EPIDEMIOLOGIA EM SERVIÇOS DE SAÚDE: CONCEITOS, INSTRUMENTOS E MODOS DE FAZER Lorene Pinto Setembro 2009 EPIDEMIOLOGIA • Palavra que vem do grego • EPI = Sobre • DEMOS = Povo • LOGOS = Estudo “CIÊNCIA DO QUE OCORRE SOBRE O POVO” EPIDEMIOLOGIA • A referência mais remota desta palavra é do século XVI. • O “status” de disciplina científica só foi alcançado a partir da segunda metade do século XX. • Várias definições surgiram ao longo dos anos, mas nenhuma é aceita com unanimidade. • Vinte e três definições foram encontradas na literatura entre 1927 e 1976. EPIDEMIOLOGIA Bases Históricas • Fins do séc.XVIII até início do séc.XIX : fortalecimento dos estados modernos, crescimento das cidades, ação nos movimentos sociais; TEORIA MIASMÁTICA • Meados do séc.XIX ao início do séc.XX: estatística médica,investigação sobre transmissão de doenças, ênfase nos agentes biológicos; TEORIA UNICAUSAL EPIDEMIOLOGIA Bases Históricas • Séc.XX: surgimento de novo problemas,conceito de risco, teoria ecológica, regras básicas da pesquisa epid., institucionalização da epid.TEORIA MULTICAUSAL • A partir dos anos 60:afirmação dos métodos e técnicas, inclusão de novas variáveis, desenv. Computação, testes, modelos de análise, novas aplicações, epidemiologia clínica, crítica, social.... QUANTAS EPIDEMIOLOGIAS ? • Social • Clínica • Moderna • Ocupacional • Ambiental • Molecular • Farmacoepidemiologia • Epidemiologia Hospitalar • Etnoepidemiologia CONCEITO “ a ciência que estuda o processo saúde-doença em coletividades humanas, analisando a distribuição e os fatores determinantes das enfermidades, danos à saúde e eventos associados à saúde coletiva, propondo medidas de prevenção,controle e erradicação de doenças e fornecendo indicadores que sirvam de suporte ao planejamento, administração e avaliação das ações de saúde” Rouquayrol&Goldbaum (2003) Como tecnologia e seus usos nos serviços de saúde • Traço histórico da sua constituição se modifica no tempo • Produção de conhecimento e desenvolvimento de ações adequadas nos serviços necessita reforçar certas características (problemas complexos) • Organização tecnológica do trabalho coletivo(lógica epidemiológica no serviço/integralidade da atenção) • Eu recomendo que você reduza seu peso, deixe de fumar e faça exercícios físicos regularmente • A detecção precoce do câncer de mama reduz a letalidade pelo tumor • A nova droga aumenta a sobrevida dos pacientes com leucemia • Há uma interação entre os fatores de risco • Eu não confio nesse exame Como tecnologia e seus usos nos serviços de saúde • Epidemiologia-informação como eixo de organização das práticas (ampliação do escopo) • Base para construção de evidências(clínica) • Tendência de ruptura com a visão disciplinar, ampliando sua inserção matricial nas propostas e processos de trabalho com diferentes propósitos nos vários níveis do SUS • Estamos na vigência de uma epidemia de dengue e de uma pandemia de gripe • A mortalidade infantil está reduzindo • A expectativa de vida está aumentando • A hipertensão arterial é mais prevalente entre os negros • O IAM é mais incidente nos homens • A prevalência da osteoporose preocupa os especialistas • Cigarro causa câncer de pulmão Como tecnologia e seus usos nos serviços de saúde • Como tecnologia predominantemente leve-dura: bases técnicas para abordagem dos agravos e informação para a ação; • Como tecnologia predominantemente leve: enfoque de risco e populacional como eixos de organização de ações e serviços. Merhy et al,1997 Instrumentos e modos de fazer Informações e sistemas de informação de uso epidemiológico (dado como matéria prima e informação como produto) • Profissionais e usuários que dão sentido • Representação da realidade • Indicador como operador dos métodos e mediador do percurso (CMInfantil) Instrumentos e modos de fazer Metodologias, técnicas e indicadores aplicados aos serviços de saúde • Descrição e análise • Cuidado no uso de indicadores, adequação a situações específicas • Aplicativos(SIG, INOVAH,Epi-Info, SPSS) Instrumentos e modos de fazer Epidemiologia no diagnóstico • De situações de saúde (planejamento, gestão) • Evidências para a clínica • Distanciamento da intervenção Instrumentos e modos de fazer Vigilância e monitoramento • VE aplicação mais tradicional nos SS • Ampliação das responsabilidades em função do perfil e condições determinantes Instrumentos e modos de fazer Na avaliação • Multiplicidade de questões consideradas • Contribuir na avaliação de processos e resultados • Monitoramento de políticas institucionais • Cobertura, acesso e equidade ARTICULAÇÃO E INTERVENÇÃO • Construção de uma epidemiologia do cotidiano que seja leve, ágil e integradora. • Atrevida para usar e abusar criticamente da epidemiologia descritiva, dos números absolutos, dos casos como sentinelas • Criativa baseada na intervenção e compromisso de sujeitos (construção e responsabilidade de equipe) ARTICULAÇÃO E INTERVENÇÃO Epidemiologia que não aceita passivamente o papel de restrito de contar e controlar os resultados perversos da produção da doença na sociedade, nem olhar de cima sem contribuir na abordagem das imperfeições do cotidiano.