Meditação: Por que se preocupar com isso? O ser humano possui uma tendência natural à distração e a hiperatividade que é agravada pelos hábitos da sociedade contemporânea. Observe as crianças e logo perceberá que estão sempre em busca de atividade e não desejam parar, isso fica claro quando pedimos para que elas vão para a cama. Esta tendência permanece na vida adulta, onde estamos em constante busca de entretenimento, mesmo nas horas que temos para o descanso. Temos uma TV com sessenta canais a cabo e trocamos incessantemente entre eles, ligamos música, atendemos ao telefone e mandamos emails, enquanto isso visitamos a geladeira em busca de algo para nos satisfazer. A sociedade contemporânea segue esta tendência e nos convoca a ser multitarefas, fazer várias coisas ao mesmo tempo e a acumular uma quantidade impressionante de informações que não são uteis para nosso autoconhecimento, para capacitar-nos a aprender a controlar nossas emoções, identificar as causas de nosso sofrimento e a conviver harmoniosamente com o próximo. Vivemos a síndrome do pensamento compulsivo, sempre preocupados, planejando, revendo nossas ações. A maior parte de nosso pensamento está voltada para lidar com nossa ansiedade. Estas condições geram forte tendência à distração, a hiperatividade e acabam desencadeando quadros de estresse. É fundamental para a criança e para o adulto ter um tempo para “nada fazer”, para entrar em contato consigo mesmo, e reduzir o ritmo frenético do pensamento e da insatisfação. Estamos voltados para o “fazer” e negligenciamos o “ser”. Ao lado disto, vivemos uma sociedade que fortalece o “parecer”, ao invés do “ser”. Identificamo-nos com um personagem que deseja transmitir certa posição social ou ideológica, e o fazemos de maneira tão rígida e inflexível, que quando as condições mudam, por exemplo, a pessoa perde seu cargo, separa-se de seu companheiro, enfrenta a doença ou morte de uma pessoa querida, parece que seu mundo desmorona, ela cai em profunda depressão e a vida perde seu sentido. A prática da Meditação provoca profundas mudanças no praticante. Começamos dedicando um tempo do dia para acalmarmos nossa mente e nos conhecermos em profundidade. Adotamos uma postura de observador de nossa mente sem uma atitude crítica, e desenvolvemos um sentimento de amizade amorosa para conosco. Ao fazer isso com regularidade começamos a perceber claramente como nossa mente é divagante e como seguimos nossos pensamentos inconscientes. Somos sempre levados a buscar o entretenimento e a satisfação o tempo todo, passamos da euforia à tristeza, do entusiasmo ao tédio. Não possuímos controle sobre nós mesmos e assim vagamos pelo rio da vida em um barco sem leme e sem remos. Quando praticamos a Meditação aprendemos a controlar nossos pensamentos e emoções, algo que no Ocidente é uma grande novidade. Desenvolvemos a capacidade de observar, momento a momento, o que estamos pensando e sentindo sem nos envolvermos impulsivamente com isso, e assim, nos conhecemos e refletimos melhor. Com a mente fortalecida conseguimos transformar nosso “eu” e nossa vida de forma extremamente positiva.