O QUE É FILOSOFIA?
A palavra filosofia é grega. É composta por duas outras: philo
e sophia. Philo deriva-se de philia, que significa amizade,
amor fraterno, respeito entre os iguais. Sophia quer dizer
sabedoria e dela vem a palavra sophos, sábio.
Boa pergunta!!!!!!!!!!!
Filosofia significa, portanto, amizade pela sabedoria, amor e
respeito pelo saber.
Filósofo: o que ama a sabedoria, tem amizade pelo saber,
deseja saber.
Assim, filosofia indica um estado de espírito, o da pessoa
que ama, isto é, deseja o conhecimento, o estima, o procura
e o respeita.
O desejo de saber estimula o questionamento
Atribui-se ao filósofo grego Pitágoras de Samos (que viveu no
século V antes de Cristo) a invenção da palavra filosofia.
Pitágoras teria afirmado que a sabedoria plena e completa
pertence aos deuses, mas que os homens podem desejá-la
ou amá-la, tornando-se filósofos.
Pitágoras
A FILOSOFIA É GREGA
A Filosofia, entendida como aspiração ao conhecimento
racional, lógico e sistemático da realidade natural e humana,
da origem e causas do mundo e de suas transformações, da
origem e causas das ações humanas e do próprio
pensamento, é um fato tipicamente grego.
O Partenon, em Atenas
SÓCRATES (470-399 a. C.)
Valorizava o
ensinamento.
debate
e
o
Ironia: perguntas que testam
o
conhecimento
do
interlocutor
Maiêutica: o parto das idéias.
Sócrates concentrou definitivamente o seu interesse na
problemática do homem,concluindo que o que realmente
precisávamos saber era como conduzir nossas vidas e nós
mesmos
Criança e Geopolítica Observando o Nascimento do Homem Novo por Salvador Dali
Só quem tem o verdadeiro conhecimento pode
agir bem.
Platão achava que tudo o que podemos tocar e sentir na
natureza “flui”. Não existe, portanto, um elemento básico que
não se desintegre. Absolutamente tudo o que pertence ao
“mundo dos sentidos” é feito de um material sujeito à
corrosão do tempo. Ao mesmo tempo, tudo é formado a
partir de uma forma eterna e imutável a (ideia).
Para Platão, este aspecto eterno e imutável não é, portanto,
um “elemento básico” físico. Eternos e imutáveis são os
modelos espirituais ou abstratos, a partir dos quais todos os
fenômenos são formados.
Platão acreditava numa realidade autônoma por trás do
“mundo dos sentidos”. A esta realidade ele deu o nome de
mundo das ideias. Nele estão as “imagens padrão”, as
imagens primordiais, eternas e imutáveis, que encontramos
na natureza. Esta notável concepção é chamada por nós de
a teoria das ideias de Platão.
Platão achava que tudo o que vemos ao nosso redor na
natureza, tudo o que podemos tocar pode ser comparado a
uma bolha de sabão. Pois nada do que existe no mundo dos
sentidos é duradouro. Platão é da opinião de que nunca
podemos chegar a conhecer verdadeiramente algo que se
transforma. Sobre as coisas do mundo dos sentidos, coisas
tangíveis, portanto, não podemos ter senão opiniões incertas.
E só podemos chegar a ter um conhecimento seguro daquilo
que reconhecemos com a razão.
ARISTÓTELES
Exagerando um pouco, podemos dizer que Platão estava tão
mergulhado nas formas eternas, no mundo das “idéias”, que
quase não registrou as mudanças da natureza. Aristóteles, ao
contrário, interessava-se justamente pelas mudanças, por
aquilo que hoje chamamos de processos naturais.
Aristóteles afirmava que o grau máximo de realidade está em
percebermos ou sentirmos com os sentidos e nos chama a
atenção para o fato de que não existe nada na consciência
que já não tenha sido experimentado antes pelos sentidos.
A FILOSOFIA É O ABSTRATO INALCANÇÁVEL : MEU
HUMILDE OLHAR
Num mundo em que se prioriza mais o TER do que o SER,
nós seres humanos, temos limitações para alcançar as coisas
abstratas e dificuldades para valorizar aquilo que a priori não
tem valor.
Às vezes, ou na maioria das vezes, só valorizamos as
questões que envolvem uma reflexão sobre a nossa
condição de SER quando perdemos alguém próximo, quando
a relação amorosa não vai bem ou já acabou, quando somos
demitidos, quando o TER está ameaçado. Aí refletimos sobre
nossas emoções, sobre o que estamos gostando de fazer,
sobre como estamos tratando as pessoas em casa, na
escola, no trabalho, sobre como estamos vivendo de forma
tão dura e fria.
TER e não SER é estabelecer uma grande distância com o
abstrato, é não se predispor ao menos ao risco e a ousadia
de cutucar o infinito.
“Preciso aprender a ver o que não se vê, para me transformar
no que o amor quiser.” canta o músico Jorge Vercilo na
música Invisível.
O óbvio é difícil de ser enxergado
Clarice Lispector
Merleau Ponty, pensador contemporâneo afirmava que
“filosofar é reaprender a ver o mundo.” Traduzindo em
miúdos: precisamos perceber melhor a realidade, os dias
passam e não são iguais e a necessidade de TER
compromete a possibilidade de SER
Merleau Ponty
O Ter é absoluto, concreto, imediato,
temporal. O Ser é processo, atemporal,
histórico, infinito. A Filosofia é o
abstrato inalcançável e como canta
Vercilo em sua música paradigmática:
“Eu quero ver o invisível, prever o que
está no ar.
Eu preciso SER para TER e não TER
para SER.
“Prefiro ser essa metamorfose ambulante,do
que ter aquela velha opinião formada sobre
tudo.” Raul Seixas
REFERÊNCIAS
CHAUI, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo: Àtica, 1998.
SILVA, Miranda Ivandilson. A FILOSOFIA É O ABSTRATO INALCANÇÁVEL,
Caderno de Textos Humanidades, Salvador, 2007.
MUSICOGRAFIA
Invisível, Jorge Vercilo: Livre, Som Livre, 2003.
Metamorfose Ambulante, Novo Millennium: Raul Seixas, Umvd Import, 2005.
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