Conduta Ética e Melhores Práticas Em um cenário organizacional cada vez mais exigente, a prática da ética é fundamental para o sucesso profissional. Cenário organizacional competitivo As organizações e o mundo não permaneceram estáticos com o passar do tempo. O mercado capitalista gerou um aumento na competitividade que, por vezes, assusta na proporção dos negócios a serem tratados. Os indivíduos que trabalham nas organizações são inseridos em um cenário para o qual devem estar preparados. A escolaridade exigida é cada vez maior, o domínio de outras línguas se torna um diferencial e várias habilidades são necessárias para se enfrentar o mercado atual. Ética e globalização A globalização e a era da informação proporcionam às organizações o contato com culturas de países do mundo inteiro. Isso faz com que os indivíduos que nela trabalham aprendam a conviver e a se relacionar com a diversidade cultural. É plausível discutir como a ética está inserida nesse cenário de transformações. As concepções de ética dos indivíduos são influenciadas pela diversidade de contatos, que se ampliou com o advento da globalização e da era da informação, obrigando as pessoas a se manterem preparadas para enfrentar as possibilidades de crescimento nesse atual mercado competitivo. A ética é uma preocupação não somente dos empresários, mas de toda a sociedade. Por isso, é muito importante que você tenha uma visão da atual concepção de ética nos grupos organizacionais. O que é ética? O que é moral? A ética faz parte de uma das três grandes áreas da filosofia, mais especificamente, é o estudo da ação – praxis. Ao lado do estudo sobre o conhecimento – como a ciência ou a lógica – e do estudo sobre o valor – seja artístico, moral ou científico – o estudo sobre a ação engloba a totalidade do saber e da cultura humana. Está presente no nosso cotidiano o tempo todo, seja nas decisões familiares, políticas ou no trabalho, por exemplo. Origem grega A palavra ‘ética’ tem origem no termo grego ethos, que significa “bom costume”, “costume superior” ou “portador de caráter”. Impulsionado pelo crescimento da filosofia fora da antiga Grécia, o conceito de ethos se proliferou pelas diversas civilizações que mantiveram contato com sua cultura. Origem latina A contribuição mais relevante se deu com os filósofos latinos. Em Roma, o termo grego foi traduzido como mor-morus, que também significava “costume mor” ou “costume superior”. É dessa tradução latina que surge a palavra ‘moral’ em português. O estudo da ética e da moral No decorrer da história do pensamento, a ética se tornou cada vez mais um assunto rico, complexo e abrangente. Com a expansão da filosofia e, em especial, do pensamento sobre a ação, foi preciso distinguir os termos ‘ética’ e ‘moral’. No século XX, o filósofo espanhol Adolfo Sánchez Vásquez cria uma famosa diferenciação entre os dois conceitos. Para ele, o termo ‘moral’ se refere a uma reflexão que a pessoa faz de sua própria ação. Já o termo ‘ética’ abrange o estudo dos discursos morais, bem como os critérios de escolha para valorizar e padronizar as condutas numa família, empresa ou sociedade. Definir o que é um agir ético, moral, correto ou virtuoso é se inscrever numa disputa social pela definição legítima da boa conduta. Avaliar a melhor maneira de agir pode ser visto de pontos de vista totalmente diversos. Marxistas, liberais, muçulmanos, psicanalistas, políticos e jornalistas agem e valorizam as ações de maneira diferente. Porém, todos eles lutam pela definição mais legítima de uma “boa ação” ou da “ação correta”. Valores e princípios éticos Representam um conjunto de ações éticas que auxiliam os colaboradores na tomada de decisões, de acordo com os princípios da organização. Quando bem implementados, os valores e princípios éticos tendem a especificar a maneira como a empresa administrará os negócios e consolidará relações com fornecedores, clientes e outras pessoas envolvidas. Código de ética ou manual de conduta São instrumentos criados para orientar o desempenho de empresas em suas ações e na interação com seu diversificado público. Para a concretização desse relacionamento, é necessário que a empresa desenvolva o conteúdo do seu código de ética com clareza e objetividade, facilitando a compreensão dos seus funcionários. Se cada empresa elaborasse seu próprio código, especificando sua estrutura organizacional, a atuação dos profissionais e colaboradores poderia orientar-se por meio dele. O sucesso da empresa depende das pessoas que a compõem, pois são elas que transformam os objetivos, metas, projetos e até mesmo a ética em realidade. Por isso, é importante o comprometimento do indivíduo com o código de ética. Exemplos de valores e princípios éticos: Respeito ao cliente Atuar na administração de recursos de terceiros, em função da atenção e respeito para com os seus clientes. Respeito ao meio ambiente Ser responsável em relação a seus contemporâneos, bem como às gerações futuras, buscando o desenvolvimento sustentável e promovendo a educação e a consciência ambiental, e zelando pela recuperação e preservação dos recursos hídricos. Respeito às pessoas Promover a equidade de oportunidades, o respeito às diversidades e o desenvolvimento profissional. Estabelecer relações de confiança, estimulando a participação, por meio da comunicação e da integração. Integridade Agindo com justiça, legalidade, coerência, transparência e honestidade em todas as ações, práticas e decisões. Competência Atuar com profissionalismo, agilidade e eficácia, garantindo a qualidade de seus processos, serviços e produtos. Valorizar os conhecimentos compartilhados, a proatividade, a criatividade, a inovação, a simplicidade e a flexibilidade na busca de soluções. Cidadania Atuar com consciência cidadã e responsabilidade na promoção do bem público. Ética nos relacionamentos Com clientes: Comportamentais: profissionalismo, confiança e transparência; Agregar valor: a disponibilidade de soluções que agregam valor aos negócios de seus clientes, investindo permanentemente, na busca de tecnologias adequadas e no aprimoramento das estratégias empresariais; Comprometimento: a valorização e o respeito ao cumprimento dos acordos e contratos, bem como aos direitos dos seus clientes; Conscientização: a valorização das oportunidades de negócios e parcerias construídas com seus clientes, visando a resultados em benefício da sociedade; Sustentabilidade: a identificação, proposição e viabilização de soluções inovadoras e integradas que contribuem como esforço à legitimidade e sustentação da empresa. Com órgãos governamentais: Transparência: o zelo e transparência na utilização de seu patrimônio, mostrando clareza à opinião pública; Confiança: o reconhecimento do papel e apoio à atuação dos órgãos controladores, prestando-lhes informações pertinentes e confiáveis no tempo adequado; Participação: a participação e apoio às ações dos governos federal, estatual e municipal, voltadas à gestão das finanças públicas e a governança do Estado, em benefício da sociedade. Com as pessoas: A manutenção de um ambiente de trabalho onde o relacionamento é baseado no profissionalismo, na confiança, na integração, no respeito às diferenças individuais e na urbanidade; O compartilhamento de seus conhecimentos e experiências, buscando o aprimoramento da capacitação técnica, dos métodos e dos processos, de maneira a atingir melhor o resultado global da empresa; A valorização das pessoas, contribuindo para o seu desenvolvimento pessoal, técnico e profissional; O zelo permanente pela utilização adequada e econômica dos recursos materiais, técnicos e financeiros da empresa, bem como a preservação e respeito à imagem, ao patrimônio e aos interesses da organização. O reconhecimento e valorização do capital intelectual da organização e da conduta ética individual e coletiva, além do estímulo ao surgimento de novas lideranças. Com as pessoas: Comportamentais: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência em todos os atos praticados; Respeito mútuo: a manutenção de um relacionamento pautado no respeito mútuo, preservação e confidencialidade das informações pertinentes à empresa e aos seus clientes; Práticas harmônicas: relacionamento com fornecedores e parceiros que possuem práticas harmônicas ao padrão ético adotado pela empresa e à moral social, preservando, dessa forma, a imagem e os interesses da organização; Dignidade: a rejeição às disposições contratuais que afrontam ou minimizam a dignidade, a qualidade de vida e o bem estar social dos empregados terceirizados. Com as empregados e instituições: O reconhecimento à legitimidade e manutenção de um diálogo permanente com as instituições representativas dos trabalhadores, legalmente constituídas, mantendo canais de diálogo pautados no respeito mútuo, seriedade, responsabilidade e transparência nas relações; A negociação como instrumento adequado para buscar a integração e a convergência; O cumprimento das determinações explicitadas nos instrumentos que regulam a relação da empresa com seus empregados.