vamos introduzir algumas funções de estado que estão relacionados com critérios de estabilidade que serão estudados em detalhe mais adiante contudo, podemos adiantar que esses critérios de estabilidade estão relacionados com a existência de funções potenciais que, similarmente ao que se faz em mecânica clássica com a energia potencial, suas derivadas segundas nos informam se o sistema é estável ou não. Esses critérios de estabilidade estão relacionados com aquelas condições que são estudadas em calculo onde, para saber se um dada curva tem um máximo ou mínimo, a primeira derivada da função nos diz que existe um ponto extremo enquanto que a segunda derivada no diz que, se é maior do que zero ( f ′′ (c) > 0) temos que a função é concava para arriba em c (e assim estável) e se é menor do que zero ( f ′′ (c) < 0) a função é concava para baixo. Dessa forma, as funções de estado que estudaremos a continuação estão relacionadas com segundas derivadas de potenciais da termodinâmica. inicial. Uma análise mais detalhada dessa última equação nos caso o processo seja reversível poderemos ir de A até B sem aumentar a entropia (seguindo um processo adiabático) e en tal caso SB = SA processo reversível mas se o processo é irreversível a entropia do estado final sempre será maior que a do inicial (para um sistema fechado), então SB ≧ SA processo irreversível É importante notar que a entropia final será maior somente se o sistema é fechado, caso contrario o sistema pode diminuir ao ceder calor ao meio. 2.2.1 Capacidade Térmica Se da o nome de capacidade térmica de qualquer sistema fechado sem vínculos adiabáticos internos (ainda que não homogêneo) à razão Figura 2.2 – Existe um valor para os parâmetros ξ termodinâmicos onde a entropia S tem um máximo C≡ 2.2 COEFICIENTES TERMODINÂMICOS Q ∆T onde Q é o calor absorvido pelo sistema e ∆T o incremento na temperatura do sistema durante o processo. No limite em que a quantidade de calor absorvida é infinitesimal, a variação de temperatura também o é, por tanto C= dQ ¯ dT Em geral, a capacidade térmica de um corpo debe ser diferente se o calor é absorvido a volume constante ou pressão constante. Dessa forma definimos o capacidade térmica a volumem constante como ! ∂Q (2.2) CV = ∂T V Figura 2.3 – Difentes tipo de equilibrio mecánico 26