Layouts e Movimentação em armazéns Organização do Layout movimentação média Aspectos Importantes: entrada Popularidade saída os artigos que apresentam um maior número de transacções de entrada e saída devem ficar armazenados em locais por forma a minimizar as distâncias a percorrer movimentação lenta Similaridade • produtos recebidos e/ou enviados em conjunto devem ser armazenados juntos Ex: armazenar as partes de um motor próximas umas das outras Tamanho os produtos devem ser armazenados em espaços apropriados para o seu tamanho o sistema deve ser projectado para se ajustar às necessidades Ex: racks de altura regulável movimentação rápida Organização do Layout Utilização do espaço uma excessiva optimização do espaço pode conduzir à degradação das condições de acesso corredores de acesso devem ser largos e as infra-estruturas de armazenamento acessíveis de ambos os lado Características dos produtos Perecíveis: podem requerer ambiente controlado (refrigeração) Forma irregular: necessitam de armazenamento em espaço livre Materiais perigosos (inflamáveis, ácidos) Segurança contra roubo de artigos de valor Incompatibilidades (ambiente refrigerado partilhado) Organização do Layout Aspectos a ter em conta na recepção e expedição de artigos: • Frequência de recepção e embarque de encomendas • Número de veículos • Horários de chegada • Horários de carga e descarga • Volume por linha de produto • Volume por meio de transporte As operações de recepção/expedição devem ser projectadas para estimativas de pico de carga do ano de projecto. Organização do Layout Um armazém ideal: “É aquele em que se diminuem as distâncias percorridas no seu interior e em que se facilita o acesso de veículos às zonas próprias para produtos/materiais de maior uso” (Harmom, 1993) in Logística, de Crespo de Carvalho, J. M. Segundo Harmom, a configuração de um layout de armazém ideal deveria apresentar uma forma circular. movimentação lenta movimentação média Mas... movimentação alta Esse ideal opõe-se às configurações mais frequentes que os armazéns apresentam e que privilegiam fluxo : movimentação alta • em linha recta (tipo straight-through) • em forma de U movimentação média movimentação lenta Organização do Layout Modelos de fluxo de materiais: Quando o layout de instalação do armazém o permite, a zona de entrega e expedição de material podem ser na mesma área, efectuando um fluxo de materiais em U, ou em áreas diferentes, num fluxo em L ou I. Modelos de fluxo U, L e I Organização do Layout Recepção e Expedição na mesma área: maior flexibilidade na utilização da zona de carga e descarga promovendo a capacidade de canais cruzados facilita a consolidação da função de supervisão para as duas operações Recepção e Expedição em áreas afastadas: a separação pode melhorar a segurança redução drástica do congestionamento interno e externo redução considerável do tempo de deslocação adaptação mais apropriada à pratica do cross-docking adaptação mais apropriada às instalações fabris Actividades de movimentação Recepção Transferência “Order picking” “Cross docking” Expedição Actividades de movimentação Recepção Descarregamento da mercadoria Retirar a mercadoria recebida do veículo de transporte e colocá-la numa área de armazenamento temporária (“dock staging area”) Verificação da mercadoria – (qualidade/quantidade) 100% de aceitação Amostragem aleatória (7 a 10%) 100% de verificação “Loading area” (caribtrans) Actividades de movimentação Actualização do inventário Identificação pode ser: Nenhuma – é usada a do vendedor Manual Impressa por máquinas com leitura humana Impressa por máquinas com leitura automática e humana RFID – rádio frequência Empacotamento – em unidades de stock mais pequenas Actividades de movimentação Transferência Envolve o movimento físico da mercadoria para um lugar predeterminado, seja armazenamento, “picking” ou expedição. “Order Picking” - selecção de encomendas Envolve a selecção e levantamento dos produtos em inventário, por forma a satisfazer as encomendas dos clientes. Actividades de movimentação “Cross docking” Transferência da mercadoria directamente da recepção para a expedição Expedição Juntar as encomendas na área de expedição (“staging”) Movimentar as encomendas fisicamente para o veículo de transporte Controlar as encomendas a serem expedidas Actualizar o inventário Análise ABC (lei de Pareto) Porquê? O investimento em stocks é determinado por: - Quantidade consumida por ano - Custo unitário do produto. Geralmente apenas um pequeno número de produtos contribui para uma grande percentagem dos custos anuais. Quem? A análise de Pareto, ABC 80-20, é baseada no teorema que o economista Vilfredo Pareto inventou no século XIX, quando, ao estudar a distribuição da riqueza em Itália do século XIX observou que uma pequena parcela da população, 20%, concentrava a maior parte da riqueza, 80%. Este princípio funciona de modo inequívoco Análise ABC (lei de Pareto) O diagrama de Pareto é um método de identificação de “pontos vitais”, distinguindo-se dois tipos de diagramas: de Pareto por fenómeno: para determinar quais são os maiores problemas Qualidade : defeitos, falhas, reclamações, devoluções, reparações Custo: perdas, despesas Entregas : rupturas de stock, atrasos nos pagamentos, atrasos nas entregas Segurança : acidentes, falhas paragens de Pareto por causas: para determinar quais são as principais causas dos problemas Operário : turno, idade, grupo, experiência, habilidade Máquina : máquina, equipamento, ferramenta, modelo, instrumento, organização Matéria Prima : fabricante, fábrica, lote, tipo Método de operação: condições, encomendas, métodos Análise ABC (lei de Pareto) Há ainda a considerar os seguintes aspectos na utilização dos diagramas de Pareto: Verificar várias classificações e construir muitos tipos de Pareto (analisar o problema de vários ângulos). É indesejável que "outros" representem uma grande percentagem. Utilizar o custo como unidade de medida sempre que possível. Se um item tiver uma solução simples, implementá-la logo mesmo que o impacto não seja dos mais significativos. Elaborar sempre o diagrama de Pareto por causas. Análise ABC (lei de Pareto) Constata-se que em geral somente um pequeno número de causas é que contribuem para uma grande percentagem dos custos anuais de má qualidade, enquanto que a maior parte das causas contribuem apenas para uma pequena percentagem dos custos anuais de consumo. Análise ABC (lei de Pareto) Como? A análise de ABC consiste em classificar os produtos em três grandes grupos: Produtos A: produtos que contribuem com uma grande percentagem dos custos mas que representam uma pequena fracção dos produtos. Produtos C: produtos que contribuem com uma pequena percentagem dos custos mas que representam um número elevado de produtos. Produtos B: produtos não classificados em A ou C. Percentagens usadas para a classificação ABC: Classe % de Produtos % Custo Anual A 15-25 70-80 C >50 5-10 Análise ABC (lei de Pareto) Utilidade? Esta análise é uma ferramenta valiosa para a gestão de stock Através da análise ABC, o gestor sabe que: – Os produtos A devem ter o controle mais cuidado de todos, com registos exactos, controle contínuo, etc. – O sistema de controle dos produtos C deve ser simples e eficaz. – Os produtos B devem ser objecto de um controlo não tão cuidado como os produtos A mas não tão simples como os produtos C Equipamentos de Armazenamento “Shelving” “Gravity Racks” “Carousels” Equipamentos de Armazenamento “Shelving” Custo elevado Mão-de-obra elevada Necessidade de manutenção frequente Adequado para movimentação lenta de mercadoria Requer um espaço amplo para armazenamento de produtos Necessidade frequente de rearmazenamento de produtos Equipamentos de Armazenamento “Gravity Racks” Mais rápido e eficiente do que “shelving” Mão-de-obra mais qualificada Custo mais elevado Necessidade de pouca manutenção Processos semi-automatizados Necessidade frequente de rearmazenamento de produtos Equipamentos de Armazenamento “Carousels” Tempo de armazenamento muito menor Elevado custo de equipamento Fluxo contínuo Equipamentos de Movimentação Porta-paletes Empilhadoras “Stacker Crane” Equipamentos de Movimentação Porta-paletes Carrinhos com braços estáticos em forma de garfo e um pistão hidráulico para a elevação da carga Eléctricos Manuais Empilhadoras Usados quando o peso e as distâncias são grandes Quando existe movimento vertical das cargas “Stacker Crane” Torre apoiada sobre um trilho e guiada por um trilho superior Order Picking Chegada Funções-base de um armazém: Recepção da mercadoria Separação Armazenamento Lista de Produtos Armazenamento Order Picking Envio das encomendas Processamento do pedido Order Picking Empacotamento Envio Order Picking O picking é uma das actividades mais críticas dentro de um armazém. Consoante o tipo de armazém, 30% a 40% do custo de mão-de-obra está associado a esta actividade Aliado ao custo, o tempo de picking influencia de maneira substancial o tempo de ciclo de uma encomenda objectivo fundamental para uma boa produtividade de um sistema de picking minimização dos tempos de deslocamento ou movimentação Utilização do Tempo de um Operador de Picking Order Picking Como melhorar o sistema de recolha de pedidos (‘order picking’)? Dar prioridade superior a produtos de maior circulação 20% dos produtos correspondem a 80% das movimentações A documentação deve ser clara e de fácil operação Organizar os pedidos de acordo com as configurações físicas Manter um sistema eficiente de localização de produtos O operador deve ser avaliado pelos seus erros Evitar a contagem de produtos durante a recolha Eliminar documentação em papel Layout básico de uma área de picking Order Picking É comum no planeamento de um sistema de picking, as considerações sobre estratégias de picking serem mal avaliadas ou desprezadas, começando directamente pela implementação de tecnologias e adopção de pacotes de soluções Procedimentos básicos de actividade de picking : Picking discreto Picking por zona Picking por lote Picking por onda Order Picking Picking Discreto Cada operador é responsável por um pedido de cada vez recolhendo apenas um produto de cada vez. Existe apenas uma janela de scheduling por turno. Vantagens Desvantagens é a mais simples, especialmente quando toda a documentação está em papel. é o procedimento menos produtivo risco de erros na actividade é reduzido, por existir apenas um documento para cada ordem de separação de produtos. o tempo de deslocamento é muito maior que nos outros procedimentos Picking Discreto Order Picking Picking por zona (‘zoning’) As áreas de armazenamento são divididas em zonas Cada zona possui determinados produtos. Cada operador da actividade de picking está relacionado com uma dessas zonas. Vantagens procedimento utilizado quando existem diferenças de produtividade entre os trabalhadores ou diferentes equipamentos/tecnologias utilizados na área de picking aumento da produtividade relativamente ao picking discreto Desvantagens maior complexidade Picking por zona Order Picking Picking por lote (‘batch’) O operador espera a acumulação de um certo número de pedidos, e verifica os produtos comuns aos vários pedidos Recolhe a quantidade total de cada produto necessário para atender todos os pedidos. Distribui os produtos recolhidos por cada pedido na proporção correcta. Vantagens Desvantagens aumento da produtividade face a outras estratégias indicado para configurações com pouca variedade de produtos e de pequeno volume redução de tempo em trânsito dos operadores maior complexidade necessidade de utilizar severas medidas para minimizar os riscos de erros Picking por lote Order Picking Picking por onda Cada operador é responsável por um tipo de produto de cada vez Agendamento de vários pedidos ao longo do turno. Utilizado para coordenar funções de separação de pedidos e despacho. A partir das estratégias apresentadas anteriormente é possível criar novos procedimentos. Tipo de Procedimento Operadores por pedido Produtos recolhidos por operador Períodos para agendamento da actividade por turno Discreto 1 1 1 Zona mais de 1 1 1 Lote 1 mais de 1 1 Onda 1 1 mais de 1 Zona-Lote mais de 1 mais de 1 1 Zona-Onda mais de 1 1 mais de 1 Zona-Lote-Onda mais de 1 mais de 1 mais de 1 Order Picking Bucket Brigades Estratégia recente e inovadora desenvolvida por professores da Georgia Tech Ajusta-se ao sistema automaticamente Exige: - rigorosa coordenação entre operadores - estudo prévio de produtividade de cada um - preparação dos pedidos de acordo com a configuração física dos racks Funcionamento da Estratégia Bucket Brigades Order Picking Vantagens Redução de necessidade de planeamento e administração Processo ágil e flexível Aumento de unidades processadas Trabalho secundário reduzido Qualidade aumenta pela redução do work-in-process Esta estratégia de organização faz com que os trabalhadores circulem em torno de uma divisão óptima de trabalho, eliminando a actividade de balanceamento e planeamento Order Picking A actividade de picking é cada vez mais uma actividade crítica nos armazéns, não só porque requer mão-de-obra elevada e movimentação de materiais intensiva como o mercado exige cada vez um tempo de ciclo menor. Para além dos equipamentos e sistemas envolvidos na armazenamento, é necessário definir uma estratégia de recolha e separação de produtos de forma a atender as exigências de produtividade e flexibilidade da linha, apontando sempre para o mínimo tempo de ciclo possível. Order Picking - Heurística ‘SpaceFilling curve’ - SFC Tende a visitar todos os pontos de uma dada região a partir do momento em que entra nessa região ‘Sierpinski’s spacefilling curve’ é uma das mais famosas, e é obtida através da repetição e diminuição de uma figura inicial A curva final é uma figura unidimensional contínua que preenche uma figura bidimensional Para encontrar um caminho razoável que passe por todos os locais necessários, basta visitá-los na mesma sequência em que a SFC o faz Order Picking - Heurística ‘SpaceFilling curve’ - SFC A heurística SFC tem muitas vantagens se estivermos dispostos a aceitar soluções cujos caminhos são cerca de 25% mais longos que os óptimos. Vantagens: o algoritmo SFC é rápido O(n log n) para construir um caminho de n pontos O(log n) para actualizar a solução adicionando ou removendo pontos esta heurística não necessita de distâncias explicitas entre pontos, e por isso não há necessidade de medidas, como na maioria das heurísticas o algoritmo é paralelizável . Em contrapartida, o algoritmo do “Vizinho mais próximo”, aparentemente não o é. Order Picking - Heurística Aplicação do Método Considerando o seguinte mapa de n produtos a serem recolhidos: Order Picking - Heurística E aplicando a ‘Sierpinski spacefilling curve’ ao mapa obtemos uma solução de caminho: Conclusão Bibliografia Lambert, Stock and Ellram, Fundamentals of Logistics Management, p.275-8 David E. Mulcahy, Warehouse Distribution and Operations Handbook, chapter 4.1-4.10 and chapter 2.1-2.6 Gonçalves, José Fernando. Gestão de Aprovisionamentos - teoria e práctica. Porto: Edição de autor, 1997 http://www.producao.ufrgs.br/arquivos/disciplinas/393_AULA_09_movimentacao_e_armazenamento_de_materiais.pdf http://grupoluft.locaweb.com.br/assets/logistics/artigo_2_9.pdf http://www.ie.ufrj.br/download/AparecidaAulaLogistica-Armazenagem.pdf http://www.caribtrans.com/aboutus/newHeadquarters.php www.wikipedia.com http://www.emedco.com/prodGroupAT.asp?dept_id=4525&CC=N http://www.caribtrans.com/aboutus/newHeadquarters.php http://www.barcoding.com/press/2005/wal-mart-rfid-compliance.shtml http://www.centrodelogistica.com.br/new/fs-busca.htm?fr-picking.htm http://pt.wikipedia.org/wiki/Curva_ABC www.dem.isep.ipp.pt/jab/files/ESIN_2000_Diagnostico.pdf http://www.cisco-eagle.com/storage/Flowracks/picking_comparisons.htm