OTORRINOLARINGOLOGIA NA ATENÇÃO PRIMÁRIA Profa. Denise Utsch Gonçalves Serviço de Otorrinolaringologia/ Hospital das Clínicas Faculdade de Medicina/UFMG OBSTRUÇÃO NASAL AGUDA (< 4 SEM.) SEM SECREÇÃO CORPO ESTRANHO, SE UNILATERAL ENCAMINHAR ORL COM SECREÇÃO PURULENTA > 7 DIAS CLARA < 7 DIAS < 7 DIAS RINOSSINUSITE IVAS ANTIBIÓTICO ORIENTAR > 7 DIAS RINITE ALÉRGICA TRATAR RINOSSINUSITE AGUDA BACTERIANA • IVAS ou crise de rinite alérgica prévia • Obstrução/secreção nasal purulenta • Dor próxima ao seio acometido • Gotejamento posterior • Tosse noturna • Cefaléia?? TRATAMENTO SINUSITE LEVE SEM USO DE ANTIBIÓTICO ÚLTIMAS 4-6 SEMANAS • Amoxicilina • Amoxicilina + Inibidores de beta lactamase • Cefalosporinas 2ª geração: Axetil cefuroxima, Cefprozil, Cefaclor • ALERGIA: Macrolídeos: Azitromicina, Claritromicina, Sulfametoxasol-Trimetropim Associar corticosteróide oral e/ou vasoconstrictor tópico por 3-5 dias. Antibiótico por 10-14 dias TRATAMENTO SINUSITE MODERADA/GRAVE OU LEVE COM USO DE ANTIBIÓTICO NAS ÚLTIMAS 4-6 SEMANAS • Amoxicilina dose elevada • 90mg/Kg/dia amoxicilina/ criança • Amoxicilina + Inibidores de beta lactamase • Cefalosporinas 2ª geração: Axetil cefuroxima, Cefprozil, Cefaclor • Fluorquinolonas: Levofloxaxino, Moxifloxacino Associar corticosteróide oral e/ou vasoconstrictor tópico por 3-5 dias. Antibiótico por 10-14 dias LAVAGENS NASAIS • Formulação isotônica • Água fervida morna 1.000 ml • Sal marinho ou grosso 1 colher de sobremesa • Bicarbonato de sódio 1 colher de sobremesa LAVAGENS NASAIS • Formulação hipertônica • Água fervida morna 1.000 ml • Sal marinho ou grosso 2 colheres de sobremesa • Bicarbonato de sódio 2 colheres de sobremesa OBSTRUÇÃO NASAL CRÔNICA (> 4 SEM.) SEM SECREÇÃO DESVIO DE SEPTO ? COM SECREÇÃO PURULENTA CLARA SINUSITE CRÔNICA HIPERREATIVIDADE NASAL TUMOR ? ENCAMINHAR ORL TRATAR ANTIBIÓTICO SEM RESPOSTA ENCAMINHAR ORL NÃO ENCAMINHAR ORL SIM RINITE ALÉRGICA TRATAR TRATAMENTO RINITE ALÉRGICA • Controle ambiental • Uso prolongado de cortícoide tópico nasal ( cerca de 2 meses) • Uso prolongado de anti-histamínico oral (ex: loratadina) • Orientar o paciente quanto ao retorno da medicação nas crises de alergia e em caso de IVAS CORTICÓIDE NASAL • Absorção sistêmica (ordem crescente) • • • • • Mometazona Fluticazona Budezonida Triancinolona Beclometazona AUTOFONIA / PLENITUDE AURICULAR / HIPOACUSIA COM OTALGIA SEM OTALGIA OTITE AGUDA EXTERNA COM CERUME MÉDIA AMOXICILINA SEM CERUME HISTÓRIA DE OTITE CRÔNICA OU RECIDIVANTE OTITE CRÔNICA COM EFUSÃO SMX-TMP NÃO CIPROFLOXACIN GOTAS OTOLÓGICAS REMOÇÃO DE CERUME SIM ENCAMINHAR ORL OTITE MÉDIA AGUDA • Bactérias predominantes: • Haemophilus influenzae e S. pneumonie • Tratamento: mesmo esquema antibiótico utilizado para sinusite aguda Critério de cura: Clínico (melhora da dor e melhora progressiva do aspecto do tímpano em até 3 meses) OTITE EXTERNA AGUDA • Bactérias predominantes: • Proteus mirabilis, Pseudomonas aeruginosa, Staphilococus aureus • Tratamento: Ciprofloxacin tópico Se necessário ATB oral, Amoxicilina ou Azitromicina não são boas escolhas para o tratamento de otite externa OTITE MÉDIA CRÔNICA COM EFUSÃO • Maior frequência na população pediátrica • Relacionada á hipertrofia de adenóide com disfunção da tuba auditiva • Causa atraso no desenvolvimento da linguagem • Suspeita clínica leva ao diagnóstico ROLHA DE CERUME • • • • Muito comum Predisposição individual Causa perda auditiva leve Aumenta risco de queda no idoso TRATAMENTO •Demanda por remoção de cerume não • é suprida na atenção secundária •Remoção de cerume é procedimento • de baixo risco e baixa complexidade REMOÇÃO DE CERUME - MATERIAL • Cerumin •1 cuba rim •1 sonda urinária 8 (cortar em bisel) •1 seringa 20mm •1 aquecedor PROCEDIMENTO Pingar Cerumin® previamente (2-3 dias, 3-5 gts, 3x ao dia) • Colocar água morna (temperatura corporal) na seringa; • Conectar com a sonda já cortada; • Colocar a cuba rim encaixada no pescoço e próxima ao ouvido. Pedir ao paciente para segurá-la; • Com uma mão, tracionar o pavilhão auditivo para trás e para cima; • Com a outra mão, introduzir 1 cm da sonda no ouvido externo mantendo-a em contado com a parede do conduto; • Apertar a seringa delicadamente, porém com pressão; • Repetir o procedimento até que a água de lavagem esteja limpa; REMOÇÃO DE CERUME - COMPLICAÇÕES •Vertigem: angulação da cabeça 30º para a frente evita esse sintoma •Dor: incomum, prescrever gotas otológicas e encaminhar ORL •Perfuração timpânica: raro, relacionado a pressão excessiva no êmbolo da seringa ODINOFAGIA/DISFAGIA SEM FEBRE COM FEBRE SEM GÂNGLIO COM GÂNGLIO ALERGIA LESÕES AFTÓIDES FATORES IRRITATIVOS DIFUSOS LOCALIZADO (etilismo, tabagismo, corantes, codimentos) VÍRUS BACTÉRIA AMIGDALITE BACTERIANA FEBRE GÂNGLIOS PLACAS 1 SINAL 2 SINAIS 3 SINAIS 30- 40% 60% 90% SINTOMÁTICO 5 –15 ANOS < 5 OU >16 ANOS SINTOMÁTICO ANTIBIÓTICO REVER EM 48 HORAS ANTIBIÓTICO TRATAMENTO •Penicilina benzatina •Penicilina sintética (amoxicilina, ampicilina) •Cefalosporina de 1ª geração (cefalexina, cefadroxil) •Macrolídeos (eritromicina, claritromicina) •Clindamicina (risco de abscesso) EQUILÍBRIO CORPORAL PROPRIOCEPÇÃO CEREBELO LABIRINTO VISÃO ANAMNESE • • • • • • • Tipo de tontura Tempo de duração Frequência Relação com movimentação da cabeça Relação com deambulação Relação com o ortostatismo Medicamentos em uso ETIOLOGIAS MAIORES • Desordens vestibulares periféricas • Desordens neurológicas • Desordens metabólicas • Doenças cardiovasculares • Doenças psiquiátricas (sínd. de pânico, ansiedade, depressão) VERTIGEM NÃO-POSICIONAL POSICIONAL VPPB AGUDA RECORRENTE CRÔNICA INSTABILIDADE PERSISTENTE Vertigem posicional paroxística benigna (VPPB) • Alteração funcional do labirinto • Vertigem súbita de menos de 1 minuto, recidivante • Surge sempre com o mesmo tipo de movimento da cabeça • Diagnóstico e tratamento: Manobras de posição MANOBRA - diagnóstico MANOBRA - tratamento MANOBRA - tratamento MANOBRA - tratamento VERTIGENS NÃO-POSICIONAIS TRATAMENTO MEDICAMENTOSO VERTIGEM AGUDA •Depressores Cinarizina Flunarizina Meclizina Dimenidrinato Diazepan Clonazepan VERTIGEM RECORRENTE/CRÔNICA •Substâncias vasoativas Ginkgo Biloba Betaistina Pentoxifilina Nicergolina Nimodipina FARMACOTERAPIA RACIONAL DA VERTIGEM •Vertigem aguda (“labirintite”): 1 a 2 semanas de medicamentos depressores da função labiríntica. •Vertigem crônica: Avaliar causa. Evitar medicamentos depressores da função labiríntica . VERTIGEM Duração do tratamento • Uso crônico de medicamentos que inibem a função vestibular: Aumentam risco de queda no idoso Inibem compensação vestibular CINARIZINA/FLUNARIZINA Efeitos adversos • Podem ocorrer em 10% dos pacientes: • Curto prazo: • Sedação • Ganho de peso • Longo prazo: • Depressão • Síndrome de Parkinson GINKGO BILOBA – indicações • • • • Estágio inicial da Doença de Alzheimer Demência de causa vascular Claudicação intermitente Zumbido GINKGO BILOBA – efeitos adversos • Náusea, tontura, fadiga, palpitação • Hemorragia quando associado com outros anticoagulantes • Convulsão na forma manipulada BETAISTINA - indicações • Vertigem periférica recorrente com ou sem comprometimento da audição • Auxilia na compensação vestibular BETAISTINA – efeitos adversos • Asma grave • Cefaléia (raro) • Dispepsia (raro) DROGAS QUE PODEM CAUSAR INSTABILIDADE • • • • Antidepressivos tricíclicos Anticonvulsivantes: Fenitoína, carbamazepina. Anti-inflamatórios: ac. acetilsalicílico Antihipertensivos: Diuréticos, betabloqueadores, metildopa, hidralazina, captopril, bloqueadores dos canais de cálcio • Antiarrítmicos: Amiodarona, verapamil, disopiramida. • Hipoglicemiantes orais • Corticosteróides SUCESSO NO CONTROLE DA VERTIGEM RECORRENTE/CRÔNICA ABORDAGEM MULTI-FATORIAL • Corrigir síndrome metabólica tem papel fundamental no controle da vertigem recorrente • • • • Controlar hipertensão, glicemia, dislipidemia Evitar café (em excesso), cigarro, álcool Reduzir açucares de absorção rápida Exercício físico aeróbico, evitar stress • Atenção para quadros de depressão