CARGOS, SALÁRIOS E BENEFÍCIOS Profª. Marilicy Maia Guerra Cardoso [email protected] 1 PLANO DE AULA 1. PLANEJAMENTO DE CARREIRA, REMUNERAÇÃO ESTRATÉGICA E BENEFÍCIOS 2 Objetivos • Apresentar o Planejamento de Carreira, a Remuneração Estratégica e Benefícios, que podem ser utilizados em um plano de Cargos e Salários pelas organizações. 3 INTEGRANDO OS PLANOS DE CARREIRAS C/ PLANOS DE RECURSOS HUMANOS. • O plano de cargos e salários, segundo Pontes (2013), não deve ser utilizado apenas para administrar os salários praticados por uma organização, mas deve servir para o desenvolvimento do homem dentro desse ambiente de trabalho. • Assim, as regras de promoção devem ser claras e estabelecidas com justiça. 4 Mas o que vem a ser carreira? • Carreira é uma sucessão ou sequência de cargos ocupados por uma pessoa ao longo de sua vida profissional (LUCENA, 1999). 5 O que é um plano de carreira? • Plano de Carreira: refere-se ao instrumento que definirá as trajetórias de possibilidades de ascensão e crescimento dos indivíduos nas empresas, sendo esse e as políticas de crescimento profissional responsabilidades da empresa. 6 Vantagens do Planejamento de Carreiras • Contribui para que a empresa alcance níveis mais altos de qualidade e produtividade em virtude do crescimento profissional de seus colaboradores. • Serve como força motriz para que os colaboradores busquem maior competência técnica (tais como instrução, experiência...). • Impulsiona os colaboradores a explorarem suas capacidades potenciais... 7 O planejamento de carreiras, propicia inúmeras vantagens • Contudo, vale lembrar que o plano de carreiras é de responsabilidade da organização, levando-se em conta que este deve possibilitar o crescimento e ascensão do colaborador. • Todavia, cabe ao colaborador decidir pela carreira, já que cabe a ele escolher pela sua trajetória profissional. 8 FORMAS E TIPOS DE CARREIRAS • No mínimo, duas estruturas de carreiras serão possíveis de serem delineadas, ou seja, uma por meio de cargos, compondo trajetórias de carreiras, e outra por meio de cargos amplos, que irão se constituir em segmentos de carreira. 9 FORMAS E TIPOS DE CARREIRAS 10 Estrutura Através Dos Cargos • A estrutura de carreira através de cargos é proveniente do próprio plano de cargos e salários. Por intermédio da hierarquia préestabelecida, o colaborador tem seu crescimento por meio da ascensão crescente de cargos. 11 Estrutura Através Dos Cargos Exemplo: • O indivíduo que ocupou os cargos de Auxiliar de Pessoal I e II, adiante passou para os cargos de Analista de RH I e II, até alcançar a posição de Gestor de Pessoas. 12 Estrutura Através De Segmentos De Carreiras • Deve reunir várias atividades, desde que seguindo a mesma natureza. A título de ex., temos: o especialista de nível superior, assistente administrativo, analista de informática etc. • Pouco importa o delineamento do segmento por área de trabalho específica, mas um delineamento que agregue várias área de trabalho correlatas. 13 Estrutura Através De Segmentos De Carreiras • O segmento de carreira deve conter o maior n° de níveis possíveis, de maneira que possibilite o desenvolvimento do profissional, como: • Analista de informática – Nível I, II, III, IV e V 14 Estrutura Através De Segmentos De Carreiras • O que distingue essa estrutura da anterior é que a definição de cada nível não é por atividade, mas sim pela competência do colaborador, ou seja, o que ele é capaz de fazer. 15 Exemplo de carreira operacional: O Operador de Processos que inicia no nível I pode alcançar até o nível V desse cargo, como poderá alcançar o cargo de Supervisor de Processos ou alterar sua trajetória para os cargos de Analista de Processos, Analista de Qualidade ou Téc. de Segurança do Trabalho. Contudo, a escolaridade para o Operador de Processos até o nível III pode ser média. Já para os cargos de Analista e Superior, o nível já deve ser Superior. Resumindo, os conhecimentos devem ser maiores a cada grau. 16 Eixo de Carreira por Tipo Hierárquica • É mais rígida e mais comum nas empresas. Traz em seu bojo os cargos gerenciais no topo da estrutura. • As posições gerenciais são em menor grau e que dependem de vagas, acabando por propiciar a inibição do desenvolvimento profissional do indivíduo. 17 Eixo de Carreira por Tipo Hierárquica • Também é comum que os cargos gerenciais sejam mais importantes que os cargos técnicos e que esse tipo de carreira não leva em conta os desejos individuais. 18 Eixo De Carreira Em Y • Nesse modelo, os níveis iniciais são básicos e a partir de determinado ponto da estrutura da carreira, o profissional poderá decidir por prosseguir em cargos gerenciais ou pelos cargos técnicos. Esse modelo também é conhecido como estruturas paralelas, ou seja, por se tratar do posicionamento de duas estruturas em linha (uma técnica e outra de gestão ou gerencial) de forma paralela. 19 Eixo de Carreira por Linha de Especialização • Fornece ao colaborador um plano de desenvolvimento em sua área de atuação, ou seja, inicia seus trabalhos em uma determinada área e nela vai se profissionalizando até alcançar o topo. O desenvolvimento do indivíduo pode acontecer de maneira mais rápida, contudo, pode propiciar pouco conhecimento em outras áreas da empresa. 20 Eixo de Carreira por Linha de Polivalência • A carreira por linha de polivalência estimula o crescimento do indivíduo pelo conhecimento profundo nas diversas áreas de uma organização. Nesse modelo, as promoções verticais são mais morosas, contudo, a integração entre as diversas áreas é maior. 21 Eixo de Carreira por Linha Generalista • Propicia ao indivíduo, profissional o crescimento por intermédio do conhecimento profundo de uma determinada área em específico, somado ao conhecimento generalizado e menos aprofundado de outras áreas da empresa. O profissional que dominava apenas determinado assunto teve que se adaptar e se preparar para conhecer de tudo um pouco, para se enquadrar nas exigências das organizações. 22 Eixo De Carreira Mista • Trata-se da aquisição de vários tipos de carreira, ao mesmo tempo, enfatizando aquela que melhor se adapte às exigências e necessidades da empresa em questão, à título de ex., podemos citar o tipo em Y com o tipo em linha Generalista, ou ainda tipo em Y com tipo em linha por especialização. 23 PLANO DE CARGOS E SALÁRIOS OU UM PLANO DE CARREIRA • Para a organização estabelecer um plano de cargos e salários ou um plano de carreira: • Dependerá do valor dos talentos existentes dentro desse ambiente organizacional, ou seja, se a empresa primar por reter os melhores talentos, sem sombras de dúvidas, um plano de carreira é essencial. 24 PLANO DE CARGOS E SALÁRIOS • Até mesmo porque um plano de cargos e salários, por mais apresentável que seja em relação ao mercado, vai apresentar limitações, em virtude da falta de perspectiva de crescimento do colaborador na organização. 25 PLANO DE CARREIRAS • Um plano de carreiras, por sua vez, deve estar integrado aos demais programas de recursos humanos de uma empresa, como com a avaliação de desempenho, ao treinamento e desenvolvimento etc. 26 PLANO DE CARREIRAS • Em 1° lugar, a empresa deve preparar o plano enfatizando alguns princípios ou políticas de pessoal. • Em 2° momento, deve construir a carreira embasada em requisitos crescentes de qualificação profissional, definindo requisitos como instrução, conhecimentos, habilidades e experiência. 27 PLANO DE CARREIRAS • Como 3° e último passo, deve-se definir as políticas de crescimento, o que exige análise de qualificação individual dos profissionais e de seus desempenhos. 28 REMUNERAÇÃO ESTRATÉGICA PARA O PLANO DE CARGOS E SALÁRIOS. • A remuneração móvel ou conhecida como parte variável relaciona-se ao desempenho do colaborador, do seu setor ou área, ou da empresa. Esse tipo de remuneração, por sua vez, pode ter várias modalidades: como comissão, prêmios, participação nos lucros e resultados etc. 29 REMUNERAÇÃO ESTRATÉGICA PARA O PLANO DE CARGOS E SALÁRIOS • Para Pantaleão (2013), a remuneração variável é uma das formas ou mecanismos de motivação e de realização pessoal que permite o aumento da remuneração do empregado ou gerente, face ao alcance dos objetivos e metas estabelecidas pela organização. 30 Quanto aos tipos de remuneração variável: a. Incentivos de longo prazo (ILPs). b. Participação nos lucros ou resultados (PLR). c. Bônus por desempenho. d. Comissões e similares. 31 Incentivos de longo prazo (ILPs) • Esse tipo de remuneração variável, ou seja, os programas de incentivo de longo prazo (ILP) dirigem-se apenas aos níveis hierárquicos mais altos e têm como objetivo reter o colaborador na organização, sendo, por isso apelidados de golden handcuffs (algemas de ouro). 32 Participação nos Lucros ou Resultados (PLR) • De acordo com a legislação, as condições do plano de PLR devem ser negociadas entre a empresa e seus empregados, mediante um desses procedimentos: • Comissão escolhida pelas partes, integrada, também, por um representante indicado pelo sindicato da categoria. • Convenção ou acordo coletivo. 33 Participação nos Lucros ou Resultados (PLR) • É possível escolher entre as duas modalidades: lucros ou resultados. • A participação nos lucros só vai existir se, obviamente, houver lucro contábil no período. 34 Participação nos Lucros ou Resultados (PLR) • Já a participação nos resultados pode existir mesmo quando não houver lucro; nesse caso, serão levados em conta outros indicadores previamente acordados, tais como índices de produtividade e qualidade ou programas de metas e prazos. 35 Bônus por Desempenho • Relacionados à administração por objetivos (APO) e à teoria da motivação pelo estabelecimento de metas. 36 Bônus por Desempenho • O princípio desse tipo de remuneração é que, são estabelecidas algumas metas a alguns e, caso elas sejam atingidas, o(s) colaborador(es) a quem elas se aplicam recebe(m) o bônus correspondente. Contudo, também pode haver premiações parciais, para o caso de a meta não ter sido atingida plenamente. 37 Comissões e Similares • Existem alguns tipos de remuneração variável vinculados a categorias específicas de trabalhadores, ou a áreas determinadas da organização. 38 Exemplo de trabalhadores que percebem este tipo de remuneração: • Comissões (vendedores, corretores, promotores etc.). • Gorjetas (garçons, entregadores, motoristas etc.). • Prêmios por campanhas (semelhantes às comissões, porém, contemplando profissionais de outras áreas envolvidas, como marketing, administração etc.). 39 Componentes do Sistema de Remuneração Estratégica 40 Origens históricas que impulsionaram o surgimento dos benefícios 1. Competição entre as organizações na disputa de talentos humanos, seja para atraí-los ou mantêlos. 2. Uma nova atitude das pessoas quanto aos benefícios sociais. 3. Exigências dos sindicatos e dos contratos coletivos de trabalho. 41 Quanto às origens históricas que impulsionaram o surgimento dos benefícios 4. Exigências da legislação trabalhista e previdenciária. 5. Impostos atribuídos às organizações, que passaram a representar meios lícitos de deduções de suas obrigações tributárias. 6. Necessidade de contribuir para o bem-estar dos colaboradores e da comunidade. 42 Os Benefícios representam • A compensação financeira indireta, através de recompensas e serviços proporcionados pela organização, além dos salários, como: pagamentos legalmente impostos pela previdência social, seguros, planos de aposentadoria, pagamento por tempo não trabalhado, bônus baseados no desempenho e partes dos custos de serviços relacionados com alimentação, transporte para deslocamento até a empresa etc. 43 Quanto a classificação dos Benefícios: • No que diz respeito à Exigência — os benefícios podem ser legais (13º salário, férias, aposentadoria, adicionais de insalubridade e periculosidade) ou espontâneos (refeições, seguro de vida, empréstimos, assistência médica, complementação de aposentadoria). 44 Quanto a classificação dos Benefícios: • Já no que diz respeito à natureza — os benefícios podem ser monetários (13º salário, férias, empréstimos) ou não monetários (assistência médica, creche). 45 Quanto à classificação dos Benefícios: • Quanto aos objetivos —podem ser: • Assistenciais: visam assistir o funcionário e sua família em caso de imprevistos. • Recreativos: visam proporcionar ao funcionário repouso ou lazer. • Supletivos: visam proporcionar ao colaborador facilidades que, se a empresa não oferecesse, ele teria de providenciar por si próprio, tais como transporte, restaurante no local de trabalho etc. 46 Uma tendência forte na área são os programas de Benefícios flexíveis: • Pelos quais os colaboradores podem escolher, dentro de um cardápio de benefícios, aqueles mais adequados aos seus interesses e necessidades. • Esse sistema é uma interessante ferramenta de motivação, pois confere autonomia aos funcionários e reconhece as diferenças entre eles. 47 O programa de benefícios (flexível) pode apresentar vantagens Como vantagens podemos citar: 1. Os funcionários escolhem o pacote que melhor satisfaça as suas necessidades. 2. Ajudam a empresa a se adaptar às necessidades mutáveis de uma força de trabalho mutável. 3. Aumentam o envolvimento dos funcionários e familiares. 4. Permitem a introdução de novos benefícios a um custo menor. 5. Limitam os custos e a organização tem a melhor forma de aplicação do seu dinheiro. 48 O programa de benefícios (flexível) pode apresentar desvantagens Como desvantagens, podemos citar: 1. Os funcionários podem fazer escolhas inadequadas e se sentirem não cobertos para emergências previsíveis. 2. Os custos e a carga administrativa aumentam. 3. A seleção é adversa – os funcionários escolhem apenas os benefícios que usam. 49 Conclusão: • Assim, concluímos nossos estudos sobre a remuneração estratégica, enfatizando que o colaborador poderá compartilhar dos resultados do seu trabalho, por intermédio das várias alternativas de remuneração. • Isso quer dizer que este tipo de remuneração abrange diferentes formas de se remunerar as pessoas, envolvendo parte fixa e parte variável, que poderão ser complementadas com benefícios, formando o salário indireto. 50 CARGOS, SALÁRIOS E BENEFÍCIOS Profª. Marilicy Maia Guerra Cardoso [email protected] 51