História da Epidemiologia
Vanessa L T Jardim
Os Pilares da Epidemiologia
• Clínica (Ciências Biológicas)
• Estatística (Ciências Exatas)
• Medicina Social (Ciências Sociais)
Origem do termo Epidemiologia
• Hipócrates usou a palavra
"epidemion", para distinguir doenças
que "visitam", episódicas, daquelas
"endemion"
• "Ares, águas e locais"
• "... aquele que deseje compreender a
ciência médica, deve considerar os
efeitos das estações do ano, as águas
e suas origens, o modo de vida das
populações..."
Medicina Individual X Coletiva
desde os primórdios do pensamento
ocidental na Grécia Antiga
As duas filhas do deus Asclépios:
Panacéia e Higéia
padroeira da medicina
curativa, realizada por
meio de manobras,
encantamentos, preces
e uso de pharmakon
apregoava a saúde como
resultante da harmonia
dos homens e dos
ambientes, por ações
preventivas e coletivas
Rembrandt Harmenszoon van Rijn
A lição de Anatomia do Dr. Tulp (1632)
Hipócrates
doença: produto da relação complexa
constituição do indivíduo X ambiente que o cerca
• sempre considerar na avaliação do paciente:
o clima, maneira de viver, hábitos de comer e beber
• estudou doenças epidêmicas e as variações
geográficas das endemias
Seu Juramento: a ética médica e a importância do
exame minucioso para correto diagnóstico e fiel
descrição da história natural da doença
Primeiras Quantificações
• Surgimento dos Estados: necessidade de
contar o povo (produção) e o exército
(poder) com surgimento da Estatística
(Estado=status + isticum=contar)
• John Graunt em 1662: Tratado de tabelas
mortuárias de Londres, proporção de
crianças que morriam antes dos 6 anos
de idade (pioneiro na utilização de
coeficientes)
• Primeiros registros anuais de mortalidade
e morbidade realizados pelo estado
(“SIS”)
Início da Medicina Social
• Inglaterra: Revolução Industrial
Movimento hospitalário e o assistencialismo
geraram a Medicina da “Força de Trabalho”
• Alemanha: Polícia Médica
Medidas compulsórias de controle e vigilância
das doenças: Medicina de Estado (Policial)
• França: Revolução Sanitarista
Necessidade de sanear as cidades, ventilar ruas
e construções isolando os miasmas:
Medicina Sanitarista (Urbana)
Destaques
• Pierre Louis ( 1787-1872) utilizou método
estatístico na investigação clínica de doenças
e tratamentos, analisou a letalidade da
pneumonia em relação à época que a sangria
era realizada
• Louis Villermé (1782-1863) investigou a
pobreza, as condições de trabalho e suas
repercussões sobre a saúde, foi um dos
pioneiros nos estudos sobre a etiologia social
das doenças
Destaques
• Willian Farr ( 1807-1883) Trabalhou no Registro
Geral inglês, seus relatórios permitiram verificar as
desigualdades, regionais e sociais nos perfis de
saúde, fazendo com que muitos estudiosos
alardeassem estes problemas, como Engels e
Chadwick, advogado de cujos relatórios deram
subsídios à reforma sanitária inglesa
• John Snow (1813-1858) Realizou grande
investigação de epidemias de cólera em Londres,
elucidando com um minucioso trabalho de campo
a relação da cólera com o fornecimento de água
(contaminada) de uma certa companhia de
abastecimento londrina
• Mapeamento
das mortes
por cólera
mostraram
associação
com o
reservatório
de água da
cidade. Broad
Street
Teoria Miasmas X Germes
• Miasmas: má qualidade do ar advindo
da decomposição de material orgânico
(Malária = Mal + ar)
• Germes: Louis Pasteur identifica e
comprova que várias doenças são
causadas por microorganismos
transmissíveis (agente etiológico)
comprovação laboratorial
Conseqüências
• Fortalecimento da medicina organicista em
detrimento da medicina social com
centralização novamente no “curativo” e não no
“higiênico”
• Criação de Institutos de Pesquisa, clínica e
patologia subordinadas ao laboratório
(identificação do agente etiológico)
• Preocupação com saneamento ambiental,
vetores e reservatórios de agentes
Pós - II Guerra Mundial
Ênfase nas pesquisas:
• Determinação das condições de saúde da
população (indicadores / inquéritos)
• Investigações de fatores causadores de doença
– Estudos de Coorte: papel dos fatores de risco nas
doenças não transmissíveis (Ex: d. cardiovasculares)
– Estudos Caso-controle: conhecer a etiologia de
doenças crônicas (Ex: tabagismo X CA pulmão)
• Avaliação de Intervenções
• Medicina Baseada em Evidência
Situação Atual: Multicausalidade
• Fatores Físicos, Biológicos e Psicossociais
– Tornou-se claro que os agentes microbiológicos
e físicos não explicavam totalmente as questões
de etiologia e prognóstico
• Necessidade de incorporar conceitos e
técnicas de outras áreas, como sociologia e
psicologia
Duas Tendências Atuais
• Epidemiologia Clínica:
– Aplicação da epidemiologia no diagnóstico clínico e no
cuidado direto do paciente, com maior rigor científico
na prática médica (“Panacéia”)
• Epidemiologia Social:
– Renascer do estudo da determinação social da
doença, busca melhorar o atendimento à saúde da
população, especialmente as mais subdesenvolvidas,
de maneira multidisciplinar, procurando trabalhar na
diminuição das desigualdades sociais e prevenção de
doenças evitáveis (“Higéia”)
Leitura e Análise do Texto
• Semmelweis: uma história para
reflexão
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Aula 3.28.02.2012