Gestão do Conhecimento [email protected] Prof° Carmen Lucia Asp de Queiroz Esta apostila foi desenvolvida para ajudar na aprendizagem e desenvolvimento dos alunos na disciplina Gestão do Conhecimento e da Informação, da Universidade Castelo Branco. Seu conteúdo é uma pesquisa de vários autores, sendo em grande parte, transcrições dos mesmos. Ao final, será apresentada a bibliografia utilizada. Conteúdo Programático Unidade 1 – Conceitos básicos: conhecimento e informação. Unidade 2 – Gestão do conhecimento. Unidade 3 – Gestão da informação. Unidade 4 – Tecnologias disponíveis. Unidade 5 – Otimização da tomada de decisão e a gestão do conhecimento. 2 Dados x Informação x Conhecimento Conhecimento Informação O conhecimento, diferentemente da informação, está ligado a um contexto, a uma ação. Tradicionalmente, o conhecimento é definido como “crença verdadeiramente justificada” e a informação como um fluxo de mensagens. É a informação que passada pelos filtros – modelos mentais – possibilita a ampliação do conhecimento. Dados Figura: Relação entre níveis de hierarquia conceitual (de Rehauser & Kremar) Fonte: adaptado de PROBST, Gilbert. Gestão do Conhecimento: os elementos construtivos do sucesso. 3 Capital Intelectual Capital intelectual é um sinônimo de capital humano - Wallman (1995), Vilá (1998), Cañibano et al. (1999), Banco Popular (2000), Indra (2000), Marcinkowska (2000), Sierra e Moreno (2000) e Torres (2000). Capital intelectual é um sinônimo de capital do conhecimento Sullivan (2000). Capital intelectual são ativos intangíveis e intelectuais - Kaplan e Norton (1997). 4 Capital Intelectual O capital intelectual e a gestão do conhecimento são temáticas relacionadas com a emergência de uma nova sociedade, centrada na informação e no conhecimento. O capital intelectual é considerado um fenômeno que eleva o desempenho organizacional. A gestão do conhecimento consiste em um conjunto de ações que buscam coordenar desde os processos de geração até a utilização do conhecimento, passando pelo seu armazenamento e seu compartilhamento entre os indivíduos. Capital Intelectual Quando se enfatiza o capital intelectual , a questão central é a avaliação dos efeitos dos ativos intelectuais sobre o patrimônio corporativo. Quando se discorre sobre a gestão do conhecimento, está-se mais focado nos aspectos referentes à geração, ao armazenamento, à disseminação e à utilização do conhecimento na organização. Capital Intelectual e Gestão do Conhecimento: Ambas as abordagens estão centradas em recursos baseados no conhecimento. As características intangíveis e a subjetividade que permeiam esses elementos, sua gestão se torna um importante desafio para o gestor contemporâneo, pois uma gestão eficiente desses recursos deve estar na base de qualquer estratégia corporativa. Componentes Básicos do Capital Intelectual • Relação da empresa com o exterior (clientes, fornecedores, etc). • A cultura e valores da organização. • Conhecimento, capacidade e habilidades que integram a empresa. Componentes Básicos do Capital Intelectual Relação da empresa com o exterior (clientes, fornecedores, etc) “O ideal é transformar-se em uma empresa que ‘grude’ no cliente. Todos os dias o cliente estará contando com você, para tornar-se mais eficiente e mais produtivo” Fonte: Jack Welch Componentes Básicos do Capital Intelectual A cultura e valores da organização. “Quando uma empresa nasce, seja ela de qualquer segmento ou tamanho, a cultura corporativa evolui naturalmente [...]. À medida que esta mesma empresa cresce, é necessário se certificar que essa cultura está sustentada pelos seus valores e princípios [...]. Em primeiro lugar, é necessário olhar para as pessoas. É preciso que seja criado um ambiente que proporcione prazer no trabalho. Para facilitar este caminho, recomendo dar autonomia, permitir a circulação livre da informação, ter liberdade de comunicação e debate independentemente da hierarquia. Cada vez mais, importa menos o cargo e mais a capacidade de colaborar, convencer, influenciar e organizar uma rede.” Fonte: Valérya Carvalho - Consultora associada da Muttare, consultoria de gestão, fundada em 2002 Componentes Básicos do Capital Intelectual Conhecimento, capacidade e habilidades que integram a empresa Componentes Básicos do Capital Intelectual Conhecimento, capacidade e habilidades que integram a empresa Competências Individuais • As habilidades dos indivíduos são vitais para a base da organização. • A capacidade de transformar dados em conhecimento e de utilizá-lo em proveito da empresa torna o funcionário um agente primário do conhecimento da empresa. Componentes Básicos do Capital Intelectual Conhecimento, capacidade e habilidades que integram a empresa Competências Organizacionais • Processos organizacionais que funcionam bem dependem de interações bemsucedidas entre muitos participantes. • Uma competência organizacional é uma competência de rede. Ela envolve um conjunto de pessoas com as quais o indivíduo se relaciona para realizar seu trabalho e as negociações entre eles realizadas. Capital Intelectual “Estratégias não valem nada se não tivermos boas pessoas. Em meu modo de pensar, as pessoas devem vir em primeiro lugar. As estratégias vêm depois” Fonte: Jack Welch - HSM Capital Intelectual Wal-Mart, a Microsoft e a Toyota x Sears, IBM e a General Motors A Wal-Mart, a Microsoft e a Toyota não se tornaram grandes empresas por serem mais ricas do que a Sears, IBM e a General Motors, ao contrário, elas tinham algo muito mais valioso do que ativos físicos ou financeiros, elas contavam com o capital intelectual. Fonte: STEWART (1998) Capital Intelectual Não é sensato as organizações julgarem-se donas do conhecimento, das habilidades e das experiências dos seus funcionários, porquanto essa propriedade intangível é exclusiva dos seus detentores (HANDY, 1999). O conhecimento individual está ao dispor da organização, mas não é sua propriedade. 15 Capital Intelectual Saatchi & Saatchi Em dezembro de 1994, como resultado da pressão feita pelos principais acionistas, Maurice Saatchi foi demitido de seu cargo de presidente da empresa. Saatchi, uma figura controversa, tinha fundado e administrado a firma. Sua demissão pretendia evitar outra queda brusca no preço das ações da empresa e foi recebida com entusiasmo inicial. Entretanto, as consequências foram fatais. Maurice Saatchi montou rapidamente uma nova empresa, continuou a trabalhar com o nome de Saatchi e recrutou muitos dos funcionários mais criativos da empresa antiga. Devido a essa enorme perda de capital intelectual, a Cordiant, empresa sucessora da Saatchi & Saatchi, perdeu contas de clientes no valor de mais de 50 milhões de libras em uma questão de semanas. O preço das ações da empresa caiu para 1/3 nos 6 meses seguintes. Fonte: PROBST ( 2002) Capital Intelectual VolksWagen X General Motors O perigo de perder conhecimento com a saída de funcionários-chaves de forma alguma está restrito aos segmentos tradicionalmente criativos como propaganda, desenho industrial ou entretenimento. Um caso ilustrativo é a dramática mudança de José Ignácio López, executivo de compras da General Motors para a VolksWagen. Essa mudança foi objeto de um longo debate. A GM inicialmente fêz grandes exigências por danos, alegando que documentos ou arquivo de computador tinham sido transferidos ilegalmente. Entretanto, essa disputa foi encoberta pelo fato de que aqui também a perda de um funcionário-chave foi seguida pela saída de todo um grupo de gerentes altamente qualificado. Ativos intelectuais não-codificados de valor incalculável forma levados nas cabeças dos renegados e foram irremediavelmente perdidos pela GM. Fonte: PROBST ( 2002) Capital Intelectual A dificuldade para se lidar com o capital intelectual refere-se, principalmente, aos seus aspectos intangíveis encontrados nas pessoas: conhecimento, know-how, competência, habilidades e outros. “não existe uma maneira simples de medir o que está na cabeça e no coração de gerentes e empregados” (EDVINSSON; MALONE, 1998, p.113) Informação x Inteligência Hoje Notícias de ontem Ações para o futuro Informação Competitiva Inteligência Competitiva Fonte: Jim Richardson Vice President – Business Development Cipher Systems, LLC Inteligência Competitiva “ Programa institucional e sistemático para garimpar e analisar a informação sobre atividades dos concorrentes e tendências gerais dos negócios, visando atingir os objetivos e metas da empresa.” Fonte: Larry Kahhaner A Inteligência Competitiva no Brasil Abertura do mercado em 1990. Mercado regulado por uma enorme intervenção governamental. Forte competitividade. Concorrência global. As empresas brasileiras estavam despreparadas Competências Organizacionais O que sabemos fazer? O que precisamos saber fazer? Competências Essenciais Uma empresa será mais capaz de manter seu crescimento e lucratividade em um ambiente competitivo sempre em mudança se ela se considerar uma carteira de competências. Prahalad e Hamel estão preocupados, principalmente, com as habilidades técnicas, que são as “competências essenciais” e estão, portanto, na raiz da sobrevivência competitiva. Com base nessas competências a empresa desenvolve uma série de produtos essenciais; esses fundamentam a força competitiva dos produtos finais nas áreas individuais de negócio. Trabalho 1 1. O que é Capital Intelectual? 2. Quais são os componentes do capital intelectual? Explique cada um deles. 3. O que é inteligência competitiva? 4. Qual a relação existente entre o Capital Intelectual e a Inteligência Competitiva? Trabalho 2 Com base no texto “T4 - A competência essencial” de C.K. Prahalad, responda: 1.O que é uma competência essencial? 2.O que o autor quis dizer com “não deve olhar para uma empresa só como uma carteira de produtos, e sim como um conjunto de forças, capacidades e habilidades”? 3.Por que os japoneses são bons na adoção do conceito de competência essencial? 4.Analise o 6º parágrafo do texto e identifique os elementos construtivos da gestão do conhecimento que são abordados pelo autor. 5.Qual é a vantagem de identificar os indivíduos que representam a competência essencial da empresa? 6.Qual a importância de desamprender para, então, aprender? Referências Bibliográficas NONAKA, I.; TAKEUCHI, H.. Criação do Conhecimento na Empresa – Como as empresas japonesas geram a dinâmica da inovação. Rio de Janeiro: Campus, 1997. PAIVA, Simone Bastos. Modelo Conceitual para o Capital Intelectual Integrado à Gestão do Conhecimento. Disponível em http://www.ies.ufpb.br/ojs/index.php/ies/article/view/13329. Extraído em 13/03/2015. PROBST, Gilbert. Gestão do Conhecimento: os elementos construtivos do sucesso. Porto Alegre: Bookman, 2002. ROSSINI, Alessandro Marco. Administração de Sistemas de Informação e a Gestão do Conhecimento. Cengage Learning, 2012. 26