UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO Caracterização do outsourcing de serviços de sistemas de informação em grandes empresas portuguesas: características contratuais DISSERTAÇÃO DE MESTRADO EM TECNOLOGIAS DAS ENGENHARIAS MARIA DA GLÓRIA ROSAS FRAGA Vila Real, 2010 Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro Curso de Mestrado em Tecnologias das Engenharias Caracterização do outsourcing de serviços de sistemas de informação em grandes empresas portuguesas: características contratuais Dissertação do curso de Mestrado em Tecnologias das Engenharias de Maria da Glória Rosas Fraga Dissertação submetida à Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau de Mestre em Tecnologias das Engenharias, elaborada sob a orientação do Prof. Doutor João Eduardo Quintela Alves de Sousa Varajão. Vila Real, 2010 “Eu não posso mudar a direção do vento, mas eu posso ajustar as minhas velas para sempre alcançar o meu destino.” Jimmy Deam iv Agradecimento Começo por agradecer ao Sr. Professor Doutor Bulas Cruz, Presidente da Escola das Ciências e Tecnologia e Director do Mestrado em Tecnologias das Engenharias, por me ter proporcionado os meios para realizar este trabalho e, pelos conselhos sábios que me dispensou e que me permitiram seguir um caminho num momento confuso da minha vida. Devo esta dissertação ao Sr. Professor Doutor João Varajão, que me possibilitou integrar a equipa do projecto OSSI 2008 PT – Outsourcing de serviços de sistemas de informação em Portugal, dando origem ao trabalho que aqui foi desenvolvido. Agradeço a sua valiosa orientação, a transmissão de conhecimentos, a sua infindável paciência na revisão dos textos e o seu estado de espírito sempre positivo, que me permitiu manter a motivação necessária à conclusão deste trabalho. Agradeço à Nádia, que durante meses me acompanhou no projecto Secretaria Virtual da UTAD e na equipa do projecto OSSI 2008 PT, não apenas a ajuda no trabalho desenvolvido, mas todo o apoio e a paciência com que lidou com os meus momentos de bom e mau humor. À Berta, amiga de toda a vida, que me aconselhou tantas vezes e me auxiliou com a sua experiência, permitindo-me melhorar o trabalho com a sua leitura e, enriquecer o meu conhecimento. v À Sonja, amiga das cantorias da Tuna Académica e que teve aqui a “atitude” necessária para me traduzir o abstract. Aos meus pais, a quem tudo devo, e que tantas vezes renunciaram aos seus sonhos para que eu realizasse os meus. Reconheço tudo o que fizeram para que eu mantivesse a estabilidade e equilíbrio necessário para realizar esta dissertação. Agradeço ao Francisco, por não se zangar comigo sempre que eu não podia prestar-lhe a atenção de que precisava. Fica a promessa de que será recompensado. Ao Abel, cujo apoio, incentivo e a compreensão pelo sacrifício de momentos que poderíamos ter passado juntos, foram inestimáveis. Ao Dadito, à Márcia, à Laura e à Avó Ana, pelo apoio e pelo carinho que sempre me dedicaram. Finalmente, agradeço a todos aqueles que, directa ou indirectamente, contribuíram para que este trabalho fosse realizado. A todos muito obrigado! vi Resumo O outsourcing de serviços de sistemas de informação, hoje uma prática de gestão bem consolidada, apresenta-se como uma opção estratégica para as empresas e continua a evoluir aos mais vários níveis, quer na dimensão, quer no tipo de contratos realizados. Com a finalidade de identificar os serviços que são mais frequentemente sujeitos a outsourcing e melhor compreender como é conduzido o processo de contratação, foi realizado um estudo com base num inquérito dirigido a gestores de sistemas de informação de grandes empresas em Portugal. O estudo realizado possibilitou identificar os serviços de sistemas de informação usualmente contratados, os principais critérios usados na selecção de fornecedores, os aspectos considerados na elaboração de contratos, as dificuldades que tipicamente surgem nos relacionamentos entre clientes e fornecedores, bem como os mecanismos adoptados para a resolução de conflitos. vii Abstract The information systems outsourcing, a management practice well established nowadays, presents itself as a strategic option for companies and continues to evolve at various levels, either in size or in type of contracts. In order to identify the services that are more outsourced and better understand how the hiring process is conducted, it was made a study based on a survey sent to information systems managers from large companies in Portugal. The study allowed to identify the information systems services usually outsourced, the main criteria used in selecting suppliers, the aspects considered in contracts, the difficulties that typically arise in relationships between customers and suppliers, as well as the mechanisms adopted for conflict resolution. viii Índice Geral Agradecimentos Resumo Abstract iv vi vii Índice Geral Índice de Tabelas Índice de figuras Acrónimos viii x xi xii 1 Introdução 1 1.1 Enquadramento, motivações e objectivos 2 1.2 Estrutura da dissertação 4 2 Outsourcing de serviços de sistemas de informação 5 2.1 Importância do outsourcing 6 2.2 Serviços de sistemas de informação 9 2.3 Contratação de serviços 12 2.4 Critérios usados na escolha de fornecedores 14 2.5 Aspectos a considerar na celebração de contratos 16 2.6 Dificuldades que tipicamente surgem nos relacionamentos 23 2.7 Situações de conflito com fornecedores 26 2.8 Resolução de conflitos 28 3 Método de investigação 30 3.1 Descrição do método seguido no estudo 30 3.2 Perfil das entidades participantes 31 4 Apresentação e discussão de resultados 34 4.1 Serviços de sistemas de informação sujeitos a outsourcing 35 ix 4.2 Principais critérios utilizados na escolha de fornecedores 38 4.3 Aspectos que são considerados aquando a celebração de um contrato de outsourcing 42 4.4 Duração média dos contratos de outsourcing 43 4.5 Dificuldades verificadas na relação com os fornecedores 45 4.6 O que normalmente origina situações de conflito com os fornecedores 47 4.7 Evolução das dificuldades ao longo do tempo de duração do contrato 48 4.8 Mecanismos de gestão de situações de conflito 49 5 Conclusão 51 5.1 Síntese do trabalho realizado 51 5.2 Principais contributos e limitações 52 5.3 Trabalho Futuro 54 Referências 55 Anexo – Questionário 63 x Índice de Tabelas Tabela 1 - Volume de negócios das empresas participantes no estudo realizado 31 Tabela 2 - Número de utilizadores finais de tecnologias da informação nas empresas participantes no estudo realizado 32 Tabela 3 - Orçamento do departamento de sistemas de informação ou similar das empresas participantes no estudo realizado 33 xi Índice de Figuras Figura 1 - Áreas do outsourcing de sistemas de informação abordadas nesta dissertação 3 Figura 2 - Estrutura da dissertação 4 Figura 3 - Principais tendências de evolução de serviços de sistemas de informação 10 Figura 4 - Factores de sucesso num processo de outsourcing 14 Figura 5 - Evolução da origem do conflito 25 Figura 6 - Evolução das dificuldades ao longo de um acordo de outsourcing de sistemas de informação 25 Figura 7 - Formas de resolução de conflitos entre cliente e fornecedores 28 Figura 8 - Volume de negócios das empresas participantes no estudo realizado 32 Figura 9 - Número de utilizadores finais de tecnologias da informação nas empresas participantes no estudo realizado 32 Figura 10 - Orçamento do departamento de sistemas de informação ou similar das empresas participantes no estudo realizado 33 Figura 11 - Serviços de sistemas de informação sujeitos a outsourcing pelas grandes empresas portuguesas 36 Figura 12 - Serviços de sistemas de informação sujeitos a outsourcing nas grandes empresas (ranking). 37 Figura 13 - Principais critérios utilizados na escolha de fornecedores 39 Figura 14 - Principais critérios utilizados na escolha de fornecedores (ranking) 40 Figura 15 - Aspectos que são considerados aquando da celebração de um contrato de outsourcing 43 Figura 16 - Duração média dos contratos de outsourcing 44 xii Figura 17 - Dificuldades verificadas na relação com os fornecedores 46 Figura 18 - O que normalmente origina situações de conflito com os fornecedores 47 Figura 19 - Evolução das dificuldades ao longo do tempo de duração do contrato 49 Figura 20 - Mecanismos de gestão de situações de conflito 50 xiii Acrónimos Nesta dissertação são utilizadas abreviaturas de designações comuns apenas apresentadas aquando da sua primeira utilização: ASP Application Service Provider BPO Business Process Outsourcing OTI Outsourcing de Tecnologias da Informação SI Sistemas de Informação TI Tecnologias da Informação SaaS Software as a Service SLA Service Level Agreement 1 Introdução A exigência e a pressão que as empresas sofrem todos os dias para conseguirem sobreviver num meio em que a competição é agressiva, leva os seus gestores a procurar soluções que lhes permita “fazer mais com menos”. A grave crise que se tem vivido nos últimos anos obriga as empresas a serem mais eficientes e é um impulsionador da contratação de serviços. Várias soluções têm que ser consideradas pelas empresas para aumentar a produtividade, gerir melhor os recursos, quer financeiros, humanos ou materiais, e permanecer na linha da frente das bem sucedidas, mantendo em muitos casos os orçamentos ou até mesmo reduzindoos. A procura de uma maior eficiência e da redução de custos leva as organizações a aumentarem a sua especialização num número limitado de áreas chave, encontrando no outsourcing uma solução para obter melhorias do desempenho de várias das suas actividades (McIvor, 2008). O recurso ao outsourcing continua a crescer em todos os sectores da economia, principalmente na área de serviços de tecnologias da informação (TI) (Ferreira e Laurindo, 2009). Capítulo 1 2 A IDC aponta o Outsourcing de TI como o segmento dos serviços de TI com maior potencial de crescimento até 2012 e prevê que em Portugal, de 2008 a 2012, se verifique um crescimento no mercado destes serviços a uma taxa de média anual de 5,5% (PORTALIDC, 2008). De acordo com a mesma fonte, o número de prestadores de serviços de outsourcing em Portugal tem aumentado significativamente, seguindo o exemplo do que acontece a nível europeu. No entanto, o número de experiências insatisfatórias com acordos de outsourcing tem sido significativo (Delloite, 2005) pelo que, nestas situações, impõe-se uma revisão das estratégias e tácticas usadas no processo de obtenção de serviços por este meio. O índice de fracasso situa-se ainda entre 40% a 70% dos contratos e no centro do problema está o conflito de interesses inerente a qualquer acordo de outsourcing (CXO, 2009a). Nas secções seguintes é feito um breve enquadramento do tema desta dissertação, apresentando-se as circunstâncias em que o trabalho se insere. Abordam-se também as motivações e os objectivos traçados e, por fim, é apresentada a estrutura desta dissertação. 1.1 Enquadramento, motivações e objectivos Apesar das expectativas com que se inicia um processo de outsourcing de sistemas de informação (SI), o resultado final de um acordo deste tipo é sempre uma incógnita no momento da sua assinatura. Elaborar o contrato adequado é necessário mas não é o suficiente. É igualmente importante garantir uma relação colaborativa com o fornecedor, baseada na gestão eficaz do contrato e na confiança, e assim agregar valor a uma relação de outsourcing. Uma relação de animosidade entre clientes e fornecedores pode reduzir significativamente o valor do negócio (CXO, 2009b). Vários estudos foram realizados procurando identificar os determinantes de sucesso de um acordo de outsourcing de serviços de SI. Lacity et al. (2009) fazem inclusive uma compilação da informação encontrada na literatura, que é sumariamente apresentada durante a revisão bibliográfica deste trabalho, onde identificam três categorias de determinantes: decisão de outsourcing de TI, gestão contratual e gestão relacional. Esta dissertação baseia-se na assunção de que a gestão relacional e a gestão contratual se complementam como determinantes do sucesso de um processo de outsourcing de SI e Capítulo 1 3 explora as grandes áreas de estudo do outsourcing apresentadas na Figura 11: motivações e riscos, serviços de sistemas de informação, selecção de fornecedores, for contratos tratos e conflito conflito. Outsourcing de sistemas de informação Motivações e riscos Serviços de sistemas de informação Selecção de fornecedores Contratos Conflito Figura 1 - Áreas do outsourcing de sistemas de informação abordadas nesta dissertação Reconhecendo a importância actual do outsourcing de serviços de SI SI, este trabalho propõe-se contribuir para a caracterização caracteriza de diversos aspectos daa realidade do ooutsourcing de SI em grandes empresas, nomeadamente: serviços sujeitos a outsourcing; critérios usad usados na selecção dos fornecedores; aspectos aspect tidos em conta na elaboração dos contratos contratos; dificuldades identificadas no decorrer do o relacionamento de outsourcing; eventuais situações de conflito e formas adoptadas para ass resolver. Para tal foi realizado um estudo baseado num questionário,, o qual foi dirigido aos gestores de sistemas de informação de grandes empresas portuguesas. Após a recolha dos dados, efectuou-se o respectivo tratamento usando estatística descritiva. A análise e discussão dos resultados permitiu chegar a conclusões que são úteis a empresas e fornecedores, uma vez que servem de orientação para a adopção de mecanismos de contratação mais eficazes, tendo por referência o que revela a prática. Capítulo 1 4 1.2 Estrutura da dissertação O presente documento está estruturado em cinco capítulos, s, como é possível observar na Figura 2. Capitulo 1 Introdução Capitulo 2 Outsourcing de serviços de sistemas de informação Capitulo 3 Método de investigação Capitulo 4 Apresentação e discussão de resultados Capitulo 5 Conclusão Figura 2 - Estrutura da dissertação No capítulo 1 é feita uma breve introdução ao tema do outsourcing de sistemas de informação e são referidas as as a motivações e objectivos desta dissertação, bem como a sua estruturação. No capítulo 2 é efectuada a revisão da literatura sobre a obtenção de ser serviços de sistemas de informação. Com om base em diversos autores, são referidos quais os serviços de sistemas de informação tipicamente sujeitos a outsourcing, as motivações que levam as organizações a optar pelo outsourcing, utsourcing, quais os riscos inerentes, os aspectos a considera considerar na elaboração de contratos e os critérios utilizados na selecção de fornecedores. No capítulo 3 é apresentado o método de investigação seguido e é efectuada a caracterização das entidades envolvidas. envo No capítulo 4 são apresentados e discutidos os resultados obtidos com base numa análise descritiva, organizada em grupos temáticos. Finalmente no capítulo 5 é efectuada uma síntese síntese do trabalho desenvolvido e é referida a continuidade desejada do trabalho. trabalho 2 Outsourcing de serviços de sistemas de informação As tecnologias da informação (TI) e os sistemas de informação (SI) desempenham um papel absolutamente central e crucial nas organizações, o que se torna particularmente evidente quando olhamos para grandes empresas. À medida que o tempo passa, torna-se claro que sem um uso eficiente das TI/SI as empresas não podem ser competitivas ou gerar lucro e, na grande maioria dos casos, a sua própria sobrevivência depende dessa capacidade (Varajão, 2002; Trigo et al., 2007). A crescente adesão ao outsourcing reflecte uma crença subjacente de que este cria valor para as empresas (Koh et al., 2007), sendo considerado uma das formas mais eficazes que as organizações encontram para equilibrar a equação da evolução tecnológica, redução de custos e melhoria de qualidade de serviço (Maculuve e Rodrigues, 2002). Ao longo deste capítulo são apresentados conceitos de outsourcing, as motivações que lhe são tipicamente inerentes, os riscos que comporta e os principais serviços de sistemas de informação que têm vindo a ser sujeitos a outsourcing. São também abordados os critérios habitualmente tidos em consideração na escolha dos fornecedores, os aspectos considerados na elaboração de contratos e são ainda identificadas as principais dificuldades que surgem no relacionamento cliente/fornecedor, bem como possíveis alternativas de gestão de situações de conflito. Capítulo 2 6 2.1 Importância do outsourcing São inúmeras as definições de outsourcing de serviços de sistemas de inforamção encontradas na literatura. Lacity e Hirschheim (1993), por exemplo, apresentam o outsourcing como um processo de obtenção de bens ou serviços, que anteriormente eram desenvolvidos no interior da organização. Dhar e Balakrishran (2006) definem o outsourcing como: “o acto de transferir parte ou a totalidade das decisões relacionadas com as TI, processos de negócio, actividades internas e serviços para um fornecedor externo, que desenvolve e gere estas actividades de acordo com entregas pré-estabelecidas, padrões de performance e resultados, como determinado no contrato”. O Portal Executivo (2007) refere-se ao outsourcing como: “um processo através do qual uma organização (contratante) contrata outra (contratado), na perspectiva de manter com ela um relacionamento mutuamente benéfico, de médio ou longo prazo, com vista ao desempenho de uma ou várias actividades, que a primeira não pode ou não lhe convém desempenhar e na qual a segunda é tida como especialista”. O outsourcing de SI tem vindo a ser adoptado como estratégia de negócio por mais e mais empresas, na expectativa de permitir reduzir e controlar custos, aumentar a eficiência e possibilitar o foco nas competências nucleares (Hongxun et al., 2006). Efectivamente, o outsourcing apresenta-se como uma ferramenta útil a uma organização que, tendo que gerir recursos escassos, necessita de concentrar a sua atenção no seu core business e nas suas competências chave. Têm sido vários os estudos que permitiram identificar as principais motivações que levam as organizações a recorrer ao outsourcing dos seus sistemas e os resultados nem sempre são convergentes no que diz respeito à sua classificação por ordem de importância atribuída. Capítulo 2 7 Mais ou menos consensual é o conjunto de motivações em si, identificadas por vários autores (Lacity e Hirschheim, 1993; BRIEFS, 1996; Minneman, 1996; Varajão, 2001; Frost & Sullivan, 2005; Kakumanu e Portanova, 2006; The Outsourcing Institute, 2008; Lacity et al., 2009): • Acesso a serviços especializados; • Acesso a competências e recursos humanos especializados; • Acesso a competências de negócio; • Alteração das estruturas organizacionais; • Controlo de custos; • Redução de custos; • Redução da necessidade de investimento; • Obtenção de capital através da venda de recursos internos; • Alinhamento da necessidade de recursos com a sua aquisição; • Melhoria do balanço contabilístico da empresa; • Melhoria de processos; • Obtenção de recursos não disponíveis internamente; • Melhoria da gestão de sistemas de informação; • Concentração no negócio (foco no core-business); • Redireccionamento de recursos; • Acesso a tecnologias da informação de ponta; • Flexibilidade na mudança; • Partilha de riscos dos investimentos; • Motivações políticas. Capítulo 2 8 Num conjunto relativamente numeroso de razões que levam as empresas a recorrer ao outsourcing para o fornecimento de serviços de SI, Lacity et al. (2009) afirmam que a redução de custos tem sido o factor mais significativo ao longo das ultimas duas décadas. As vantagens potenciais do outsourcing são várias, porém existe também uma série de riscos que lhe estão associados e que não podem ser ignorados (Lacity e Hirschheim, 1993; Shepherd, 1999; Willcocks et al. 1995; Willcocks et al.,1999; Varajão, 2002; Gonzalez et al., 2006; Lacity et al., 2009) como, por exemplo: • Problemas de segurança relacionados com o serviço; • Um balanço por vezes pouco claro entre custos e benefícios; • A possibilidade de resistência por parte do staff de sistemas de informação; • Uma excessiva dependência para com o fornecedor; • A incapacidade de adaptação a novas tecnologias; • A irreversibilidade da decisão após tomada; • Os custos escondidos gerados pelo contrato; • A perda de conhecimento da organização cliente; • Diferenças culturais entre cliente e fornecedor; • Incumprimento do contrato por parte do fornecedor; • Incapacidade de gestão da relação com o fornecedor; • Contratos pouco flexíveis; • Infracção dos direitos de propriedade intelectual; • Falta de confiança; • Falta de autonomia e perda de controlo sobre as decisões de TI; • Perda de controlo sobre os dados; • Perda de controlo sobre o fornecedor. Capítulo 2 9 De modo a maximizar as vantagens e a mitigar os riscos, estes devem ser claramente identificados e criados mecanismos de gestão eficazes. 2.2 Serviços de sistemas de informação A evolução do outsourcing de serviços de TI reflecte, em geral, a evolução das tecnologias de informação (Dahlberg e Nyrhinen, 2006). O início do outsourcing de SI pode situar-se nos anos 1960s e 1970s, altura em que as empresas contratavam essencialmente tempo de processamento e serviços que facilitassem o trabalho de gestão. Nos primeiros anos da computação, os computadores mainframes tinham um custo demasiado elevado e obrigavam as empresas a recorrer a fornecedores externos para a realização dos vários serviços de que necessitavam. Recorria-se frequentemente ao timesharing, em que várias organizações partilhavam o tempo de processamento e os serviços de processamento de dados. Nos anos de 1970s surge o conceito de pacotes de aplicações standard. Procurando dar resposta ao aumento da exigência das aplicações e ao problema de não existirem recursos humanos especializados, a contratação de programadores tornou-se o serviço de outsourcing mais utilizado nestes anos (Lee et al., 2003). Nos anos 1980s reforçou-se a crença de que as TI possibilitavam a obtenção de vantagens competitivas para as empresas e assistiu-se a um aumento no investimento relacionado com a aquisição de novos sistemas. O aparecimento dos minicomputadores e dos sistemas cliente/servidor tornou possível às empresas possuirem os seus próprios centros de dados. O aumento da eficiência nesta altura era conseguido através da contratação de programadores, do uso de pacotes de aplicações standard e serviços especializados de processamento (Dahlberg e Nyrhinen, 2006), porém as tarefas mais complexas eram realizadas pelos departamentos internos de TI. O acordo assinado em 1989 entre a KODAK e a IBM, em que a KODAK transferiu os seus sistemas de telecomunicações para a Digital Equipment Corp. e a microinformática para a Businessland, tendo sido considerado um acordo “pouco habitual” (Varajão et al., 2008), criou uma grande agitação na indústria de tecnologias da informação e acabou por se tornar um marco na história do outsourcing, assistindo-se a partir desta altura a uma popularização do outsourcing de serviços de SI (Dibbern et al., 2004). Capítulo 2 10 No início dos anos 1990s o interesse no outsourcing ganhou força,, agora direccionado para serviços de gestão de redes e telecomunicações, integração de sistemas distribuídos, desenvolvimento de aplicações e operação de sistemas. Como a integração de sistemas envolve normalmente tecnologia complexa e heterogénea,, como gestão de redes e telecomunicações, estes serviços são habitualmente acompanhados por formação e treino (Lee et al., 2003). Na última década, Lacity et al. (2009) identificaram outras tendências relacionadas com o “tradicional” outsourcing utsourcing de serviços de TI (OTI), (OTI) ou outsourcing de serviços de SI, nomeadamente o “offshore outsourcing” (forma de outsourcing em que se efectua a “migração” de serviços para um fornecedor estrangeiro), o “Business Business Process Outsourcing” Outsourcing (BPO) (outsourcing de processos da empresa) e os o “Aplication Aplication Service Provider” Provider (ASP) (fornecedores de outsourcing de serviços ou aplicações informáticas com base na Web) Web), tendo este último serviço a designação mais recente de “Software as a Service” (SaaS) (SaaS). Na Figura 3 está representada a evolução dos principais tipos de serviço sujeitos a outsourcing outsourcing, desde o que se considera o início da era do outsourcing de SI até aos anos mais actuais. 1960s 1970s • Time-sharing • Processamento de dados • Time-sharing • Processamento de dados • Contratação de programadores • Aplicações standard 1980s • Centros de dados próprios • Contratação de programadores • Aplicações standard 1990s • Gestão de redes e telecomunicações • Integração de sistemas • Desenvolvimento de aplicações • Operação de sistemas • Formação e treino • OTI - Outsourcing de TI/SI • Offshore outsourcing • BPO - Business Process Outsourcing • ASP ou Saas 2000s Figura 3 - Principais tendências de evolução de serviços de sistemas de informaçã informação Capítulo 2 11 Através da revisão da literatura (The Outsourcing Institute, 1998; Varajão, 2002; Lee et al., 2003, Dibbern et al., 2004; Frost & Sullivan, 2005; Varajão et al., 2006; Trigo et al., 2007; Alter, 2007; Varajão et al., 2008; Lacity et al., 2009) é possível identificar um conjunto de serviços de TI que são usualmente sujeitos a outsourcing: • Manutenção de hardware; • Suporte de software; • Desenvolvimento e gestão de aplicações; • Serviços profissionais de consultadoria; • Suporte para a infra-estrutura computorizada distribuída; • Gestão de redes; • Recuperação de desastre; • Hospedagem dedicada/Armazenamento; • Segurança (física e da rede); • Gestão de data center; • Suporte dos utilizadores; • Formação técnica à equipa interna de TI; • Gestão de servidores; • Gestão de projectos; • Gestão de segurança; • Gestão de bases de dados; • Desenvolvimento Web e serviços Web; • Plataformas e serviços de comunicações; • Serviços de email e mensagens; Capítulo 2 12 Helpdesk. • Hoje em dia o recurso ao outsourcing de serviços de TI é efectuado por variadas razões e o âmbito de serviços tem aumentado continuamente. 2.3 Contratação de serviços Na literatura encontram-se identificados variadíssimos riscos associados aos processos de outsourcing e diversos contributos para o desenvolvimento de mecanismos que se propõem minimizá-los. O outsourcing, por si só, não é bom nem mau (Cullen et al., 2005), sendo o seu sucesso ou insucesso condicionado pela forma como o processo é gerido antes e após a assinatura do contrato. Muitas vezes os problemas que surgem num contrato de outsourcing têm origem num de três factores (Vrancken, 1995; Varajão, 2002): custos de obtenção do serviço, nível de qualidade do serviço, impacto na cultura organizacional. Quando se avança para um processo desta natureza, que provoca habitualmente mudanças significativas nas organizações, deve ser realizada uma preparação prévia. O conhecimento profundo do negócio, uma análise de recursos e serviços internos que permita identificar inequivocamente o que se tem e o que realmente se precisa, adoptando métricas bem definidas, são fundamentais para o sucesso de um processo de aquisição de serviços (Varajão, 2001). A escolha dos fornecedores adequados é uma decisão crítica, pelo que deve ser feita de forma cuidada e seguindo critérios bem definidos, assim como devem ser avaliadas questões de compatibilidade organizacional antes de se avançar para o outsourcing dos serviços (Liou e Chuang, 2010). Também os contratos são uma parte importante da análise de decisão de outsourcing. Eles constituem um mecanismo eficaz para a gestão relacional do outsourcing ou eventual rescisão antecipada em caso de subdesempenho do fornecedor (Osey-Bryson e Ngwenyama, 2006). Capítulo 2 13 De uma maneira geral os riscos podem ser geridos e a elaboração de contratos sólidos pode reduzir drasticamente esses riscos (Aubert et al., 2005): contratos que abarquem a generalidade das situações previstas mas que em simultâneo sejam dotados de uma versatilidade que permita dar resposta às mudanças que irão decorrer ao longo do contrato, podem ser um recurso valioso na minimização dos riscos. Uma vez iniciado o outsourcing, o trabalho de gestão do contrato firmado tem que ser contínuo. A gestão eficiente do relacionamento com os fornecedores deverá ser uma tarefa permanente e que exige um investimento significativo a nível de tempo e de recursos. Apostar numa boa relação com o fornecedor, garantindo meios de coordenação e comunicação eficientes e realizar a avaliação do desempenho dos serviços contratados, contribuirão significativamente para que se percorra o caminho do sucesso. Deve estar sempre presente que, muitas vezes, a diferença entre o sucesso e a falha de um projecto de outsourcing pode simplesmente residir na escolha que se faz do fornecedor e nos termos do contrato (Meyer, 1994; Lee et al., 2000). Lacity et al. (2009), através de uma revisão da literatura, agrupam em três categorias os determinantes para o sucesso do outsourcing de TI: o processo de decisão de outsourcing, a gestão contratual e a gestão de relacionamentos. Na primeira categoria - processo de decisão de outsourcing - são incluídos o grau de outsourcing, o comprometimento da gestão de topo e a avaliação do processo de selecção do fornecedor. A segunda categoria - gestão contratual - inclui o detalhe do contrato, tipo de contrato, a duração e a dimensão. A última categoria - gestão de relacionamentos - engloba a confiança, normas, comunicação, partilha de informação, dependência mútua e cooperação Estas três categorias encontram-se representadas na Figura 4. Admitindo que uma boa estratégia, um tipo de contrato adequado ao que se pretende e uma boa gestão do relacionamento com os fornecedores se consideram determinantes para o sucesso de um processo de outsourcing (Cullen et al., 2005), a gestão relacional e os contratos formais completam-se na perseguição deste objectivo (Poppo e Zenger, 2002; Goo et al., 2009). Capítulo 2 14 Processo de decisão de outsourcing de SI • Grau de outsourcing • Comprometimento da gestão de topo • Selecção do fornecedor Gestão contratual Gestão relacional • Detalhe do contrato • Tipo de contrato • Duração do contrato • Dimensão do contrato • Confiança • Normas • Comunicação • Partilha de informação • Dependência mútua • Cooperação Figura 4 - Factores de sucesso num processo de outsourcing Adaptado de Lacity et al. (2009) 2.4 Critérios usados na escolha de fornecedores A selecção de fornecedores capazes de dar resposta às necessidades da empresa é fundamental e exige que se sigam critérios bem definidos, no sentido de evitar futuros conflitos e minimizar aspectos que possam pôr em causa o sucesso do outsourcing (Varajão, 2001). De notar que o processo de escolha dos fornecedores influencia o preço do contrato, a decisão de outsourcing, a redução de custos eventualmente prevista e, consequentement consequentemente, tem um verdadeiro impacto na obtenção do sucesso em geral (Lacity et al.,, 2009). A escolha acertada do fornecedor é apenas o primeiro passo crítico na construção de uma relação de confiança entre compradores e vendedores mas, fazer uma escolha errada pode de ser desastroso, comprometendo projectos e desperdiçando recursos preciosos (DiamondCluster, 2006). Para a selecção de fornecedores Varajão (2002) refere que se deve ter em consideração não apenas o conjunto de serviços que se pretende, mas também o tipo de relação desejada. A Capítulo 2 15 escolha de vários fornecedores para o mesmo serviço pode ser uma opção, particularmente em situações em que um determinado fornecimento se torna crítico. A decisão tomada deve ter em consideração que um único fornecedor (Single Sourcing) poderá ser vantajoso num ambiente estável, mas pode ampliar a exposição da empresa ao risco na presença de incerteza (por exemplo, falha no fornecimento). Por outro lado, vários fornecedores (Multiple Sourcing) implicam custos mais elevados devido à necessidade de gestão de mais do que um provedor de serviços (Constantino e Pellegrino, 2010). Da literatura conseguem identificar-se diversos aspectos que são utilizados na selecção dos fornecedores, habitualmente tidos em consideração em processos de outsourcing (Varajão, 2002; DiamondCluster, 2005; DiamondCluster, 2006; Frost & Sullivan, 2005; The Outsourcing Institute, 1998; Lacity et al., 2009): • Reputação e referências no mercado; • Estabilidade financeira; • Condições financeiras adequadas para disponibilização do serviço; • Posição no mercado; • Localização geográfica; • Conhecimentos sobre o ramo de negócio da organização; • Capacidade para fornecimento dos serviços pretendidos; • Experiência no sector; • Nível de interesse demonstrado na prestação do serviço; • Empenho na indústria de outsourcing; • Conjunto de serviços oferecidos; • Flexibilidade de resposta a mudanças; • Disponibilidade para partilha de riscos; • Compatibilidade de culturas; Capítulo 2 16 • Capacidade de resposta; • Capacidade técnica e de gestão; • Diversidade da capacidade de efectivos da equipa do fornecedor. Segundo a DiamondCluster (2006), parece existir uma evolução contínua nos principais critérios utilizados na escolha de fornecedores. O resultado de um estudo realizado em 2002 (DiamondCluster, 2002) identificou como principais requisitos: as competências especializadas dos fornecedores; o tamanho da empresa; a flexibilidade do contrato; a qualidade; bem como o tipo de relacionamento existente com os fornecedores. Já em 2005, num estudo idêntico (DiamondCluster, 2005), as referências e a reputação dos fornecedores surgem como principal preocupação. O factor custo tem estado sempre presente. Para além disso, de referir que as empresas clientes não revelam uma grande preocupação com a localização geográfica dos fornecedores e acreditam que o recurso a vários fornecedores é um meio de diminuir riscos. 2.5 Aspectos a considerar na celebração de contratos A escolha das melhores soluções para a obtenção dos serviços necessários e a selecção dos fornecedores adequados é fundamental para o sucesso do processo de outsourcing, porém é também pertinente celebrar contratos sólidos, que permitam o cumprimento das expectativas. Os contratos delimitam os papéis que devem ser desempenhados pelas partes, no entanto têm sempre uma eficácia limitada em virtude da incerteza de um futuro desconhecido (Goles e Chin, 2005). E porque a mudança é uma realidade permanente e nem sempre todas as ocorrências são previsíveis, não é possível a elaboração de um contrato onde se contemplem todos os pormenores de um acordo entre cliente e fornecedores, pelo que se devem dotar os contratos de uma margem de versatilidade que permita acomodar mudanças futuras. O grau de detalhe que deve ser considerado num contrato não é consensual, aparecendo contratos com redacções bastante extensas e outros com redacções substancialmente reduzidas (Varajão, 2001). No entanto, a maioria das pesquisas realizadas sobre esta matéria permitiu identificar que um nível elevado de detalhe no contrato (cláusulas que especificam Capítulo 2 17 preços, níveis de serviço, benchmarking, garantias e penalidades para incumprimento) conduz a níveis elevados de sucesso de um processo de outsourcing de SI (Lacity et al., 2009). Uma das preocupações basilares a ter na elaboração de um contrato é a eliminação do máximo de ambiguidade possível na redacção, dado que pode gerar mal-entendidos e situações de conflito entre as partes (Varajão, 2002). Helen Hyntley da Gartner Inc. não aconselha a utilização de modelos de contratos propostos por fornecedores, uma vez que apresenta uma inclinação intrínseca para o lado do fornecedor e exige um significativo esforço para o modificar. É importante não esquecer que normalmente os fornecedores de serviços de outsourcing são especialistas em negociação, o que nem sempre acontece com os representantes das organizações clientes. Estes muitas vezes têm pouca experiencia neste tipo de situação, pelo que se deve recorrer a equipas jurídicas e, se for necessário, contratar serviços externos especializados a este nível (The Outsourcing Institute, 2010). Tipicamente, as condições de um contrato definem direitos e obrigações, quer de clientes quer de fornecedores e podem ser as seguintes (ITANZ, 1998; Varajão, 2001; Varajão, 2002): • Preâmbulo: descrição completa das partes, os objectivos do acordo e a essência do mesmo; • Definições: definição clara dos termos usados no contrato; • Interpretações: justificação de referências, cronogramas, apêndices, outros documentos; • Serviços: Descrição detalhada dos serviços a serem fornecidos, nomeadamente âmbito, níveis de serviço (SLA’s), medidas de desempenho, limites de responsabilidade; • Incentivos e penalizações: Penalizações quando os SLA’s não são cumpridos e incentivos quando são superados; • Definição da propriedade intelectual: a quem pertence o software, guiões, imagens, etc, produzidos e questões de licenciamento; Capítulo 2 • 18 Duração do acordo: datas de início e fim, possibilidades de renovação do contrato, etc.; • Preços e pagamentos: compensação do serviço, nomeadamente taxas para facturação dos serviços, procedimentos de facturação e modalidades de pagamento; • Responsabilidades das partes: respectivas responsabilidades do cliente e do fornecedor; • Transição e aceitação: forma de transição de serviços e recepção dos mesmos; • Recursos humanos: implica a definição da forma de transferência de recursos humanos do cliente para o fornecedor (se tal acontecer) e a definição de critérios para a gestão de recursos humanos a nível de selecção, avaliação, contratação, despedimento, etc.; • Gestão do acordo: define processos de auditoria pelo cliente, processos e timings das tarefas administrativas relacionadas com a entrega de serviços; • Término: define as razões que podem levar ao término do acordo, em tempo ou antecipado e detalha as responsabilidades e consequências; • Procedimentos de expiração: define o que acontece no final da vigência do acordo, incluindo as condições de backsourcing ou para um outro fornecedor; • Confidencialidade dos dados: define regras e condições para garantir a confidencialidade da informação de ambas as partes; • Garantias: especifica o que o fornecedor garante no acordo, tendo em consideração os níveis de serviço pretendidos, a qualidade do serviço, os níveis de desempenho, a recuperação de desastre, etc.; • Limitação de obrigações: estabelece os limites de responsabilidade do fornecedor e as condições de desresponsabilização; Capítulo 2 • 19 Indemnizações: como em qualquer outro tipo de contrato o acordo deve ter cláusulas em que uma das partes indemniza a outra por perdas, danos, ou outros prejuízos, em caso de incumprimento de obrigações; • Seguro: pode ser solicitado ao fornecedor a aquisição de um seguro que cubra determinadas situações; • Limitação de responsabilidades: devem ser incluídas cláusulas que permitam desresponsabilizar uma parte, sempre que as perdas ou danos que ocorram se devam a circunstâncias às quais a parte é alheia; • Métodos de comunicação: especifica a forma e as circunstâncias em que deve ser feita a comunicação entre as partes, nomeadamente a comunicação de notícias formais; • Subcontratação: a transferência ou a subcontratação de direitos e obrigações não pode ser feita sem o consentimento de ambas as partes envolvidas no acordo; • Adendas: pressupõe alterações subsequentes ao contrato e esclarece a forma como devem ser abordadas; • Resolução de diferendos: decide o processo a utilizar na resolução construtiva de diferendos; • Delimitação no acordo: exclui confiança em material não incorporado no acordo. Um dos principais objectivos do outsourcing é capitalizar a especialização e a elevada qualidade dos serviços oferecidos pelos fornecedores. Assim, características relacionadas com os níveis de serviço, bem como a quantidade e qualidade dos produtos a serem entregues, medição de desempenhos e métodos para medição de desempenho e níveis de serviço, tornam-se uma parte crítica do acordo (Parikh e Gokhale, 2006). Como regra geral os níveis de serviços (SLAs) devem incluir objectivos mensuráveis e uma definição clara dos resultados finais desejados. Varajão (2002) entende que os níveis de serviço devem ser objectivos, ter métricas claramente definidas e quantificáveis, e devem poder ser supervisionados a um custo razoável. Capítulo 2 20 Para que o cliente acompanhe o progresso do trabalho do fornecedor Parikh e Gokhale (2006) sugerem que o acordo deve especificar o tipo de comunicação entre fornecedor e o cliente durante o período de vigência do contrato (por exemplo, a realização de reuniões ou a entrega de relatórios) e um cronograma associado, garantindo-se a transmissão periódica de informação sobre o desempenho do serviço. Para além disso, o cliente deve garantir o direito de auditar regularmente o desempenho do fornecedor. Aos níveis de serviço devem estar associadas penalizações e, eventualmente, incentivos. Caso o fornecedor não atinja o nível de serviço pré-definido devem ser activadas as penalizações e, se esses níveis forem ultrapassados, mecanismos de incentivo poderão contribuir para aumentar a motivação do fornecedor e conseguir melhores resultados futuros (Osey-Bryson e Ngwenyama, 2006). Para além da produtividade e dos níveis de serviços, outro aspecto importante é a compensação do serviço do fornecedor, ou seja, a área de custos sob o ponto de vista da empresa cliente. Tipicamente os serviços podem ter um custo fixo, ou o custo ser associado a níveis de desempenho. É no entanto necessário prever todas as situações possíveis, no sentido de evitar os “custos escondidos” e de cobrança de valores a taxas inflacionadas por serviços ou alterações não previstas. Por esse motivo o acordo deve contemplar o máximo de situações possíveis que impliquem pagamentos (ITANZ, 1998; Varajão, 2001; Varajão, 2002) e poderá incluir: • Modelo de preços para cada actividade transferida; • Taxas fixas para todos os serviços fornecidos; • Especificação de serviços que fazem parte do acordo e dos serviços que serão sujeitos a uma taxa adicional, caso venham a ser necessários; • Modelo de preços e fórmulas de cálculo para serviços ou níveis de serviço adicionais que o cliente venha a requerer, e não façam parte do acordo inicial; • Custos para o período de transição; • Formas de cálculo para penalizações; Capítulo 2 • 21 Base para revisão de taxas no caso de reduções ou aumentos extraordinários de trabalho, consequência da evolução futura do negócio do cliente; • Base para revisão de taxas durante o período de contrato, e indexações para gerir eventuais aumentos; • Taxas a serem aplicadas no término do contrato, incluindo as relacionadas com transferência de activos. Para Tom Lang, director da TPI, empresa de consultadoria de global sourcing em Houston, um ponto importante na elaboração do contrato é a sua duração. O período de duração previsto depende de vários factores, sendo o tipo de serviço influenciador deste aspecto dos contratos. Há alguns anos atrás, os contratos de outsourcing típicos tinham a duração de referência de 3 a 10 anos (Varajão, 2001), tendo hoje em dia uma média inferior a 5 anos. No entanto, para uma maior rentabilização de contrato de serviços como Data Center, é recomendavel uma duração mínima de 5 anos (The Outsourcing Institute, 2010). Para o desenvolvimento de aplicações, Helen Huntley da Gartner Inc. considera que os contratos têm normalmente a duração de 2 a 3 anos e acordos de infra-estruturas têm tendência a durar entre 3 a 5 anos (The Outsourcing Institute, 2010). Os contratos de data center são contratos de longo prazo porque exigem um investimento inicial significativo em infra-estruturas que necessita de tempo para ser recuperado. A existência de versatilidade no contrato é essencial para lidar com a mudança que ocorre no mundo e nas organizações. Ao longo do tempo os requisitos do negócio mudam, a tecnologia sofre alterações a nível de hardware e de software e é necessário que o contrato dê resposta a estas situações. Helen Huntley refere que existem medidas que se podem adoptar e que nitidamente contribuem para uma maior “elasticidade” do contrato como, por exemplo, considerar contratos de curto prazo, que permitam ajustes nos preços em função da evolução dos preços de mercado; efectuar revisões periódicas dos níveis de serviço; incluir no contrato cláusulas que permitam reabrir os contratos caso sejam ultrapassadas determinadas condições prédefinidas (alterações no volume de negócio, alterações de preços de mercado) ou caso haja mudanças como, por exemplo, alterações estruturais na empresa cliente ou fornecedora. A versatilidade também pode estar relacionada com cláusulas de término de contrato, na medida Capítulo 2 22 em que devem estar previstos o fim natural do projecto, a criação de condições de transferência para um novo fornecedor, a terminação antecipada ou direitos específicos para a sua renovação (The Outsourcing Institute, 2010). Findo o contrato, pode ser activado um mecanismo de renovação automática, a qual poderá ser cancelada a partir do momento em que uma das partes manifeste o interesse em não o renovar, implicando habitualmente a realização de uma comunicação prévia com uma antecedência acordada. O contrato deve garantir o direito à parte lesada de terminar o acordo, se a outra parte cometer uma falha material ou se houver uma violação material das responsabilidades e garantias. Da parte do fornecedor, estas falhas materiais podem ser incumprimento continuado dos níveis de serviço, quebra de confidencialidade e de propriedade intelectual ou violação de obrigações de exclusividade. Como falha material da parte do cliente pode considerar-se, por exemplo, o não pagamento continuado das taxas de serviço (Parikh e Gokhale, 2006). O término por conveniência é outra modalidade de interrupção do contrato, em que uma das partes está autorizada a cessar o acordo, mesmo sem a existência de falhas da outra parte, sendo no entanto obrigada ao pagamento de taxas de terminação e a uma comunicação prévia definida no contrato. O desejo de mudança de fornecedor é uma situação que pode ocorrer, implicando a terminação natural ou antecipada do contrato, pelo que este deve definir de forma clara qual deverá ser o comportamento de ambas as partes e deve ser garantido um período de transição. O fornecedor é responsável por assegurar a passagem de conhecimentos a elementos designados pelo cliente, bem como disponibilizar documentação dos processos e realizar todas as actividades que sejam consideradas necessárias para a passagem dos serviços. Pode ser negociada a posse de activos, infra-estruturas, pessoas, etc. Será importante que as organizações possuam sempre um plano alternativo preparado, de modo a garantir capacidade de acção. É fundamental a existência de uma equipa interna qualificada (dimensionada de acordo com a organização) que acompanhe continuamente o fornecimento de serviços, não apenas para supervisionar os trabalhos, mas também para planear e executar a transferência de serviços quando necessário (Varajão, 2002). Capítulo 2 23 Muitas vezes a interrupção do acordo de outsourcing está relacionada com a deterioração da relação entre cliente e fornecedor, que por diversos motivos pode deixar de funcionar. Um término antecipado não é, à partida, do interesse de nenhuma das partes, uma vez que existe investimento feito, para o qual se desejaria retorno. Em alguns casos a resolução do problema passa pela aplicação de alguns mecanismos que, sempre que possível, devem ser previstos no contrato e que podem ser usados no sentido de recuperar a relação, antes de se avançar para soluções mais drásticas. 2.6 Dificuldades que tipicamente surgem nos relacionamentos Segundo Lacity e Willcocks (1998), os acordos de outsourcing podem diferir em muitos aspectos porém, no seu nível mais básico, apresentam em comum o facto de envolverem participantes numa espécie de relacionamento de troca, que são geridos pela existência de um contrato. Lee et al. (2000) entendem que a investigação sobre outsourcing pode ser classificada em três grupos, de acordo com o tipo de visão: económica, de gestão estratégica ou social. Esta última difere das anteriores pelo facto de assumir que existem normas partilhadas e uma consonância de interesses entre as partes intervenientes que influenciam a sua interacção, conduzindo a conceitos como confiança, equidade e cooperação, que não se encontram nas outras duas perspectivas. A conclusão geral destes tipos de estudos é que estruturar adequadamente um contrato é necessário mas não é suficiente para o sucesso do outsourcing (Goles e Chin, 2005). O relacionamento entre clientes e fornecedores desempenha um papel central no resultado do processo de outsourcing e pode ser responsável pelo sucesso de um projecto de outsourcing ou, pelo contrário, pode originar o término prematuro de um contrato, com todos os prejuízos que daí advêm. As diferenças culturais entre cliente e fornecedor são um dos factores com maior influência na relação desenvolvida, de acordo com Oza et al. (2004). Englobam-se aqui a cultura de trabalho, o comportamento, os métodos de comunicação, a sensibilidade à cultura e Capítulo 2 24 à atitude. Estes autores consideram que as heranças culturais e a monitorização são duas das maiores dificuldades com que lidam estes relacionamentos. Podem identificar-se como dificuldades nos relacionamentos desta natureza (Varajão, 2002; Delloite, 2005): • Insatisfação com os colaboradores do fornecedor designados para a prestação dos serviços; • Incapacidade de resposta do fornecedor; • Incapacidade do fornecedor na compreensão do negócio; • Falha no cumprimento dos prazos; • Falhas no cumprimento dos níveis de serviço acordados; • Desconfiança e má compreensão resultantes das diferenças da cultura organizacional do cliente e do vendedor; • Resposta tardia do fornecedor; • Resistência a ajustes baseados em benchmarking; • Custos superiores ao esperado; • Baixa qualidade nos serviços contratados. Nos primeiros tempos de um contrato de outsourcing, cliente e fornecedores estão normalmente motivados para o sucesso da relação (Varajão, 2001; Lacity et al., 2009) porém, com frequência, a complexidade na gestão de relacionamentos aumenta com a longevidade do acordo e vão-se acentuando os sintomas de dificuldades e eventuais crispações no relacionamento. Na Figura 5 está representada a evolução das dificuldades ao longo do tempo de duração de um contrato, que dão origem a conflitos. 25 Intensidade Capítulo 2 Conflito Disputas Tensões Diferenças Tempo Figura 5 - Evolução da origem do conflito Adaptado de Almeida (2009) Também pode acontecer que a gestão do relacionamento seja eficaz, criando criando-se mecanismos de coordenação e comunicação que permitem ultrapassar estas dificuldades. Neste caso, porque as partes já desenvolveram uma compreensão mútua, os benefícios para ambas aumentam durante o tempo em que a relação persistir (Goo et al.,, 2007). A Figura 6 representa a evolução das dificuldades ao longo do tempo de duração duração do contrato, em Intensidade situações em que existe um aumento da compreensão entre cliente e fornecedores. Bom relacionamento Compreensão mútua Dificuldades Tempo Figura 6 - Evolução das dificuldades ao longo de um acordo de outsourcing de sistemas de informação Capítulo 2 26 2.7 Situações de conflito com fornecedores O conflito pode ser visto como uma divergência de perspectivas, geradora de tensão por pelo menos uma das partes envolvidas numa determinada interacção e que pode ou não manifestar-se numa incompatibilidade de objectivos (Dimas et al., 2005). Conflito não é o mesmo que problema ou dificuldade. Num conflito existem partes em confronto e desenvolve-se uma atitude de hostilidade, enquanto num problema há um grupo de pessoas que trabalham em conjunto, desenvolvendo-se uma atitude de aproximação (Almeida, 1995). As empresas aderem ao outsourcing por várias razões, mas normalmente procuram reduzir custos e, simultaneamente, maximizar os benefícios resultantes do acesso a capacidades especializadas e recursos dos fornecedores. Por outro lado, o interesse dos fornecedores está focado na maximização dos lucros, minimizando os gastos em tempo, trabalho e recursos. Identifica-se de forma óbvia um conflito de interesses, em que o ganho de uma parte significa o prejuízo da outra (Mehran e Stulz, 2007). Bent e Furton (2003) referem que o conflito de interesses é exacerbado por vários factores: • Os acordos de outsourcing são naturalmente imperfeitos. A antecipação exacta do que pode ocorrer no futuro não é possível e o resultado é a redacção de contratos de uma forma vaga. Este problema torna-se mais ou menos significativo em função da duração do contrato; • A evolução das TI e dos acordos de outsourcing é uma constante. Ao longo de um projecto as circunstâncias mudam e o cliente necessita de evoluir. A evolução do hardware pode ser mais ou menos previsível, porém, o mesmo não se pode afirmar em relação à tecnologia de ponta que provoca um impacto considerável no desenvolvimento de um projecto; • Ao longo do tempo a percepção de valor altera-se, com mudanças no mercado, oportunidades de negócio que surgem, objectivos corporativos, e essa transformação da percepção pode conduzir a perturbações em acordos estabelecidos de outsourcing, aumentando a inquietação, principalmente quando há um investimento de elevadas somas Capítulo 2 27 por longos períodos de tempo. Com tanto em jogo, as partes encontram coragem para assumir posições extremas e o seu comportamento pode ser afectado de maneiras imprevistas, que não estão ligadas a questões de ordem técnica ou de projecto, mas a preocupações legais, de gestão e corporativas. A consequência é uma divergência profunda de interesses entre cliente e fornecedor, que por sua vez endurece a relação e compromete o bom funcionamento do acordo; • Outra origem de conflito é a inaptidão das partes em reforçar os seus respectivos direitos e obrigações contratuais durante a fase executória do acordo de outsourcing. Os processos litigiosos são demasiado lentos, dispendiosos, controversos e o tipo de conflitos que habitualmente surgem não são suficientemente graves para o recurso a uma solução tão drástica e ao mesmo tempo tão imprevisível. Por outro lado, muitos dos “remédios contratuais” considerados num acordo típico de outsourcing só se justificam no caso de um desentendimento extremo, sendo que na maioria dos casos as disputas não atingem este nível. Atendendo a que os conflitos podem surgir de diferentes pontos de vista sobre os mesmos factos, incompatibilidade entre formas de agir, incompatibilidade de resultados desejados, incompatibilidade de valores e ideias e incompatibilidade de sentimentos e emoções (Mader, 2009), na prática tal pode traduzir-se em: • Falta de comprometimento e atitude de serviço por parte do fornecedor; • Falta de comprometimento e atitude de serviço por parte do cliente; • Falhas nos níveis de serviço; • Falta de detalhe nos contratos com consequências a vários níveis, nomeadamente em custos adicionais; • Falta de entendimento do negócio por parte do fornecedor; • Insatisfação com os colaboradores do fornecedor; • Desentendimentos na renegociação dos pontos-chave do contrato. Capítulo 2 28 2.8 Resolução de conflitos O que frequentemente acontece em acordos de outsourcing é que as cláusulas contratuais típicas se revelam insuficientes na resolução de conflitos. Bent e Furton (2003) defendem que a resolução de conflitos durante a fase executória está muito ligad ligada à influência de cada parte e, assim, a disputa acaba por ser resolvida a favor da que tem maior poder económico. A resolução das disputas antes de ser atingida a fase de litígio associada a processos judiciais torna-se se mais eficaz. Assim, o contrato deve incluir mecanismos de resolução de conflitos que incentivem simultaneamente a prevenção e a resolução voluntária dos diferendos. A diversidade de meios de resolução de diferendos disponíveis abrange diversas formas de composição,, apresentadas na Figura 7:: “arbitragem”, “conciliação” e “mediação”. A arbitragem é uma forma privada de resolução de diferendos em que as partes, voluntariamente, escolhem pessoas – o árbitro – para decidirem por elas as suas divergências. A decisão do árbitro tem que ser obriga obrigatoriamente toriamente respeitada. Nos processos do tipo conciliação é utilizado um terceiro elemento que tem por responsabilidade conduzir o processo, em conjunto com as partes, para que se torne possível chegar a um acordo. O conciliador analisa os aspectos objectivos objectivos do conflito, procura uma resolução breve e acompanha as partes envolvidas, propondo soluções para a chegada a um acordo. A mediação é um meio de resolução de diferendos com carácter confidencial, em que a responsabilidade pela construção das decisões é das partes envolvidas. O mediador guia as partes no camin caminho para chegada a um acordo mas não decide o resultado (Portal da Justiça, 2006). Formas de resolução de conflitos Arbitragem Conflitos Conciliação Mediação Figura 7 - Formas de resolução de conflitos entre cliente e fornecedores Capítulo 2 29 Com o objectivo de resolução de conflitos (prevenção e resolução de diferendos) podem ser usados em processos como: • Por comissão conjunta; • Por equipa interna para avaliação/monitorização; • Por nomeação de gestores de conta por parte do fornecedor; • Através de mecanismos estabelecidos (previstos) no contrato; • Contratação de terceiros para avaliação/monitorização; • Realização de reuniões periódicas (cliente/fornecedor); • Elaboração de relatórios periódicos de desempenho; • Avaliação/monitorização de projectos; • Cláusula contratual para resolução de conflitos; • Renegociação de contratos. A prevenção é sempre o caminho mais fácil no sentido de se evitar o aparecimento e/ou o agravamento de eventuais conflitos. A gestão empenhada da relação cliente/fornecedores constitui, como se referiu, um mecanismo sólido preventivo. A monitorização e avaliação de desempenho, a realização de reuniões periódicas, são boas práticas para a obtenção de resultados positivos. Para além disso, soluções como o recurso a mediadores e terceiros que conduzam à resolução de problemas em tempo-real, devem sempre que possível ser contempladas e detalhadas no contrato, evitando-se situações extremas de rescisão de acordos e prejuízos para ambas as partes. 3 Método de investigação Com o propósito de caracterizar de forma abrangente diversos aspectos do outsourcing de serviços de sistemas de informação nas grandes empresas portuguesas foi realizado um estudo, que passou por identificar os serviços que são mais frequentemente contratados a fornecedores externos e perceber como é conduzido o processo de contratação (a nível de selecção de fornecedores e de celebração de contratos). O relacionamento com os fornecedores, os potenciais focos de conflito e os mecanismos adoptados para resolver os problemas foram também considerados. Neste capítulo é apresentado o processo de investigação seguido e é efectuada uma caracterização das empresas que participaram no estudo. 3.1 Descrição do método seguido no estudo Foi realizado um inquérito em que se solicitou a participação dos gestores de sistemas de informação das grandes empresas portuguesas. Este público-alvo em particular foi escolhido pois as grandes empresas são geralmente líderes no uso e aplicação das tecnologias e necessitam de ter departamentos de sistemas de informação bem estruturados, para lidar e gerir toda a arquitectura de tecnologias e sistemas de informação da organização (Varajão et al., 2008). Capítulo 3 31 No estudo foi utilizado um questionário online, que se apresenta no Anexo, cujo convite para participação foi enviado via email e via postal a uma amostra casual estratificada de 200 Gestores de sistemas de informação entre as 1000 maiores empresas portuguesas em termos de facturação (segundo o Instituto Nacional de Estatística), que decorreu entre 18 de Fevereiro e 12 de Abril de 2008. Foram recebidas 36 respostas e, destas, sete foram rejeitadas devido a um número significativo de questões ter sido deixado em branco, obtendo-se um total de 29 respostas válidas (não anónimas), ou seja, cerca de 14.8% de taxa de resposta dado ter havido quatro convites que não foram entregues por dificuldades de correspondência. É, assim, à luz destas características do estudo que devem ser considerados os resultados obtidos. 3.2 Perfil das entidades participantes Nas Tabelas 1, 2 e 3 e nas Figuras 8, 9 e 10 encontram-se identificadas as características das empresas que participaram no inquérito. Na Tabela 1 e na Figura 8 pode verificar-se que a maioria das empresas respondentes (43%) apresenta um volume de negócios compreendido entre 50.000.000 e 250.000.000 euros. Volume de negócios das empresas participantes (em euros) Percentagem Menos de 50.000.000 25% De 50.000.000 a 250.000.000 43% Mais de 250.000.000 14% Não sei/Não respondo 18% Tabela 1 - Volume de negócios das empresas participantes no estudo realizado Capítulo 3 32 18% 25% Menos de 50.000.000 De 50.000.000 a 250.000.000 14% Mais de 250.000.000 43% Não sei/Não respondo Figura 8 - Volume de negócios das empresas participantes no estudo realizado A Tabela 2 e a Figura 9 mostram que a nível de número de utilizadores finais das TI, 43% das empresas têm entre 51 a 200 utilizadores e apenas 7% apresentam mais de 2000 utilizadores. Número de utilizadores finais de TI nas empresas Percentagem 1 a 50 51 a 200 21% 43% 201 a 500 501 a 2000 11% 18% Mais de 2000 7% Tabela 2 - Número de utilizadores finais de tecnologias da informação nas empresas participantes no estudo realizado 7% 18% 21% 1 a 50 51 a 200 201 a 500 11% 43% 501 a 2000 Mais de 2000 Figura 9 - Número mero de utilizadores finais de tecnologias da informação nas empresas participantes no estudo realizado Capítulo 3 33 No estudo realizado verificou-se verificou que em cerca de 93% das empresas respondentes existe um departamento interno de sistemas de informação, informação informática ou similar. A Tabela 3 e a Figura 10 apresentam o orçamento que é atribuído, em euros, a esse departamento. Orçamento do departamento de sistemas Percentagem de informação ou similar ((em euros) Menos de 1.000.000 61% De 1.000.100 1.000.10 a 5.000.000 21% Mais de 5.000.000 5.000.00 7% Não sei/Não respondo 11% Tabela 3 - Orçamento do departamento de sistemas de informação ou similar das empresas participantes no estudo realizado 7% 11% 21% Menos de 1.000.000 61% De 1.000.101 a 5.000.000 Mais de 5.000.000 Figura 10 - Orçamento do departamento de sistemas de informação ou similar das empresas participantes no estudo realizado A maioria das empresas (61%) tem um orçamento inferior nferior a 1.000.000 euros. Em segundo lugar aparecem 21% 21% destas empresas, com um orçamento entre 1.000.100 1.000.10 e 5.000.000 euros. Apenas 7% destas empresas destinam valores superiores a 5.000.000 euros ao departamento de sistemas de informação ou similar. Aproximadamente 96% das empresas recorrem ao outsourcing utsourcing para a obtenção de uma parte significativa dos seus serviços de sistemas de informação, dedicando em média 46% do seu orçamento para tecnologias e sistemas de informação ao outsourcing utsourcing de serviços. 4 Apresentação e discussão de resultados Neste capítulo são apresentados e discutidos os principais resultados obtidos no estudo realizado. Esta apresentação e discussão são feitas ao longo de oito secções independentes mas que, no seu conjunto, constituem a caracterização global do outsourcing de sistemas de informação nas grandes empresas na área da contratação. A secção 4.1 é dedicada aos principais serviços sujeitos a outsourcing, seguindo-se os principais critérios utilizados pelas empresas na escolha do fornecedor na secção 4.2. Os aspectos que são considerados aquando a elaboração do contrato fazem parte da secção 4.3 e a duração média dos contratos realizados pelas grandes empresas é referida na secção 4.4. Seguem-se as dificuldades verificadas na relação com os fornecedores na secção 4.5 e os acontecimentos que normalmente originam situações de conflito na secção 4.6. A opinião dos gestores de sistemas de informação sobre a evolução das dificuldades encontra-se na secção 4.7 e, por fim, a secção 4.8 é dedicada aos mecanismos de gestão de situações de conflito habitualmente usados pelas grandes empresas. Capítulo 4 35 4.1 Serviços de sistemas de informação sujeitos a outsourcing O conhecimento dos serviços que são habitualmente sujeitos a outsourcing pelas grandes empresas é essencial à caracterização a que este estudo se propõe. Para que os resultados obtidos possam ser melhor compreendidos, apresentam-se alguns dados fornecidos por pesquisas anteriores na mesma área. A DiamondCluster (2005) investigou quais os serviços de sistemas de informação que as empresas pretendiam subcontratar a curto prazo e obteve a seguinte lista, ordenada por prioridade decrescente: manutenção e suporte de aplicações; desenvolvimento de aplicações; helpdesk; suporte e manutenção de computadores; gestão de redes; gestão de Data Center; gestão de bases de dados; gestão de servidores; web hosting. Varajão et al. (2007) verificaram que as empresas portuguesas recorrem ao outsourcing de serviços de sistemas de informação para obter principalmente: alojamento web; plataformas e serviços de comunicações; desenvolvimento e manutenção de aplicações; serviços de email e mensagens; redes e gestão de redes. Neste contexto, procurando compreender quais as actuais necessidades das grandes empresas portuguesas a nível da obtenção de serviços de sistemas de informação, questionaram-se os gestores de sistemas de informação sobre os principais serviços sujeitos a outsourcing. Para o efeito foi disponibilizado o seguinte conjunto de serviços: desenvolvimento de aplicações; manutenção de aplicações; integração de sistemas; gestão de redes; gestão de segurança; gestão de recuperação de falhas; plataformas e serviços de comunicações; serviços web; serviços de email e mensagens; gestão de data center; gestão de microinformática; serviços profissionais de consultadoria; helpdesk; formação ao utilizador; formação técnica à equipa interna de TI; gestão de projectos. Para determinar o grau de outsourcing associado a cada serviço, foi pedido aos inquiridos que indicassem qual a percentagem de cada serviço sujeita a outsourcing. Se um serviço fosse totalmente fornecido por uma entidade externa, a percentagem seria de 100%. Na Figura 11 estão listados os serviços de SI identificados pelas empresas respondentes ao inquérito. Capítulo 4 36 Desenvolvimento de aplicações 11.11% 25.93% Manutenção de aplicações 11.11% 25.93% Plataformas e serviços de comunicações 7.41% 18.52% 33.33% Serviços de email e mensagens 44.44% Gestão de segurança 44.44% Serviços Profissionais de consultadoria 37.04% Formação ao utilizador 37.04% Gestão de redes 7.41% 3.70% 3.70% 1-25 % 20% 26-50 % 30% 51-75 % 7.41% 22.22% 18.52% 14.81% 3.70%3.70% 18.52% 11.11%3.70% 3.70%7.41%3.70%7.41% 11.11% 55.56% 10% 3.70%3.70% 11.11% 7.41%3.70%7.41% 66.67% 0% 18.52% 18.52% 3.70% 3.70% 14.81% 18.52% 59.26% Gestão de projectos 0% 22.22% 22.22% 55.56% Gestão de data center 3.70%7.41% 22.22% Gestão de recuperação de falhas Helpdesk 22.22% 29.63% 55.56% 29.63% 11.11% 7.41% 22.22% 48.15% 22.22% 3.70% 7.41%3.70% 3.70% 14.81% Gestão de microinformática 29.63% 18.52% 55.56% Integração de sistemas 29.63% 11.11% 22.22% 18.52% 11.11% 14.81% 22.22% 37.04% Formação técnica à equipa interna de TI 11.11% 7.41% 18.52% 22.22% 22.22% 29.63% Serviços Web 14.81% 22.22% 40% 50% 76-99 % 60% 70% 11.11% 3.70%7.41% 80% 90% 100% 100% Figura 11 - Serviços de sistemas de informação sujeitos a outsourcing pelas grandes empresas portuguesas Para facilitar a comparação dos serviços foi elaborado um ranking, que é apresentado na Figura 12. Capítulo 4 37 Verifica-se que o desenvolvimento de aplicações é o serviço mais frequentemente sujeito a outsourcing nas as grandes empresas (53%), (53%), seguido pela manutenção de aplicações (48%), pelas plataformas lataformas e serviços de comunicações (45%) e pelos serviços Web (43%). Os restantes serviços ocupam posições menos relevantes no ranking.. Por exemplo, a gestão de projectos aparece no final da lista, com uma percentagem de 19%. Desenvolvimento de aplicações 53% Manutenção de aplicações 48% Plataformas e serviços de comunicações 45% Serviços Web 43% Formação técnica à equipa interna de TI 37% Serviços de email e mensagens 36% Integração de sistemas 36% Gestão de segurança 34% Serviços profissionais de consultadoria 33% Formação ao utilizador 32% Gestão de redes 30% Gestão de microinformática 28% Gestão de recuperação de falhas 28% Helpdesk 27% Gestão de data center 23% Gestão de projectos 19% 0% 50% 100% Figura 12 - Serviços erviços de sistemas de informação sujeitos sujeit a outsourcing nas grandes empresas (ranking). Capítulo 4 38 Comparando os resultados dos três estudos referidos - DiamondCluster (2006), Varajão et al. (2007) e o estudo actual - verifica-se que apesar de existir alguma variação na ordem dos serviços mais sujeitos a outsourcing, a manutenção e o desenvolvimento de aplicações mantêm-se sempre nas três primeiras posições, inclusivamente, no estudo realizado pela DiamondCluster a manutenção e suporte ocupa a primeira posição, seguido do desenvolvimento de aplicações. 4.2 Principais critérios utilizados na escolha de fornecedores Encontrar o fornecedor adequado às necessidades de uma organização pode ser um verdadeiro desafio, pelo que a adopção de critérios bem definidos se torna um auxílio valioso. A DiamondCluster (2005) elaborou um ranking dos principais critérios considerados na escolha de formecedores, apresentados pelo ordem decrescente de importância: especialização tecnológica; custos; flexibilidade em reestruturação do modelo operacional; existência de relação prévia ou actual; referências e reputação; experiência no sector; compatibilidade cultural; qualidade reconhecida; posição no mercado; dimensão do fornecedor, localização geográfica. No inquérito realizado foram identificados 16 aspectos tipicamente considerados pelas organizações no momento de seleccionar os fornecedores para um contrato de outsourcing de serviços de SI, procurando-se avaliar a importância relativa de cada um: nível de interesse do fornecedor nas necessidades da organização; flexibilidade para responder a mudanças de negócio e tecnológicas; empenho na indústria de outsourcing; diversidade das capacidades dos efectivos do fornecedor; conjunto de serviços disponibilizados; relacionamento com outros fornecedores com quem haja contratos activos; disponibilidade para a partilha de riscos; conhecimento e experiência na área de negócio da empresa; experiência em contratos com clientes de dimensão similar à da empresa; reputação do fornecedor no mercado; compatibilidade com a cultura da empresa; capacidade para fornecer o tipo de serviço pretendido; estabilidade e solidez financeira do fornecedor; capacidade técnica e de gestão; condições financeiras para a disponibilização de serviços; presença no próprio país. Na Figura 13 está representado o grau de importância atribuído a cada critério e na Figura 14 encontra-se um ranking que permite comparar o nível de importância atribuído a cada critério. Capítulo 4 39 Capacidade para fornecer o tipo de serviço pretendido 3.57% 17.86% Capacidade técnica e de gestão 3.57% 7.14% Conhecimento e experiência na área de negócio da empresa 17.86% Conjunto de serviços disponibilizados Flexibilidade para responder a mudanças de negócio e tecnológicas Estabilidade e solidez financeira do fornecedor 28.57% 28.57% 32.14% 42.86% 42.86% 3.57% 46.43% 25.00% 17.86% 67.86% 3.57%10.71% 46.43% 17.86% Condições financeiras para a disponibilização de serviços 3.57% 14.29% 21.43% 46.43% Reputação do fornecedor no mercado 7.14%7.14% 28.57% 39.29% Experiência em contratos com clientes de dimensão similar à da empresa 3.57% 21.43% Nível de interesse do fornecedor nas necessidades da organização 7.14% Diversidade das capacidades dos efectivos do fornecedor 7.14% Presença no próprio país Compatibilidade com a cultura da empresa 3.57% Disponibilidade para a partilha de riscos 7.14% Empenho na indústria de outsourcing Relacionamento com outros fornecedores com quem haja contratos activos Sem importância Pouco importante 32.14% 14.29% 10.71%3.57% 50.00% 25.00% 50.00% 50.00% 28.57% 0% 32.14% 53.57% 21.43% 7.14% 17.86% 39.29% 25.00% 21.43% 21.43% 14.29% 35.71% 46.43% 3.57% 7.14% 14.29% 39.29% 32.14% 7.14% 21.43% 17.86% 50.00% 46.43% 7.14% 3.57% 21.43% 32.14% 14.29% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% Importante Muito importante Fundamental Figura 13 - Principais critérios utilizados na escolha de fornecedores Na Figura 14 destaca-se como principal critério a pesar na escolha do fornecedor a sua capacidade para fornecer o tipo de serviço pretendido (90%). A capacidade técnica e de gestão e o conhecimento e experiência que o fornecedor detém na área de negócio, ocupam a Capítulo 4 40 segunda e terceira posição, com uma percentagem de 80% e 78%, 78% respectivamente. A quarta posição é ocupada com o conjunto de serviços serviços disponibilizados pelo fornecedor (74%) e a flexibilidade para responder a mudanças de negócios e tecnológicas surge em quinto lugar (73%) deste ranking. Capacidade para fornecer o tipo de serviço pretendido 90% Capacidade técnica e de gestão 80% Conhecimento e experiência na área de negócio da empresa 78% Conjunto de serviços disponibilizados 74% Flexibilidade para responder a mudanças de negócio e tecnológicas 73% Estabilidade e solidez financeira do fornecedor 70% Condições financeiras para a disponibilização de serviços 64% Reputação do fornecedor no mercado 63% Experiência em contratos com clientes de dimensão similar à da empresa 63% Nível de interesse do fornecedor nas necessidades da organização 63% Diversidade das capacidades dos efectivos do fornecedor 63% Presença no próprio país 62% Compatibilidade com a cultura da empresa 61% Disponibilidade para a partilha de riscos 56% Empenho na indústria de outsourcing 47% Relacionamento com outros fornecedores com quem haja contratos activos 45% 0% 50% 100% Figura 14 - Principais rincipais critérios utilizados na escolha de fornecedores (ranking nking) A estabilidade e solidez financeira do fornecedor encontra-se encontra se na sexta posição (70%), sendo depois visível a existência de um grupo de aspectos com um nível de preocupação Capítulo 4 41 muito semelhante: as condições financeiras para a disponibilização do serviço; a reputação do fornecedor no mercado; experiência em contratos com clientes de dimensão similar à da empresa; nível de interesse do fornecedor nas necessidades da organização; a diversidade das capacidades dos efectivos do fornecedor; a localização geográfica; e a compatibilidade com a cultura da empresa. É oportuno observar que a compatibilidade com a cultura da empresa, que é habitualmente um factor com forte impacto num processo de outsourcing, não é muito valorizada. O relacionamento com outros fornecedores com quem haja contratos activos não é um critério em destaque na escolha de fornecedores. Comparando os resultados deste estudo com os que foram apresentados no ranking da DiamondCluster (2005), verifica-se que esta comparação não é imediata pela forma como os critérios foram redigidos. No entanto, a preocupação com a “capacidade do fornecedor para fornecer o serviço” e a sua “capacidade técnica e de gestão” (do actual estudo) pode relacionar-se com a “especialização tecnológica” (do estudo da DiamondCluster), embora os primeiros critérios sejam nitidamente mais abrangentes. Esta capacidade ou especialização são os critérios mais importantes nos dois estudos. Os “custos”, que surgem como o segundo critério no ranking da DiamondCluster, surgem como “condições financeiras para a disponibilização de serviços” no actual estudo e ocupam apenas a sétima posição. Na terceira posição a DiamondCluster apresenta a “flexibilidade em estruturar modelos operacionais”, enquanto este estudo opta por “flexibilidade para responder a mudanças de negócio e tecnológicas”, que ocupa a quinta posição. Verifica-se ainda que a “localização geográfica” ou a “presença no próprio país” não são critérios muito valorizados. A “compatibilidade de cultura” e a “compatibilidade com a cultura da empresa” não aparecem em posição de destaque, apesar de este aspecto poder influenciar significativamente o tipo de relação que vai ser contruída entre cliente e fornecedores. Capítulo 4 42 4.3 Aspectos que são considerados aquando a celebração de um contrato de outsourcing Considerando-se o contrato um importante mecanismo que permite minimizar os riscos de um acordo de outsourcing, torna-se pertinente conhecer os aspectos que os gestores de sistemas de informação portugueses mais valorizam quando se celebra um contrato desta natureza. Neste sentido, disponibilizou-se um conjunto de 14 opções identificadas na literatura, solicitando aos inquiridos que as colocassem por ordem de importância atribuída: nível de interesse do fornecedor nas necessidades da organização; flexibilidade para responder a mudanças de negócio e tecnológicas; empenho na indústria de outsourcing; diversidade das capacidades do efectivo do fornecedor; conjunto de serviços disponibilizados; relacionamento com outros fornecedores com quem haja contratos activos; disponibilidade para a partilha de riscos; conhecimento e experiência na área de negócio da empresa; experiência em contratos com clientes de dimensão similar à da empresa; reputação do fornecedor no mercado; compatibilidade com a cultura da empresa; capacidade para fornecer o tipo de serviço pretendido; estabilidade e solidez financeira do fornecedor; capacidade técnica e de gestão; condições financeiras para a disponibilização de serviços; presença no próprio país. Na Figura 15 apresentam-se os resultados obtidos, verificando-se que, na celebração de contratos, os gestores de sistemas de informação revelam uma maior preocupação com três aspectos que claramente se destacam: a definição dos níveis de serviços pretendidos (79%), a definição da responsabilidade das partes (74%) e a descrição precisa dos serviços a serem fornecidos (71%). A definição do custo do contrato, a avaliação dos fornecedores, a duração do contrato, a flexibilidade para responder a alterações futuras, a confidencialidade da informação e a redacção dos contratos ocupam uma posição intermédia na lista total, seguindo-se a preocupação com os recursos humanos, a análise cuidada das principais motivações para o negócio e a definição de penalizações por desempenho inadequado. Capítulo 4 43 Definição clara dos níveis de serviço pretendidos 79% Definição da responsabilidade das partes 74% Descrição precisa dos serviços a serem fornecidos 71% Definição do custo do contrato 54% Avaliação dos fornecedores utilizando critérios de avaliação predefinidos 43% Definição da duração de contrato 40% Incorporação no contrato de procedimentos visando a flexibilidade para futuras alterações 38% Definição dos requisitos de confidencialidade de informação 35% Redacção de contratos de um modo positivo, com ênfase no sucesso, sem ambiguidades 35% Consideração dos aspectos relacionados com os recursos humanos, desde o início do processo 28% Análise cuidada das principais motivações de negócio 27% Definição de penalizações por desempenho inadequado 25% Definição de incentivos por desempenho superior 10% Definição de contratos extensos e detalhados 9% 0% 50% 100% Figura 15 - Aspectos que são considerados aquando da celebração de um contrato de outsourcing É interessante notar que a definição de penalizações (25%) aparece com maior destaque do que a definição de incentivos por desempenho superior ao acordado (10%). A definição de contratos extensos e detalhados também tem pouco relevo (9%). 4.4 Duração média dos contratos de outsourcing Procurando complementar a informação sobre os contratos, questionaram-se os gestores de sistemas de informação sobre a duração média dos mesmos. Capítulo 4 44 Foram apresentadas opções de duração dos contratos que são tipicamente consideradas na literatura: 1 ano; 2 anos; 3 anos; 4 anos; 5 anos; 6 anos; mais de 6 anos; muito uito variado. Na Figura 16 pode-se se verificar que os contratos existentes variam bastante na sua duração, tendo maioritariamente um ciclo de vida igual ou inferior a 3 anos (73%). Destes, 35% têm a duração de 1 ano, 23% de dois anos e 15% de 3 anos. Muito variado 8% >6 15% 6 0% 5 4% 4 0% 3 15% 2 23% 1 35% 0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% 40% Figura 16 - Duração média dos contratos de outsourcing Com um tempo de vida mais prolongado (superior a 6 anos), são assinados 23% dos contratos de outsourcing. Uma maioria de contratos com duração igual ou inferior a três anos seria expectável, expec uma vez que os tipos de serviços serviço maioritariamente sujeito a outsourcing est estão relacionados com o desenvolvimento e manutenção de aplicações (Figura 12). 1 Recorde-se se que, de acordo com a literatura, a duração típica dos contratos para este tipo de serviço serviço é de 2 a 3 anos. Uma vantagem referida na literatura que se atribui a este tipo de contratos (de duração curta/média) é uma certa flexibilidade inata, no sentido em que não será necessário prever e precaver muitas mudanças nças no mercado e na tecnologia. Tal não acontece em contratos de longa duração. Capítulo 4 45 Por conseguinte, não sendo a versatilidade para responder a mudanças de negócio e tecnológicas uma das principais preocupações dos gestores de sistemas de informação na escolha dos fornecedores, o facto de as empresas optarem por contratos de curta/média duração poderá ser visto como uma forma de assegurarem a existência dessa versatilidade nos contratos. 4.5 Dificuldades verificadas na relação com os fornecedores Ao longo do período de duração dos contratos surgem naturalmente dificuldades de várias naturezas que podem ser ultrapassadas ou dar origem a desentendimentos. Neste estudo procurou-se identificar quais as principais dificuldades que os gestores de sistemas de informação encontram na relação com os fornecedores, através de uma questão com um conjunto de várias possibilidades: falhas no cumprimento dos níveis de serviço acordados; desacordo relativamente ao âmbito/preço; insatisfação com os colaboradores do fornecedor designados para a prestação dos serviços; renegociação de pontos-chave; escalar de disputas; ajustes com base em Bechmarking; mudanças injustificadas face ao contratado; terminação precoce; litígios legais; serviços contratados seriamente afectados; custos superiores ao esperado; incapacidade do fornecedor na compreensão do negócio; incapacidade de resposta do fornecedor; incapacidade de ultrapassar problemas identificados na relação com o fornecedor; falta de comprometimento da gestão de topo; falta de controlo de gestão; transferência tecnológica difícil; falha no cumprimento de prazos; perda de recursos humanos qualificados. Na Figura 17 apresentam-se os resultados obtidos e verifica-se que são as falhas no cumprimento dos níveis de serviço acordados a principal dificuldade encontrada ao longo da duração do contrato. Levanta-se aqui uma questão: sendo a definição dos níveis de serviço a maior preocupação na elaboração do contrato, quais serão as variáveis responsáveis pela dificuldade neste aspecto? Na prática verifica-se que os fornecedores, por vezes enfrentando picos de procura, acabam por não ter capacidade para assegurar os níveis de serviço a que se comprometeram. A falha no cumprimento dos prazos é também uma dificuldade em destaque. A incapacidade do fornecedor na compreensão do negócio aparece como a terceira dificuldade mais significativa e já com bastante menos expressão. Esta incapacidade pode resultar do Capítulo 4 46 facto de a compatibilidade de culturas não ser uma das principais preocupações na escolha dos fornecedores, o que pode mais tarde dar origem a desentendimentos. Falhas no cumprimento dos níveis de serviço acordados 80% Falha no cumprimento dos prazos 67% Incapacidade do fornecedor na compreensão do negócio 48% Incapacidade de resposta do fornecedor 44% Insatisf. com os colaboradores do fornec. designados para a prestação dos serv. 38% Custos superiores ao esperado 32% Serviços contratados seriamente afectados 31% Perda de recursos humanos qualificados 30% Renegociação de pontos-chave 28% Mudanças injustificadas face ao contratado 28% Incapacidade de ultrapassar prob. identificados na relação com o fornec. 27% Desacordo relativamente ao âmbito/preço 26% Transferência tecnológica dificil 26% Falta de controlo de gestão 23% Falta de comprometimento da gestão de topo 23% Escalar de disputas 21% Ajustes com base em Benchmarking 21% Terminação precoce 16% Litígios legais 10% 0% 50% 100% Figura 17 - Dificuldades verificadas na relação com os fornecedores A incapacidade de resposta do fornecedor e a insatisfação do cliente com os recursos humanos do fornecedor ocupam a quarta e quinta posição, com 44% e 38%, respectivamente. Capítulo 4 47 Os custos superiores ao esperado não fazem parte das cinco principais dificuldades identificadas, pelo que se poderá depreender que os desvios de custos custo em relação ao esperado nãoo são significativos nestes acordos. A terminação precoce dos contratos (16%) e os litígios legais (10%) ocupam as posições inferiores do ranking,, o que se afigura como um sinal positivo. Como é referido na literatura, as terminações precoces não são, à pa partida, rtida, benéficas para qualquer das partes e os processos legais de resolução de litígios são demorados e com resultados duvidosos. 4.6 O que normalmente origina situações de conflito com os fornecedores É também pertinente analisar o que normalmente origina conflitos nflitos entre cliente clientes e fornecedores. Foram dadas sete opções aos inquiridos: falta alta de detalhe nos contratos; falta de entendimento do negócio por parte do fornecedor; falhas alhas nos níveis de serviço; insatisfação com os colaboradores do fornecedor; renegociação dos pontos-chave chave do contrato; falta de comprometimento e atitude de serviço por parte do fornecedor; falta alta de comprometimento e atitude de serviço por parte do cliente. Falhas nos níveis de serviço 71% Falta de comprometimento e atitude de serviço por parte do fornecedor 49% Falta de entendimento do negócio por parte do fornecedor 40% Insatisfação com os colaboradores do fornecedor 36% Falta de detalhe nos contratos 28% Renegociação dos pontos chave do contrato 19% Falta de comprometimento e atitude de serviço por parte do cliente 15% 0% 50% 100% Figura 18 - O que normalmente origina situações de conflito com os fornecedores Capítulo 4 48 “Dificuldades”, “problemas” e “conflitos” são conceitos diferentes. No entanto, é muito provável que dificuldades não resolvidas originem conflitos. Esta situação pode ser encontrada nos gráficos da Figura 17 e da Figura 18. Verifica-se que o incumprimento nos níveis de serviço é a principal dificuldade encontrada pelos gestores de sistemas de informação, sendo também identificada como a principal razão que leva a que surjam conflitos. A falta de comprometimento e atitude de serviço por parte do fornecedor, que os gestores de sistemas de informação classificam como a segunda principal razão problemática (49%), pode por si só gerar conflitos e ainda contribuir negativamente para um esforço desenvolvido no sentido de ultrapassar dificuldades relacionadas com os níveis de serviço. Por sua vez, a falta de entendimento do negócio por parte do fornecedor (40%), apresentada na terceira posição, não deixa de estar interligada com as duas situações imediatamente anteriores, uma vez que o facto de o negócio não ser bem compreendido pode originar diferenças de interpretação e fazer com que se reflictam nos níveis de serviço pretendidos. A falta de detalhe nos contratos, a renegociação de pontos-chave e a falta de comprometimento e atitude de serviço por parte do cliente são consideradas como questões menos conflituosas. 4.7 Evolução das dificuldades ao longo do tempo de duração do contrato Na literatura, a duração dos contratos é normalmente uma variável relacionada com a qualidade da relação entre cliente e fornecedor, na medida em que à medida que aumenta o tempo de trabalho conjunto, diminui a motivação e o entusiasmo inicial (Lacity et al., 2009) e aumenta a probabilidade de se ampliarem as dificuldades no relacionamento. Pretendendo verificar-se se este pressuposto se aplica nos acordos de outsourcing em Portugal, questionaram-se os gestores de sistemas de informação sobre a evolução das dificuldades identificadas no ponto 4.5. Os resultados obtidos deram origem à Figura 19, através da qual se pode verificar que, apesar do cenário de dificuldades apresentado, certo é que 36% dos inquiridos consideram que ao longo da duração do contrato existe uma melhoria das condições. Capítulo 4 49 Diminuem 40% 36% 30% 20% 10% Mantêm-se 18% 0% 25% Agravam-se 21% Não sei/Não Respondo Figura 19 - Evolução das dificuldades ao longo do tempo de duração do contrato Poder-se-á atribuir a melhoria nas condições a uma evolução favorável do relacionamento entre fornecedor e cliente? Conseguindo-se uma comunicação eficaz entre as partes, ao longo do tempo o fornecedor vai-se tornando mais conhecedor do negócio e das necessidades do cliente, o que lhe permite desenvolver serviços com níveis mais adequados. Aumentará também a sua sensibilidade para a necessidade de cumprimento dos prazos e, em simultâneo, existirá uma melhor compreensão por parte do cliente para as dificuldades com que o fornecedor se poderá deparar, dando origem a uma maior tolerância às falhas. Uma comunicação eficaz permite ainda detectar possíveis desvios e insatisfações em relação aos colaboradores do fornecedor, e alinhá-los com as necessidades do serviço (que foi a quinta maior dificuldade seleccionada pelos gestores de SI portugueses). De notar que 18% dos gestores de sistemas de informação referem que as dificuldades não são ultrapassadas com o passar do tempo e 25% afirmam que existe inclusivamente um agravamento das mesmas. 4.8 Mecanismos de gestão de situações de conflito Partindo-se do princípio que surgem situações de conflito, os gestores de SI foram questionados sobre a forma como essas situações devem ser geridas. O resultado é apresentado no gráfico da Figura 20, encontrando-se os mecanismos utilizados ordenados por ordem decrescente de importância. Capítulo 4 50 Renegociação do contrato 75% Cláusula contratual para resolução de conflitos 25% 54% Clausula contratual que permita ir ao mercado periodicamente fazer Benchmarking 46% 25% 75% sim não Mediação terceira 11% 89% Por comissão paritária 4% 96% 0% 50% 100% Figura 20 - Mecanismos de gestão de situações de conflito Verifica-se se que 75% dos gestores de SI consideram a renegociação do contrato como a solução mais adequada em caso de conflito e 54% encaram também que a existência de uma cláusula contratual de resolução de conflitos é um mecanismo útil nestas situações. tuações. Ainda assim, verifica-se se que existe uma percentagem razoável de gestores de sistemas de informação (46%) que não valoriza a cláusula contratual neste contexto.. Frequentemente persiste a ideia de que ao longo da duração de um acordo de outsourcing estas cláusulas são simplesmente ignoradas, prevalecendo os interesses da parte com maior poder económico ou negocial (Bent e Furton, 2003). 2003) Verifica-se se que o recurso à mediação terceira é muito pouco valorizado pelos gestores de SI (89% não o referem), po possivelmente te porque este mecanismo se torna mais útil em contratos de longa duração, que em Portugal são em menor número. A comissão paritária é um mecanismo que também não recebe muita atenção por parte dos gestores de SI,, sendo que 96% não lhe atribui gr grande significado. 5 Conclusão Neste último capítulo são sintetizadas as principais matérias abordadas na dissertação e os principais resultados obtidos. São ainda feitas algumas considerações finais e são também sugeridas novas possibilidades de investigação tendo por base o trabalho desenvolvido. 5.1 Síntese do trabalho realizado O estudo realizado possibilitou identificar, para além dos principais serviços de SI sujeitos a outsourcing, diversos aspectos que os gestores de sistemas de informação valorizam na contratação de serviços de outsourcing, nomeadamente na escolha de fornecedores, elaboração de contratos e resolução de eventuais conflitos. Os resultados obtidos revelam que as grandes empresas dispendem 46% do seu orçamento para tecnologias de informação e sistemas de informação em acordos de outsourcing e actualmente recorrem ao outsourcing de serviços de sistemas de informação principalmente para serviços de desenvolvimento e manutenção de aplicações, optando maioritariamente por contratos de menor duração e por critérios bem definidos para gerir o processo de contratação de serviços. Capítulo 5 52 Em traços gerais, verificou-se que no processo de escolha de fornecedores as empresas exigem principalmente que estes sejam capazes de fornecer os serviços desejados, detenham a capacidade para o fazer a vários níveis e detenham conhecimento e experiência na área do negócio. Na elaboração de contratos, a preocupação com a definição dos níveis de serviço, a definição da responsabilidade das partes e a definição dos serviços a serem fornecidos, destacam-se claramente. Também se constatou que a duração da maioria dos contratos se enquadra no período de um a três anos. As dificuldades identificadas no relacionamento com os fornecedores incidem maioritariamente em falhas de cumprimento de níveis de serviço, de prazos e falhas de compreensão do negócio e na sua maioria vão-se atenuando ao longo do tempo de duração do contrato. As falhas nos níveis de serviço previamente acordadas são também identificadas como sendo a principal origem de conflitos, que são maioritariamente resolvidos através da renegociação dos contratos. 5.2 Principais contributos e limitações O outsourcing de serviços de sistemas de informação cresceu de tal forma nos últimos anos que deixa de ser a excepção para se tornar na regra (Iijima, 2006). No caso de Portugal, a IDC estima um crescimento do outsourcing de SI a uma taxa média de 5,5% até 2012 (PORTAL IDC, 2008a). Se for corretamente pensado, desenvolvido e utilizado, adoptando-se práticas de gestão bem consolidadas, o outsourcing de sistemas de informação pode ser uma fonte de novas oportunidades. No entanto verifica-se que o índice de fracassos neste tipo de acordos é elevado, apresentando taxas de insucesso na ordem de 40% a 70%, de acordo com a CXO (2009a). O insucesso de acordos de outsourcing pode ter vários tipos de consequências para as empresas, sendo uma delas o comprometimento de uma considerável fatia do seu orçamento. Em Portugal, por exemplo, os 46% do orçamento médio de que as empresas dispõem para tecnologias de informação e sistemas de informação e que são dedicados ao outsourcing de Capítulo 5 53 SI, podem ser colocados em risco. É assim importante desenvolver mecanismos que combatam o fracasso de acordos de outsourcing de SI. Certo é que não existem receitas mágicas para que um acordo de outsourcing de serviços de SI seja bem sucedido, no entanto, as práticas de gestão podem sempre ser melhoradas, permitindo obter melhores resultados. Tendo presentes os três tipos de determinantes de sucesso identificados por Lacity et al. (2009) e referidos no Capítulo 2 desta dissertação - processo de decisão de outsourcing de SI, gestão contratual e gestão relacional - este trabalho focou-se em áreas de estudo do outsourcing que têm influência directa no sucesso de um acordo, nomeadamente, a selecção de fornecedores, a contratação, a gestão do relacionamento e do conflito. Após a identificação dos principais serviços sujeitos a outsourcing, identificaram-se os critérios que as grandes empresas nacionais adoptam para seleccionar os fornecedores. No contexto da gestão contratual, foi recolhida informação útil sobre os principais aspectos que são tidos em consideração na elaboração de contratos e sobre a duração média dos contratos que são celebrados. A nível de gestão relacional, identificaram-se as principais dificuldades que surgem na relação com os fornecedores e percebeu-se como essas dificuldades evoluem ao longo do tempo de duração do acordo. Determinaram-se também as principais causas responsáveis pelo surgir de situações de conflito e como as empresas fazem a gestão deste tipo de situações. A principal limitação deste trabalho está associada ao facto de a amostra utilizada no inquérito se basear nas maiores empresas portuguesas, motivo pelo qual não se poderá generalizar os resultados obtidos às empresas de menor dimensão. Considerando que a procura de soluções passa, inevitavelmente por um bom conhecimento do problema, com este estudo procurou-se contribuir para uma melhor compreensão do fenómeno do outsourcing de serviços de sistemas de informação, na expectativa de proporcionar informação útil para empresas e fornecedores desenvolverem processos de contratação com a noção das práticas que frequentemente são seguidas e, dessa forma, poderem criar mecanismos de gestão mais eficazes. Capítulo 5 54 5.3 Trabalho Futuro Como proposta de trabalho futuro fica o desafio de realizar um estudo semelhante aplicado a pequenas e médias empresas, que permita uma caracterização mais abrangente do outsourcing de serviços de sistemas de informação em Portugal. Estudos que possam aprofundar alguns dos pontos abordados neste estudo, incidindo concretamente, sobre o tipo de acordos que se adoptam em processos de outsourcing ou nos modelos de contratos que são habitualmente usados, são dois dos desafios para a investigação e que poderão dar continuidade ao trabalho apresentado nesta dissertação. Referências Almeida, F.A. (1995). Psicologia para Gestores: Comportamentos de Sucesso nas Organizações - Editora McGraw-Hill de Portugal, Lda. Almeida, M.R. (2009). Gestão de conflitos. Acedido em 10.03.2010, em: http://issuu.com/mra.almeida. Alter, A.E. (2007). I.T. outsourcing: expect the unexpected. CIO Insight. Acedido em 20.02.2010 em: http://www.cioinsight.com/c/a/Past-News/March-2007-ResearchSlideshow-Outsourcing/ Aubert, B.A.; Patry, M.; Rivard, S. (2005). A framework for information technology outsourcing risk management. The Data Base for Advances in Information Systems, 36 (4). Bent, P.; Furton, M.T. (2003). Managing conflict in outsourcing: the application of real-time dispute resolution in IT outsourcing engagements. Acedido em 10.03.2010, em: http://www.outsourcing-journal.com/issues/oct2003/legal.html. BRIEFS (1996). IT sourcing: the modern dilemma. BRIEFS Network. Referências 56 Constantino, N.; Pellegrinno, R. (2010). Choosing between single and multiple sourcing on supplier default risk: A real option approach. Journal of Purchasing Supply Management,16, 27-40. Cullen, S.; Seddon, P.; Willcocks, L.P. (2005). Managing outsourcing: the life cycle imperative. MIS Quarterly Executive, 4 (1), 229-246. CXO (2009a). Outsourcing. Tecnologias de Informação para executivos. Acedido em 30.01.2010 em: http://www.cxo.com.pt/index.php?option=com_content&task= view&id=604&Itemid=66 CXO (2009b). Crise Económica estimula outsourcing de TI. Tecnologias de Informação para executivos. Acedido em 30.01.2010 em: http://www.cxo.com.pt/index.php? option=com_content&task=view&id=792&Itemid=91 Dahlberg, T.; Nyrhinen, M. (2006). A new instrument to measure the success of IT outsourcing. Proceedings of the 39rd Hawaii International Conference on System Sciences, pp: 1-10. Deloitte Consulting (2005). Calling a change in the outsourcing market: the realities for the world’s largest organizations. Dhar, S.; Balakrishran, B. (2006). Risks, benefits, and challenges in global IT outsourcing: perspectives and practices. Journal of Global Information Management, 14(3), 3936. DiamondCluster. (2002). 2002 Global IT Outsourcing Study. DiamondCluster. (2005). 2005 Global IT Outsourcing Study. DiamondCluster. (2006). 2006 Global IT Outsourcing Study. Dibbern, J.; Goles, T.; Hirschheim, R.; Jayatilaka, B. (2004). Information systems outsourcing: a survey and analysis of the literature. Database for Advances in Information Systems, 35 (4), 6-102. Dimas, I.; Lourenço, P.; Miguez, J. (2005). Conflitos e Desenvolvimento nos grupos de Equipas de Trabalho: Uma abordagem Integrada. Psichologica, 38, 103 – 119. Referências 57 Ferreira, A.; Laurindo, F. (2009). Outsourcing decision-making aspects considered by IT departments in Brazilian companies. Int. J. Prodution Economics, 122, 305-311. Frost & Sullivan (2005). Fazendo o outsourcing de TI dar certo: os grandes consumidores de TI na América Latina compartilham suas experiências e mostram como ter sucesso na implementação do outsourcing de TI. Goles, T.; Chin, W. (2005). Information systems outsourcing relationship factors: detailed econceptualization and initial Evidence. ACM SIGMIS Database, 36 (4), 47-67. Gonzalez, R.; Gasco, J.; Llopis, J. (2006). Information systems outsourcing reasons in largest Spanish firms. International Journey of Information Management, 25, 117-136. Goo, J.; Kishore, R.; Rao, H.R.; Nam, K.; Song, Y. (2007). An investigation of factors that influence the duration of IT outsourcing relationships. Decision Support Systems, 42, 2107-2125. Goo, J., Kishore, R., Rao, H.R., Nam, K. (2009). The role of service level agreements in relational management of information technology outsourcing: an empirical study. MIS Quarterly 33, (1), 1–28. Hongxun, J.; Du, H.; Ye, X. (2006). Research on IT outsourcing based on IT systems management. Proceedings of 8th International Conference on Electronic Commerce, pp: 533-537. Iijima, T. (2006). IT outsourcing: can you really justify it? Journal of Corporate Accounting & Finance, 17 (5), 41-50. ITANZ (1998). Outsourcing Guidelines. InformationTechnology Association of New Zeland. Kakumanu, P; Portanova, A. (2006). Outsourcing: Its benefits, drawbacks and other related issues. Journal of American Academy of Business, 9, 1-7. Koh, C.; Ang, S.; Yeo, G. (2007). Does IT outsourcing create firm value? Proceedings of the 2007 ACM SIIGMIS CPR Conference Global Information Technology Workforce, pp: 87-91. Referências 58 Lacity, M.C.; Hirschheim, R. (1993). The information systems outsourcing badwagon. Sloan Management Review, 35 (1), 73-86. Lacity, M.C.; Willcocks, L.P. (1998). An empirical investigation of information technology sourcing practices: lessons from experience, MIS Quarterly, 22 (3). Lacity, M.C.; Khan, S.A.; Willcocks, L.P. (2009). A review of the IT literature: Insights for practice. Journal of Strategic Information Systems, 18, 130-146. Liou, J.J.H; Chuang,Y.-T. (2010). Developing a hybrid multi-criteria model for selection of outsourcing providers. Expert Systems with Applications, 37, 3755-3761. Lee, J.-N.; Huynh, M.Q.; Chi-Wai, K.R.; Pi, S.-M. (2000). The evolution of outsourcing research: what is the next issue? Proceedings of the 33rd Hawaii International Conference on System Sciences. Lee, J-N.; Huynh, M.Q.; Chi-Wai, K.R.; Pi, S.-M. (2003). IT outsourcing evolution: past, presente, and future. Communications of the ACM, 46 (5), 84-89. Maculuve, P.F.; Rodrigues, A.G. (2002). O outsourcing em projectos de desenvolvimento de sistemas de informação: conceitos, princípios e opinião. Sistemas de Informação, 16, 31-40. Mader, J. (2009). Resolução de conflitos. GAPsi – Gabinete de Apoio Psicopedagógico da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. McIvor, R. (2008). What is the right outsourcing strategy for you process? European Management Journal, 26, 24-34. Mehran, H.; Stulz, R.M. (2007). The economics of conflits of interest in finantial institutions. Journal of Financial Economics, 85, 267-296. Meyer, N.D. (1994). A sensible approach to outsourcing. Information Systems Management, 11(4), 23-27. Minneman, W. (1996). How to Outsource a Complex Business Process. Hunter Group. Referências 59 Osey-Bryson, K; Ngwenyama, O. (2006). Managing risks in information systems outsourcing: an approach to analyzing outsourcing risks and structuring incentive contracts. European Journal of Operational Research, 174, 245-264. Oza, N.; Hall, T.; Rainie, A.; Grey, S. (2004). Critical factors in software outsourcing: a pilot study. Data Base for Advances in Information Systems, 67-71. Parikh, M.A., Gokhale, G. (2006). Legal and Tax Considerations in Outsourcing. In: Information Systems Outsourcing. Hirschheim, R., Heinzl, A., Dibbern, J. (Eds.), Springer Berlin Heidelberg, pp: 137-160. Portal da Justiça (2006). Resolução Alternativa de Litígios. Acedido em 16.04.2010, em: http://www.mj.gov.pt/sections/justiça/resolucao-alternativa-de. Portal Executivo (2007). Os prós e os Contras do Outsourcing. Acedido em 26.03.2010, em: http://www.pmelink.pt/article/pmelink_public/EC/0,1655,1005_5051-3_41097-View_429,00.html . PORTALIDC (2008). Outsourcing de TI segmento dos serviços de TI com maior potencial de crescimento até 2010. O portal dos gestores de tecnologia e inovação. Acedido em 19-01-2010, em: http://www.portalidc.com/?no=101000065:122008. Poppo, L.; Zenger, T. (2002). Do formal contracts and relational governance function as substitutes or complements? Strategic Management Journal, 23, 707-725. Shepherd, A. (1999). Outsourcing IT in a changing world. European Management Journal, 17(1), 64–84. The Outsourcing Institute (1998). Top Ten Outsourcing Survey. The Outsoucing Institute. (2007). I.T. Outsourcing: Expect the Unexpected. The Outsourcing Institute (2008). Executive Survey: The Outsourcing Institute’s annual survey of outsourcing end users. The Outsourcing Institute (2010). IT outsourcing contracts FAQ: Establishing SLAs, flexibility and more. Referências 60 Trigo, A.; Varajão, J.; Figueiredo, N.; Barroso, J. (2007). Information Systems and technology adoption by Portuguese large companies. Proceedings of European and Mediterranean Conference of Information Systems. Varajão, J. (2001). Outsourcing de Serviços de Sistemas de Informação. Lisboa: FCA – Editora de Informática. Varajão, J. (2002). Função de Sistemas de Informação. Contributos para a melhoria do sucesso da adopção de tecnologias de informação e desenvolvimento de sistemas de informação nas organizações. Tese de Doutoramento. Universidade do Minho, Guimarães. Varajão, J.; Gonçalves, R; Barroso, L; Amaral, L. (2006). Outsourcing de serviços de sistemas de informação. Dirigir, 93. Varajão, J; Trigo, A.; Figueiredo, N.; Barroso, J. (2007). TI nas empresas nacionais. CXO, 2, 19-23. Varajão, J.; Trigo, A.; Figueiredo, N.; Barroso, J.; Bulas-Cruz, J. (2008). Information systems services outsourcing reality in large portuguese organizations. International Journal of Business Information Systems, 4 (1), 125-142. Vrancken, R.D. 1995. Outsourcing, Insourcing or Resourcing? Exploring Outsourcing as a process. Office Journal, 12. Willcocks, L., Lacity, M., Fitzgerald, G. (1995). Information technology outsourcing in Europe and in the USA: assessment issues. International Journal of Information Management, 15(5), 333–351. Willcocks, L.P., Lacity, M.C., Kern, T. (1999). Risk mitigation in IT outsourcing strategy revisited: longitudinal case research at LISA. Journal of Strategic Information Systems, 8(3), 285–314. Índice de Autores Almeida, 26, 55 Figueiredo, 5, 11, 35, 38, 60 Almeida, 25, 55 Fitzgeral, 8, 60 Alter, 11,55 Furton, 26, 28, 50, 55 Amaral, 11, 60 Gasco, 8, 57 Ang, 7, 57 Gokhale, 19, 20, 22, 59 Aubert, 13, 55 Goles, 9, 11, 16, 23, 56, 57 Barroso, 5, 11, 35, 38, 60 Gonçalves, 11, 60 Bent, 26, 28, 50, 55 Gonzalez, 8, 58 Bulas-Cruz, 9, 11, 30, 60 Goo, 13, 25, 57 Chin, 16, 23, 57 Grey, 23, 59 Chi-Wai, 9, 10, 11, 13, 23, 58 Hall, 23, 59 Chuang, 12, 58 Hirschheim, 6, 7, 8, 9, 11, 56, 58 Constantino, 15, 56 Hoxgun, 6, 57 Cullen, 12, 13, 56 Huynh, 6, 57 Dahlberg, 10, 56 Iijima, 2, 57 Dhar, 6, 56 Jayatilaka, 9, 11, 56 Dibbern, 9, 11, 56 Kakumanu, 7, 57 Dimas, 26, 56 Kern, 8, 60 Du, 6, 57 Khan, 2, 7, 8, 10, 11, 13, 14, 15, 17, 24, 48, Ferreira, 1, 57 53, 58 Índice de autores 62 Kishore, 13, 25, 57 Patry, 13, 56 Koh, 7, 57 Pellegrinno, 15, 56 Lacity, 2, 6, 7, 8, 10, 11, 13, 14, 15, 17, 23, Pi, 9, 10, 11, 13, 23, 58 24, 48, 53, 58 Poppo, 13, 59 Laurindo, 1, 57 Portanova, 7, 57 Lee, 9, 10, 11, 13, 23, 58 Rainie, 23, 59 Liou, 12, 58 Rao, 13, 25, 57 Llopis, 8, 57 Rivard, 13, 55 Lourenço, 26, 56 Rodrigues, 5, 58 Maculuve, 5, 58 Seddon, 12, 13, 56 Mader, 27, 58 Shepherd, 8, 59 McIvor, 1, 58 Song, 25, 57 Mehran, 26, 58 Stulz, 26, 58 Meyer, 13, 58 Trigo, 5, 11, 35, 38, 60 Miguez, 26, 56 Varajão, 5, 7, 8, 11, 12, 14, 15, 16, 17, 19, Minneman, 7, 58 20, 21, 22, 24,35, 38, 60 Nam, 13, 25, 57 Vrancken, 12, 60 Ngwenyama, 12, 20, 59 Willcocks, 2, 7, 8, 10, 11, 13, 14, 15, 17, Nyrhinen, 10, 56 23, 24, 48, 53, 58, 60 Osey-Bryson, 12, 20, 59 Ye, 6, 57 Oza, 23, 59 Yeo, 7, 57 Parikh, 19, 20, 22, 59 Zenger, 13, 59 Anexo – Questionário OSSI 2008 PT – Outsourcing de Serviços de Sistemas de Informação Identificação 0.1: Nome (do respondente) Escreva aqui a sua resposta: 0.2: Email (do respondente) Escreva aqui a sua resposta: Caracterização da empresa *1.1: Quantos utilizadores finais de tecnologias de informação possuí a empresa? Escolha *apenas* uma das opções seguintes: □ □ □ □ □ □ 1 a 50 51 a 200 201 a 500 501 a 2000 Mais de 2000 Não sei/Não respondo Questionário 64 *1.2: Existe um departamento de sistemas de informação, de informática ou similar? Escolha *apenas* uma das opções seguintes: □ □ Sim Não [Responder apenas a esta questão se respondeu ‘Sim’ na questão ‘1.2’] *1.2.1: Qual a designação do departamento? Escreva aqui a sua resposta: [Responder apenas a esta questão se respondeu ‘Sim’ na questão ‘1.2’] *1.2.2: Quantos funcionários por categoria/função compõem o departamento (internamente)? Escreva aqui a sua resposta: Estagiários: Técnicos de Informática: Analistas juniores: Analistas seniores: Programadores juniores: Programadores seniores: Gestores de projecto: Outros: *1.3: Qual o volume de negócios da empresa? Escolha *apenas* uma das opções seguintes: □ □ □ □ Menos de 50 000 000 € De 50.000.001 a 250.000.000 € Mais de 250.000.001 € Não sei/Não respondo [Responder apenas a esta questão se respondeu ‘Sim’ para a questão ‘1.2’] *1.4: Qual o volume do orçamento do departamento de sistemas de informação ou similar? Escolha *apenas* uma das opções seguintes: □ □ □ □ Menos de 1.000.000 € De 1.000.001 a 5.000.000 € Mais de 5.000.001 € Não sei/Não respondo Questionário 65 Serviços sujeitos a outsourcing na empresa *2.1: A sua empresa recorre ao outsourcing de serviços de sistemas de informação? Escolha *apenas* uma das opções seguintes: □ □ Sim Não 2.1.1 Se sim, qual a percentagem aproximada do orçamento de informática (ou similar) dedicada à contratação de serviços de outsourcing ( indicar a percentagem de 1% a 100%)? Escreva aqui a sua resposta: *2.2: Quais os serviços de sistemas de informação sujeitos a outsourcing? Por favor indique a percentagem de outsourcing (exemplo: um serviço totalmente fornecido por uma entidade externa será 100% outsourcing). Por favor escolha uma resposta apropriada para cada ítem: 0% Desenvolvimento de aplicações Manutenção de aplicações Integração de sistemas Gestão de redes Gestão de segurança Gestão de recuperação e falhas Plataformas e serviços de comunicações Serviços Web Serviços de email e mensagens Gestão de Data Center Gestão de microinformática Serviços profissionais de consultadoria Helpdesk Formação ao utilizador Formação técnica à equipa de interna de TI Gestão de projectos □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ 125% 26%50% 51%75% 76%99% 100% □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ Questionário 66 Serviços sujeitos a outsourcing na empresa *3.1: Quais os principais critérios utilizados na escolha de fornecedores (por favor classifique a sua importância)? Por favor escolha uma resposta apropriada para cada ítem: Sem importância Nível de interesse do fornecedor nas necessidades da organização Flexibilidade para responder a mudanças de negócio e tecnológicas Empenho na indústria de outsourcing Diversidade das capacidades dos efectivos do fornecedor Conjunto de serviços disponibilizado Relacionamento com outros fornecedores com quem haja contratos activos Disponibilidade para a partilha de riscos Conhecimento e experiência na área de negócio da empresa Experiência em contratos com clientes de dimensão similar à da empresa Reputação do fornecedor no mercado Compatibilidade com a cultura da empresa Capacidade para fornecer o tipo de serviço pretendido Estabilidade e solidez financeira do fornecedor Capacidade técnica e de gestão Condições financeiras para disponibilização de serviços Presença no próprio país a Pouco importante Importan te Muito importante Fundamental □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ □ *3.2: Quais os principais critérios utilizados na escolha de fornecedores (por favor classifique a sua importância)? Por favor seleccione as caixas por ordem de preferência de 1 a 14: Análise cuidada das principais motivações de negócio Consideração dos aspectos relacionados com os recursos humanos, desde o início do processo Avaliação dos fornecedores utilizando critérios de avaliação predefinidos Redação de contratos de um modo positivo, com ênfase no sucesso, sem ambiguidades Definição clara dos níveis de serviço pretendidos Definição de contratos extensos e detalhados Questionário 67 Incorporação no contrato de procedimentos visando a flexibilidade para futuras alterações Descrição prevista de serviços a serem fornecidos Definição de incentivos por desempenho superior Definição de penalizações por desempenho inadequado Definição da duração do contrato Definição do custo do contrato Definição da responsabilidade das partes Definição de requisitos de confidencialidade de informação *3.3: Qual a duração média dos principais contratos de outsourcing? Escolha *apenas* uma das opções seguintes: □ □ □ □ □ □ □ □ 1 ano 2 anos 3 anos 4 anos 5 anos 6 anos Mais de 6 anos Muito variado Relação com os fornecedores de outsourcing *4.1: Quais as dificuldades verificadas na relação com os fornecedores (por favor seleccione primeiro a amior dificuldade e assim sucessivamente)? Por favor seleccione as caixas por ordem de preferência de 1 a 19: Falhas no cumprimento dos níveis de serviço acordados Desacordo relativamente ao âmbito/preço Insatisfação com os colaboradores do fornecedor designados para a prestação dos serviços Renegociação de pontos-chave Escalar de disputas Ajustes com base em benchmarking Mudanças injustificadas face ao contratado Terminação precoce Litígios legais Serviços contratados seriamente afectados Custos superiores ao esperado Incapacidade do fornecedor na compreensão do negócio Incapacidade de resposta do fornecedor Incapacidade de ultrapassar problemas identificados na relação com o fornecedor Falta de comprometimento da gestão de topo Falta de controlo de gestão Transferência tecnológica difícil Falha no cumprimento de prazos Perda de recursos humanos qualificados Questionário 68 4.2: O que normalmente origina situações de conflito com o fornecedor (por favor seleccione primeiro a principal situação de conflito e assim sucessivamente)? Por favor seleccione as caixas por ordem de preferência de 1 a 7: Falta de detalhe nos contratos Falta de entendimento do negócio por parte do fornecedor Falhas nos níveis de serviço Insatisfação com os colaboradores do fornecedor Re-negociação dos pontos chave do contrato Falta de comprometimento e atitude de serviço por parte do fornecedor Falta de comprometimento e atitude de serviço por parte do cliente 4.3: Considera que as dificuldades identificadas nos pontos anteriores se alteram ao longo do tempo de duração de um contrato de outsourcing? Escolha *apenas* uma das opções seguintes: □ □ □ Melhoram Agravam-se Mantêm-se 4.4: Existindo a possibilidade de ocorrência de conflito entre cliente e fornecedor, como devem ser geridas estas situações? Por favor escolha *todas* as que se aplicam: □ □ □ □ □ Outro Renegociação do contrato Mediação terceira Por comissão paritária Clausula contratual para resolução de conflitos dec Clausula contratual para ir ao mercado fazer benchmarking