Colagenoses e DPIs Carlos Alberto de Castro Pereira Doutor em Pneumologia Diretor-Doenças do Aparelho Respiratório-HSPE-SP Professor de pós-graduação, doenças intersticiaisDisciplina de PneumologiaUNIFESP DPPD- CAUSAS COMUNS EM 1240 CASOS (UNIFESP,HSPE,CLÍNICA) Causa Associadas a colagenoses Sarcoidose Fibrose pulmonar idiopática Pn de hipersensibilidade Bronquiolites (inclui BOOP) Pneumoconioses n (%) 219 (18) 198 (16) 169 (14) 164 (13) 80 (7) 74 (6) Manifestações das Colagenoses Qual a pneumonia intersticial mais freqüente nas colagenoses ? A. B. C. D. E. PIU PINE BOOP DAD PIL Colagenoses e DPIs DANO ALVEOLAR DIFUSO (DAD) PNEUMONIA INTERSTICIAL USUAL (PIU) PNEUMONIA INTERSTICIAL NÃO ESPECÍFICA / FIBROSE (PINE) BRONQUIOLITE OBLITERANTE PNEUMONIA EM ORGANIZAÇÃO (BOOP) HIPERPLASIA LINFÓIDE DIFUSA PULMONAR ( PNEUMONIA INTERSTICIAL LINFOCÍTICA / BRONQUIOLITE FOLICULAR ) Pneumonite Lúpica PNEUMONIA INTERSTICIAL USUAL E INESPECÍFICA PIU PINE PINE X PIU PIU - Reticular com faveolamento subpleural proeminente PINE- Reticular, sem faveolamento, poupa região subpleural Limitações TCAR -Vidro-fosco não separa PINE celular de fibrótica - Faveolamento pode ocorrer na PINE TCAR típica nas colagenoses Muito vidro fosco…mas apenas 15% dos pacientes com ESP tem histologia reversível Pneumonias intersticiais crônicas nas colagenoses 100 80 60 PINE 40 PIU 20 0 ESP AR PM % (n=102) (n=24) (n=51) TOTAL King T Am J Respir Crit Care Med 2005;172:268-279 DERMATOPOLIMIOSITE-PINE Feminina,65 anos, quadro de insuficiência respiratória aguda e posteriormente fraqueza muscular Colagenoses Incidência colagenoses como causa de BOOP: ~10% somando-se diversas séries AR e DMTC as mais comuns, mas qualquer colagenose Pode ser a manifestação inicial, especialmente na poliomiosite Apresentação ~BOOP idiopática Pior resposta ao tratamento (30% seqüelas) Síndrome de Sjögren Os achados de síndrome sicca podem ser inaparentes Padrões histológicos - PINE - PIU - Pn linfóide - Bronquiolite folicular FAN positivo Anti-SSA e anti-SSB + em 70-90% dos casos COLAGENOSES HEMORRAGIA/CAPILARITE Pneumonite lúpica- DAD + Hemorragia alveolar por capilarite Hemorragia alveolar eventualnas demais colagenoses HEMORRAGIA ALVEOLAR DIFUSA EM AR COLAGENOSES E PNEUMONIAS INTERSTICIAIS PINE é o tipo mais comum PIU é a segunda mais comum, especialmente em AR e esclerodermia BOOP é mais comum em AR e DMTC (e Drogas) DAD pode ocorrer em LES (“pn lúpica”), AR e polimiosite PIL- Síndrome Sjögren e AR Não raramente existe superposição de padrões. Qual a pneumonia intersticial mais freqüente nas colagenoses ? A. B. C. D. E. PIU PINE BOOP DAD PIL Qual colagenose é a causa mais comum de FAN isoladamente positivo e PINE? A. B. C. D. E. Artrite reumatóide Poliomiosite Esclerose sistêmica Lupus eritematoso sistêmico Doença indiferenciada do tecido conjuntivo Formas frustras de colagenoses Diversos pacientes com DPI crônica tem DTC oculta Suspeita - Derrame ou espessamento pleural - Biópsia mostrando PINE - Achados AP de bronquiolite folicular ou folículos linfóides Formas frustras de colagenoses Poliomiosite/dermatomiosite - 20-30% manifestação inicial com DPI, em geral aguda Dermatomiosite amiopática Síndrome anti-sintetase Manifestações das Colagenoses Formas frustras de colagenoses Fem, 52 a Dispnéia há 8 m Sintomas de DRGE Raynaud Telangiectasias de tronco Baqueteamento digital Sem esclerose cutânea Auto-anticorpos-negs Capilaroscopia: Microangiopatia com padrão SD definido Esclerodermia sem esclerodermia - Descrita por Rodnan em 1962 10% das formas limitadas de esclero DPI ocorre em >80% dos casos Padrões: NSIP ou UIP Achados sugestivos: Fenômeno de Raynaud DRGE Capilaroscopia ungueal anormal Telangiectasias Derrame pericárdico no ecocardiograma FAN positivo em 93% dos casos CAPILAROSCOPIA UNGUEAL NORMAL PADRÃO SD Esclerodermia Formas frustras de colagenoses- AR A DPI pode preceder os achados articulares por meses a anos Biópsias - Infiltrados linfóides - Pleurite - Mistura de padrões Anticorpos anti-CCP Doença indiferenciada do tecido conjuntivo Um ou mais dos seguintes Fenômeno Raynaud Artralgia/edema articular múltiplo Boca seca/olhos secos Anormalidades hematológicas: anemia, leucopenia e FAN + (90%) e Anti-SSA, antiSSB ou Anti-RNP ou Outro isolado Kinder BW. AJRCCM 2007;176:691-697 DITC e PINE 28 Pacientes com DITC x 47 com PII Sexo fem 68% vs 23% (p<0,0001) Idade 50 vs 65 anos (p<0,0001) Não fumantes 57% vs 25% (p=0,006) Vidro fosco na TCAR 75% vs 9% (p<0,0001) Faveolamento 11% vs 79% p<0,0001 PINE na biópsia 83% vs 9% Kinder BW. AJRCCM 2007;176:691-697 Qual colagenose é a causa mais comum de FAN isoladamente positivo e PINE? A. B. C. D. E. Artrite reumatóide Poliomiosite Esclerose sistêmica Lupus eritematoso sistêmico Doença indiferenciada do tecido conjuntivo Qual colagenose incide mais em fumantes? A. B. C. D. E. Artrite reumatóide DMTC Esclerose sistêmica Lupus Polimiosite COLAGENOSES- OUTRAS CONDIÇÕES Lesões por drogas: AR e MTX, ouro Infecções, especialmente LES Amiloidose secundária: AR e Sjögren Linfoma não Hodgkin B- Sjögren Carcinoma brônquico Doenças intersticiais diversas Artrite Reumatóide em Uso de Metotrexato BOOP por metotrexato Antes Depois de 30 dias de prednisona Metotrexato Achados Histológicos Histologia Infiltração celular intersticial Células gigantes/granulomas Fibrose Células epiteliais atípicas DAD/membranas hialinas Bronquiolite obliterante Macrófagos intra-alveolares Eosinófilos teciduais elevados % 73 40 38 34 22 15 13 13 LES controlado com dispnéia progressiva Feminina, 35 anos, branca, professora Paciente com diagnóstico de LES desde 1999 Usava prednisona e cloroquina. Desde março 2000 dispnéia progressiva DVR leve; DCO de 47% LES controlado com dispnéia progressiva ABRIL 2003 OUTUBRO 2004 LES controlado com dispnéia progressiva Outras Condições AR e BR/DPI Qual colagenose incide mais em fumantes? A. B. C. D. E. Artrite reumatóide DMTC Esclerose sistêmica Lupus Polimiosite COLAGENOSES e DPIs INDICAÇÕES DE BIÓPSIA TCAR não típica para a doença (síndromes de superposição) Exclusão de outras doenças (amiloidose, malignidade,tabagismo, exposições) Exclusão de infecções ou toxicidade a drogas (imunossuprimidos) Quadros agudos Prognóstico pneumonias intersticiais Colagenoses vs idiopáticas 269 pacientes com PII 93 com DTC Park JH, et al. Am J Respir Crit Care Med, 2007; 175: 705-711 O tratamento da pneumonia intersticial associada à esclerose sistêmica deve ser iniciado com: A. B. C. D. E. MTX Micofenolato de mofetila Azatioprina Ciclofosfamida Prednisona Scleroderma Lung Study Resultado Tashkin DP, et al. N Engl J Med 2006; 354:2655-2666 Scleroderma Lung Study Outros resultados A dispnéia melhorou mais no grupo tratado com CICLO (MahlerTDI) A QV melhorou mais com a CICLO Efeitos colaterais ocorreram mais no grupo da CICLO: Hematúria 9 x 3 Leucopenia 19 x 0 Neutropenia 7 x 0 Anemia 2 x 0 Pneumonia 5 x 1 Tashkin DP, et al. N Engl J Med 2006; 354:2655-2666 Evolução após 2 anos na ESP Tashkin DP et al.Am J Respir Crit Care Med. 2007;176:1026-34 Estudo FAST: ciclofosfamida IV/Azatioprina oral vs placebo 45 pacientes em 4 centros no Reino Unido Tratamento:placebo= 22:23 Grupos bem pareados no início Análise por intenção de tratar ANOVA, com ajuste para a gravidade inicial Desfecho primário: CVF Hoyles RK. Arthritis Rheum. 2006;54:3962-70 Estudo FAST: ciclofosfamida IV/Azatioprina oral vs placebo Desfecho primário positivo (CVF) com p=0,04 Placebo declinou 3,0% Grupo tratado melhorou 2,5% Variações na DCO não significantes Hoyles RK. Arthritis Rheum. 2006;54:3962-70 ES- Ciclo vs Azatioprina Randomizado, aberto 30 pacientes por grupo Ciclo 2 mg/Kg por 12 meses e depois 1 mg/Kg AZA 2,5 mg/Kg por 12 meses e depois 2 mg/Kg Prednisona 15 mg/dia, retirada após 6 meses Nadashkevich O et al. Clin Rheumatol. 2006;25:205-12 ES- Ciclo vs Azatioprina Esclerose cutânea e Raynaud melhoraram no grupo da CICLO, inalterados com AZA CVF e DCO estáveis com CICLO e com piora significativa no grupo da AZA Ausência de efeitos colaterais graves com ambos os tratamentos Nadashkevich O et al. Clin Rheumatol. 2006;25:205-12 Pulso de Ciclo na ESP 3 estudos retrospectivos 65 pacientes Corticosteróides associados Duração 6-12 meses Melhora da TCAR em 2 estudos Melhora da CVF e DCO em 2 estudos e estabilidade no terceiro Bem tolerado Pakas, 2002; Giacomelli, 2002; Griffiths 2002 O tratamento da pneumonia intersticial associada à esclerose sistêmica deve ser iniciado com: A. B. C. D. E. MTX Micofenolato de mofetila Azatioprina Ciclofosfamida Prednisona Líderes do século XXI