1
FACULDADE DE PARÁ DE MINAS - FAPAM
Curso de Pedagogia
Mariana Barcelos Vasconcelos
O adoecimento do profissional docente
Pará de Minas
20/Outubro/2014
2
Mariana Barcelos Vasconcelos
O adoecimento do profissional docente
Monografia apresentada á Coordenação
do Curso de graduação em Pedagogia da
Faculdade de Pará de Minas - FAPAM,
como requisito parcial para a conclusão
do Curso de Pedagogia.
Orientador: Professor Jesse Saturnino
Junior.
Pará de Minas
20/Outubro/2014
3
Mariana Barcelos Vasconcelos
O adoecimento do profissional docente
Monografia apresentada á Coordenação
do Curso de graduação em Pedagogia da
Faculdade de Pará de Minas - FAPAM,
como requisito parcial para a conclusão
do Curso de Pedagogia.
Aprovada em ______ / ______ /______
___________________________________________________
(título e nome do professor orientador)
___________________________________________________
(título e nome do professor examinador)
___________________________________________________
(título e nome do professor examinador)
4
.
Dedico este trabalho aos
meus
pais
Andrade e Ana Maria, que me incentivaram a
busca do conhecimento. A todos aqueles que
acreditaram
no
meu
sonho,
pois
muitos
obstáculos foram impostos para mim durante
esses últimos anos, mas graças a vocês e
principalmente
a
DEUS
eu
não
fraquejei.
Obrigado por tudo família, namorado, professores,
amigos e colegas.
5
Agradeço em primeiro lugar a Deus que
iluminou o meu caminho durante esta caminhada.
Agradeço ao meu professor e orientador Jessé,
pela paciência na orientação e incentivo que
tornaram possível a conclusão desta monografia.
6
Seria uma atitude muito ingênua esperar que
as classes dominantes desenvolvessem uma
forma de educação que permitissem às classes
dominadas perceberem as injustiças sociais de
forma crítica.
Paulo Freire
7
RESUMO
Este trabalho teve como objetivo abordar o tema adoecimento dos profissionais
docentes e trouxe uma reflexão sobre o trabalho do docente. O enfoque principal era
o estudo das relações entre o ambiente de trabalho do docente e as reais condições
onde ele se desenvolve, a possibilidade de seu adoecimento físico e mental. Para
tanto, foi feita pesquisas bibliográficas a respeito do tema, e a compreensão dos
efeitos do trabalho docente para a sua saúde, primeiramente, estudei o conceito
histórico do trabalho, e os efeitos do modo de produção capitalista sobre a saúde
dos trabalhadores, para melhor entendimento expliquei o conceito de saúde/doença,
que esta relacionada diretamente com o trabalho do profissional docente, na
execução de suas atividades rotineiras.
Palavra – chave: Trabalho. Saúde/doença. Adoecimento. Profissional docente.
8
SUMÁRIO
1. Introdução ....................................................................................................... 8
2. Conceito de trabalho ....................................................................................... 9
3. Conceito de doença....................................................................................... 13
4. Atividades do professor ................................................................................. 17
5. Longas jornadas da profissão docente .......................................................... 21
6. Adoecimento do professor ............................................................................. 26
6.1.
Como a Lei trata essa situação ................................................................ 30
6.2.
As formas de tratar de prevenir – Que fazer para mudar ............................... 31
7. Conclusão ..................................................................................................... 33
8. Referências ................................................................................................... 34
8
1 - INTRODUÇÃO
Tendo em vista a atual crise da educação brasileira, e o cenário da profissão
docente e seus problemas relacionados ao trabalho, motivei-me para a realização da
presente pesquisa. Diante da agravante crise da educação, é possível identificar um
forte apelo para a melhoria das condições de trabalho dos profissionais docentes,
que vem sofrendo grandes criticas sobre seu papel na sociedade atual. Aliado a
esse fato há uma constante desvalorização dos profissionais desta área, com baixos
salários, precárias condições de trabalho, falta de respeito, e, as más condições de
ambiente de trabalho, etc.
Sendo assim, o presente trabalho tem como objetivo um breve estudo acerca
das condições de trabalho e da saúde dos profissionais da educação, e como isso
interfere na qualidade da educação.
A busca para identificar as condições de trabalho e as relações com o
sofrimento/adoecimento dos docentes, tendo em vista a perda de sua autonomia
dentro e fora de sala de aula.
A intenção do trabalho é verificar as possíveis causas e consequências do
adoecimento dos docentes, como parte de uma complexidade de fatores intrínsecos
a vida profissional escolar.
9
2 - CONCEITO DE TRABALHO
A origem da palavra trabalho vem de um verbo do latim vulgar tripaliare, ou
trepaliare. Esta ação consistia no ato de castigar e/ou torturar alguém, comumente o
escravo, com no tripalium, objeto de tortura desenvolvido na Antiga Roma, que
consistia em uma espécie de tripé, formado por três estacas cravadas no chão a
forma de uma pirâmide, no qual eram executados os suplícios dos escravos.
Na expansão colonizadora do império romano, a língua latina do colonizador,
se misturou com línguas dos povos dominados dando origem ao chamado latim
vulgar. Tripaliare transformou-se, ao longo do tempo, na península ibérica na palavra
trabalho, em português, e trabajo em espanhol.
No pensamento judaico-cristão, baseado nas escrituras do antigo testamento,
consideradas sagradas por muitos, a noção de trabalho aparece como um castigo
de Deus, dado ao homem por ter pecado, ao desobedecer A Deus e comido do fruto
proibido.
[...] o castigo da serpente e rastejar e comer pó pela eternidade. Da mulher
parir com dor. Do homem, garantir o seu sustento como o suor do próprio
rosto (Gênesis 3, 14 – 19, p. 16).
A expressão “suor do próprio rosto” é interpretada por muitos estudiosos
como uma representação do ato de trabalhar, visto que na descrição do paraíso, nas
escrituras do antigo testamento, tudo estava ao alcance da mão do homem. Após a
sua exposição do paraíso, coube ao homem garantir o seu próprio sustento.
Trabalhar. Assim, o ato de trabalhar, para suprir necessidades, seria um castigo
divino.
Ao longo da história, em quase todas as sociedades que existiram, e as que
existem atualmente, trabalhar nunca foi uma atividade plenamente democrática.
Sempre houve critérios naturais e/ou sociais, para diferenciar os indivíduos no
acesso e execução do trabalho.
O pensador alemão do século XIX, Karl Marx definiu a forma de organização
socioeconômica de modo de produção. Para este autor, o primeiro modo de
produção, desenvolvido na pré-história, o homem ainda não produzia seu próprio
10
alimento, apenas caçava, coletava e colhia o que a natureza oferecia. Nesta forma
de organização, havia uma divisão sexual do trabalho, cabendo ao homem,
principalmente a caça e, as mulheres, principalmente as atividades de colheita e
coleta.
As sociedades adotavam modos de produção escravistas, feudal e
capitalistas, o trabalho se tornar alienado, conforme expressão dos teóricos
marxistas. Assim, segundo o referido autor surgiram as divisões sociais: castas,
estamentos e classes sociais.
Todas as sociedades, portanto, criaram critérios para justificar que uma
parcela da população trabalhasse e outra não. Sendo o trabalho, para a
compreensão sociológica contemporânea, uma atividade física que transforma a
natureza de algo, produzindo assim a riqueza, essa riqueza acaba ficando
concentrada entre aqueles que não trabalham. Cabendo, aos reais produtores dessa
riqueza, os trabalhadores, sempre, a menor parte desta riqueza, na forma do salário.
Na formação da sociedade brasileira, considerando como marco histórico o
início da colonização portuguesa, o trabalho foi uma atividade atribuída aos
considerados e classificados como inferiores, primeiramente os índios e depois os
africanos traficados para o Brasil. O critério que os classificavam como inferiores,
era, principalmente, o fato de não serem cristãos. Foi desenvolvido todo um
arcabouço teórico, com argumentos religiosos e pseudocientíficos, para justificar a
exploração dos nativos indígenas e dos africanos, enquanto escravo, no Brasil.
O desenvolvimento do capitalismo na Inglaterra apresentou ao mundo um
novo modo de produção: o modo de produção capitalista. A revolução industrial
inglesa, que começou a se desenvolver em meados do século XVII e teve sua
consolidação no início do século XIX, criou uma forma de trabalhar em que há uma
acentuada divisão social do trabalho, visando uma produção em larga escala,
voltada unicamente para o mercado capitalista.
Esta nova organização econômica, social e política possibilitaram o
surgimento da sociedade capitalista burguesa e o desenvolvimento da ciência,
enquanto forma de explicar e desenvolver esta nova sociedade, afastando o homem
das explicações teológicas e metafísicas.
Esta nova forma de organizar o mundo trabalho, que não visa necessidades
pessoais, mais necessidades de um mercado impessoal, exige um aumento
11
constante da produção de mercadorias. Essa nova orientação capitalista para o
trabalho solucionou algumas demandas da sociedade e também trouxe novos
problemas para a sociedade e para os indivíduos isoladamente. Ao exigir uma
produtividade cada vez maior, em uma atividade cada vez mais repetitiva, o
trabalhador passa a desenvolver mais doenças relacionadas com a sua atividade.
As longas jornadas de trabalho no inicio do capitalismo, a tecnologia rudimentar, a
falta de condições sanitárias adequadas, a alimentação precarizada, criou uma nova
situação de saúde-doença para a sociedade e, especialmente, para o trabalhador. O
verdadeiro produtor da riqueza capitalista vivia uma situação de trabalho
imensamente adoecente e mortal.
No livro “a loucura do trabalho”, o autor cita que – são tantos os riscos que
envolviam os trabalhadores que “viver para o operário era não morrer” (DEJOURS,
1992, p.14).
O blog coletivo, Revolução Industrial, disponível na internet descreve sobre
esse período inicial do capitalismo o seguinte:
Com a revolução industrial, as cidades cresceram assustadoramente e ao
mesmo tempo desordenadamente com precários serviços sanitários e
moradias ruins que facilitavam a proliferação de doenças. Dentro das
fábricas não era diferente, péssima condição sanitária do local influenciou
diretamente para boa parte das doenças na época de manifestarem e
virarem epidemias. O ambiente das fábricas era sujo, escuro e perigoso, as
máquinas eram desprotegidas e ocasionavam frequentes acidentes de
trabalho, muitas vezes mutilando os trabalhadores. As doenças mais
comuns da época eram a tuberculose, cólera, tifo, a varíola e as doenças
sexualmente transmissíveis (DST’s). A tuberculose cresceu no início da
revolução industrial, quando o desenvolvimento da produção fabril nas
cidades obrigava os trabalhadores a morarem aglomerados e as condições
de trabalho eram insalubres e desgastantes (2014).
Como o objetivo deste texto e falar sobre a doença, ou adoecimento pelo
trabalho, achamos pertinente destacar que nos primeiros tempos do capitalismo,
houve um aumento significativo no número de doentes e mortos, como
consequência direta da nova forma de trabalhar. Não havia por parte dos
governantes e da classe industrial burguesa ações políticas, voltadas para a saúde
do trabalhador. Coube aos próprios trabalhadores, através da luta sindical e política
conseguiram melhorias nas condições de trabalho e de vida. Com todos os avanços
que houve, e foram muitos, o trabalho contemporâneo ainda adoece e mata os
trabalhadores.
12
Sendo o trabalho, antes de tudo, um elemento inevitável da vida social, meio
pelo qual a natureza humana se realiza, pois é através do trabalho que o homem
produz a sua vida material e satisfaz suas necessidades sociais básicas e
secundárias, ainda é pertinente discutir a doença, enquanto consequência desta
atividade.
13
3 - CONCEITO DE DOENÇA
Para falarmos sobre doenças, especificamente as doenças que decorrem das
atividades laborais, é preciso termos uma conceituação cientifica mais clara sobre o
termo, que supere visões de senso comum. Para isso precisamos entender a
evolução sócio-histórica do conceito de doença.
Algumas civilizações viam as doenças como decorrentes de causas externas,
associados à natureza do mundo espiritual. Sendo a saúde, principalmente, uma
recompensa pelo bom comportamento moral do indivíduo; a não violação de crenças
e regras culturais e religiosas. Nesta época pensava-se que a doença era causada
unicamente por fatores externos, quase sempre espirituais.
A partir da cultura clássica grega o conceito de doença-saúde foi evoluindo.
Os gregos buscavam uma explicação racional para os acontecimentos. O conceito
de doença-saúde tem uma associação entre a filosofia e a medicina. O pai da
medicina ocidental, Hipócrates, identificou a saúde como fruto do equilíbrio dos
humores (os humores são quatro: sangue, fleuma, bile amarela e bile negra.
Supunha-se que a saúde de uma pessoa dependia de uma mistura correta desses
quatro humores em seu corpo), (Lourenço e Danczuk Et al: 2006, p. 22), sendo a
doença, por oposição, resultado do desequilíbrio dos mesmos. Ele via o homem
como um elemento organizado e entendia a doença como uma desorganização
desse estado e a saúde, enquanto decorrente do seu equilíbrio total.
Durante a Idade Média, a concepção grega de doença-saúde, será
incorporada com adaptações, a uma nova visão de mundo: a teológico-cristão,
referindo-a principalmente com as práticas religiosas determinadas pela igreja Cristã.
A saúde era vista como reflexo de uma religiosidade vivenciada intensamente pelo
individuo na sociedade, enquanto a doença era vista como resultado de uma vida de
pecado.
Em meados dos séculos XVII e XVIII a medicina começa a se afastar dos
dogmas religiosos, que viam a doença-saúde, somente como causadas por
elementos espirituais do paradigma cristão, e avançou, direcionando sua atuação
para o corpo e para a doença na busca de um resultado empírico do estado
biológico normal. Surgiu a necessidade de descobrir a origem verdadeira dos
causadores de doenças e estados biológicos anormais.
14
Já no século XIX com a consolidação da Revolução Industrial capitalista, um
novo modo de trabalhar foi plenamente estabelecido. Esta nova situação de
produção de riqueza, através do trabalho humano, ocorreu paralelo a um aumento
nas incidências de doenças causadas pelas condições precárias que os
trabalhadores enfrentavam em seu local de trabalho, criando um ambiente de labor
responsável por causar doenças. Então surge a necessidade, e posteriormente o
conceito de medicina social e saúde coletiva. A saúde passa a ter “valor” dentro da
sociedade capitalista, sendo vista como uma forma comercial e como fonte de poder
e de fortalecimento das riquezas.
Segundo Canguilhem citado pelos autores Lourenço e Danczuk Et al: (2006):
[...] saúde implica poder adoecer e sair do estado patológico. Em outras
palavras, a saúde é entendida por referência a possibilidade de enfrentar
situações novas, pela margem de tolerância ou segurança que cada um
possui para enfrentar e superar as infidelidades do meio. (LOURENÇO e
DANCZUK Et al: 2006, p. 25).
Cada vez mais a relação doença-saúde torna-se interligada, uma vez que a
saúde seria a capacidade de superar a doença, enquanto um estado anormal.
O entendimento, portanto, de saúde não pode ser visto somente através da
descrição biológica. É preciso que seja considerada, em sua relação histórica, a
influência social e cultural em que o indivíduo esta inserido.
Doenças seriam manifestações patológicas que interferem na qualidade de
vida, reduzindo capacidades.
Segundo a autora Paula Louredo do site Brasil
Escola, a palavra doença vem do latim dolentia, significa “sentir ou causar dor,
afligir-se, amargura-se, padecimento”. São definidos vários conceitos, como:
Conceito médico: é um distúrbio das funções de um órgão, e esta
associada a sinais e sintomas específicos. Podendo ser causada por fatores
externos ou internos.
Conceito social: ser "doente" implica um determinado papel social que
provoca em outras pessoas compaixão, atenção, apoio; além disso, certos
tipos de comportamento geralmente indesejáveis são aceitos (resmungar,
não participar de atividades sociais, isolamento, preconceito…).
Conceito antropológico: doença é uma forma de experiência humana
como a felicidade, tristeza, luto, morte. (LOUREDO, 2012).
Para tantos usos e significados diferentes para o que é doença, é necessário
definir científicamente o terno. O conceito de doença no saber médico, segundo
Paula Louredo é uma manifestação patológica que se apresenta no organismo,
levando o indivíduo a apresentar diversos sintomas, tanto físicos, emocionais e
15
mentais, localizado de dentro do indivíduo e a define como fenomeno isolado, com
causas biológicas e muitas vezes a ser tratada com medicamentos.
Ainda tentando definir o que é doença-saúde, Anthony Giddens cita que:
[...] doença é vista como um desarranjo no corpo humano, que o afasta de
seu estado “normal”. Para restaurar o corpo á saúde, a causa da doença
deve ser isolada e tratada. (GIDDENS, 2012, p. 284).
A doença não influencia e não atinge somente o individuo, mas todas as
pessoas que estão em contato direto, e não possui apenas consequências
biológicas, mas sociais, que muitas vezes provocam mudanças no sistema social.
E o que causa as doenças, nos tempos atuais? Hoje são vistos vários fatores
que influenciam para o processo do adoecimento, entre os diversos fatores podemos
destacar:
fatores biológicos - como a predisposição genética e os processos de
mutação que determinam o desenvolvimento corporal em geral, o
funcionamento do organismo e o metabolismo, etc.;
fatores psicológicos - como preferências, expectativas e medos, reações
emocionais, processos cognitivos e interpretação das percepções, etc.;
fatores socioculturais - como a presença de outras pessoas, expectativas
da sociedade e do meio cultural, influência do círculo familiar, de amigos,
modelos de papéis sociais, etc. (LOUREDO, 2012).
As doenças biológicas apresentam distúrbios das funções de um ou mais
órgãos, podendo ser causada por fatores externos, ou por um problema de mau
funcionamento interno do um orgão.
Já as doenças psicológicas costumam não apresentar manifestações físicas
aparentes. Chamadas de distúrbios, disfunções, transtornos ou pertubações, muitas
doenças psicológicas são conhecidas e atribuídas ao estilo de vida, da cultura e da
sociedade em que o indivíduo vive.
Os fatores socioculturais são determinantes sociais que podem aumentar ou
diminuir os riscos de contrair tais doenças, proveniente das condições sociais e
ambientais. A forma de trabalhar, pode ser uma destas condições.
Novas concepções sobre o conceito de saúde foram surgindo, ao longo da
nossa história recente, e novos modos de entender a relação com as doenças e os
doentes também se desenvolveram. Em 1986, discussões ocorridas na Conferência
mundial e regional de saúde, propostas pela Carta de Ottawa, apresenta os
seguintes pré-requisitos fundamentais para a saúde: “paz, habitação, educação,
16
alimentação, renda, ecossistema estável, recursos sustentáveis, justiça social e
equidade”. A saúde, então, não é construída de forma isolada, mas associada a
todas as questões para o desenvolvimento do ser humano. Não é somente uma
questão biológica. É, também, uma questão social, cultural e política.
Compreende-se, portanto, que a saúde é caracterizada por questões físicas,
biológicas, psicológicas, sociais, culturais e políticas que estando em equilíbrio nos
seres humanos possibilita a plena execução de atividades diversas. A ausência de
equilíbrio entre estes fatores provocaria a doença.
Com base em algumas definições históricas para a relação doença-saúde,
citadas acima, torna-se inevitável perceber que saúde não é somente uma questão
biofísica, portanto vai além. A saúde é o resultado de um processo de produção
social e sofre influências das condições de vida vigentes, bem como a sua antítese:
a doença.
Existe uma conceituação, ou conceituações, para o que entendemos por
doença, típica das ciências médicas e biológicas. Mas não é possível separar a
doença da realidade social. A doença, para além de atributos médicos e biológicos
contém elementos socais. O trabalho, ou as formas de executar o trabalho, é um
destes elementos sociais que contribui para o desenvolvimento de doenças.
Quando pensamos sobre o trabalho do docente, ou simplesmente do
professor, vemos que o caso de afastamento por motivos de adoecimento destes
profisisonais é alto. Torna-se, portanto, pertinente analisar as atividades de trabalho
do professor e as condições do seu ambiente de trabalho, tentando relacioná-las
com as situações de saúde e doença.
17
4 - ATIVIDADES DO PROFESSOR
Atualmente os professores são alvos constantes de duras críticas, quando se
discute a situação da educação. A profissão vive a deterioração das suas condições
de trabalho, como amplamente disseminado na mídia e na sociedade em geral,
acarretando vários manifestos pelo direito e respeito dos docentes. Histórias antigas
e mais recentes nos mostram o papel do docente na sociedade, o quão é importante
e como este profissional tem sido tratado. Para Neves e Silva (2006) os docentes
vêm sentindo o mal-estar profissional e vêm evidenciando sinais de sofrimento,
sufocamento, estresse, esgotamento, ansiedade, depressão e fadiga no trabalho,
causado pelos fatores que potencializa o sofrimento como as relações hierárquicas,
a longa e exaustiva jornada de trabalho, a dificuldade de operar o controle de turma,
o crescente rebaixamento salarial, a desqualificação e desvalorização social do seu
trabalho.
A primeira inferência para se analisar a rotina do trabalho docente é vê-la
como território de duas naturezas distintas e complementares. Uma decorrente de
condições relativamente independente, que trata de examinar a rotina das práticas
cotidianas dos professores nas escolas e especialmente dentro das salas de aulas,
e a outra, inversa às condições determinadas, sendo a rotina tratada como restrição
social imposta de fora para dentro das salas de aulas, independente de qualquer
imposição ou vontade do professor.
Segundo Smith, citado por Giaponesi e Salles, (2008):
[...] a organização da rotina faz parte de uma nova ordem econômica, na
qual os seres humanos fazem parte, e pode ser autodestrutiva, pois perdem
o controle sobre seus próprios esforços e morrem vítimas do
empobrecimento de seus trabalhos, espiritualmente de diferentes formas,
como brutos, ignorantes ou estúpidos. (GIAPONESI e SALLES, 2008).
Os processos educativos, didáticos e pedagógicos desenvolvidos pelo
professor, em sala de aula, requerem uma importante dose de inovação e de
rotinização. Nesta relação dialética, a inovação tende a sucumbir diante da rotina. O
professor, ao longo de sua carreira profissional vai, portanto, embrutecendo, e esse
embrutecimento o faz adoecer.
18
Segundo Marx, citado por Giaponesi e Salles, (2008), “um trabalhador que,
sua vida inteira, executa uma única operação transforma todo o seu corpo em órgão
automático”. O trabalhador torna-se um ser humano alienado e fragmentado pelo
trabalho repetitivo, que muitas das vezes faz durante anos, ou até mesmo durante
sua vida toda, não conseguindo escapar de um empobrecimento tanto físico, quanto
psicológico e cultural.
Diante de uma situação contraditória da sociedade capitalista, que defende a
liberdade individual e a criatividade, em contra medida, eleva-se a uniformização e
padronização da produção do trabalho humano a níveis ilimitados e inacreditáveis,
conduzindo para a própria destruição, do indivíduo enquanto ser humano livre,
criativo e trabalhador.
No setor da educação as particularizações impostas ao trabalho docente têm
um caráter frágil. Esse caráter frágil decorre, entre outros fatores do fato que os
professores têm uma jornada de trabalho que não começa nem termina na escola.
Ocorre na escola, mais se inicia e tem continuidade fora dela. O rebaixamento
salarial sofrido pela categoria faz com que, em sua grande maioria, trabalhem em
mais de uma escola. Isso potencializa o esforço e o desgaste inerente à profissão.
Esse desgaste não é só físico, mais também afetar o psicológico do docente. Exigese, como uma característica importante da profissão, que os professores tenham
que “conhecer e ver o mundo” dos seus alunos do ponto de vista deles, para ter um
bom relacionamento. Que o professor exerça uma alteridade, sempre. Quanto mais
“turmas” houver, mas esforço é exigido, no sentido de um envolvimento para além
do processo pedagógico. Independente da escola e dos alunos, o professor eles tem
que saber lidar com a comunidade escolar. Saber ouvir e mediar o conhecimento.
Em escola particular ou escola pública, os professores têm as mesmas atribuições e,
quase sempre, as mesmas necessidades e condições de trabalho. É plausível
pensar que isto fragiliza este profissional, pois ele acaba tendo que lidar com
situações de interações sociais diversas, complexas e inéditas, em um ambiente de
trabalho pautado por uma rotinização. Esse processo, quase sempre, é desgastante.
Essa dinâmica escolar típica tem afetado diretamente na execução da
atividade docente, proporcionando um movimento de tensões em sua prática
cotidiana.
Esse quadro torna-se ainda mais agravado quando ligado a outras
dificuldades e barreiras para a efetivação da prática docente, que ocorre fora da sala
de aula e da escola: atividades de preparação de aulas e materiais pedagógicos,
19
correção de provas e trabalhos, elaboração de relatórios de aproveitamento dos
alunos, preenchimentos de diários de classe, físico ou virtual, avaliação e seleção de
livros e outros materiais didáticos, etc.
Dentre as dificuldades e pressões vivenciadas como favoráveis de tensão
existentes no trabalho dos docentes, chamam atenção para as seguintes condições:
[...] sobrecarga de trabalho, ausência de material e recursos didáticos
(condições
de
trabalho),
clientela
assistida
(superlotação),
não
reconhecimento da parte do aluno e da comunidade, desvalorização do
docente (MARIANO e MUNIZ, 2006, p.81).
a) Sobrecarga de trabalho: caracterizada por uma jornada intensa, que causa
grande esforço e cansaço na consonância de horários, comprometendo
com a qualidade do trabalho. Quase sempre uma jornada escolar dupla.
b) Ausência de material e de recursos didáticos e pedagógicos: a ausência
de materiais impossibilita à execução das atividades docentes, exigindo
deste profissional a criação de alternativas para suprir a falta dos
materiais.
c) Clientela assistida: falta de disciplina é um dos fatores mais incômodos na
atividade, pois torna as aulas cansativas e estressantes. Comumente a
falta de disciplina esta evoluindo para situação de violência, contra o
professor. Outro fator é a superlotação da sala de aula, que interfere na
mediação do conhecimento, compromete a metodologia aplica pelo
docente e acaba por propiciar mais situações de indisciplina.
d) Não reconhecimento do aluno: não há reconhecimento do esforço do
docente nem pelos alunos, pais e muitas vezes pelos superiores. A falta
de atenção ás aulas, do desrespeito ao docente em sala de aula, e da falta
de retorno positivo no desempenho das atividades.
e) Desvalorização do docente: as políticas atuais não contemplam as
necessidades reais do universo docente, a falta de incentivo por parte do
governo e investimentos para a qualificação do ensino. Os baixos salários
refletem a ausência de valorização e reconhecimento do trabalho docente.
Os baixos salários além de não atenderem as reais necessidades dos
docentes, trazem insatisfação, dissabores e uma sobrecarga de jornada.
20
O processo de rotinização no trabalho do professor é decisivo a determinação
das ações pedagógicas, bem como a disponibilização do tempo que os professores
têm para desenvolver a ação. Essa característica é parte integrante na forma de
desenvolver o trabalho na sociedade capitalista. A estrutura da jornada do trabalho
docente é uniforme e repetitiva, não importando o tempo ou a experiência do
profissional. A organização do tempo de trabalho é constante e remete a um tempo
social e o tempo de cumprir suas tarefas como professor. Esse quadro obriga
relações formalizadas e repletas de tensões, colaborações, conflitos e reajustes,
caracterizados pelos conteúdos propostos na escola.
Essas obrigações controlam as ações dos professores no cotidiano escolar,
padronizando suas atividades, automatizando sua forma de realizar o trabalho sem
pensar, impedindo que os professores parem, reflitam e revejam suas atividades. O
processo de rotinização determina as ações pedagógicas, e também limita o tempo
de reflexão dos professores sobre suas práticas. Consequentemente, tanto a
repetição como a redução da rotina tem levado um empobrecimento da prática
docente, sua desqualificação e o adoecimento deste profissional.
Este processo de desqualificação e mais a perda do sentido do trabalho
docente, ocorre, pois o papel do docente diante das funções que a escola assume,
vai além das suas formações. Muitas vezes, este profissional é obrigado a
desempenhar outras funções como; agente público, assistente social, enfermeiro,
psicólogo, entre outras, contribuindo para a perda de identidade profissional,
verificando-se que ás vezes ensinar não é o mais importante, isso tudo provoca uma
insegurança no professor, decorrente da decadência da sua atividade. Numa
sociedade onde o trabalho é um elemento determinante na formação da identidade
pessoal, quanto este trabalho decai, a identidade do individuo fica comprometida.
21
5 - LONGAS JORNADAS DA PROFISSÃO DOCENTE
A partir da década de 90, na reforma do sistema educacional brasileiro, a
autonomia escolar aparece como instrumento de descentralização, que, no entanto,
passam a ser avaliados por processos externos padronizados, com base nos
currículos universais. Os princípios que orientou essas reformas foram à promoção
da igualdade social, que buscava a redução da desigualdade social, esperando que
a educação, enquanto um direito social estendido a todos, pudesse promover
mobilidade social dos indivíduos, capacitando-os para o trabalho formal.
As escolas passaram a se organizar por maiores demandas de atendimento,
as mudanças promovidas resultaram na proximidade dos sistemas educativos com
os aspectos físicos e organizacionais da escola, de maneira que o professor passa a
ser responsabilizado por cobrir lacunas existentes na instituição, auxiliando as
relações de responsabilidades da gestão escolar. A democratização do acesso à
escola dá-se ao custo da padronização do ensino. Um cenário marcado pela
economia de gastos e restrição de recursos públicos, e teve efeitos diretos sobre as
condições de trabalho e a remuneração dos docentes, pondo em risco, ainda mais, a
qualidade da educação e a saúde do docente.
Efeitos negativos desse novo sistema educacional, sobre a saúde dos
docentes decorrem de fatores diversos como a nivelação da educação, a
desregulação, a redefinição de tarefas, a avaliação externa, a redução de prestígio
profissional, a redução, ou não aumento, de salário, a pressão para a realização de
metas, entre outros.
Torna-se plausível pensar que o desprezo que uma sociedade possa ter pela
educação, enquanto um processo social que prepara as novas gerações para a vida
social, pode gerar desordem. Nos discursos políticos dos governantes, e dos
postulantes a cargos no governo, a educação está em primeiro lugar. Todos
reconhecem a importância do professor e a necessidade de melhorar a educação,
em todos os seus aspectos. Na ação concreta os políticos a negligenciam, deixandoa sempre para o último caso. E atribuem os problemas da educação, quase sempre,
a uma suposta incapacidade do professor. Individualizam um problema institucional.
22
Segundo Cury, "a crise da educação não se deve apenas à desvalorização do
professor, mas também à falência do processo de aprendizagem. O sistema
educacional é obsessivo-compulsivo." (CURY, 2004, p. 140).
É preciso rediscutir todo o processo educacional. O papel e atribuição de
todos os agentes envolvidos. Intervenções pontuais e desconectadas do todo, só
adia um colapso iminente.
O trabalho docente envolve tanto os sujeitos nas suas complexas dimensões
da vida, quanto em condições específicas que envolvem atividades realizadas no
ambiente escolar. É uma atividade que não se restringi apenas à transmissão do
conhecimento dentro de sala de aula, mas engloba um conjunto de tarefas que são
realizadas paralelamente a essa atividade.
As relações dos docentes estabelecida na escola vão além da regência de
classe. Os docentes estão envolvidos em uma teia de relações com outras pessoas,
alunos, pais, colegas professores, funcionários e a comunidade escolar como um
todo. Tendo desse modo, uma carga de trabalho redobrada, tendo em vista a
pressão sofrida, pois é necessário investir mais tempo não apenas para o
desenvolvimento de planos de aulas, mas também para elaborar e garantir um
dispositivo para trocas de informações com a comunidade escolar, pais e demais
órgãos do sistema educacional. Com isso o docente se estressa com o processo de
aumento do trabalho, tendo sua saúde fragilizada, torna-se mais susceptível ao
adoecimento.
O aumento das demandas impostas ao professor provoca a destituição do
trabalho não só em termos de qualidade e quantidade da atividade, mas também da
qualidade do bem e do serviço produzido. Relacionado com a falta de tempo, os
docentes limitam suas atividade em dimensões centrais, que seriam manter o
controle da turma e responder aos dispositivos burocráticos externos a sala de aula.
O sofrimento/adoecimento do trabalho docente pode estar ligado a conflitos entre a
vontade de fazer bem o seu trabalho e a pressão de certas regras impostas, quase
sempre regras elaboradas externamente, que os pressionam a aumentar a sua
produtividade e executar, primordialmente, atividades que se distanciam do alvo
pedagógico, como manter somente a disciplina na sala de aula. O meio ambiente de
trabalho dos docentes acaba por torna-se um causador de risco a saúde do
23
profissional, comprometendo a qualidade do ensino e os rumos da idealizados da
educação.
O Direito do trabalho produz leis que determina a jornada de trabalho. No
entanto, o mundo real do trabalho, estabelece práticas sociais de jornada que muitas
vezes podem exceder a carga horária permitida por lei. O trabalho é considerado
excessivo, quando sua duração coloca em risco a saúde e a segurança do
trabalhador. A Organização Internacional do Trabalho – OIT, entidade de caráter
tripartite – empregador, empregado e estado, em [1976?] estabeleceu direitos e
normas relativas ás condições de trabalho.
Em meados da década de 30, do século passado, o Estado Brasileiro
passava por reformas e regulamentações sobre a duração da jornada de trabalho.
Destacaram-se a definição sobre a duração da jornada de trabalho: a duração de
oito horas diárias e 48 horas semanais, e a possibilidade de execução de duas horas
extras ao dia, quando necessário. Segundo a atual Lei 11.738/2008 - inciso 4º do
artigo 2º, que trata sobre jornada de trabalho do professor, e a define com duração
de no máximo oito horas diárias, e 40 horas semanais, sendo que o 2/3 da carga
horária para o desempenho das atividades de interação com os estudantes, e 1/3
com atividades extraclasses (com isso muitas destas atividades inerentes ao ensino
são realizadas no período extraclasse pelos docentes em casa em seu horário de
descanso). A jornada de trabalho de 40 horas semanais deve ser composta da
seguinte forma, segundo a Lei supracitada, no sistema de ensino:

Duração total da jornada de trabalho: 40 horas semanais.

Horas com alunos: 26 horas semanais.

Horas para atividades extraclasses: 14 horas semanais.
Pode-se perceber que os docentes, estão entre os trabalhadores que
possuem uma situação, em relação à jornada de trabalho, atípica. Quase sempre
desempenham jornadas excessivas, pois seu tempo de trabalho inclui atividades
extraescolares, difíceis de serem registradas e reconhecidas pela sociedade e pelos
governantes. Existe uma luta política permanente, dos organismos que representam
os professores, para que se criem mecanismos e formas de reconhecer e
recompensar este trabalho extraescolar. Pouco se avançou nessa direção.
O trabalho do docente, não se resume em só entrar em uma sala de aula e
transmitir conteúdos, previamente determinados e avaliar a apreensão dos mesmos.
24
Este profissional tem como principais atividades a preparação e aplicações de
avaliações sejam elas escritas ou orais, sanar dúvidas dos seus alunos e pais,
prepara com antecedência o conteúdo das aulas que serão ministradas, elaborar e
garantir um dispositivo para trocas de informações com a comunidade escolar e
demais órgãos do sistema educacional, organizar as atividades realizadas, criar
materiais pedagógicos, saber expor de maneira clara, objetiva e adequada os
conteúdos das matérias a cada grupo, avaliar a capacidade do aluno em absorver o
que foi exposto, corrigir de forma democrática e dar notas as provas e trabalhos,
preencher diários, tabular notas, elaborar relatórios.
Estas atividades são corriqueiras na profissão docente, e altamente
estressantes. A execução das atividades, aulas ministradas dos docentes podem ser
repetitivas, mais a forma de executá-las que as torna interessantes, afastando da
monotonia, já as atividades burocráticas como, preencher diários de classe, o
registro de frequência, avaliações, etc, são atividades rotineiras e desinteressantes.
O trabalho do docente é composto de várias atividades que não podem ser divididos
entre vários professores como é o caso na linha de montagem, este é um trabalho
que é inicia e termina pelo mesmo trabalhador, principalmente nas séries iniciais do
ensino fundamental.
O trabalho docente não se reduz apenas ao desenvolvimento em sala de
aula, mais também fora de sala, exigido o mínimo pela LDB de 800 horas anuais,
200 dias letivos e 4 horas de aulas diárias. O docente em seu tempo livre tem como
demanda: pesquisar, estudar, planejar, preparar, analisar, discutir o projeto
pedagógico com os colegas, atender aos pais e alunos e investir na formação
continuada, para que possam sempre estar atualizados e qualificados para o
mercado
de
trabalho,
e
para
o
desenvolvimento
do
processo
de
ensino/aprendizagem de qualidade, sendo assim, produzindo longas jornadas de
trabalho dentro e fora da escola.
O sistema precisa de resultados positivos para manter apenas números,
exigindo dos professores uma cobrança por resultados, sendo o principal indicador
deste resultado o índice de aprovação dos alunos. Para que este índice seja positivo
de desenvolve os programas de recuperação paralela, em que a cada resultado
negativo do aluno, caberá ao professor elaborar novos recursos e novas avaliações,
até que o resultado negativo, torne-se positivo.
25
Mesmo não sendo uma atividade que produza algo palpável como uma linha
de produção fabril, a pressão pela produtividade tornou-se semelhante. O índice de
adoecimento, também.
26
6 - ADOECIMENTO DO PROFESSOR
A profissão docente é composta de fatores que comprometem a saúde física
e mental, causando-lhes sofrimento e desgastes.
Segundo o autor Costa e Germano:
[...] as doenças que apresentam o maior número de solicitações de
afastamento na profissão docente são: transtornos metais e
comportamentais (18,99%), doenças do aparelho respiratório (15,98%),
sintomas encontrados em exames clínicos (11,62%), doenças do sistema
osteomuscular (11,33%) e doenças do aparelho circulatório (8,13%).
(COSTA e GERMANO, 2007, p.4).
Segunda a pesquisa feito pelo autor supracitado, um dos grandes causadores
de afastamentos na profissão docente são os problemas psicológicos. O ritmo
penoso, as longas jornadas de trabalho, a tensão no ambiente escolar, a
concentração de atividades, as indisciplinas e dificuldades de aprendizagem dos
alunos, têm sido apontados como uma das fontes geradoras de doenças para os
docentes.
A Jornada excessiva de trabalho do professor esta diretamente relacionada
com sintomas psicológicos e físicos que vão de tensão, nervosismo, irritabilidade,
cansaço incomum e dificuldades de concentração, para situações diversas como
dores de cabeça, rigidez na nuca e ombros, olhos ardidos entre outros sintomas.
Que se ampliam em diversos problemas relacionados à saúde, expressos como malestar geral, como falta de ar, pressão baixa, tonturas, cansaços, esgotamento físico
e mental, problemas nas cordas vocais, problemas respiratórios, alergias, rinite,
perturbações do sono (insônia e sono que não é reparador), perturbações de caráter
digestivo, formas de alimentação inadequadas (podendo implicar a médio e em
longo prazo em deficiências nutritivas), “estresse”, aumento nos níveis de
ansiedade, frustrações, angústia, depressão, obesidade, irritabilidade e a Síndrome
de Burnout – “Síndrome do Esgotamento Profissional", que segundo a Psiquiatria se
caracteriza pelo estresse crônico, desânimo e desmotivação no trabalho, entre
outros sintomas. É a famosa expressão “sensação de estar acabado”, e seus
reflexos são agressividade e o descontrole emocional. A síndrome de Burnout é uma
resposta do organismo ao estresse laboral crônica e prolongada.
27
O estresse vinculado ao trabalho, chamado de estresse ocupacional, referese à falta de capacidade do trabalhador de se (re) adaptar às demandas
existentes no trabalho e àquelas que ele próprio percebe. (FRANÇA e
FERRARI, 2012).
Segundo o autor Codo (2002, p. 238), citado por Webber e Lima (2011) fala
que a Síndrome de Burnout é:
A síndrome é entendida como um conceito multidimensional que envolve
três componentes:
1. Exaustão emocional: situação em que os trabalhadores sentem que não
podem dar mais de si mesmos a nível afetivo. Percebem esgotada a
energia e os recursos emocionais, devido ao contato diário com os
problemas;
2. Despersonalização: desenvolvimento de sentimentos e atitudes negativas
e de cinismo ás pessoas destinatárias do trabalho (usuários clientes) –
endurecimento afetivo, coisificação da relação;
3. Falta de envolvimento pessoal no trabalho – tendência de uma “evolução
negativa” no trabalho, afetando a habilidade para realização do trabalho e
atendimento, ou contato com as pessoas usuárias do trabalho, bem como
com a organização. (WEBBER E LIMA, 2011, p. 730).
A síndrome de Burnout é mais grave que o estresse e está relacionado
diretamente com a situação de trabalho. Apesar de o Instituto Nacional de Seguro
Social – INSS citado por Webber e Lima (2011), não definir a síndrome de Burnout
como doença profissional, é notório, em sua conceituação, que é uma doença
decorrente da atividade profissional.
As doenças mais comuns entre os docentes, segundo Webber e Lima (2011),
são:

Estresse – esgotamento pessoal que interfere na vida do individuo e
não na sua relação com o trabalho. O organismo cansado do tempo a
que esteve exposto sucumbe, gerando danos especialmente aos
órgãos digestivos e sistema cardiocirculatório. O estresse causa
sensação de medo, tensão, derrota, raiva, cansaço, falta de iniciativa e
ansiedade. Geralmente é fruto da pressão por alcance de metas
ditadas pela mercantilização do ensino.

Depressão – o professor perde o interesse pela sua pessoa, e até da
higiene e cuidados pessoais, apresentando sentimentos de culpa com
ideias de suicidas, dificuldades de concentração, alteração no sono e
no apetite, além de perda do interesse sexual.
28

Insônia – se desenvolve em períodos de estresse da vida, geralmente
em mulheres, idosos. Pode levar a outras doenças como alcoolismo (o
insone bebe para dormir).

Ansiedade – é um sinal de alerta, que adverte sobre perigos iminentes
e incapacita o individuo a tomar medidas para enfrentar ameaças. A
resposta aos estímulos ambientais. É um sentimento desagradável,
vago, acompanhado de sensações físicas como vazio (ou frio) no
estômago
(ou
na
espinha),
opressão
no
peito,
palpitações,
transpiração, dor de cabeça, ou falta de ar, várias outras, e pode
evoluir para transtornos de pânico. Difere-se do medo, pois este é a
resposta a uma ameaça conhecida, definida; a ansiedade é uma
resposta a uma ameaça desconhecida, vaga.

Pânico – é uma defesa malsucedida contra a ansiedade. Apresenta:
dispneia,
vertigem,
palpitação,
tremores,
sudoreses,
náuseas,
desconforto abdominal, despersonalização, desrealização, ondas de
calor, frio, dor, desconforto no peito, medo de morrer e enlouquecer.
Além das doenças acima citada, também podemos falar sobre as lesões
provenientes dos esforços repetitivos do trabalho docente. As lesões por esforce
repetitivo (LER) e distúrbios osteomusculares relacionadas ao trabalho (DORT), são
doenças resultantes do trabalho repetitivo. Fatores como o ambiente físico, os
equipamentos, a forma de trabalho e o meio de trabalho, incluindo fatores
psicológicos, emocionais e sociais, estão relacionados aos surgimentos dessas
doenças. O trabalho repetitivo obriga o indivíduo a um esforço além da sua
capacidade, causando problemas de saúde. Algumas manifestações dessas
doenças são: dor crônica, incapacidade para atividades sociais e profissionais,
depressão, angústia, e comportamentos de hostilidade.
Outra doença, muito comum na classe docente é doença das cordas vocais.
A voz do professor, um importante instrumento de trabalho, pode ser danificada pelo
tempo e pelo uso inadequado, que sem os cuidados especiais, poderá desenvolver
rouquidão, pigarreamento e afonia. As condições ambientais, a rotina de vida e
trabalho podem apresentar fatores estressantes e fatores de risco que podem
interferir na qualidade da saúde vocal.
29
O ambiente de trabalho do professor é penoso e desgastante e repleto de
fatores estressantes. O professor está em contato direto com riscos ergonômicos,
físicos e biológicos, além de outros fatores provenientes do trabalho como salários
baixos, acúmulo de tarefas, a desestruturação das instituições basilares da
sociedade e a diluição dos valores éticos e morais da nossa sociedade de consumo.
O adoecimento do profissional da educação ocorre durante todo o ano letivo,
mais tem uma tendência de aumento na proximidade do final do ano.
Segundo as autoras Monteiro, Dalagasperina e Quadros (2012) que “fizeram
um comparativo de outras profissões com a da categoria dos professores, e os
docentes apresentaram índices mais elevados de estresse”.
Segundo os autores Costa e Germano (2007):
[...] apresenta dados da APEOESP (2006), no Brasil observam-se um
grande número de professores readaptados (afastados temporária ou
permanentemente para as atividades administrativas), sendo afetados por
uma ou algumas doenças da área da psiquiatria, neurologia,
otorrinolaringologia, reumatologia ou mesmo professores que se mantém
em sucessivas licenças de saúde por razões diversas. (COSTA e
GERMANO, 2007, p.2).
No final do ano letivo, as pressões internas e externas, sobre o trabalho do
professor aumentam, pois os alunos que não tem rendimentos satisfatórios, os pais,
a direção da escola e o próprio governo pressionam para que o professor consiga
resultados positivos, mesmo com todas as adversidades, além de todas as tarefas
de encerramento do ano letivo.
30
6.1 - Como a Lei trata essa situação
A lei trabalhista trata a situação do docente como uma atividade penosa, que
causa desgaste no organismo, de ordem física ou psicológica, em razão da
repetição
de
movimentos,
pressões
e
tensões
psicológicas
que
afetam
emocionalmente o trabalhador. Segundo os autores Webber e Lima, a legislação
brasileira classifica os docentes como:
O Decreto 53.831/64 enquadrou a função de professor como penoso. O
artigo 2º do dispositivo diz que “para os efeitos da concessão da
aposentadoria especial, serão considerados serviços insalubres, perigosos
ou penosos [...]”. (WEBBER e LIMA, 2011, p. 725).
Os referidos autores ainda destacam que:
[...] a Organização Internacional do Trabalho – OIT, em 1983, apontou os
professores “como sendo a segunda categoria profissional, em nível
mundial, a portar doenças de caráter ocupacional, incluindo desde reações
a giz, distúrbios vocais, gastrite e até esquizofrenia”. (WEBBER e LIMA,
2011, p. 727).
A atividade do professor é reconhecidamente, portanto, uma atividade de
risco. Os riscos profissionais são divididos em:
Riscos de acidentes – são aqueles relativos às condições ambientais do
processo operacional.
Riscos ambientais – são aqueles causados por agentes físicos, químicos
ou biológicos que, presentes nos ambientes de trabalho, são capazes de
causar danos á saúde do trabalhador.
Riscos ergonômicos – são aqueles relacionados com fatores fisiológicos e
psicológicos inerentes á execução das atividades profissionais. Estes
fatores podem produzir alterações no organismo e estado emocional dos
trabalhadores, comprometendo a saúde, segurança e produtividade.
(WEBBER e LIMA, 2011, p. 728).
A tipologia dos riscos profissionais definidos por Webber e Lima, são todos,
partes integrantes da atividade docente. Corrobora a classificação da atividade
enquanto uma atividade de risco. Se algumas outras profissões de risco são
reconhecidas pela sociedade como tal, a atividade do professor, quase sempre, não
é vista nem como trabalho. Comumente ouvimos as pessoas perguntarem: “Você
não trabalha? Só dá aula”.
31
6. 2 - As formas de tratar de prevenir – Que fazer para mudar.
O contexto atual, em que se encontra o professor e a sua atividade docente
reflete processos de desvalorizações contínuas, ao longo do tempo.
Pensar em construir uma nova realidade, deve começar por um processo
efetivo de revalorização da profissão, pelo estado, pelos governos, pelos pais, pelos
alunos e pelos próprios professores. Torna-se necessário, transformações de
valores sociais, culturais e éticos, para a forma como compreendemos o mundo, e o
professor como um sujeito social, capital na construção desse mundo social em que
estamos inseridos. Rever as atribuições da profissão, visando reduzir a sobrecarga
de tarefas a serem executadas na escola e fora do ambiente escolar. Se este
profissional adoece, consequência da atividade que executa, a sociedade tem que
pensar formar de investir na promoção da saúde do mesmo.
Resgatar o status positivo da profissão e melhorar as condições de trabalho é
só uma parte do processo.
O princípio da preservação deve estar presente no direito laboral do
professor, novos enfoques. Não devemos esquecer, ainda, as normas de segurança
e de saúde do trabalho, instrumentos fundamentais para adoção de práticas
melhores e mais saudáveis no meio ambiente do trabalho.
Uma forma que poderia prevenir a questão saúde/doença dos profissionais
docentes, após a cultura da valorização e reconhecimento dos mesmos, seria o
desenvolvimento de ações diversas que visasse sempre à promoção da saúde e
prevenção de doenças.
Redimensionar e reestruturar a atenção á saúde do
professor/trabalhador, visando interpretar mais precocemente os possíveis sinais de
adoecimento da classe docente. Manter sempre linhas de ações que assegurem
uma política de valorização do trabalhador, englobando todas as dimensões e
idiossincrasias da atividade, certamente, produzirá melhoras na saúde do professor.
É necessário criação de leis, que sejam efetivamente cumpridas, para
amparar juridicamente docentes, que façam valer os direitos existentes e defendidos
por quase todos. É preciso sensibilização dos governantes e da sociedade, para a
categoria docente. Para se ter saúde, e principalmente saúde no trabalho, não basta
apenas praticar atividades físicas, tomar precauções ou tomar medicamentos, é
32
mais que isso, pois saúde envolve o exercício de direitos e uma identidade de
atribuição positiva, que refletirá em condições dignas para o exercício do labor.
33
7 – CONCLUSÃO
Perante o desenvolvimento do trabalho, ora apresentado, pude observar que
as mudanças sofridas no processo de trabalho, ao longo do tempo, produziram
mudanças no trabalho do docente, e que estas mudanças, estão afetando
diretamente, e indiretamente, na vida do trabalhador causando males a sua saúde.
Mesmo sendo uma pesquisa parcial, pois o tempo não me permitiu maior
aprofundamento, observa-se que a profissão docente não está a desfrutar de
prestígios sociais e econômicos, podendo-se até dizer que é uma profissão que está
em crise, pois a imagem social e a condição econômica do professor vêm sofrendo
crescente desprestígio e deterioração.
O cotidiano do professor e as condições de trabalho a eles fornecidas têm
sido citados como grandes causadores do adoecimento, por pesquisadores do
mundo trabalho e da questão educacional.
Este estudo pretendeu abrir espaço para uma análise mais aprofundada, a
partir de uma pesquisa bibliográfica em relação entre a atividade de docência e a
doença. Para tal empreitada, busquei fazer um breve levantamento sobre os
conceitos de trabalho, saúde e doença, para relacioná-los com condições de
trabalho e qualidade de vida dos professores. Uma pesquisa de campo seria de
grande valia, mas devido ao tempo não disponível, não me foi possível executar
este recurso metodológico. Espero que em estudos adiante, possa realizá-la.
De forma geral, pode-se perceber que a docência sofre com situações
estressantes em seu ambiente de trabalho. A rotina de trabalho, com altas
exigências do mercado de trabalho educacional, com o cumprimento de regras e
normas muitas vezes leva a situações de sofrimentos, causando-lhe alguns
distúrbios psíquicos e físicos. Que se acumulam ao longo do tempo escolar,
provocando afastamento do profissional do ambiente escolar, por motivo de doença.
Mesmo, já havendo uma legislação, que normatiza o trabalho do profissional
docente, muito ainda precisa ser feito, para que possamos alterar a realidade, hoje
encontrada entre os membros desta categoria profissional, tão importante para a
construção e manutenção da sociedade e da vida social. A ação dos governantes e
a cultura da sociedade, em relação à educação e seus profissionais terão que
mudar.
34
8 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AS
consequências
da
Revolução
Industrial.
Disponível
em:
<http://revolucaoindustrial2f.blogspot.com.br/2008/09/as-conseqncias-da-revoluoindustrial.html> Acesso em: 14/08/2014.
ASSUNÇÃO, Ada Ávila.; OLIVEIRA, Dalila A. Intensificação do trabalho e saúde
dos professores, Campinas, vol. 30, n. 107, p. 349-372, maio/ago. 2009. Disponível
em <http://www.scielo.br/pdf/es/v30n107/03.pdf >Acesso em: 25/02/2014.
BACKES, Marli Terezinha Stein.; ROSA, Luciana Martins da. Et al. Conceito de
saúde e doença ao longo da história sob o olhar epidemiológico e
antropológico. Rio de Janeiro, p. 111-117, jan/mar. 2009. Disponível: <
http://www.facenf.uerj.br/v17n1/v17n1a21.pdf> Acessa em 13/04/2014.
BRASIL
ESCOLA.
Doenças
e
patologias.
Disponível
em
<
http://www.brasilescola.com/doencas/doencas-psicologicas.htm > Acesso em:
13/04/2014.
CARNEIRO, Neri de Paula. A educação no Brasil: Avanços e problemas.
Disponível em: <http://meuartigo.brasilescola.com/educacao/a-educacao-no-brasilavancos-problemas.htm>. Acesso em: 01/12/2013
COSTA, Patrícia Gomes.; GERMANO, Amédis. Afastamento dos professores de
5º á 8º séries da rede municipal de Ipatinga da sala de aula: principais
causadores.
Ipatinga.
2007.
Disponível
em
<
http://bibliotecadigital.unec.edu.br/ojs/index.php/unec03/article/viewFile/289/365>
Acesso em 10/06/2014.
CURY, Augusto Jorge. Nunca desista dos seus sonhos. 9 ed. Rio de Janeiro:
Sextante, 2004.
DAMATTA, Roberto. O que faz o brasil, Brasil, Rio de Janeiro: Rocco, 1986.
Disponível
em:
<http://www.submit.10envolve.com.br/uploads/eee522045a4423e5905401f9121e50c
5.pdf>. Acesso em: 18/06/2014
DEJOURS, Cristophe. A loucura do trabalho: estudos de psicopatologia do
trabalho. 5 ed. ampl. São Paulo: Cortez, 1992.
FACULDADE DE PARA DE MINAS. Normas Gerais para apresentação de
Trabalhos Acadêmicos. Disponível em: <http://www.fapam.edu.br>. Acesso em:
29/08/2013.
35
FARIAS, Tarcísio F A. O conceito de trabalho nos manuscritos econômicofilosóficos de Karl Marx. 2010. Tese (Pós-Graduação em Filosofia) – Universidade
Federal de Paraíba, João Pessoa, 2010.
FRANÇA, F., FERRARI, R. Estresse ocupacional crônico e o setor de atuação dos
profissionais de enfermagem da rede hospitalar. Gestão e Saúde, Local de
publicação (editar no plugin de tradução o arquivo da citação ABNT), 3, jan. 2012.
Disponível
em:
<http://gestaoesaude.unb.br/index.php/gestaoesaude/article/view/153>. Acesso em:
07 Out. 2014.
GIAPONESI, Márcia Lopes.; SALLES, Fernando Casadei. Rotinização e trabalho
docente.
Sorocaba,
2008.
Disponível em < http://alb.com.br/arquivomorto/edicoes_anteriores/anais16/sem07pdf/sm07ss06_06.pdf>
Acesso
em:
10/04/2014
GIDDENS, Anthony. A sociologia da saúde e da doença. 6 ed. Porto Alegre:
Penso, 2012.
LOURENÇO, Luciana de Fátima Leite.; DANCZUK, Rutes de Fátima Terres. Et al. A
Historicidade filosófica do Conceito Saúde. Disponível:
<http://www.abennacional.org.br/centrodememoria/here/vol3num1artigo2.pdf>
Acessa em 15/08/2014.
MARIANO, Maria S. S.; MUNIZ, Hélder P. Trabalho docente e saúde: o caso dos
professores da segunda fase do ensino fundamental, Rio de Janeiro, v.6, n.1,
jun.
2006.
Disponível
em:<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?pid=S180842812006000100007&script=sci_arttext>. Acesso em: 16/08/2013.
MONTEIRO, Janine K.; DALAGASPERINA, Patrícia; QUADROS, Maríndia O.
Professores no limite: o estresse no trabalho do ensino provado no Rio
Grande do Sul, Porto Alegre: 47p, Carta editora, 2012. Disponível em
<http://www.unisinos.br/blogs/ppg-psicologia/2012/11/05/professores-no-limite-oestresse-no-trabalho-do-ensino-privado-do-rio-grande-do-sul/#sthash.Gruv753W>
Acesso em 27/08/2013.
NEVES, M. Y. Trabalho docente e saúde mental: a dor e a delícia de ser (estar)
professora. 2006. 277 f. Tese (Doutorado em Ciências da Saúde) – Instituto de
Psiquiatria, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.
PORTO, Lauro Antônio.; REIS, Israel Costa. Et al. Doença ocupacionais em
professores atendidos pelo centro de estudo da saúde do trabalhador
(CESAT).
Salvador,
p.
33-49,
jan/jun.
2004.
Disponível:
<
http://bases.bireme.br/cgibin/wxislind.exe/iah/online/?IsisScript=iah/iah.xis&nextActio
n=lnk&base=LILACS&exprSearch=404574&indexSearch=ID&lang=p> Acessa em
09/04/2014.
36
PRODANOV, Cleber Cristiano.; FREITAS, Ernani Cesar de. Metodologia do
trabalho científico [recurso eletrônico]: métodos e técnicas da pesquisa e do
trabalho acadêmico. 2º ed. FEEVALE, Rio Grande do Sul:2013. p _69-70
QUINTANEIRO, Tânia. Um toque de clássicos: Durkheim, Marx e Weber. UFMG,
2011
Disponível
em:
<
http://www.afoiceeomartelo.com.br/posfsa/Autores/Quintaneiro,%20Tania/Um%20to
que%20de%20classicos%20-%20Durkheim%20Marx%20Weber.pdf>. Acesso em
18/16/2014.
ROSSO. Sadi Dal. Jornadas excessivas de trabalho. Curitiba: v.34, n.124, p.7391,
jan/jun.
2013.
Disponível
em
<
http://www.ipardes.pr.gov.br/ojs/index.php/revistaparanaense/article/view/581>
Acesso em 01/06/2014.
SEGRE, Marcos.; FERRAZ, Flávio C. O conceito de saúde. São Paulo: n.1, nov.
1997.
Disponível
em
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S003489101997000600016>
Acesso em 01/06/2014.
WEBBER, Deise Vilma.; LIMA, Letícia Gonçalves Dias. Meio ambiente de trabalho
do professor: visão crítica a partir da teoria marxiana. In: BELLO, Enzo. LIMA,
Martonio Mont’Alverne Barreto.; AUGUSTIN, Sérgio (ORG). I Congresso
Internacional de direito e marxismo. Caxias do Sul: Plenum, 2011. p. 724-736.
Disponível
em:
<
file:///C:/Users/User/Downloads/eefe813ece63b1c53be7406e38b52811.pdf> Acesso
em: 10/04/2014.
WIKIPEDIA.
A
enciclopédia
livre.
Disponível
em:
<
http://pt.wikipedia.org/wiki/Doen%C3%A7a#Conceito_bio-psicossocial > Acesso em:
11/07/2014
37
38
Download

O adoecimento do profissional docente