Núcleo de Pesquisa
Federação do Comércio do Estado de Santa Catarina
PEIC
Pesquisa de Endividamento e Inadimplência dos Consumidores de abril de 2013
Núcleo de Pesquisa
Na comparação mensal entre março e abril, o percentual de catarinenses endividados caiu de
86,7% para 86,1%; esta é a terceira redução consecutiva do índice. Pessoas com dívidas ou
contas em atraso e que não terão condição de pagar também apresentaram redução na
comparação com o mês passado. O padrão de endividamento das famílias catarinenses
continua muito positivo.
Síntese dos resultados
Situação da família
Meses
Abril/12 Mar/13 Abril/13
Total de endividadas
85,2%
86,7%
86,1%
Dívidas ou contas em atraso
24,2%
28,9%
23,6%
Não terão condições de pagar
8,5%
13,8%
8,9%
Análise do endividamento
O endividamento dos consumidores catarinenses caiu na comparação entre o mês de
março e abril. O percentual de famílias endividadas, que era de 86,7%, teve queda de 0,6
pontos percentuais, ficando em 86,1%. Inversamente, na comparação anual, o resultado
apresentado foi de alta, tendo o endividamento variado 0,9 pontos percentuais.
Tendo como ponto de vista o endividamento por faixa de renda, é possível perceber
que as famílias com renda inferior a 10 salários mínimos estão um pouco mais endividadas, em
comparação com o mesmo tipo de grupo com renda superior a 10 salários mínimos. Enquanto
86,6% das primeiras apresentam dívidas, 84,1% das segundas estão na mesma situação. Na
categoria dos muito endividados, há maior participação das famílias com renda até de 10
salários mínimos (S.M.), o inverso ocorre na categoria dos pouco endividados – representando
12,2% ante 9,8% na primeira, e 26,3% ante 45,1% na segunda.
Ao somar os muito endividados e os mais ou menos endividados percebemos que há a
prevalência das famílias com renda até 10 S.M. como grupo mais endividado. Enquanto as
famílias com renda acima de 10 S.M. apresentam 39,1% do quadro comparativo mencionado
acima, as com renda inferior a 10 S.M. tem 60,3%.
O nível de endividamento das famílias, em geral, apresenta os muito endividados
variando significativamente (-6,8 pontos percentuais), passando de 18,5% em março para
11,7% em abril. Os mais ou menos endividados subindo e passando de 39,1% em março para
43,9% em abril. Entre os poucos endividados houve uma pequena alta: de 29,1% registrados
em março para 30,5% de abril. Aqueles que responderam não ter dívidas desse tipo somam
13,9%, ante 13,3% que representavam em março de 2013.
Se compararmos anualmente, a queda dos muito endividados é expressiva e denota
uma melhora significativa do endividamento das famílias do estado. Se em abril de 2012 quase
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metade dos entrevistados (43,7%) afirmava estar muito endividados, em abril deste ano
apenas 11,7% se colocam na mesma situação.
Categoria
Nível de endividamento
Abril/12 Mar/13 Abril/13
Muito endividado
43,7% 18,5%
11,7%
Mais ou menos endividado
32,9% 39,1%
43,9%
Pouco endividado
8,7%
29,1%
30,5%
14,8%
13,3%
13,9%
Não sabe
0,0%
0,0%
0,0%
Não respondeu
0,0%
0,0%
0,0%
Não tem dívidas desse tipo
Já em relação aos principais tipos de dívida dos catarinenses, o cartão de crédito
continua sendo o principal agente do endividamento. Ele é responsável por 61,7 % das dívidas
dos catarinenses. A comodidade deste tipo de dívida, a grande expansão no número de
cartões de crédito dos últimos anos, as quedas nas taxas de juros em comparação com anos
anteriores e outras facilidades deste tipo de produto financeiro são os principais motivos para
a alta participação desse tipo de dívida na estrutura de endividamento do catarinense. Em
segundo, terceiro e quarto lugar aparecem, respectivamente, os financiamentos de carros,
carnês e financiamento de casas.
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Tipo de dívida
Abril
Não respondeu
0,5%
0,2%
não sabe
0,0%
0,0%
outras dívidas
0,7%
1,6%
8,6%
9,6%
financiamento de casa
11,1%
14,2%
financiamento de carro
8,7%
11,1%
carnês
crédito pessoal
3,3%
3,4%
crédito consignado
2,5%
3,6%
cheque pré-datado
1,3%
0,5%
cheque especial
1,5%
1,8%
cartão de crédito
Março
54,3%
61,7%
Já em relação ao tempo de comprometimento com as dívidas, a maioria dos
catarinenses endividados tem dívidas por mais de um ano (47,2%). Aqueles que têm dívidas
até 3 meses representam 42,1%. Entre 3 e 6 meses, são 4,3%. E por fim, entre 6 meses e um
ano são 6,1%. O tempo médio de comprometimento com dívidas ficou em 7,1 meses.
A parcela da renda das famílias comprometida com dívidas apresentou pouca variação.
O comprometimento de menos de 10% apresentou queda de 0,2 pontos percentuais,
marcando, em abril, 13,9%. Na faixa entre 11% a 50%, a variação positiva foi de 0,9 pontos
percentuais, estando agora em 63,8%. E o comprometimento da renda acima de 50% passou
de 22,2% para 21,1%, queda de 1,1 pontos percentuais. Desta maneira, o grau médio de
comprometimento da renda ficou em 31,8%, que mesmo não sendo um valor exorbitante,
está próximo ao topo daquilo que é recomendado, o que causa uma leve preocupação.
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Parcela da renda comprometida com dívida
1,2%
21,1%
13,9%
menos de 10%
de 11% a 50%
superior a 50%
63,8%
Não sabe/Não respondeu
Análise das contas em atraso
A quantidade de famílias com contas em atraso apresentou queda na comparação
entre março e abril. De 28,9% de famílias com contas em atraso em março, temos em abril
23,6%. A maior parte das famílias, 76,4%, não tem contas em atraso.
Dentre as famílias endividadas e com contas em atraso, 34,2% afirmaram que terão
condições de pagar totalmente suas dívidas, ante 30,2% registrados no mês anterior. As que,
em parte, terão condições de quitar seus débitos representaram 33,4%, em março, em abril o
resultado passou para 27,4%. Aquelas que não terão condições de pagar suas dívidas
representam 37,8%. A maior parte das famílias, 61,6%, terá com pagar totalmente ou em parte
suas dívidas.
O tempo de pagamento destas contas em atraso se concentra acima dos 90 dias,
representando 52,9%. O período entre 30 e 90 dias é de 22,4%. E o mais curto, até 30 dias,
apresenta 24,7%. Em geral, a média de tempo em dias para quitação das dívidas em atraso
tem sido de 64,7.
Análise das famílias que não terão condições de pagar suas dívidas
O número de famílias que não terão condições de pagar suas dívidas caiu em abril para
8,9% - 4,9 pontos percentuais abaixo do resultado obtido em março. O que acompanha a
tendência iniciada mês passado de redução da quantidade de famílias endividadas e, neste
mês, das famílias com conta em atraso.
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Conclusão
A pesquisa de endividamento e inadimplência dos consumidores catarinenses de abril
de 2013 apresentou a manutenção de um padrão positivo do endividamento e das contas já
adquiridas pelas famílias catarinenses. O número de famílias endividadas apresentou a terceira
queda consecutiva, famílias com conta em atraso e aquelas que não terão condições de pagar
suas dívidas caíram em abril, em relação a março.
A tendência apresentada pelos números continua expressando um ajustamento na
relação de endividamento e quitação dos débitos anteriormente contraídos. Os muito
endividados em queda, em correspondência com os pouco endividados em alta, e um pequeno
aumento dos mais ou menos endividados completam o perfil de endividamento dos
catarinenses.
O quadro positivo de redução do endividamento, queda das dívidas em atraso e
recrudescimento do número de famílias que não terão condições de pagar suas dívidas em
atraso é marcadamente reflexo de um menor impulso das famílias catarinenses às compras,
como mostram os resultados da pesquisa mensal do comércio do IBGE.
O momento atual de incertezas quanto à economia – sintetizadas nos temas mais
evidentes na mídia, a saber, inflação, juros e preocupação com relação às possibilidades de
crescimento econômico - tem provocado certa cautela nos consumidores catarinenses,
conduzindo o impulso ao consumo para a quitação das dívidas e contas em atraso.
Dando sequência a este processo e uma provável retomada mais forte do crescimento
da renda, a expectativa é de aumento do endividamento por conta do retorno de uma maior
propensão a consumir, bem como o prosseguimento de redução do nível de inadimplência.
Metodologia
Foram entrevistados consumidores em potencial, residentes no Município de
Florianópolis, com idade superior a 18 anos.
Para fixar a precisão do tamanho da amostra, admitiu-se que 95% das estimativas
poderiam diferir do valor populacional desconhecido “p” por no máximo 3,5%, isto é, o valor
absoluto “d”(erro amostral) assumiria no máximo valor igual a 0,035 sob o nível de confiança
de 95%, para uma população constituída de consumidores em potencial.
Preferiu-se adotar o valor antecipado para p igual a 0,50 com o objetivo de maximizar
a variância populacional, obtendo-se maior aproximação para o valor da característica na
população. Em outras palavras, fixou-se um maior tamanho da amostra para a precisão fixada.
Núcleo de Pesquisa
Assim, o número mínimo de consumidores a serem entrevistados foi de 500, ou seja,
com uma amostra de no mínimo 500 consumidores, esperou-se que 95% dos intervalos de
confiança estimados, com semi-amplitude máxima igual a 0,035, contivessem as verdadeiras
freqüências.
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