Prof. Alexandre B. Marques, M.Sc. ESTRATÉGIA EMPRESARIAL Conceitos básicos para a disciplina GESTÃO DO CONHECIMENTO Sumário 1. Conceito de Planejamento 2. Conceito de Vantagem Competitiva 3. Conceito de Planejamento Estratégico 4. Métodos de Formulação da Estratégia 5. Estratégias Genéricas de Porter 6. Competências Essenciais de Prahalad 7. Conceito de Administração Estratégica 8. Interação Administração Estratégica – Gestão do Conhecimento 9. Apêndice: BSC O conceito de PLANEJAMENTO Justificativas para o Planejamento Controle seu destino, ou alguém o fará. Encare a realidade como ela é, não como você gostaria que ela fosse. Por você ou contra você !!! Seja comoempreendedor: ela era ou agente de mudança ! Mude antes que seja necessário fazê-lo. Se você não possuir uma vantagem competitiva, não compita. Segundo Jack Welch (Adaptado de Bateman, 1998). Atitudes em relação ao futuro Tradicional: A mosca no copo de leite O motorista desastrado Passado Presente Futuro Pragmática: A incubadora de jacarés Passado Presente Futuro Estratégica: Agir no presente com olhos no futuro Passado COSTA, 2004 FUTURO DESEJADO Presente Futuro Diferentes Mentalidades em relação ao Negócio MUNDO “Pensar Global, Agir Local” CONTINENTE PAÍS ESTRATÉGICA “Ver a árvore e a floresta” ESTADO CIDADE INDÚSTRIA OPERACIONAL Visão Sistêmica ORGANIZAÇÃO DEPARTAMENTO IMEDIATISTA HOJE COSTA, 2004 MÊS ANO DÉCADA SÉCULO Resumindo Planejar é a atividade de estabelecer metas e meios para alcançá-las. A atividade de Planejamento ocorre em todos os níveis de decisão / ação das Organizações Existem muitas ferramentas gerenciais úteis ao Planejamento, sendo que o ciclo PDCA é o mais simples e, talvez, o mais poderoso. Juntamente com o Planejamento, um gerente deve ser capaz de Organizar, Liderar e Controlar seu processo. Relembrando: níveis de responsabilidade e decisão I n c e r t e z a P r a z o A b r a n g ê n c i a ESTRATÉGICO TÁTICO OPERACIONAL R i s c o I m p a c t o Vantagem Competitiva das Empresas Definição e conceitos básicos Vantagem Competitiva É oComercial fator quedo determina Parâmetros que afetam a Software IBM, Quatro tipos de valor criáveis Vantagem Competitiva : conectando em tempo real porque uma empresa por uma empresa: as informações de venda 1. Qualidade apresenta desempenho 1. De forma (produto) com o processo produtivo Atendimento (lucratividade) superior2. De2.tempo (conveniência) automatizado. Preços baixo (!?) 3. De3. lugar (onde o cliente ao de outras. Quais serão as propostas de pode encontrar 4. Casos: Participação de mercado valor dao...produto) Valor é aquilo que os De5. posse (aquisição pelo ••4. TAM e GOL ? compradores estão Personalização Furadeira •• FGV ? umcontínua no cliente) dispostos a pagar. Convencendo 6.e AVM Melhoria • WAL MART e ZONA SUL ? comprador de produto Proposta de Valor: por que alguém deveria comprar carros 7. Inovação no produto de mim ? 8. Mercados de alto Benefício: é aquilo que o crescimento comprador obtém ao 9. Foco no cliente (superar adquirir meu produto. expectativas) PORTER, 1995 KOTLER Estratégia Empresarial 1. 2. 3. 4. 5. Definição Formulação e Implementação As dez escolas de Mintzberg Escola do Posicionamento de Porter As competências essenciais de Prahalad Origem do termo ESTRATÉGIA Strategos – general; a arte do general. Na Grécia Antiga, significava “tudo o que o general fazia”; “a arte e a ciência de conduzir forças militares (numa guerra) para derrotar o inimigo ou abrandar os resultados da derrota.” A partir de Napoleão, o termo passou a abranger as dimensões política e econômica. TÁTICA Arte de conduzir aquelas forças militares em uma batalha. O que é Estratégia Empresarial ? (Definições) “... a determinação das metas e dos objetivos básicos a longo prazo de uma empresa, bem como a adoção de cursos de ação e alocação de recursos necessários...” Alfred Chandler Jr. “Padrão de objetivos e principais políticas para alcançá-los, expressos de maneira a definir em que negócio a empresa está ou deverá estar e o tipo de empresa que é ou deverá ser.” Professor Kenneth Andrews. “... uma tentativa de alterar o poder de uma empresa em relação ao dos seus concorrentes, da maneira mais eficaz” Kenichi Ohmae, Consultor. É um padrão de comportamento da empresa frente ao ambiente de Negócio para estabelecer, realizar, monitorar e rever seus objetivos de longo prazo. SÁ, 2005 Conceito de Planejamento Estratégico Definição “Processo pelo qual procura-se determinar como a Organização deve atuar em relação ao ambiente, definindo-se os objetivos e as estratégias para alcançá-los”. Função “... otimizar recursos e atividades, assim como criar um modelo competitivo que a permita superar os rivais”. Tipos Planejamento Estratégico (Empresarial, UEN ...) Plano de Negócio Planejamento Funcional (Marketing, Tecnologia ...) Programação e Planos de Ação (PCM, Planos Qualidade ...) O Planejamento Estratégico, geralmente, cabe à Responsa Presidência e/ou ao Conselho de Administração da -bilidade Empresa (top-down); e desdobra-se em Planos Funcionais e Setoriais. ESTRATÉGIA tem a ver com ... Futuro Transformação e Continuidade do Negócio Liderança Visão e Missão Mudanças Externas Incerteza e risco Mudanças Organizacionais Valores, Cultura e Estrutura Ambiente Externo: Oportunidades e Ameaças Ambiente Interno: Forças e Fraquezas COMO JUNTAR TUDO ISSO ?! COSTA, 2002 O TRIÂNGULO ESTRATÉGICO “O QUE QUEREMOS SER” PROPÓSITO VISÃO, MISSÃO, PRINCÍPIOS E VALORES, POSICIONAMENTO, ABRANGÊNCIA ESTRATÉGIA “O QUE FAREMOS” CAPACIDADE “O QUE SABEMOS FAZER” COMPETÊNCIA ORGANIZACIONAL e GERENCIAL, SIST. GESTÃO, MÃO DE OBRA CAPACITADA/ MOTIVADA, PRODUTOS, TECNOLOGIA ETC. AMBIENTE “O QUE DÁ PARA FAZER” MERCADO, DEMANDA, FORNECEDORES, COLABORADORES, NOVAS TECNOLOGIAS, CONCORRENTES, SUBSTITUTOS, ETC Formulação da Estratégia Empresarial: “Método Clássico versão 2” Realimentação Realimentação Análise Interna Visão e Missão Formulação das Estratégias Implemen tação Controle Estratégico Análise Ambiental Realimentação BATEMAN, 1998 Realimentação Estratégias Deliberadas e Estratégias Emergentes Reconhecendo a existência de Fatores Controláveis e NãoControláveis Estratégias não realizadas Estratégias Emergentes MINTZBERG, 2000 As dez Escolas de Formulação da Estratégia Empresarial 1. Design (processo de concepção) 2. Planejamento (proc. formal / metódico) 3. Posicionamento (processo de análise) 4. Empreendedora (processo visionário) 5. Cognitiva (processo mental) 6. Aprendizado (processo emergente) 7. Poder (processo de negociação) 8. Cultural (processo coletivo) 9. Ambiental (processo reativo) 10. Configuração (processo de transformação) MINTZBERG, 2000 Estrutura do documento 1. Cenários e premissas 5. Objetivos e Metas 2. Propósito: 6. Planos de ação: • • • • Visão Missão e abrangência Princípios e valores Posicionamento estratégico • • • • Para mudanças no ambiente Para revisão e adequação do propósito Para capacitação competitiva Para capacitação corporativa 3. Estratégias corporativas: 7. Programa de implantação: • • Diretrizes estratégicas Estratégias de diversificação; de alianças e parcerias; de expansão. • • • Investimentos Estratégicos Orçamento Estratégico Cronograma de implantação 4. Portfolio: 8. • • • Áreas estratégicas atuais e novas Mapeamento de portfolio Estratégias para rotação do portfolio Temas para vigilância estratégica 9. Apêndices: • • • • Diagnóstico e avaliações Análise ambiente ext. Análise ambiente int. Avaliação portfolio Comunicação do Plano Estratégico O que evitar: O que fazer: Divulgar Comunicar paraCaso informações todos da EMBRAER empresa. sigilosas. Comunicar de versus Assumir forma seletiva e BOMBARDIER com compromissos e detalhamento não cumprir adequado a cada nível. Escola do Posicionamento Estratégico 1. Forças modeladoras 2. Posicionamentos genéricos 3. Trade off (compensação) Forças modeladoras da estrutura da Indústria de uma Empresa Em qualBR: “indústria” “exclusividade” estão ... no refino KOPENHAGEM de petróleo. ? McDONALD ? Fornecedores Poder de negociação dos fornecedores Celular em relação aos Pages PORTER, 1995 Novos entrantes Ameaça de novos entrantes Concorrentes na Indústria Intensidade da concorrência Substitutos Determinantes da ameaça de substituição Telefonia: Empresas que não Embratel X Telemar atuavam numa X Intelig indústria, mas que foram atraídas pela lucratividade e/ou Compradores crescimento Poder de negociação dos compradores Petrobrás numa licitação nacional Posicionamentos genéricos para a Competitividade GOL Alvo restrito Alvo amplo Escopo competitivo Vantagem competitiva Custo TAM Diferenciação 1. 2. Liderança em custo Diferenciação 3.a. 3.b. Enfoque no custo Enfoque na diferenciação Quais empresas poderiam ser enquadradas nestes posicionamentos ? PORTER, 1995 Caso: Southwest Serviço limitado Sem refeições, sem marcação de assento, uso limitado de agentes, quiosques para tíquetes PREÇO BAIXO Rotas curtas Cidades médias Aeroportos secundários QUALQUER Sem conexões, sem Melhor SEMELHANÇA COM transferência de bagagens remuneração , participação A GOL SERÁ MERA acionária, contratos COINCIDÊNCIA ?! flexíveis, liberdade Tempo reduzido da aeronave no terminal Saídas freqüentes SERRA, 2004 Equipe produtiva Baixo custo Motivação, envolvimento de todos Frota padronizada Facilidade de treinamento, estoque reduzido, melhor controle Ferramentas para Liderança em Custo ISO 900 / PNQ / TQC / CCQ / TPM / RCM² / AUTOMAÇÃO / INOVAÇÕES INCREMENTAIS Foco no projeto do produto e no desenvolvimento do processo DOWNSIZING / LEAN ORGANIZATION / CORE BUSINESS / CLUSTERS / B2B & B2C Eficiência Flexibilidade da produção . PEQUENOS LOTES / REDUÇÃO DO TEMPO DE SET UP / PERSONALIZAÇÃO EM MASSA Aumentar Market Share ou Aumentar Margem? PARA PRODUTOS E PROCESSOS, TECNOLOGIAS JOVENS E EMERGENTES (SCANNING) P&D de base tecnológica Criatividade e Empreendedorismo TOLERAR ERROS CRIATIVOS, ELIMINAR BARREIRAS, PRESTAR APOIO Conhecimento / Aprendizado Organizacional MEDIDAS QUANTITATIVAS E QUALITATIVAS Competências Essenciais 1. Definição 2. Caso exemplo O que são as Competências Essenciais ? “São os pontos fortes mais diferenciadores das empresas, aqueles que mais distinguem uma empresa da concorrente na satisfação das necessidades do cliente.” [SERRA, 2004] As competências essenciais também podem ser definidas como as competências organizacionais sobre as quais o Negócio está baseado e se sustenta. Elas apresentam alguns requisitos: 1. Transferibilidade, e 2. Dificuldade de imitação. CASO BMW Como identificar as Competências Essenciais? Essa, sem dúvida, não é uma tarefa trivial. E para ajudar ... Duas perguntas: e equipamentos não •Máquinas Quais são os fatores comerciais, fórmulas “secretas” “exclusivos” que Patentes, direito de permitemlicenças, uma empresa exploração, monopólio etc. explorar uma vantagem Tradição, reconhecimento e competitiva ?mercadológico posicionamento Tecnologia de processos • Por que“exclusivos” a concorrência Parcerias, conhecimento tácito, teria dificuldade de imitáetc. los ? Cinco categorias: • Ativos específicos de atividade • Proteção legal • Reputação e confiança • Processos embutidos • Conhecimento de equipes associadas Planejamento Estratégico versus Administração Estratégica - Diferenças conceituais - Administração Estratégica “Administração Estratégica é uma atividade permanente e contínua que se desenvolve de modo ordenado, integrado, criativo e participativo, constituindo-se em um processo de aprendizado, em constante ajustamento com a cultura organizacional, visando permitir que a empresa alcance os objetivos que possibilitarão a otimização dos seus resultados no futuro, a despeito de mudanças aleatórias ou planejadas, que venham a ocorrer no meio ambiente em que ela atua.” [LEITÃO, 1996] Gestão do Conhecimento & Administração Estratégica O que pode haver em comum ? Como a GC se relaciona com a Administração Estratégia ? GARANTIA QUALIDADE T.I. Suporte tecnológico, agregação de valor aos dados e às informações PLANEJ. ESTRAT. Melhoria contínua, acervo de Técnicas específicas procedimentos e para conversão do instruções conhecimento; inovação Direção, contexto, intenção. Informações e capacitação. Burocracia / Força-tarefa / Organização em Hipertexto ESTRUTUR A ORG. P& D GC Propriedade Intelectual; proteção do conhecimento TECNO -LOGIA G. Mudança Arquétipos CULTURA ORG. Recrutamento, seleção, retenção, motivação e gestão das competências do Capital Humano RH Como a Estratégia afeta a GC ? Como a GC afeta a Estratégia ? Informações sobre ... A Estratégia estabelece ... O mercado Os concorrentes Os fornecedores A tecnologia Os órgãos regulamentadores Estratégia Empresarial. Do A sociedade contrário, será mais um projeto Cenários condenado ao fracasso, Nossas capacidades Direção Inteligência Contexto e Foco Competitiva !!! Intenção / Propósito Validação / Aprovação A GC deve estar alinhada com a independente dos esforços. UM ALERTA ! “Em geral, os defensores do treinamento e da reciclagem, do dos sistemas de EMempowerment, OUTRAS PALAVRAS, informação e da motivação da força de trabalho “DEMONSTRATIVOS FINANCEIROS (e por extensão, daE MEDIDAS GC também) consideram PERIÓDICOS FINANCEIRAS esses sistemas como um fim em si mesmos. Os DEVEM CONTINUAR DESEMPENHANDO O programas são justificados como inerentemente PAPEL ESSENCIAL DE LEMBRAR AOS eficazes, mas não como meio para ajudar a EXECUTIVOS (GESTORES) QUE empresa a alcançar a longo prazo objetivos MELHORIAS NA QUALIDADE, NOS TEMPOS específicos (financeiros e dos clientes). Os DE RESPOSTAS, NA PRODUTIVIDADE, ... recursos e iniciativas são comprometidos com (NA GC) SÃO MEIOS, NÃO O FIM EM SI.” esses programas, mas os programas não se responsabilizam de forma específica e mensurável pela realização dos objetivos estratégicos.” [KAPLAN e NORTON] DESTAQUES Considerando o contexto do curso de Pedagogia Empresarial, mais especificamente da disciplina Gestão do Conhecimento, vale fazer três destaques: 1. O ciclo de Planejamento Estratégico tanto demanda informações e conhecimento, quanto também os gera. 2. A Estratégia será utilizada para dar direção à busca do conhecimento / competência, assim como servirá de um sistema de validação para as iniciativas em GC (ou qualquer outra atividade organizacional). 3. Conseqüentemente, qualquer projeto de GC deve estar alinhado à Estratégia e o Pedagogo Empresarial deverá conhecer tanto a forma particular da Organização chegar à Estratégia quanto a Cultura Organizacional em seus principais aspectos. Bibliografia básica sobre Estratégia Empresarial 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. COSTA. Gestão estratégica. São Paulo: Saraiva, 2002. KAPLAN, Robert S.; NORTON David P. A estratégia em ação: balanced scorecard. 11. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1997. KOTLER. Marketing no século XXI. Editora Futura. LEITÃO, Dorodame M. Administração estratégica: abordagem conceitual e atitudinal. SENAI DN / PETROBRÁS, 1996. MINTZBERG, Henry; AHSTRAND, Bruce; LAMPEL, Joseph. Safári de estratégia: um roteiro pela selva do planejamento estratégico. Porto Alegre: Bookman, 2000 . PORTER. Vantagem competitiva: criando e sustentando um desempenho superior. 15. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1989. PRAHALAD, C. K.; RAMASWAMY, V. Como incorporar as competências do cliente. HSM Management, São Paulo, v. 4, n. 20, p. 45-52, maio/jun. 2000. SERRA. Administração estratégica: conceitos, roteiro prático e casos. Rio de Janeiro: Reichmann & AffonsoEditores, 2003.