Universidade Federal da Bahia Escola de Administração Núcleo de Pós-Graduação em Administração – NPGA Programa de Capacitação Profissional Avançada - CPA AVALIAÇÃO DA SEGMENTAÇÃO DO MERCADO PESSOA FÍSICA NO BANCO DO BRASIL S/A Iracema Aparecida Novaes dos Anjos Emerson Wagner Sodré Pereira Salvador/BA 2003 2 Iracema Aparecida Novaes dos Anjos Emerson Wagner Sodré Pereira AVALIAÇÃO DA SEGMENTAÇÃO DO MERCADO PESSOA FÍSICA NO BANCO DO BRSIL S/A Trabalho apresentado como requisito final para avaliação do curso de Especialização em Administração da UFBA, sob a orientação do Profº Eduardo Fausto. Salvador/BA 2003 3 PREFÁCIO Às vésperas do novo milênio encontramos o mercado financeiro brasileiro com uma acirrada concorrência. Em especial no mercado de varejo. Durante a última década, os bancos brasileiros depararam-se com a necessidade cada vez mais fortes de adotar estratégias de massificação de produtos, canais atendimento na tentativa de baixar os custos e, ao mesmo tempo, ganhar Market Share. Nessa mesma década, as técnicas de Marketing têm evoluído no sentido da personalização do contato, com o Marketing de Relacionamento e o Marketing Um a Um. Como conciliar, então, uma necessidade estrutural do mercado com a exigência do consumidor e as modernas técnicas do Marketing? A utilização da tecnologia da informação ajuda a responder essas questões. De fato, na Era da informação, o capital não é mais tão determinante para se manter no mercado, mas a informação e o conhecimento sim, são os grandes instrumentos das empresas na elaboração de estratégias. O conhecimento do cliente é a chave para se obter vantagens competitivas. Nesse aspecto, o primeiro passo é a segmentação de clientes que utilize ao máximo, o conhecimento que as empresas têm do cliente. Foi dentro deste contexto que o Banco do Brasil elaborou seu projeto de segmentação de pessoas físicas, com utilização intensiva da tecnologia da informação aliada ao conhecimento estatístico e à experiência no mercado financeiro. Um projeto que visa oferecer a cada um dos 15 milhões de clientes uma oferta de produtos personalizadas e condizente com o perfil de consumo e poder 4 aquisitivo. Permite com isso fortalecer o relacionamento com os clientes, confirmando sua posição de líder do mercado de varejo. 5 SUMÁRIO 1. INTRODUCAO................................................................................ 7 2. CARACTERIZACAO DA ORGANIZACAO ...................................... 2.1 Visão Geral ............................................................................ 2.2 Arquitetura Organizacional ..................................................... 2.3 Clima Organizacional .............................................................. 2.4 Gestão da Informação ............................................................ 2.5 Relacionamento com a Comunidade ..................................... 2.5.1 Fundação Banco do Brasil .......................................... 2.5.2 Centro Cultural Banco Brasil ....................................... 2.5.3 BB Educar ................................................................... 2.5.4 Criança e Vida ............................................................ 2.6 Visão geral da agencia Avenida Estados Unidos ................... 9 9 11 14 17 19 21 23 24 25 26 3. AREA DE CONCENTRACAO ......................................................... 3.1 Conceito de marketing ............................................................. 3.2 O Marketing nos Bancos ......................................................... 3.3 Marketing de Relacionamento ................................................. 3.4 Tecnologia da Informação ....................................................... 3.5 A Internet e o BB ..................................................................... 3.6 Escopo do Trabalho ................................................................. 28 28 33 36 40 43 46 4. 5. 6. METODOLOGIA ............................................................................ MODELO DE RELACIONAMENTO ............................................... 5.1 Histórico .................................................................................. 5.2 Os clientes do BB ................................................................... 5.3 Atuação da concorrência ......................................................... 5.4 Segmentação de clientes do BB .............................................. 5.4.1 Segmento 1 – Desconhecido ....................................... 5.4.2 Segmento 2 – Renovação ............................................ 5.4.3 Segmento 3 – Estratégico ............................................ 5.4.4 Segmento 4 – Básico ................................................... 5.4.5 Segmento 5 – Ascendente ........................................... 5.4.6 Segmento 6 – Potencial ............................................... 5.4.7 Segmento 7 – Experiente ............................................. 5.5 Níveis de Relacionamento no BB ........................................... 5.5.1 NR1 – Exclusivo ........................................................... 5.5.2 NR2 – Preferencial ....................................................... 5.5.3 NR3 – Massificado ....................................................... 5.6 Disseminação do Modelo ....................................................... 5.7 Sistema de Informação que apóiam o Modelo ....................... AVALIACAO DO MODELO ........................................................... 47 48 48 50 52 55 59 60 61 62 63 64 65 66 69 72 73 77 79 83 7. CONCLUSAO ............................................................................... 86 6 8. SIGLAS E ABREVIATURAS ......................................................... 88 9. ANEXOS ...................................................................................... 9.1 Menu Principal do Sistema Relacionamento com clientes (1) 9.2 Menu Principal do Sistema Relacionamento com clientes (2) 9.3 Menu Principal do Sistema Relacionamento com clientes (3) 9.4 Menu Principal do Sistema Clientes (4) 9.5 Tela Principal do Subsistema de Satisfação de Clientes (5) 9.6 Tela Principal do Subsistema de Satisfação de Clientes (6) 9.7 Menu Principal da Agenda ...................................................... 9.8 Menu do Sistema Rentabilidade............................................... 90 91 92 93 94 95 96 97 98 BIBLIOGRAFIA ........................................................................................... 99 FONTES PESQUISADAS ........................................................................... 100 7 1 INTRODUÇÃO O Brasil tem no seu histórico a amarga experiência de viver um longo período de instabilidade financeira, liderada pelos altos índices de inflação. Essa herança reflete-se na complexidade do Sistema Financeiro Brasileiro. Para adequar-se a esse quadro buscou-se instrumentos de adequação ágeis e eficientes para ajustar-se as constantes mudanças de planos econômicos e até do próprio padrão monetário nacional Após a implantação do Plano Real houve uma certa estabilidade econômica e o mercado passou a direcionar o foco para negócios. A partir da abertura da economia, o Brasil foi ” invadido” por grupos internacionais que aqui se instalaram dispostos a conquistar fatias de mercado através da aquisição ou fusão de empresas nacionais. Destacando como o mais agressivo o setor financeiro. Grandes bancos internacionais aqui se instalaram, geralmente através da aquisição de bancos brasileiros estatais via privatização e privados em função da frágil situação financeira. Merece destacar a inserção no mercado do britânico HSBC, o holandês ANB-AMBO e os espanhóis Bilbao-Viszcaya, recentemente adquirido pelo Bradesco, e Santander Com esse novo cenário a competição se tornou ainda mais acirrada, e os bancos passaram a adotar novos critérios para definir exatamente o público específico que desejam conquistar e fidelizar. No ano de 2001, para acompanhar mais uma vez as alterações do cenário econômico nacional e mundial, o Banco do Brasil promoveu novos ajustes organizacionais. O novo estatuto oficializa o compromisso da Organização com as boas práticas de Governança Corporativa. Foram inserido itens que demostram o 8 respeito ao acionista e ações que proporcionam maior transparência no relacionamento da Empresa com o mercado. A base dessa restruturação é o foco no cliente, com ênfase ainda maior na segmentação de mercado prioritários e no atendimento personalizado. Além disso, o Banco do Brasil passou a enfatizar a administração por resultado, maximização de sinergia, concentração no negócio e economia de escala. As empresas não apenas aprendem como são obrigadas a aprender, até por uma questão de sobrevivência. Elas aprendem a ouvir e a atender as necessidades do cliente, aprendem a modificar processos e a criar novos produtos e serviços A introdução do Programa de Segmentação de Clientes Pessoa Física traduz as ações que os bancos tem realizado com o objetivo de identificar seus clientes reais e potenciais segmentando-os agrupando-os em carteiras, determinando formas de atendimento específicos e direcionado os produtos julgados adequados para cada segmento, de forma a aumentar a margem de contribuição, não perdendo de vista também a satisfação dos clientes. Esse programa foi criado pela Diretoria de Varejo do Banco do Brasil e já está implantado em toda a rede de agências. A segmentação definida para o Banco do Brasil objetiva instrumentalizar o Banco para conhecer seus clientes, suas necessidades e expectativas, fortalecendo o relacionamento entre ambos, ganhando-se com isso efetividade na relação de negócios Ao longo desse estudo, pretendeu-se acompanhar os reflexos positivos e negativos que esse modelo provocou nos clientes e verificar sua conformidade com o referencial teórico absorvido ao longo do curso de Pós-Graduação em Administração de Negócios, buscando relacionar o conhecimento teórico a prática. 9 Caracterização da Organização 2.1 Visão geral O conglomerado Banco do Brasil é, segundo especialistas, a maior instituição financeira da América Latina, tanto em pontos de atendimento como em funcionários – quase 80 mil – e volume de operações, oferecendo soluções para praticamente todas as necessidades de serviços bancários dos seus mais de 15 milhões de clientes, desde grandes operações de engenharia financeira até o crédito pessoal. São mais de 12 mil pontos de atendimento (3.155 agências) espalhadas por todo o Brasil, 32 agências no exterior e parcerias internacionais (Visa, Mastercard, Western Union) que permitem ao cliente BB ter acesso a serviços no mundo todo. Aos conceitos de solidez e confiança, enraizados em quase dois séculos de historia, o Banco procura agregar os de eficiência e qualidade, e hoje tem realizado ações no sentido de revitalizar a sua marca, buscando imprimir um toque de modernidade à sua imagem. Como instituição financeira estatal, cujo maior acionista é a União, o Banco do Brasil segue as diretrizes determinadas pelo Governo Federal, o que talvez explique a imagem de instituição pesada, que demora a reagir ao dinamismo do mercado. No entanto, investimentos crescentes em tecnologia e na qualificação dos recursos humanos têm contribuído para consolidar uma nova instituição, que também reformulou toda sua estrutura interna, buscando mais agilidade e foco no cliente. 10 Com a estabilização da economia, a redução do mercado bancário, a eliminação dos ganhos inflacionários e a diminuição dos recursos à disposição dos bancos, desencadeou-se o início de um processo de reestruturação do setor, marcado pela redução de custos, introdução de novas tecnologias e um maior esforço das instituições financeiras em conquistar e manter clientes, inclusive com o lançamento de novos produtos. O setor bancário foi reordenado no sentido da busca da modernização administrativa, com a adoção de modelos organizacionais focados em área de negócios ou concentrados em segmentos mais rentáveis. O Banco do Brasil que trabalhava ainda numa estrutura departamentalizada e pouco voltada para o mercado, além de sua histórica característica de reagir mais lentamente às mudanças foi ficando para trás em termos de rentabilidade, eficiência, agilidade e qualidade na prestação de serviços, com o agravante de contar com um elevado nível de inadimplência em seus negócios, que ficou evidenciado em meados dos anos 90. A partir de 1996 foi sendo implementado um programa de ajustes focando duas premissas básicas: no curto prazo, eliminar o desequilíbrio financeiro e, a médio e longo prazo, modernizar a instituição de maneira a sobreviver num ambiente competitivo e cujo grau de incerteza só aumentava. Dentro do Programa de Ajustes, a diretoria do Banco promoveu a revisão da estratégia do conglomerado, construindo uma visão de futuro e adotando a missão orientadora de: “... ser a solução em serviços e intermediação financeira, atender as expectativas de clientes e acionistas, fortalecer o compromisso entre funcionários e a empresa e ser útil a sociedade.” 11 2.2 Arquitetura Organizacional A partir de março/96 foram implementadas várias medidas que visavam primordialmente a implantação de um novo modelo organizacional voltado para segmentos de mercado e baseado em estratégias de negócios, além de um programa de profissionalização destinado a incluir em cada funcionário a cultura da empresa. Com quase 200 anos de história, o Banco do Brasil teve seu modelo organizacional reestruturado, como parte de uma profunda mudança na instituição, que recebeu um aporte de capital da ordem de R$ 8 bilhões. A estruturação do Banco por vice-presidências, conforme demonstrado no organograma, objetivou melhor adequar os negócios e funções às exigências do mercado. Nos últimos anos, a empresa vem buscando adotar paradigmas competitivos na condução de suas operações, construindo um perfil sintonizado à demanda dos clientes e da sociedade em geral. O Conselho Diretor é composto pelo presidente e por sete vices que, por seu papel político-estratégico, têm, entre suas atribuições, a de propiciar uma maior aproximação entre os níveis tático, estratégico e operacional da organização e possibilitar a conciliação entre as expectativas de acionistas, clientes e funcionários, de acordo com a orientação do conglomerado como um todo. As Unidades Estratégicas (Diretorias, Unidades e Secretaria Executiva) objetivam a otimização das atividades-fim da instituição buscando a maximização dos resultados, focalizando clientes e desenvolvendo produtos e serviços que os atendam. A Auditoria Interna também é considerada um órgão de staff, 12 subordinada ao Conselho de Administração e com o objetivo de avaliar a qualidade dos controles internos da organização. As Unidades Táticas (Superintendências Estaduais, Regionais e Comerciais) são consideradas uma extensão da Diretoria, facilitando o processo de comunicação, equalizando conhecimentos, facilitando a integração e fornecendo subsídios à tomada de decisão. Já as Unidades Operacionais (Rede de Distribuição Varejo, Atacado e Governo) atuam como centros de excelência em serviços financeiros e de seguridade e na execução das atividades operacionais. Se fossemos representar a estrutura completa da empresa, incluindo todo o conglomerado, teríamos uma configuração extremamente complexa, de difícil entendimento. A figura 1 representa um organograma simplificado, contemplando a estrutura do Banco num contexto macro. 13 Figura 1 – Organograma do Banco do Brasil 14 2.3 Clima Organizacional O conceito de Clima Organizacional teve origem nas escolas de administração dos EUA em 1967. Após as primeiras pesquisas, o Clima Organizacional foi definido como um estado psicológico fortemente afetado pelas condições existentes na empresa, tais como, sistemas, estruturas e estilo gerencial. Portanto, faz muito mais sentido falar em dimensões de Clima Organizacional, já que a exemplo do que acontece com a atmosfera, clima é o resultado de diferentes combinações dos seus elementos construtivos ou formadores. O Banco do Brasil criou o “ClimaPRO”, um instrumento de pesquisa destinado a verificar o clima reinante em suas dependências e elaborar propostas para melhorar o ambiente de trabalho. O sistema é composto pela seguintes etapas: 1.pesquisa – aplicação de questionário ao corpo funcional da dependência; 2.tabulação das respostas, por meio do software ClimaPRO; 3.tratamento dos dados – identificação e interpretação dos focos de insatisfação; 4.dinâmicas de grupo propostas para gerar melhorias no clima Após mapear as percepções dos funcionários, o programa busca analisar os dados e identificar as situações que propiciem o desenvolvimento e o bem estar do grupo ou aquelas que apresentem pontos críticos de convivência em equipe. O próximo passo é implementar as ações necessárias tanto para a correção de problemas 15 quanto para a manutenção ou aperfeiçoamento de aspectos positivos. A idéia é de que o Clima seja monitorado sistematicamente, objetivando a revisão de práticas gerenciais e a adoção de medidas preventivas ou corretivas. Os funcionários, em geral, acham o clima interpessoal bom. No entanto, existe uma sensação mais ou menos generalizada de insegurança, gerada muito provavelmente pelos constantes rumores de privatização da instituição. O que se percebe claramente é que, hoje, não existe mais a mesma certeza por parte do funcionalismo de que o Banco é emprego definitivo, que vai garantir uma aposentadoria tranqüila. O lado positivo dessa questão é que muitas pessoas que antes assumiam uma postura de acomodação passaram a investir na própria formação, fazendo cursos de idiomas, graduação e especializações, boa parte com o patrocínio do Banco. A Diretoria Profissionalização, de gestão composto de de Pessoas fascículos lançou distribuídos um Programa de periodicamente ao funcionalismo, que ajudam o funcionário a perceber seu trabalho dentro de um contexto mais amplo. Dentre os assuntos abordados pelos fascículos destacam-se: •novos modelos de gestão; •a globalização e os impactos no setor bancário; •o mercado de trabalho e o emprego hoje; •o comportamento do consumidor e do mercado; •o sentido do trabalho – satisfação e motivação nas organizações; •aprendizagem organizacional; •mudança comportamental; 16 •a importância do ato de ler; •qualidade – a base para gestão de pessoas. 17 2.4 Gestão da Informação A seleção e tratamento das informações relevantes para todos os processos do BB baseiam-se nos indicadores estratégicos contidos no Plano Diretos do Conglomerado, bem como seus desdobramentos, que resultam nas metas orçamentárias e estratégicas de cada Unidade. A maioria das informações é organizada e atualizada através de sistemas de grande porte, desenvolvidos e administrados pela Diretoria de Tecnologia, que garante a preservação e guarda dos bancos de dados corporativos, sendo os acessos garantidos por sistemas de chaves e senhas individuais para cada funcionário. O armazenamento de informações – especialmente nos Sistemas desenvolvidos mais recentemente – é realizado através de bancos de dados relacionais, cuja estrutura se mostra bem mais flexível que aquela utilizada nos sistemas mais antigos, baseados em arquivos seqüenciais. Por questão de controles que envolvem, inclusive, sigilo bancário, a manipulação de dados de relevância estratégica é registrada, podendo posteriormente ser recuperada e auditada. As informações oriundas dos sistemas corporativos e especialistas tratam tanto da visão operacional e gerencial, registrando série histórica em banco de dados, possibilitando posterior utilização para análise das mais diversas naturezas, inclusive prospecção de negócios. O BB conta com o Sistema de Infomações Banco do Brasil (SISBB), aplicativo on-line em rede de grande porte, disponibilizando em todas as suas 18 dependências no Brasil e no exterior. Dentre as diversas informações apresentadas diariamente pelo SISBB podemos destacar: •informações sobre o BB divulgadas nos órgãos de imprensa; •notícias diversas para o funcionalismo; •informações a cerca do mercado financeiro; •desempenho orçamentário e financeiro; •acompanhamento de despesas; •acompanhamento contábil da base de contas; •informações oriundas de auditorias internas e externas; •demais informações corporativas. Um dos mais importantes veículos de comunicação interna é a Agência de Notícias (Aplicativo Correio do SISBB) que centraliza informações de diversas áreas do Banco, divulgando notícias em real time. O noticiário nacional é editado pelas Unidades Estratégicas a partir de sugestões de matérias enviadas pelo Conselho Diretor, Conselho de Administração, Conselho Fiscal, Superintendências, Cassi, Previ e quaisquer orgãos que disponham de assuntos relevantes a serem divulgados. As Superintendências Estaduais também editam notícias que são visualizadas no âmbito regional, além de matérias que podem ser sugeridas pelos funcionários. 19 2.5 Relacionamento com a comunidade O BB já tem, por natureza, uma função social importante, enquanto banco fomentador do desenvolvimento, notadamente no setor agropecuário. Mas além da atividade do Banco em si, o conglomerado atua em diversas outras frentes de apoio à comunidade, seja no aspecto educacional, culturas, social, esportivo, etc. Os próprios funcionários organizam-se em diversas regiões formando Comitês da Cidadania, ajudando comunidades carentes a partir de contribuições voluntárias, sem nenhum ônus para o Banco. Em quase dos séculos de existência, o Banco do Brasil participou diretamente dos principais acontecimentos da vida econômico-financeira do país. Foi responsável pelas primeiras linhas de financiamento agrícola, auxiliou na incorporação de milhares de hectares de terras ao processo produtivo, atuou decisivamente no desenvolvimento industrial, procurou dinamizar o interior e contribuir para a integração nacional. Em suma, sempre manteve um sólido compromisso com o desenvolvimento do país, a despeito das injunções políticas a que ciclicamente ele é submetido. Foi o Banco do Brasil que criou o Fundo de Incentivo à Pesquisa TécnicoCientífico (FIPEC) e o Fundo de Desenvolvimento de Programas Cooperativos e Comunitários de Infra-Estrutura (FUNDEC), que se revelaram de extrema importância para a promoção do desenvolvimento. No campo esportivo, o BB apóia diversas modalidades, com ênfase no vôlei de quadra e de praia e no tênis, patrocinando Gustavo Kuerten. Além dos benefícios da publicidade que essas ações proporcionam rejuvenescendo a 20 imagem da empresa, os próprios atletas reconhecem o suporte que o BB proporciona para a alavancagem do esporte no Brasil. A seguir, são apresentados alguns exemplos das atividades da instituição em diversas áreas. 21 2.5.1 Fundação Banco do Brasil O projeto de organizar uma fundação dentro do Banco do Brasil, que tivesse todas as suas funções voltadas para o desenvolvimento social do País surgiu em 1985, quando o governo federal lançou o "Programa de Prioridades Sociais", que previa a adoção de medidas em vários campos, como alimentação, saúde, educação, emprego e habitação. Em 1º de agosto de 1986, as agências do Banco do Brasil começaram a receber as instruções sobre a criação da Fundação. A Fundação Banco do Brasil começou a operar efetivamente em fevereiro de 1988, com a proposta de financiar projetos que buscassem soluções para problemas sociais. No primeiro ano, a Fundação começou a colocar em prática a sua proposta e desenvolveu uma série de projetos sociais nas áreas de assistência social, cultura, educação, saúde, ciência e tecnologia, recreação e desportos, e assistência a comunidades urbanas e rurais. As primeiras iniciativas resultaram do apoio prestado a projetos diversos que chegavam à Fundação através das agências Banco do Brasil espalhadas por todo o país. Isso gerou um acúmulo de solicitações que extrapolava as disponibilidades orçamentárias além de gerar uma atuação eventual, desvinculada de uma verdadeira estratégia de desenvolvimento social. Para superar essa situação, em 1996, o Conselho Curador da Fundação aprovou a proposta de trabalho contemplando a criação dos Programas e Projetos que, até hoje, vem promovendo o desenvolvimento de forma mais efetiva. A Fundação Banco do Brasil foi expandindo sucessivamente suas ações e é hoje uma importante agência de fomento do país. 22 Valorizando a iniciativa de cada cidadão, a Fundação Banco do Brasil vem melhorando as condições de vida de milhares de brasileiros ao dar instrumentos para que as próprias comunidades conquistem dignidade e bem-estar social. Atendendo às populações carentes de norte a sul do país, a Fundação Banco do Brasil esta constantemente aprimorando seus diagnósticos e instrumentos de ação e estabelecendo novas parcerias com agentes públicos e privados. Atualmente, a Fundação desenvolve vários projetos sociais, dentre os quais destacamos alguns deles: 23 2.5.3 Centro Cultural Banco do Brasil O Centro Cultural banco do Brasil (CCBB), foi criado para difundir a arte e o pensamento e funcionar como laboratório de idéias e valores. É um espaço multimídia com cinema, sala de vídeo, teatros, salas de exposições, auditórios para palestras, biblioteca, videoteca, museu numismático e o Arquivo Histórico do Banco do Brasil. O CCBB é a referência obrigatória no circuito cultural e turístico da cidade do Rio de Janeiro e recebe um público médio mensal de 120 mil pessoas. 24 2.5.3 BB Educar O BB Educar é um programa de alfabetização de jovens e adultos, com alfabetizadores capacitados por instrutores do Banco do Brasil. Seu objetivo é contribuir para redução dos índices de analfabetismo no País, além de promover o exercício da cidadania e incentivar o ingresso dos alfabetizados no ensino formal. A idéia surgiu em 1992, quando alguns funcionários do BB mobilizaram-se para alfabetizar colegas da carreira de serviços gerais – carpinteiros, pedreiros, pintores, etc. O sucesso da experiência levou o Banco a estendê-la às comunidades. Desde 2000 o BB Educar faz parte do conjuntos de programas da Fundação Banco do Brasil, com parte dos recursos vindos da comercialização do título de capitalização Ourocap Milênio. Funcionando em rede nacional, possibilita o aprendizado da escrita e da leitura, além de envolver os alfabetizandos em atividades que estimulam sua consciência crítica – como palestras abordando questões de saúde, alimentação e temáticas diversas. O Programa se preocupa em propiciar instrumentos de reflexäo sobre a realidade do mundo atual. Esse caráter multidisciplinar e plural do BB Educar está intimamente ligado à metodologia adotada, que buscou os ensinamentos de Paulo Freire e Emília Ferreiro. Baseado nos princípios de uma educação libertadora e de prática da leitura do mundo, o Programa transforma salas de aula em espaços de intercâmbio de idéias e experiências trazidas do dia-a-dia dos educandos. 25 2.5.4 Criança e Vida O Criança e Vida tem como objetivo reduzir a mortalidade infantil por câncer no País. Ë desenvolvido em parceria com o Ministério da Saúde e os recursos financeiros investidos no Programa são provenientes de percentual sobre a comercialização de Seguros da linha “Ouro” pelo Banco do Brasil. Sua premissa é o atendimento integral aos pequenos pacientes, atuando em dois focos distintos: o diagnóstico precoce e o tratamento adequado da doença, fatores que podem elevar as chances de cura para patamares superiores a 70%, na maioria dos casos. Em busca da identificação do câncer em sua fase inicial, o Programa investe na capacitação de profissionais de saúde e está implementando oito centros de referência no diagnóstico laboratorial em diferentes estados brasileiros. Cada um desses centros está sendo aparelhado com equipamentos importados, de alta tecnologia, nas áreas de patologia, citogenética, imunofenotipagem e biologia molecular. Para possibilitar um tratamento uniforme da doença nas diversas regiões brasileiras, o Criança e Vida promove a melhoria e o reaparelhamento da estrutura de atendimento de hospitais que já atuam na área. Também está sendo realizado um estudo sobre as casas de apoio que prestam suporte social aos pacientes e seus familiares. Outra iniciativa é a criação da Central Informatizada de Oncologia Pediátrica, para melhorar a coleta de dados sobre o câncer infantil no País. 26 2.6 Visão geral da agência Avenida Estados Unidos Com o advento da mudança na forma de atendimento aos seus clientes, definida pela Diretoria e aprovada pelo Conselho de Administração do Banco do Brasil S/A, focada na segmentação de mercado, a agência Centro Salvador, de prefixo 0006-X, que atendia todos os segmentos do mercado financeiro: pessoa física, jurídica, governo, mercado internacional, agronegocio, foi fracionada em várias agências, com a finalidade de focar o atendimento por segmento, cabendo a agência Avenida Estados Unidos os clientes pessoa física de maior poder aquisitivo. A agência Avenida Estados Unidos, localizada na Av. Estados Unidos 561, no bairro do comércio na cidade do Salvador, foi criada em janeiro de 2000, com a finalidade de atender os clientes do segmento exclusivo NR1A que tem aplicações acima de R$ 500.000,00 ( quinhentos mil reais ), cliente exclusivo NR1B que tem aplicações acima de R$ 50.000,00 ( cinqüenta mil reais ) ou tem um rendimento acima de R$ 4.000,01 ( quatro mil reais e um centavo ) e uma parte de clientes preferenciais NR2 que tem aplicação até R$ 49.999,99 ( quarenta e nove mil novecentos e noventa e nove reais e noventa e nove centavos ou tem um rendimento comprovado de até R$ 4.000,00 ( quatro mil reais ) com potencial para o segmento exclusivo, a base de clientes que foi utilizada para formatar a Agencia Avenida Estados Unidos foi a da agência Centro Salvador. 27 Quando da sua criação, a agencia foi na época uma das agencias piloto na segmentação dos clientes exclusivos NR1 em todo o Brasil, com a finalidade de analisar, avaliar e implementar o novo formato de atendimento segmentado. Hoje existe na base da agencia um total de 3. 353 clientes distribuídos nos quatros segmentos: exclusivos NR1 1.434 clientes distribuído em 04 carteiras, com uma média de 358 clientes por carteira; preferenciais NR2 1.460 clientes distribuído em uma carteira formada com 1193 cliente e outra carteira em formação com 267 clientes; e pessoas físicas NR3 459 clientes em uma carteira em formação As Carteira de clientes exclusivos NR1 administradas por existentes na agencia são um gerente de relacionamento e um assistente de negócios treinados em consultoria financeira para atender plenamente todas as demandas advindas dos clientes, as carteiras de clientes preferencias NR2 e pessoa física NR3 são administradas por um assistente de negócios e dois escriturários, a existência de clientes pessoas físicas NR3 na agencia, que na criação da agência não existiam, advém de clientes que adquiriram restrições cadastrais e filhos de clientes exclusivos que não tem renda comprovada. 28 3. Área de Concentração 3.1 Conceito de Marketing Durante a I Guerra Mundial (1914-1918), em conseqüência do esforço de guerra, houve considerável retração na produção de bens de consumo. Em conseqüência, quando terminou a guerra e as indústrias voltaram a produzir normalmente, não havia dificuldade alguma em colocar a produção, pois a procura excedia a oferta. Segundo Kotler (2003 p. 03) “... Esse estado de coisas gerou notável desenvolvimento industrial. Todos queriam produzir para esse ávido mercado. A excessiva produção que seguiu levou os Estados Unidos à depressão de 1929, quando a produção passou a exceder o consumo). “Verificou-se, então, que era necessário inverter os pólos do problema, e todos os esforços dos homens de negócios e a tecnologia voltaram-se para o problema da distribuição, pois era necessário “criar e buscar” o consumidor onde quer que ele estivesse. Pode dizer-se que data dessa época o florescimento da Ciência do Marketing”. Manzo (1996 p.01). O problema central com que se defronta os negócios hoje não é a escassez de bens, mas escassez de clientes. A maioria dos setores de atividade em todo o mundo é capaz de produzir muito mais bens e serviços do que os consumidores são capazes de comprar. Esse excesso de capacidade resulta de cada um dos competidores ter projetado uma fatia de mercado maior que a possível. Se cada empresa projetar, por exemplo, um crescimento de 10% em suas vendas e o mercado total crescer apenas 3%, o resultado será a superoferta. 29 Tal situação, redunda em hipercompetição, ou seja, competidores desesperados para atrair clientes, baixar seus preços e oferecer brindes. Philip Kotler (1980, p.42) resumiu o conceito de marketing como sendo “... uma orientação da administração baseada no entendimento de que a tarefa primordial da organização é determinar as necessidades, desejos e valores de um mercado visado e adaptar a organização para promover as satisfações desejadas de forma mais efetiva e eficiente que seus concorrentes”. Passados mais de 20 anos, essas palavras ainda se mostram bastante atuais, muito embora o termo mais adequado hoje não seja mais somente mercado, mas sim nicho de mercado, conforme ressaltam Don Pepperes e Martha Rogers (1994). Esses autores enfatizam a necessidade das organizações em direcionar esforços, definindo quais clientes interessam e quais não interessam. Ao desenvolver sua estratégia de marketing, uma organização tem duas opções fundamentalmente distintas para se dirigir ao público: a difusão e a segmentação. Esta última hipótese vem predominando no mundo de hoje. A orientação para o cliente é uma unanimidade no marketing atual, mas não se restringe simplesmente à conquista e penetração de mercado, enfatizando a importância do comprometimento, no qual o cliente deixa de ser um experimentador, mas também um defensor do produto que adquire. As pressões ambientais estabeleceram um novo contexto empresarial, no qual novos desafios impuseram ao marketing, repercutindo no seu enfoque clássico. Os chamados 4Ps sofrem adequações no seguinte sentido: • produto – não é mais o que a empresa deseja vender, mas sim o que o consumidor necessita. Tendência à individualização, fugindo do enfoque massificado; 30 • preço – o consumidor determina o quanto está disposto a pagar. As empresas devem ajustar seus custos de forma a obter margem de lucro, minimizando a utilização dos recursos humanos, materiais e temporais; • promoção – maior eficiência e direcionamento aos nichos visados. Ênfase na criatividade e atualidade nas ações promocionais; • praça – distribuição otimizada, exploração de parcerias, abertura de mercados no exterior. Inversamente, aumento expressivo da concorrência no mercado local. Assim é que, da satisfação de necessidades passou-se para o atendimento de expectativas e desejo passou-se para o atendimento de expectativas e desejos; do foco na massa evoluímos para o foco no individuo e na comunidade. A sociedade está cada vez mais atenta às atitudes das instituições, exigindo empresas cidadãs. Os consumidores passaram a ser mais exigentes, imediatistas, exclusivistas. No tocante à segmentação, a utilização do database marketing (DBM) – cujo conceito será abordado mais adiante – se fez essencial. A publicidade também passou por mudanças profundas: da informação, caminhamos para a comunicação; os centros de poder se dispersaram, pela grande opção de canais à disposição; a mídia de massa perde eficácia; o marketing se torna global e interativo. O marketing contemporâneo sugere a necessidade das organizações repensarem seus paradigmas, face a diversos fatores, quais sejam: • lideranças de empresas e marcas, antes intocáveis, se tornam cada vez mais ameaçadas; 31 • complacência e falta de senso de urgência por parte das gerências; • baixa atenção às necessidades do consumidor; • processos produtivos lentos e de baixa qualidade; • processos de gestão inadequados e ineficientes; • crescente abertura do mercado local; • desafios face ao potencial do mercado internacional. Nesse contexto, verifica-se que as organizações tendem a uma flexibilização cada vez maior, visto que as pressões competitivas as estimulam a desenvolver estruturas mais maleáveis. Em geral, os níveis de autoridade são revistos e se aproximam do consumidor. “Para sobreviver em mercados dinâmicos, as empresas precisam estabelecer estratégias que sobrevivam às mudanças turbulentas no mercado. Têm que construir alicerces fortes que não sejam derrubados pelas tempestades”, escreve Mckenna (1991 p. 48). É cada vez mais difícil agradar os clientes que querem produtos e serviços superiores, adaptados às suas necessidades, fornecidos com rapidez, pelos menores preços e com serviços adicionais gratuitos, destaca Kotler. Os clientes já não são tão leais como antes, possuem múltiplas escolhas no mercado, ao mesmo tempo em que os produtos e serviços de empresas concorrentes estão atingindo uma paridade crescente. A qualidade já não faz mais a diferença. Segundo Blackwell, em artigo publicado na revista HSM Management 37 março-abril (2003 p. 57) os clientes “... têm um potencial de “desinvestimento”, em face de questões ambientais ou sociais que envolvam o produto/serviço ou a empresa”. 32 O divisor de águas agora será o valor agregado de um produto, que é constituído muitas vezes de valores intangíveis como: a atitude do vendedor, a postura do fornecedor, a empatia com o cliente, a cultura empresarial etc. Os compradores de um nicho específico de mercado são bastante homogêneos em suas percepções e preferências, e estão dispostos a pagar um bom preço pelas ofertas que realmente adequem às suas necessidades específicas, conforme preceitua Kotler (1980), mas definir o nicho de mercado implica também ingressar num processo de envolvimento do cliente no qual os intermediários são eliminados. Para envolver o cliente é preciso customizar a comunicação, o produto, o serviço e o material promocional de tal forma que se estabeleça uma relação estreita com ele. O fenômeno que está desempenhando um papel fundamental na eliminação dos intermediários é a Internet. Uma empresa pode conduzir com êxito os seus negócios inteiramente em canais eletrônicos. 33 3.2 O marketing nos Bancos O mercado financeiro, especificamente, busca ampliar o conceito de produto oportuno, que se caracteriza pelo produto primário mais as oportunidades de diferenciação que cada empresa tenta agregar á oferta. No setor bancário, em especial, é extremamente difícil diferenciar o produto em si, pois em geral seu portfólio é composto de commodities . O atendimento se torna mais do que nunca um fator crítico para o sucesso das instituições. Os clientes dos bancos, de um modo geral, têm necessidades muito semelhantes, que podem ser representadas esquematicamente conforme indicado na figura 2. Figura 2 – Necessidade dos clientes de bancos Necessidades do consumidor Fluxo de caixa Informações e Serviços Proteção ou seguros Financiamentos e Empréstimos Investimentos ou poupança 34 Operacionalmente falando, o mercado financeiro convive com algumas grandes contradições. Por um lado, há uma enorme velocidade nas operações, como é o caso das mesas de open, em que tudo se resolve instantaneamente, como a transferência de recursos internacionais, via processamento eletrônico, em tempo real. Por outro lado, há os rigores – necessários, reconhece-se – da análise de risco e de crédito, que envolvem investigações econômicas e financeiras, além de uma razoável burocracia (preenchimento de cadastros, elaboração de contratos, emissões de documentos de cobrança etc). Essa dicotomia adquire especial importância em países como o Brasil, onde a herança inflacionária e a péssima distribuição de renda funcionam como estimuladores para a agilização das operações e a morosidade na análise do cliente, considerando-se o risco e o custo de oportunidade envolvidos. Como esse quadro é muito dinâmico, há e sempre o perigo de uma grande concentração de interesses sobre uma limitada quantidade de clientes, o que tende a provocar um desvirtuamento da vocação das instituições financeiras, dificultando a determinados produtos ou concentrando recursos e lucros, numa atitude nociva ao mercado como um todo. Por conta dessa e de outras situações, surge a necessidade da ação do Estado como regulador e disciplinador das atividades bancárias, gerando mecanismos intervencionistas que garantam o acesso das pessoas ao mercado financeiro, em especial produtores rurais, micro, pequenas e médias empresas etc. Essa intervenção do estado é bastante significativa para o setor, causando inclusive forte interferência na lógica que preside os estudos de segmentação deste mercado. 35 Um forte exemplo, é o grande interesse por parte do Governo Federal em utilizar os bancos federais para a concessão de crédito às micro e pequenas empresas com taxas diferenciadas visando a geração de emprego e renda. 36 3.3 Marketing de Relacionamento Nas últimas décadas, a comunidade de marketing passou a dar maior importância ao Marketing de Relacionamento. A retenção de clientes diz respeito à durabilidade de sua relação com a empresa, que só será garantida pelo atendimento de suas necessidades. O Marketing de Relacionamento pressupõe que a preocupação das organizações é a conquista de novos clientes, mas também e fundamentalmente a satisfação de clientes já existentes, que deve ser monitorada constantemente. A manutenção e intensificação da relação com os clientes é responsável por boa parte do resultado das organizações. Em Princípios de Marketing (1998 p. 397) Philip Kotler diz “ marketing de relacionamento significa manter, acentuar sólidos relacionamentos com clientes e outros públicos ... O marketing de relacionamento está mais voltado para o longo prazo. Por isso é preciso que todos os departamentos da empresa trabalhem em bloco (...) para servir o cliente" Alguns pesquisadores afirmam que a fidelização – retenção dos clientes com elevação do share of customer – chega a ser duas vezes mais importante que o marketing de conquista e que “ ... via de regra, custa a uma empresa cinco vezes mais conseguir um cliente novo do que manter um já existente” (Peppers e Rogers, 1994 p. 48). Considerando-se que a aquisição de clientes custa muito caro, necessário se faz preservar esse investimento. Pepperes e Rogers (1994), no seu conceito marketing um a um, preceituam que a participação no cliente deve se sobrepor à participação no mercado, e que as empresas devem desenvolver uma 37 relação de aprendizado com os melhores clientes, com esses participando ativamente do aprimoramento da empresa através de reclamações, sugestões e feedback. As quatro estratégias do 1 to 1 seriam: • identificar; • diferenciar; • interagir • personalizar Vavra (1993, p. 309) conceitua pós-marketing como sendo “... o processo de proporcionar satisfação contínua e reforço aos indivíduos ou organizações que são clientes atuais ou mesmo que já foram clientes”. Estes devem ser identificados, reconhecidos, comunicados, auditados em relação à satisfação e respondidos, para a construção de um relacionamento duradouro, que se dá pela repetição de compra e também pelas próprias atitudes dos clientes em relação à empresa, na chamada “escala de lealdade”. Esse conceito lembra à empresa que nem todos os compradores de produtos e/ou serviços estão comprometidos com sua marca. Segundo Bogmann (2000, p. 105) “ ... pós-marketing como é o fortalecimento da lealdade do cliente indo ao encontro de suas expectativas. O cliente tem expectativas quanto à qualidade básica de um produto ou serviço que ele comprou”. Serviço e qualidade devem sempre acompanhar cada produto e serviço colocado no mercado. O Marketing de Relacionamento não é, pois, meramente uma expressão de efeito, mas um processo progressivo, no qual a empresa deve aproveitar toda e qualquer oportunidade para obter informações precisas e o mais abrangente possível sobre seu cliente (Levitt, 1991). 38 O verdadeiro marketing orientado para o consumidor considera de extrema relevância o cliente atual, nunca partindo do princípio de que aquele que já mantém um relacionamento com a empresa já está satisfeito e, portanto, seu apoio permanecerá ad eternum . O consumidor, de um modo geral, altera com alguma freqüência seus valores e desejos, de acordo com o momento em que se encontra. Tais alterações requerem uma constante atenção, assim como as necessidades atuais não satisfeitas. Vavra (1993) ressaltou a importância da medição do índice de satisfação dos clientes, que ele chama de acompanhamento de pós-venda pelo estabelecimento de um diálogo formal, identificando o que os consumidores desejam da empresa, necessidades não satisfeitas, expectativas no relacionamento e, como o próprio nome sugere, suas satisfações em relação ao produto ou serviço oferecido. È sabido que o cliente satisfeito naturalmente externa essa satisfação às pessoas com que mantém algum tipo de contato, muito embora o efeito multiplicador de uma insatisfação seja bem maior. A propaganda “boca a boca”, há, portanto, de ser considerada com atenção, especialmente quando se sabe que hoje a informação flui a uma velocidade cada vez maior. Portanto, um programa de mensuração de satisfação serve para monitorar os procedimentos da organização sob a ótica do cliente, proporcionando feedback para uma constante melhoria do atendimento. No decorrer desse trabalho, será abordado o Índice de Satisfação dos Clientes (ISC), desenvolvido pelo Banco do Brasil. A habilidade de uma empresa em satisfazer seus clientes é um dos mais importantes atributos de pós-marketing. Apesar da lógica simples desses preceitos, 39 empresas verdadeiramente preocupadas com seus clientes constituem-se numa exceção, em qualquer ramo de atividade. Cid Nardy (1991) aponta o critério comportamental de segmentação como um dos mais indicados para os bancos, sendo bastante eficaz nos níveis operacional e gerencial. O que o autor chama de “segmentação da segmentação” será válida sempre que sua aplicação permitir uma visão mais precisa e nítida do consumidor, o que pode ser conseguido através de pesquisas contínuas. Tomando por base esse exemplo, verificamos uma compatibilidade entre muitos conceitos teóricos e os projetos ora em curso no BB na área de Marketing de Relacionamento. Foi também nessa linha que o Banco do Brasil desenvolveu seu modelo de Relacionamento, o qual passaremos a descrever e que será objeto de estudo e análise pelo estagiário. 40 3.4 Tecnologia da Informação Importante subsídio ao Marketing de Relacionamento é a tecnologia da Informação (TI): o armazenamento, tratamento adequado e, fundamentalmente, a disponibilização das informações relevantes em bancos de dados constituem um grande apoio à organização, na media em que permitem um conhecimento mais efetivo da carteira de clientes, estreitando o relacionamento, medindo seu nível de satisfação e verificando o retorno proporcionado. A Ti se apresenta no mundo atual como uma ferramenta empresarial fortíssima, alterando as bases da competitividade e as estratégias empresariais, norteando os rumos a serem tomados pelas organizações. O setor bancário é, reconhecidamente, um dos que mais investem em novas tecnologias, por ser fortemente afetado pelas constantes mudanças, notadamente aquelas relacionadas ao comércio eletrônico. As maiores instituições nacionais têm procurado se adequar à nova realidade do mercado, investindo maciçamente em TI, paralelamente a uma reavaliação de suas estruturas de lucro e custo. As principais aplicações são o home/office banking, DOC eletrônico, os cartões inteligentes (smart card), cash dispensers e a transferência eletrônica de dados (EDI). Também a formação de um DBM através da extração, transformação, filtragem e consolidação de informações de diversas fontes constitui-se num poderoso informações instrumento de estratégicas diferenciação preciosas e Relacionamento sofisticado em larga escala. das empresas, viabilizando um disponibilizando Marketing de 41 Carlos Alberto Gonçalves em Marketing de Relacionamento – Database Marketing (2002 P. 06) escreve: “ ... o database marketing é uma ferramenta de aplicação tecnológica que surge, através de sua modelagem e aplicação, como frente de um processo intensivo de negociações entre os setores empresariais envolvidos com o marketing da organização e dos vários interessados no sucesso do marketing estratégico nesses ambientes”. O DBM e o Marketing de Relacionamento são, pois, fortes parceiros, o primeiro com a transformação dos dados em informação e o segundo pela utilização eficiente, eficaz e efetiva dessas informações, traçando estratégias importantes para as organizações. O Data Warehouse (DW), bastante em voga nos dias atuais, é uma base de dados que oferece grandes recursos para o armazenamento integrado orientado para o auxilio ao processo decisório. O DW pode ser subdivididos em data marts, destinados a informações específicas, de interesse gerencial da empresa, e suas características principais são: • série histórica dos dados; • possibilidade de consulta massiva; • flexibilidade para consultas complexas (inclusive data mining); • atualização periódica; • escalabilidade e armazenamento de volume expressivo de informações. “Os Data Warehouse possibilitam a construção de modelos de dados ou “dimensionais”, que permitem a agregação de informações de acervos diversos, que representam a mesma grandeza ou variáveis, sob uma única identificação, 42 possibilitando níveis mais acertados de análise,” escreve Carlos Aberto Gonçalves (2002 p. 288). Algumas das aplicações mais comuns para a tecnologia de DW são a segmentação de mercado, programas de fidelização de clientes, avaliação da satisfação de clientes, identificação de novas oportunidades de negócios, análise de risco, avaliação de eficácia das estratégias de promoção, avaliação da concorrência, dentre outras. O conceito da TI foi expandido, transcendendo o enfoque da informática, processamento de dados, sistemas de informação, hardware e software. Especificamente após o advento da Internet, sua influência na atividade, administração, estrutura e estratégia de uma empresa é cada vez maior. 43 3.5 A Internet e o BB Quando o assunto é informação, é inevitável falar da Internet, a rede das redes, considerada por muitos como um dos mais importantes e revolucionários desenvolvimentos da história da humanidade. Com ela, um cidadão comum ou uma pequena empresa pode, a um custo baixíssimo, ter acesso a informações localizada nos mais distantes pontos do mundo, além de criar, gerenciar e distribuir informações em larga escala, algo que anteriormente só era acessível ás grandes organizações, pelos meios de comunicação convencionais. Essa perspectiva abre um enorme mercado para profissionais e empresas interessados em oferecer serviços de informação específicos, como é o caso do e-commerce que deve atingir cifras de bilhões de dólares. O BB demonstra estar sintonizado a essa tendência mundial, e vem investindo maciçamente na grande rede, mais especificamente na World Wide Web, sua faceta mais visível. O Banco do Brasil lançou, seu novo Portal na grande rede, com inovações que facilitam e agilizam a navegação para o usuário e garantem mais visibilidade aos produtos e serviços do Banco. Adicionado o conceito de “Portal”, o site traz uma linguagem visual mais amigável e estimulante. O BB é a primeira instituição financeira da América Latina a contar com certificação digital, última palavra em tecnologia de segurança para operações no ambiente Internet. Foi, também, aumentada a facilidade de navegação, conferindo muito maior interatividade e eficácia no relacionamento com os clientes. O Banco do Brasil adotou um novo endereço oficial na web: www.bancodobrasil.com.br. O endereço anterior era www.bancobrasil.com.br, em 44 função do limite de 11 registros na configuração do domínio. Como esse limite foi expandindo, o nome do site pode expressar fielmente o nome da empresa. Assim, os dois endereços citados, mais o resumido www.bb.com.br, levam igualmente o internauta à homepage do Banco na rede mundial. A ampla gama de produtos e serviços já existentes está agora acompanhada de informações completas e de fácil entendimento. O novo site, que oferece cerca de 1.700 páginas para navegação, inclui a opção de acompanhar em tempo real os leilões de produtos agropecuários, realizados pelas bolsas de mercadorias do País. Além dessas mudanças, o Banco disponibilizou um site exclusivo para investimentos, onde o cliente pode fazer simulações de suas aplicações, escolhendo a mais adequada ao seu perfil, acompanhando o comportamento do mercado através de notícias em tempo real, de gráficos de índices e cotações. O Banco do Brasil conta hoje com cerca de 5.292.184 de clientes que utilizam os serviços bancários via Internet. Desses clientes cadastrados na internet, aproximadamente 1.700.000 acessam o serviço pelo menos uma vez por dia. O banco tem em sua base de cadastro 1.630.000 E-mail registrado para comunicação via correio eletrónico com seus clientes Para aumentar ainda mais o relacionamento com seus clientes através da Internet, o Banco sinaliza com investimento adicional com ênfase na infra- estrutura de comunicação, diversificação das formas de atendimento aos clientes e aumento de segurança aos usuários da internet. A idéia é trabalhar no segmento business-to-business, o que mais cresce no mundo. Uma das grandes preocupações que ainda persistem em relação ao ebusiness diz respeito ao nível de segurança e certificação de usuários nas 45 transações. É sabido que muita gente evita realizar transações eletrônicas, pelo temor de que os dados transitados pela rede sejam interceptados indevidamente. Dos mais de 79 mil funcionários do Banco, cerca de dois mil são da área de informática, e boa parte desse número tem trabalhado na customização da Internet como canal de comunicação seguro e confiável entre a empresa e seus clientes. 46 3.6 Escopo do Trabalho A abordagem do presente trabalho está voltada para a aplicação dos conceitos de Marketing de Relacionamento Bancário, que o Banco do Brasil S/A se propõe a utilizar junto ao seu universo de clientes. Por se tratar de um tema bastante abrangente – especialmente nos dias atuais – estabelecemos como foco de nosso trabalho a implementação de Modelo de Relacionamento em conjunto à Segmentação Comportamental de clientes pessoas físicas, pelo Banco do Brasil, cujo o sistema já esta implantado em todo o país e temos como base para o trabalho a agência Avenida Estados Unidos , localizada no bairro do comércio na cidade do Salvador (BA). O modelo de atendimento esta sendo responsável por alterações bastante significativas na relação do Banco com seus clientes, contemplando diversas ações, que vão desde a alteração do lay-out das dependências até a criação de novos cargos, como o de gerente de relacionamento. Esse assunto foi escolhido por se tratar de um tema que vem recebendo especial atenção do Banco e de seus concorrentes. Conhecer seu cliente, satisfazer suas necessidades e proporcionar retorno para a empresa é requisito sine qua non para a sobrevivência num cenário altamente competitivo como o que se configura. O fato de sermos funcionários da instituição onde exercemos funções de gerentes na área de atendimento aos clientes pessoas físicas e também o grande interesse da empresa pelo assunto, foram fatores determinantes para a escolha do tema. 47 4. Metodologia A metodologia do projeto baseou-se na análise de dados disponíveis no Banco do Brasil S/A e na agência Avenida Estados Unidos, observações dos funcionários envolvidos no trabalho, à luz dos conceitos teóricos constantes da bibliografia. Dentre as atividades realizadas ao longo do período do trabalho, destacam-se: • A) pesquisas realizadas nos sistemas do Banco do Brasil; • B) análise da documentação do Modelo de Relacionamento do BB; • C) análise dos dados obtidos; • D) pesquisa bibliografia; • E) análise e comparação com a estratégia dos concorrentes; • F) contatos regulares com gerente de agencia e gerente de mercado pessoa física; •G) Análise do modelo no âmbito da agencia Avenida Estados Unidos; No âmbito do Banco, diversas foram as fontes de consultas utilizadas: • 1) Portal do BB na Internet; • 2) Intranet; • 3) Fascículos do Programa de Profissionalização; • 4) Relatório de Gestão; • 5) Sistemas de Informação desenvolvidos pela UF Tecnologia; • 6) Revista BB.com.você; •7) Contatos pessoais com funcionários detentores de conhecimento sobre o assunto. 48 5. Modelo de Relacionamento 5.1 Histórico A sobrevivência financeira dos bancos no Brasil, notadamente os de varejo, passa atualmente por uma inevitável aproximação dessas instituições com seus clientes. As estratégias de marketing massificadas, nas quais todos os produtos eram oferecidos para todos os clientes através de todos os canais se tornou banalizada pela “comoditização“ dos produtos e evolução do comportamento dos clientes, que passaram à “multibancarização”, ou seja, relacionam-se com vários bancos, pinçando aquilo que lhe é mais favorável em cada um deles, visando maximinizar seus investimentos. Esse, aliás, é um dos principais motivos que explicam o fato de que alguns clientes com grande potencial proporcionam pouco retorno financeiro para os bancos, pelo seu alto poder de barganha e conhecimento do mercado. A segmentação é hoje um processo irreversível no marketing em geral, e nos bancos especificamente, em razão dos seguintes aspectos: Ø Os consumidores apresentam diferença bastante significativa no tocante a identidade, comportamento e necessidades; Ø As identificações do grupo homogêneas levaram à adaptação da oferta dos bancos às suas necessidades, em relação a produtos, serviços, atendimento e distribuição; 49 Ø A segmentação facilita a adoção de medidas destinadas a manter os atuais e captar novos clientes, pelo direcionamento de esforços; Ø O acirramento da competição torna inviável alguma instituição tentar ser o melhor em tudo para todos os clientes, sem discriminação. O mercado financeiro brasileiro, hoje mais do que nunca, atravessa uma fase de intensa concorrência. Os produtos e serviços oferecidos por cada instituição são facilmente copiados. O diferencial, portanto reside na forma de atender cliente. Muito embora o Banco realize ações em três macrosegmentos – governos, pessoas jurídica e físicas -, somente este último grupo será aqui analisado, e exclusivamente sob o aspecto comportamental e de forma de atendimento. A decisão de se criar o presente modelo foi tomada em parte por causa do grande número de clientes que o BB – bem como a maioria das empresas – perde a cada ano, a maioria por mau atendimento. Também o fato de que uma minoria dos clientes – 28% - é responsável pela maior fatia da margem de contribuição da empresa – 66% - reforçou a necessidade de rentabilizar aqueles que não proporcionem o devido retorno e, fundamentalmente, fidelizar os melhores clientes, implementando um atendimento diferenciado que impeça a pressão concorrencial. Assim, o Banco do Brasil passou a trabalhar com um perfil não só quantitativo, mas também qualitativo de sua clientela. O primeiro passo foi um processo, iniciado em 1997, de confiabilização cadastral, destinado a imprimir maior qualidade à base de clientes. 50 5.2 Os clientes do BB O Banco do Brasil tem hoje um cadastro em torno de 32 milhões de pessoas. O grande aumento é em parte justificado por processos de cadastramento massificado de clientes, realizados a partir de convênios firmados com pessoas jurídicas públicas e privadas, que fornecem ao BB sua base de clientes e/ou funcionários, trazendo grandes oportunidades de negócios para a instituição. Cabe aqui destacar o conceito de cliente para o sistema Mercado Interno (MCI), que é responsável pelo cadastro: cliente é toda pessoa da qual o Banco necessita guardar alguma informação, ou seja, não necessariamente alguém que realiza negócios com a instituição. Menos de 50%, ou seja, um universo de aproximadamente 15 milhões das pessoas físicas cadastradas são clientes na verdadeira acepção da palavra, ou seja, efetivamente realizam alguma transação com o Banco, seja de conta – corrente, poupança, empréstimos, cartões, seguros, planos de capitalização, dentre outros. Há alguns anos, o Banco do Brasil não tinha uma visão integrada do seu cliente, não havendo instrumentos que permitissem saber com precisão se este dava lucro ou prejuízo à empresa. Com a implementação de um cadastro único, análise de rentabilidade e interação entre os diversos sistemas, esse quadro já melhorou bastante. No entanto, ainda permanecem alguns problemas, como a existência de clientes com altos volumes de negócios e baixa rentabilidade (chegando mesmo a ser deficitários), outros com potencial não explorado, mix de produtos inadequados e 51 pouco rentáveis e, principalmente, a falta de conhecimento, reconhecimento e identificação dos clientes. Até 1996, o BB possuía, em todo Brasil, 10 bases cadastrais gerenciadas por um sistema denominado Base de dados de Clientes ( BDC ), localizadas em Brasília (DF), Rio de Janeiro (RJ), são Paulo (SP), Recife (PE), Salvador (BA), Belo Horizonte (MG), Ribeirão Preto (SP), São José dos Pinhais (PR), Londrina (PR) e Porto Alegre (RS). Essas bases não tinham uma comunicação efetiva, e diversos problemas decorriam dessa situação. O mais grave deles dizia respeito à falta de um conhecimento integral do Banco para com seus clientes. Nesse período, a área tecnológica – recursos humanos e base de dados – foi centralizada em Brasília, e em abril de 1997, com a substituição do sistema BDC pelo MCI, as 10 bases migraram para um cadastro único, localizado na capital do país. A partir daí, desencadeou-se todo um processo de conferir maior confiabilidade à base, com a eliminação de redundâncias e sua utilização como base corporativa pelos demais sistemas de informação da empresa. Atualmente, cerca de uma centena de sistemas deixou de usar base própria para estabelecer um link com o MCI, tendo se verificado um imenso ganho de qualidade nas operações da empresa. Antigamente, por exemplo, ao mudar de endereço, o cliente tinha de se reportar várias vezes ao Banco para fazer a alteração desse dado: uma para mudar o endereço que estava vinculado à conta, outra para o cartão, poupança, seguro e assim por diante, causando um desgaste muito grande em ambas as partes. Hoje a situação já é bem diferente, e a quase totalidade dos sistemas está integrada a uma base cadastral única. 52 5.3 Atuação da Concorrência Utilizando-se de técnicas de benchmarking, identificou-se a maneira pela qual vários concorrentes segmentam e se relaciona com seus clientes. Assim é que instituições como Bradesco, Itaú, Unibanco, HSBC, ABN AMRO Bank, tomam por base a renda e/ou os investimentos realizados por seus clientes a) BRADESCO Privat – Cliente com disponibilidade líquida acima de R$ 1 milhão um atendimento personalizado e uma completa linha de produtos e serviços exclusivos. Prime – Cliente com renda mensal superior a R$ 4 mil ou aplicação superior a R$ 45 mil. Vareja - Atendimento diversos e clientes com renda mensal inferior a R$ 4 mil ou aplicação inferior a R$ 45 mil. Banco Postal – População não bancalizada e uma parceria com os Correios, que recebem tarifa por cada operação realizada b) ITAÚ Private – Atendimento Pessoas Físicas ou empresas relacionadas (holdings familiares, escritórios de profissionais liberais, etc.) A partir de R$ 1,5 milhão em recursos financeiros disponíveis. Personalité – Clientes com renda acima de R$ 5 mil, atendimento bancário diferenciado através de uma equipe de profissionais especializada e 53 constantimente treinada para atender plenamente às expectativas e exigencias dos clientes. Agencias – Atendimento diversos e cliente com renda inferior a 5 mil. c) UNIBANCO Privat – Reúne a estrutura de produtos e serviços de um banco único para clientes com aplicações a partir de R$ 1 milhão. Uni Class – Atendimento a clientes com renda superior a R$ 4 mil Cliente Exclusivo – Voltado para os clientes com renda superior a R$ 1,3 mil e inferior a R$ 4 mil. Cliente Especial – Clientes com renda inferior a 1,3 mil. d) HSBC Premier – Cliente com renda acima de R$ 5 mil e R$ 50 mil de investimento ou R$ 8 mil de renda sem investimento. Gold Class – Atendimento a clientes de renda entre R$ 2,5 mil a R$ 5 mil Global Class – Cliente com renda superior a R$ 1 mil e inferior a R$ 2,5 mil Global – Renda entre R$ 750,00 e R$ l.000. e) ABN AMRO Bank Private – Atendimento a clientes com investimento a partir de R$ 500 mil. Premium – Renda acima de R$ 4 mil Top – Clientes com renda entre R$ 2 mil a R$ 4 mil Pleno – Renda superior a R$ 600 e inferior a R$ 2.000 54 O Banco do Brasil obteve ainda informações sobre a quantidade de níveis de relacionamento e quantidade mínima e máxima de clientes por carteira que cada concorrente utiliza. De uma forma geral, a atuação da concorrência nesse sentido resume-se nos seguintes tópicos: -2 a 4 níveis de relacionamento; -carteiras de clientes com gerentes de contas ou de negócios; -assessoria financeira pessoal, por telefone ou Internet; -ambiente de atendimento diferenciado para cada nível, tanto no âmbito de agência como no escritório do cliente; - produtos diferenciados conforme o perfil do cliente; - tarifas e taxas diferenciadas; - serviço de call center diferenciado e humano; - entrega de cartão, talonários de cheques e documentos no domicílio; - ênfase na utilização da internet; - comunicação personalizada e Marketing de Relacionamento agressivo, com canais automatizados, mala direta, e-mail, visitas etc; - atribuição de metas para cada gerente de carteiras conforme o potencial do seu grupo de clientes atuais e potenciais; - capacitação do corpo funcional através de workshops e treinamentos periódicos, geralmente mensais. 55 5.4 Segmentação de Clientes no BB Ao longo do tempo, o Banco do Brasil adotou diferentes critérios de segmentação. Durante muitos anos, a atuação era pautada pela segmentação por produto. Por exemplo, nas agências, um setor atendia somente Empréstimos Rurais, outro tratava de assuntos do Cheque Ouro, outro prestava serviços de Câmbio, e assim por diante. Dessa forma, um mesmo cliente era obrigado a se relacionar com diversos funcionários, sendo que nenhum deles o via como um todo. Ficava difícil perceber as diferentes necessidades e comportamentos dos clientes. Uma outra maneira adotada no Banco para segmentar seus clientes pessoas físicas foi a segmentação por tipo de conta: conta Cheque Ouro e cliente de conta comum. Essas formas não permitiam aos funcionários perceberem, por exemplo, que um cliente, mesmo sem conta especial, poderia ter altos valores investidos no Banco, sendo, portanto, tão merecedor de tratamento diferenciado quanto o cliente Ouro. Enquanto a concorrência adota o mesmo modelo de segmentação tanto para orientar a venda como para atender seus clientes, o BB procura atuar de forma diferente em sua abordagem. O Banco agrega uma visão comportamental do cliente que é diferencial no mercado. Portanto o Banco utilizará a segmentação para direcionar a venda de produtos e serviços e os Níveis de Relacionamento para atender a clientela. 56 No BB, para a oferta de produtos e serviços, analisa-se não somente o potencial do cliente, mas também seu comportamento de consumo, utilizando para isso os sete segmentos comportamentais identificados: estratégico, potencial, ascendente, experiente, renovação, básico e desconhecido. Essa definição é o resultado de um Grupo de Trabalho que reuniu pessoas da Vice-Presidência de Distribuição, Marketing, Tecnologia e Varejo, com o objetivo de personalizar a oferta, canais, comunicação e preço, orientando sua força de vendas para atender as necessidades do cliente Pessoa Física por meio da abordagem, forma de comunicação e a oferta de produtos e serviços adequados ao perfil de cada segmento. Esse tipo de segmentação se baseia na análise da clientela existente e classificação em grupos homogêneos de comportamento, sob o aspecto da relação real empresa/consumidor e abordando os seguintes critérios: - idade e dados sócios demográficos; - tempo de relacionamento com o Banco; - tipo de quantidade de operações realizadas com o Banco; - valor dos fluxos monetários; - produtos usados; - canais de distribuição mais freqüentemente utilizados. A Segmentação Comportamental resultou na classificação dos clientes em grupos homogêneos de comportamento de consumo de produtos bancários, e foi desenvolvida segundo um modelo estatístico que analisou, no histórico de um ano, variáveis obtidas no cadastro do BB. 57 A opção pelo comportamento de consumo de produtos bancários como critérios de segmentação possibilita maior riqueza de detalhes na definição dos perfis dos segmentos, conhecimento mais profundo dos clientes e, por conseqüência, adaptação da oferta do Banco às suas necessidades. Na base de clientes Pessoas Físicas do BB foram identificados sete segmentos distintos, conforme características citadas mais adiante. A descrição dos segmentos fornece às agências um retrato típico de cada segmento como orientação geral no tratamento dos clientes em relação a: Ø Quais produtos eles têm mais propensão para o consumo; Ø Quais os argumentos de venda podem ser mais eficazes; e Ø Que canais são mais apropriados para cada segmento. A segmentação, no entanto, não dispensa o conhecimento individual dos clientes, principalmente os que serão alvo de tratamento personalizado. Todo o universo de clientes atuais do BB foi segmentado. Novos clientes recebem uma classificação provisória, observando apenas alguma variáveis de cadastro e, após um ano, essa classificação será retificada/ratificada aplicando a metodologia completa. A classificação do cliente em Segmento Comportamental é feita pelo sistema de informação denominado Segmentação de Mercado Interno (SMI), e é reavaliada anualmente. Cada segmento recebeu uma denominação, mas deve ser enfatizado que essa denominação é apenas para uso interno – não há divulgação para o cliente. 58 Os segmentos são classificados conforme explicitado a seguir. Os nomes atribuídos procuram destacar a principal característica observada em cada grupamento. 59 5.4.1 Segmento 1 – Desconhecido Cliente cujo perfil é desconhecido para o Banco, com cadastro incompleto, que impediu sua classificação no segmento adequado. As diretrizes prioritárias são o recadastramento/atualização de dados cadastrais. Numa situação perfeita – praticamente impossível de ser alcançada na prática – esse segmento não existiria. São também considerados desconhecidos porque quase não freqüentam a agência e tampouco o auto-atendimento. Um instrumento para reduzir drasticamente o número de pessoas enquadradas nessa situação é a introdução de “gatilhos” nos diversos sistemas de informação, barrando a concretização de negócios se as informações cadastrais estiverem incompletas, forçando a regularização. Isso, no entanto, tem que ser tratado com extremo cuidado, de forma a não “queimar” o relacionamento com o cliente. Além da questão negocial, existe o aspecto legal da questão; os bancos devem prestar informações fidedignas ao Banco Central em relação às pessoas com as quais mantém negócio. 60 5.4.2 Segmento 2 – Renovação Formado por jovens, estudantes, de renda baixa, mas com saldos de conta acima da média e militares no início da vida profissional. De um modo geral, esse grupo necessita de apoio para a iniciação profissional. Relaciona-se à distância com os bancos, valorizando a autonomia no atendimento e os benefícios da tecnologia. As diretrizes para esse segmento são: Ø enfatizar o uso do Banco sem burocracia, a facilidade de acesso (autoatendimento e internet); Ø ressaltar os patrocínios culturais e esportivos; Ø procurar manter uma imagem moderna, leve com enfoque em melhorias tecnológicas, em rapidez; Ø associar campanhas a eventos sazonais como verão, campeonatos esportivos, grifes da moda, eventos culturais etc Ø fidelizar a relação. No longo prazo, esses clientes podem ser bastante interessantes em termos de retorno. Ø Acenar com perspectiva de upgrade na conta, bem como em linhas de financiamento; Ø Desenvolver sites interativos na internet. 61 5.4.3 Segmento 3 – Estratégico Formado por profissionais liberais, grandes agricultores, profissionais da área médica, funcionários públicos, aposentados e bancários com melhor nível de renda etc. Nível superior completo ou em andamento. Cliente conhecido, crítico, exigente, bem informados, com alto poder de barganha. É multibancarizado e assediado. Valoriza status, segurança e rentabilidade dos seus investimentos, exigindo atendimento personalizado, além de reciprocidade do Banco. Esse segmento é responsável pela maior margem de contribuição percentual entre os clientes. As diretrizes são: - ressaltar a praticidade, agilidade, comodidade e a grande quantidade de pontos de atendimento espalhados por todo o Brasil; - valorizar o acesso ao Banco, inclusive no exterior, e em viagens nacionais e internacionais; - utilizar argumentação comparativa com produtos e serviços concorrentes, a proteção ao patrimônio, a segurança e rentabilidade dos investimentos do Banco; - valorizar a fidelidade do cliente com o Banco; - ressaltar a modernidade e grandeza do BB. 62 5.4.4 Segmento 4 - Básico Público composto em sua maioria por operários, comerciários e funcionários públicos, de baixa renda, instável financeiramente, que tenta equilibrar seu fluxo de caixa ao final do mês. Deseja, antes de tudo, ser aceito pelo Banco. Estratégia: -oferecer produtos acessíveis, populares; -desenvolver ferramentas para concessão de crédito; -ressaltar a conveniência e abrangência da rede local; -acenar com a possibilidade de realização de sonhos e melhoria de vida através da abertura de linhas de crédito; -valorizar o cliente através de conta especial, porém controlando rigorosamente níveis de inadimplência. 63 5.4.5 Segmento 5 – Ascendente Funcionários públicos, professores que recebem proventos pelo Banco e comerciantes de renda modesta. Em geral, se trata de cliente com pouco poder de barganha e que, embora discuta e reclame, depende do banco. Preocupam-se com a família e sonham com prêmios e melhoria de vida. As principais diretrizes resumem-se em: - utilizar linguagem simples e direta, orientando sobre produtos e serviços, especialmente quanto ao auto-atendimento; - valorizar o fato de ser cliente do maior banco do País e orientar sobre linhas de crédito automáticas, adequadas à sua capacidade de pagamento; - ressaltar a conveniência e abrangência da rede local e nacional; - fidelizar massivamente; - oferecer mais crédito automático e desburocratizado, porém com rigoroso controle dos níveis de inadimplência. 64 5.4.6 Segmento 6 – Potencial Formado por funcionários públicos, bancários e comerciantes com bom nível de escolaridade, tomador de crédito de curto e longo prazos, cujo valor principal é alcançar status. Diretrizes de atendimento: - a estratégia é utilizar linguagem direta e racional com argumentos comparativos, valorizando o conhecimento do cliente sobre produtos e serviços bancários; - valorizar a proteção à família, a constituição e preservação de patrimônio, e o acesso a bens de consumo com o apoio financeiro do BB. - evidenciar o BB como banco global, com preocupações com a comunidade local, ações sociais e culturais; - investir na fidelização: e - adequar e ampliar limites de crédito e leque de produtos. 65 5.4.7 Segmento 7 – Experiente São os clientes mais antigos do BB. Segmento composto por aposentados, viúvas, pensionistas, com renda modesta, pessoas que necessitam de uma reserva financeira para saúde e lazer. Trata-se de um público humilde e de fácil constrangimento, que precisa de orientação didática sobre os produtos e serviços bancários. Diretrizes: -utilizar linguagem simples, com argumentos claros e de fácil entendimento; -demonstrar transparência na relação banco/cliente; -valorizar o tempo de relacionamento com o BB; -transmitir confiança, cortesia, empatia e afetividade; -mostrar a credibilidade e solidez do BB, prestando orientações didáticas sobre o uso de produtos e serviços. 66 5.5 Níveis de Relacionamento no BB Como já foi dito, o Banco segmentou seus clientes sob o aspecto comportamental para nortear a venda de produtos e serviços, direcionando uma cesta específica para cada nicho identificado. No entanto, a forma de atender ao público utiliza, além dessa informação, a situação atual do cliente no tocante aos negócios que ele já realiza com o Banco, classificando-o segundo Níveis de Relacionamento. Na situação mais comum, os segmentos guardam algumas correspondências com os NR, mas nem sempre isso será verdadeiro. Assim é que poderemos ter um cliente de um segmento elevado, que por não utilizar o BB como seu principal banco, oferece baixo retorno, estando num NR baixo. Inversamente, podemos ter também um cliente do segmento básico situado num NR elevado. Esses casos, no entanto, constituem-se em exceção, o que pode ocorrer até pela existência de informações incorretas nas bases de dados. A gestão da relação comercial no Banco do Brasil tem os seguintes princípios: -Todo correntista deve ser alocado num Nível de Relacionamento compatível com a intensidade do seu vínculo com o Banco; -O NR caracteriza, formaliza e tangibiliza o tipo de atendimento a ser oferecido ao cliente; -O NR traduz o potencial do cliente e a intensidade do relacionamento deste com o Banco; 67 -Um sistema informatizado enquadra cada cliente no NR adequado, de acordo com as informações existentes nos bancos de dados cadastrais e operacionais; -As dependências validam o NR em função do seu conhecimento ou de entrevista complementar, visto que as informações existentes podem não expressar fielmente a real situação do cliente; -Periodicamente ocorre uma reavaliação do NR e alguns clientes podem migrar de nível; -Os funcionários devem ser sensibilizados para uma nova postura de foco no cliente; -A base de dados deve ter sempre um alto padrão de qualidade. No SISBB, o aplicativo “Clientes” – que centraliza a maioria das opções de sistema na agência para operar com seus clientes – tem uma opção para consultar as informações sobre as informações sobre classificação, característica e cesta de produtos de um determinado cliente, bem como a segmentação de todos os clientes de uma determinada dependência. De posse desses dados, o funcionário os utiliza para conhecimento do perfil de seus clientes com vistas a garantir a adequada abordagem no contato direto. A segmentação é somente um dos vários critérios utilizados para se determinar qual o Nível de Relacionamento (NR) de cada cliente, a base para essa nova sistemática de atendimento. O estabelecimento desses níveis objetiva orientar, padronizar a forma de relacionamento com os clientes pessoas físicas e organizar a força de vendas para garantir a fidelização dos clientes e o incremento de receitas e de negócios. A figura 3 apresenta graficamente a divisão por NR. 68 Figura 3 – Níveis de Relacionamento Nível 1A Nível 1B Nível 2 Nível 3 69 5.5.1 NR1 – Exclusivo Prevê um relacionamento intenso e estreito com os clientes representados por aqueles com maior volume de investimentos e potencial de negócios, e que estarão agrupados em carteiras nas agências onde são correntistas. O contato do Banco com esses clientes deverá ser personalizado e realizado por Gerente de Relacionamento especialmente designado e capacitado para atuar como consultor de negócios, através de contatos via telefone, internet ou pessoalmente, sendo elementos de ligação entre ambos, representando também os clientes junto à organização, defendendo seus direitos, suas reivindicações, tentando pensar e agir como eles e até mesmo identificar necessidades das quais nem eles se deram conta. Nas agências, o atendimento dar-se-á, preferencialmente, em ambiente apartado do público em geral, independentemente da conta do cliente pertencer à agência procurada. Esse nível de Relacionamento foi subdividido em NR1 A e NR1 B. os grandes investidores foram classificados como NR1 A – aplicações superiores a determinado valor – de perfil conservador e com tendência aos investimentos tradicionais, como caderneta de poupança e fundos de curto prazo. Nessa faixa situa-se um pequeno número de clientes. O Nível de Relacionamento 1B já engloba um universo maior que o NR1 A, comportando os médios investidores. Essa subdivisão permitirá, no futuro, o acionamento de uma forma de atendimento mais adequada a esse nicho. A proposta para o atendimento das necessidades dos clientes NR envolve vários aspectos, quais sejam: 70 -prestação de consultoria e orientação financeira; -comodidade e agilidade para realização de transações bancárias, incluindo disponibilização de canais alternativos; -solução rápida de problemas, pelo acesso direto às pessoas com alçada decisória; -segurança e rentabilidade nos investimentos; -conveniência e rapidez no acesso ao Banco. Como nos demais níveis, entre os clientes do NR1 existe uma distribuição entre os vários segmentos comportamentais, embora na maioria das vezes, um deles predomine. Assim é que 55% dos clientes do NR1 pertencem ao Segmento Comportamental Estratégico, e 21% ao Segmento Potencial. No aspecto geográfico, como seria previsível o estado de São Paulo concentra a maior parte dos clientes NR1, enquanto Minas Gerais e Rio de Janeiro se colocam em segundo e terceiro lugares, respectivamente. No que diz respeito a produtos, os mais utilizados são os Fundos de Investimento, Cheque Especial e Débito Automático em Conta Corrente, Caderneta de Poupança, Títulos de Capitalização, Cartões de Crédito/Débito e Seguros, nessa ordem. O atendimento do NR1 será realizado por Gerente de Relacionamento individual ou com o apoio de funcionário(s) de acordo com a disponibilidade/necessidade. O gerenciamento se dará pela composição de carteiras reduzidas. Nas agências, haverá um ambiente diferenciado, garantindo a privacidade do cliente. Os contatos devem ser proativos, via telefone ou internet, 71 preferencialmente, focado em prospecção e consultoria de negócios. Excepcionalmente, o cliente poderá ser atendido no próprio domicílio. A realização de negócios contempla um núcleo de assessoria em investimentos via telefone), um serviço de call center especializado e escritórios instalados nas principais capitais do País. O Banco estimou ainda o potencial de crescimento e expectativa de rentabilidade para esse NR. Nada obstante a subdivisão conceitual desse nível em NR1 A e NR1 B, não haverá nenhuma distinção entre esses dois tipos quando do encarteiramento, pelo menos num primeiro momento. O objetivo em relação aos clientes NR1 é ser o principal Banco do cliente. 72 5.5.2 NR 2 – Preferencial Prevê um relacionamento “administrado”. Os contatos pessoais são realizados por funcionários do atendimento da agência (Gerente de Contas ou Posto Efetivo), especialmente designados e são reservados para momentos específicos de venda e atendimento de uma necessidade cuja particularidade assim o exija. O NR Preferencial contempla clientes que constituem uma base intermediária em termos de potencial de negócios, porém de grande importância para o atingimento dos resultados do Banco. Nas agências, o atendimento dar-seá, preferencialmente, em ambiente diferenciado, independentemente da contas do cliente pertencer ou não ao cliente. Nesse NR encaixam-se os clientes com renda média, e o objetivo principal em relação aos correntistas que se enquadram nesse perfil é ampliar o relacionamento, buscando o seu único banco. Os clientes desse grupamento devem ser atendidos de forma diferenciada de acordo com a disponibilidade de espaço físico em cada dependência, por Gerente de Relacionamento ou equipe de funcionários específica. Cada carteira NR2 será composta com um número um pouco maior de clientes em relação ao NR. Além do atendimento proativo, focado em produtos competitivos e buscando antecipar as necessidades dos indivíduos, estes deverão ser orientadas a utilizar os canais automatizados (auto-atendimento). O segmento comportamental Potencial abrange 36% do NR2, enquanto que 21% pertencem ao Segmento Estratégico. Quanto ao consumo de produtos, o perfil deste NR se assemelha bastante ao NR1. 73 5.5.3 NR3 – Massificado Prevê um relacionamento do tipo “orientador” e é destinado aos clientes cujas características, grau de exigência de produtos e potencial para negócios os identifique com perfil para receber um atendimento massificado. Esses clientes costumam exigir atenção especial e atendimento individual, por isso necessitam ser orientados constantemente sobre o auto-atendimento, reservando o contato pessoal para as situações em que o acesso à solução não ocorra sem a interferência de um funcionário do Banco. O atendimento será massificado, realizado por funcionários da dependência, individualmente ou por equipe, de acordo com o porte de cada agência e agrupados em carteiras maiores que aquelas dos NR anteriores. Os clientes NR3 deverão ser orientados para que a realização de suas transações bancária sejam feitas principalmente via TAA. O NR3 abrange a maioria dos cadastros atuais do BB, acompanhando a própria pirâmide sócio-econômica brasileira Seu perfil é de renda mais baixa, com pequeno potencial de consumo de produtos, beneficiários do INSS ou simples usuários (não correntistas). Freqüentemente recebem salário por crédito em conta, em função de convênio de sua fonte pagadora com o BB. O objetivo primordial para o NR3 é viabilizar economicamente o atendimento. Ao contrário dos outros Níveis de Relacionamento, a postura de atendimento será reativa, e não pro-ativa. Os produtos potenciais para o NR3 são os Planos de Capitalização (Ourocap), Seguros (Vida, Automóveis, Residencial), Cartões, etc. 74 Independentemente do NR no qual estejam classificados, todos os clientes deverão ser tratados com cortesia, segurança e transparência, de tal forma que se sintam especiais. Embora os clientes do NR3 proporcionem menos rentabilidade para o Banco, eles possibilitam ganho de escala, em função de seu elevado número. Dessa forma, são essenciais para a posição que o Banco ocupa no mercado (market share). A figura 4 apresenta a distribuição dos clientes atuais do Banco por NR. Distribuição de Clientes por NR* 5% 20% NR3 NR2 NR1A/NR1B 75% Figura 4 – Distribuição de clientes por NR* •Valores omitidos para preservação da confidencialidade das informações. 75 O atendimento prestado aos clientes pessoas físicas deve ser integral, adequado e diferenciado, considerando o seu NR do Banco e sua Segmentação Comportamental. Para oferecer o plano de previdência Brasilprev, por exemplo, o público mais provável encontra-se nos segmentos estratégico e potencial, em questão as pessoas com perfil mais adequado para o produto. São clientes com maior grau de informação, manutenção do status, preocupação com a segurança da família e formação do seu patrimônio. Além de proporcionar um atendimento personalizado, considerando as necessidades do cliente e seu potencial de negócios, o modelo do Banco permite a redução dos custos com o material de divulgação, que segue em menor quantidade e com maior possibilidade de retorno. As soluções às necessidades rotineiras de todos os clientes serão supridas por meio dos facilitadores de atendimento, liberando o atendimento diferenciado, por Nível de Relacionamento, à consultoria e realização de negócios. No contato com o cliente, prestar o atendimento inicial e, se for o caso, orienta-lo para que, na próxima visita, dirija-se ao ambiente especifico. As argumentações para venda de produtos e serviços também são diferenciadas, considerando a classificação do cliente e a posse atual de produtos, comparada à cesta de produtos iniciados para o seu perfil. A inclusão de clientes nas carteiras dos diversos NR se dará quando do seu cadastramento no Banco, transferido de agência ou por reclassificação; a exclusão por encerramento de conta ou transferência de agência. O fluxo geral de encarteiramento obedecerá os seguintes passos: 76 1.classificação dos clientes; 2.formação de carteiras; 3.validação de clientes; 4.inicio do relacionamento; 5.avaliação dos clientes na carteira/avaliação das carteiras; 6.avaliação dos critérios de classificação e encarteiramento de clientes. Dentre as medidas tomadas para adequar o Banco a esse novo padrão de atendimento, pode ainda ser citada a reforma de todas as agências classe I, II e III (quase duas mil dependências, responsáveis pela maior parte da base de clientes), a instalação de salas de auto-atendimento, e a criação da figura do AtendenteExpresso , uma pessoa encarregada de auxiliar os clientes no manuseio de novos equipamentos e colher dados para ajustes julgados 77 5.6 Disseminação do Modelo Dada a magnitude do Banco do Brasil e a diversidade de situações encontradas nas diversas regiões do País – grandes agências situadas no centro de grande metrópoles, micro-agências em povoados encravados no meio da selva amazônica, para citar dois extremos – um dos maiores problemas para se implantar qualquer projeto global é a sua internalização por toda a empresa. Um dos instrumentos que o BB utiliza para normatizar quaisquer procedimentos internos a serem adotados por suas dependências é o Sistema LIC – Livros de Instruções Codificadas. No LIC – acessado via SISBB – se procurou estabelecer todas as orientações relativas à Segmentação e aos Níveis de Relacionamento, como também outros canais disponíveis, especialmente em meio eletrônico, como o aplicativo CORREIO e a Agência de Notícias, para divulgar notícias relacionadas ao assunto, de forma a possibilitar que o novo modelo de atendimento faça parte da própria cultura da organização. Além das instruções divulgada sistematicamente via correio eletrónico sobre o assunto, o Banco tem promovidos Encontros Nacionais de Vendas Pessoa Física. Com participação de escriturários, caixas executivos, gerentes de relacionamento, gerente de Agências, superintendentes regionais e estaduais de todo o País e até diretores do Banco, debatendo a fundo questões vitais para manter um relacionamento duradouro e rentável com os clientes. Além do compartilhamento de estratégias, metas, desafios e expectativas, a Segmentação e o Modelo de Relacionamento tem sido a estrela do evento. 78 A idéia é oferecer o suporte tecnológico e logístico necessário para envolver todo o Banco no processo. A manutenção do cadastro é também considerada um ponto chave para o sucesso do empreendimento. Portanto, tem um contínuo trabalho de conscientização de todos os funcionários, notadamente os de atendimento, com o intuito de imprimir maior qualidade ao cadastro de clientes, pois ele é a base de todo o processo de segmentação e relacionamento. A partir dos resultados obtidos e das dificuldades verificadas nestes encontros e sugestões enviadas pela Rede de Agências, são feitos os ajustes necessários para, num momento posterior, ocorra a disseminação no âmbito nacional. 79 5.7 Sistemas de Informação que apoiam o Modelo Diversos sistemas foram remodelados ou até mesmo criados de forma a se fornecer suporte ao Modelo de Relacionamento ora proposto, dentre os quais destacam-se: Ø Segmentação de Clientes-SMI Segmenta os clientes através de processamento batch, permite consulta on-line de clientes segmentados, fornece estatísticas dos vários segmentos, apresenta cesta de produtos ( portfólio ) adequada para cada grupamento, fornecendo subsídios- argumentos de venda – para o pessoal de atendimentos satisfazer as necessidades da clientela, possibilita link para alteração de Carteira de um cliente específico. Ø Relacionamento de Clientes – REL Encarteira clientes nos respectivos Níveis de Relacionamento – via processo batch ou on-line – implanta agências no Modelo, permite consultas diversas, disponibiliza diversas estatísticas a cerca da evolução de carteiras/grupos, negócios, potencial de consumo e rentabilidade, além de opção de agendamento de tarefas diversas e sugestão de alterações na formação das carteiras. 80 Ø Contato com Clientes -COC Supre as dependências de instrumentos de marketing adequados para extração, junto às bases corporativas, dos dados existentes dos clientes do Banco, de acordo com o perfil e público alvo desejado. Seleciona clientes de forma massificada, para geração de etiquetas, formulários, arquivos ou serviços de telemarketing, permite acompanhamento on-line de campanhas Ø Rentabilidade de Clientes e Dependências – REN A partir de dados recebidos dos diversos sistemas operativos, calcula e permite consulta da rentabilidade/margem de contribuição para todos os clientes do Banco, consolidando as informações e disponibilizando estatísticas nacionais por superintendência, agência, carteira etc. Ø Índice de Satisfação de Clientes – ISC Como parte do “Programa de Excelência no Atendimento”, o Banco do Brasil implementou um modelo de medição do grau de satisfação de clientes – o Sistema ISC –. que sonda e avalia o atendimento pessoal e automático, as instalações e a segurança. Os resultados servem como balizadores para a estruturação do treinamento e capacitação dos funcionários do BB. Ao utilizarem os TAA, os clientes são solicitados a emitir um conceito sobre seu grau de satisfação com a empresa. Existem quatro opções de resposta. o muito satisfeito; 81 o satisfeito; o insatisfeito; o muito insatisfeito. Se, ao digitar a resposta, a escolha for “insatisfeito” ou “muito insatisfeito”, é pedido um telefone de contato, e o Atendimento do BB se comunica o mais brevemente possível com o cliente, buscando identificar as razões da insatisfação e as formas de reverter a situação. Os resultados têm sido bastante animadores, com os índices de insatisfação caindo consideravelmente. A pesquisa será realizada por tempo indeterminado, continuamente. A consulta ao cliente é feita de forma aleatória, através de algoritmos implantados nos terminais de atendimento automático, durante a utilização dos serviços do BB. A consulta não contempla todos os acessos para evitar sobrecarga de transações e não tomar mais tempo dos clientes. O sistema de consulta foi desenvolvido por analistas da área de tecnologia do BB. Na rede do Banco, existem diversas opções contendo estatísticas sobre o percentual de respostas: resumo nacional; por Superintendências; por dependência; por Unidade da Federação etc. Tomando-se como exemplo o Estado da Bahia por Superintendências Regionais no período de 01 de janeiro a 20 de junho de 2003 foram contabilizadas 144.745 respostas. Na SUREG Bahia Oeste, 16.919 clientes responderam: 63,63% estavam muito satisfeitos; 28,97%, satisfeitos; 5,02%, insatisfeitos; e 2,38% muito insatisfeitos. Na SUREG Bahia Norte, 62,62% afirmaram estar muito satisfeitos; 28,79%, satisfeitos; 5,58%, insatisfeitos, e 2,37% muito insatisfeitos. A SUREG Salvador II foi a SUREG que teve o menor índice de satisfação do Estado da Bahia. Lá, 82 46,25% estavam muito satisfeitos; 41,82%, satisfeitos; 8,41% insatisfeitos; e 3,53%, muito insatisfeitos. Na SUREG Salvador I, o total de muito satisfeitos chegou a 55,45%; satisfeitos, 34,64%; insatisfeitos, 7,10%; e muito insatisfeitos, 2,81%. Temos também o resultado da SUREG Bahia Sul, muito satisfeitos totalizou 65,61%; satisfeitos 26,85%; insatisfeitos 5,13% e muito insatisfeitos 2,41%. E para finalizar a análise da satisfação dos clientes por Superintendências Regionais do Estado da Bahia a SUREG Bahia Leste foi a que teve a melhor nota na satisfação dos clientes, muito satisfeitos 68,26%; satisfeitos 24,68%; insatisfeitos 4,81% e o total de muito insatisfeitos 2,25%. Nestas cinco SUREGs, o número de clientes que respondeu foi de, respectivamente, 26.610, 14.146, 14.526, 37.709 e 34.835. Na agência Avenida Estados Unidos neste mesmo período de 01 de janeiro a 20 de junho de 2003 foram registrados 181 votos que foram distribuidos da seguinte forma: 102 votos muito satisfeitos; 70 votos satisfeitos; 08 votos insatisfeitos e 01 voto muito insatisfeitos. Se nos detivermos numa análise mais minuciosa das informações, verificamos que o índice de clientes satisfeitos ou muito satisfeitos é muito elevado, confirmando assim que o Banco do Brasil vem acertando no desenvolvimento de novas formas de atendimento e no treinamento de funcionários voltados para esta função 83 6. Avaliação do Modelo Este plano de trabalho objetiva fazer uma avaliação dos ganhos gerados pelo novo Modelo de Relacionamento do Banco do Brasil implementado em 100% da rede de agências O BB entende que o conhecimento, seleção, segmentação e encarteiramento dos clientes reais e potenciais da organização, bem como o tratamento diferenciado e específico para cada segmento serão responsáveis pela alavancagem de negócios e aumento da margem de contribuição de cada cliente. O modelo passou a ser implementado a partir do ano de 2001. A princípio em pouquíssima agências como teste piloto. A partir da grande aceitação do processo pelos clientes, expandiu-se a implementação para agências localizadas nas capitais dos Estados e num segundo momento disseminou para toda a rede de agencia do pais. Os clientes foram segmentados obedecendo a critérios previamente analisados em função da Segmentação Comportamental, que oferece informações sobre o comportamento de consuma de produtos bancários e Modelo de Relacionamento que estabelece a maneira como a Empresa se relaciona com cada tipo de cliente. Houve adaptações na estrutura das agências com alteração do layout, separando o atendimento de cada Nivel de Relacioamento. Foram criadas funcões específicas para cada gerente. O gerente de Relacionamento Exclusivo conta com um Assistente de Negócios e prestam um atendimento intenso aos clientes. Os demais níveis de relacionamento contam com Gerente e atendente para prestarem atendimento administrado, no caso do Nível de Relacionamento Preferencial e orientado/direcionado para Nível de Relacionamento Massificado. 84 Mudanças qualitativas podem ser observadas: a base cadastral melhorou significativamente; as área tecnológica voltou-se intensamente para buscar meios de implementar facilitadores de manipulação de informações e prospecção De negócios; as avaliações da qualidade das carteiras de clientes vêm passando por ajustes constantes para que os dados revele o mais fielmente possivel o diagnostico de cada carteira; todo o corpo funcional, por meio de curso auto-instrucional, passou a conhecer o processo de segmentação; a sinalização nas agencias indicam ao cliente onde fica sua plataforma de atendimento; pode-se mensurar o nível de satisfação dos clientes em relação ao seu Gerente, de acordo com seu nível de relacionamento. No aspecto quantitativo pode-se notar um incremento ma margem de contribuição de grande número de clientes em razão da fidelização alcançada. Isso só é possível a partir de um acompanhamento intensivo das necessidades dos clientes; oferecer um plano de previdência para um profissional liberal; um seguro automóvel para um cliente que retirou valores aplicadas para compra de veículo; seguro residencial para quem está adquirindo imóveis, etc. Em contato com o cliente nota-se uma clara satisfação com as mudanças observadas no Banco do Brasil. O resgate do referencial é o principal item de satisfação. Em depoimento os clientes informam que hoje o funcionário tem mais tempo para ouvir seus problemas, buscando em conjunto soluções mais adequadas as suas necessidades específicas. O Banco vem avançando, e tendo muito ainda a avançar, em estratégias de relacionamento dos clientes. Iniciativa como o Clube Ouro, onde o cliente ganha pontos pela utilização do Cartão de crédito, ou a implementação de tarifas 85 decrescentes de acordo com a movimentação financeira ou uma simples ligação no dia do aniversário do clientes traz retornos altamente positivos. Como foi verificado ao longo desse projeto, a preocupação do Banco do Brasil com Marketing de Relacionamento guarda muitas semelhanças com o que a concorrência nacional e internacional vem fazendo, nada obstante a especificidade do seu modelo. Na realidade isso vem a ser um avanço da instituição, visto que o Banco era tido como uma empresa com um ranço de estagnação diante do ambiente que cercava, adotando uma postura um tanto apático perante sua clientela em razão de seu vinculo com o Governo Federal. Nos últimos anos as mudança no Banco do Brasil mostraram que o conglomerado BB respondeu ao desafio da competição e está preparado para atuar no novo cenário financeiro globalizado. 86 7. Conclusão A partir da análise dos aspectos inerentes ao Modelo de Relacionamento de Pessoas Físicas do Banco do Brasil, verificamos que praticamente todos os quesitos encontram respaldo teórico, em conformidade ao que é ensinado no Curso de Pós-Graduação em Administração de Negócios A realidade antes da segmentação era um completo desconhecimento do funcionário em relação aos clientes, principalmente quando a pessoa necessitava dirigir-se a um posto de atendimento diferente daquele que detinha seu cadastro. O desconhecimento era mútuo. O cliente nunca sabia a quem se dirigir ou que setor procurar para ser atendido. Para conhecer melhor o cliente o Banco implementou entre outros programa, a Segmentação de Pessoa Física. Ela possibilita a adoção da melhor estratégia de atuação em cada segmento, o que é decisivo para que os clientes se tornem mais satisfeitos e com isso, mais fiéis a empresa gerando resultado cada vez mais sustentado para o Banco. Como vimos, o Programa de Segmentação está dividido em dos módulo: Segmentação Comportamental, que oferece informações sobre o comportamento de consuma de produtos bancários e Modelo de Relacionamento que estabelece a maneira como a Empresa se relaciona com cada tipo de cliente. O Modelo foi implementado e conforme vimos na sua avaliação, o Banco do Brasil foi muito feliz com essa mudança. Ao fazermos um parâmetro com a situação anterior vimos que a mensuração ficava extremamente prejudicada em razao de não haver um modelo a seguir. Atualmente é possível analisar o processo, avaliar acertos e focar ações de melhoria quando detectar insatisfações. 87 Nos contatos realizados com funcionários e administradores de agências, todos foram unânime em considerar positiva a nova postura de atendimento do BB. O sistema operacional proporciona visão ampla e detalhada do cliente especialmente em relação a prospecção de negócios. Com a aplicação do modelo, verificou-se uma mudança na postura do funcionário, que aprendeu a identificar através dos aplicativos do Banco, quem é o Gerente e em que setor o cliente será atendido. Isso nada mais é do que uma mudança de cultura, a pessoa deixa de ser cliente da Agência para ser cliente do Banco. Com a segmentação e o suporte tecnológico na disponibilização de informações, os funcionários têm em tempo real todos os dados necessários sobre o cliente; o perfil do seu comportamento de consumo, os produtos e serviços que ele adquiriu, e os que pode vir adquirir, dados sócio-econômicos, relacionamento, enfim todo o embasamento para a comercialização de negócios e sua efetiva fidelização. Diante disso, vimos que o Banco do Brasil em linha com o seu nome, opera por quase 200 anos no sentido de disponibilizar as facilidades de crédito no interior do Brasil, identificando e descobrindo novos nichos de mercado e, dessa maneira generalizar a riqueza e cumprir as expectativas e necessidades dos clientes de cada comunidade. O diferencial do Banco do Brasil reside no fato de ser ao mesmo tempo estratégicos e competitivo, público e comercial. Aos conceitos de solidez e confiança em quase dois séculos de história, o Banco do Brasil procura agregar conceitos de eficiência e qualidade, hoje referenciais para o mercado. Investimentos crescentes em tecnologia e na qualificação dos recursos humanos são essenciais para consolidar esse novo Banco do Brasil. 88 SIGLAS E ABREVIATURAS BB – Banco do Brasil BDC – Base de Dados de Clientes CCBB – Centro Cultural Banco do Brasil COC – Contato com Clientes DBM – Database Marketing DEPDA – Departamento de Administração de Dados e Sistemas Gerenciais DW – Data Warehouse FBB – Fundação Banco do Brasil FIPEC – Fundo de Incentivo à Pesquisa Técnico-Científica FUNDEC – Fundo de Desenvolvimento de Programas Cooperativos e Comunitários de Infra-Estrutura ISC – Índice de Satisfação de Clientes LIC – Livro de instruções Codificadas MCI – Mercado de Cadastro Interno NR – Nível de Relacionamento REL – Relacionamento com Clientes SISBB – Sistema de Informações Banco do Brasil SMI – Segmentação do Mercado Interno TAA – Terminais de Auto-Atendimento TI – Tecnologia da Informação 89 UEN – Unidade Estratégica de Negócios UF – Unidade de Função 90 9. ANEXOS 91 92 93 94 95 96 97 98 99 BIBLIOGRAFIA KOTLER, Philip.Marketing. KOTLER, Philip. Edição Princípios de Compacta. Marketing. 7a São Paulo: Edição, Editora Rio de Atlas, Janeiro: 1980. Editora LTC, 1998. KOTLER, Philip. Marketing de A a Z. Rio de Janeiro, Editora Campus, 2003 PEPPERS, Don. Marketing um a um; marketing individualizado na era do cliente. Rio de Janeiro: Editora Campus, 1994. VAVRA, Terry G. Marketing de Relacionamento. São Paulo: Editora Atlas, 1993. NARDY, Cid. Segmentação no Mercado Financeiro. São Paulo: Editora Nobel, 1991. BLACKWELL, Roger. O ABC do Consumo. Revista HSM Management 37 Março-Abril (2003 p. 57). LEVITT, T. A Imaginação de marketing. São Paulo: Editora Atlas, 1991. BOGMAN, I.M. Marketing de Relacionamento: estratégia de fidelização e suas implicações financeiras. São Paulo: Editora Nobel, 2000. MANZO, José Maria Campos. Marketing; uma ferramenta para o desenvolvimento. 2a Edição, Rio de Janeiro: Editora LTC. GONÇALVES, Carlos Alberto. Marketing de Ralacionamento; Database Marketing: uma estratégia para adaptação em mercados competitivos. São Paulo: Editora Axcel Books do Brasil, 2002. 100 VICKENNA, Regis. Marketing de Relacionamento. Rio de Janeiro: Editora Campus, 1996. Fontes Pesquisadas 1.WEB SITES 1.1 www.bancodobrasil.com.br 1.2 www.bradesco.com.br 1.3 www.unibanco.com.br 1.4 www.bancoreal.com.br 1.5 www.hsbc.com.br 1.6 www.latam.citybank.com 1.7 www.bankboston.com.br 1.8 www.portalexame.abril.uol.com.br 1.9 www.valoronline.com.br 1.10 www.gazeta.com.br 1.11 www.estado.estadao.com.br 1.12 www1.folha.uol.com. br 1.13 www.jbonline.terra.com.br 1.14 www.oglobo.globo.com 1.15 www.economiaonline.com.br 101 1.16 www.consumidormoderno.com.br 1.17 www.investnews.com.br