ADESÃO DA EQUIPE DE ENFERMAGEM DA CLÍNICA DE HEMODIÁLISE DE ARARANGUÁ-SC AS PRÁTICAS DE BIOSSEGURANÇA. Área de conhecimento: Ciências Biológicas/ Ciências Médicas e da Saúde Aluna Bolsista: Juliana Rovaris Ferari. Enfermagem/ UNISUL- Araranguá Professor proponente: Msc. Andréia Batista Bialeski. Trabalho de iniciação científica. Bolsa de pesquisa do artigo 170. Introdução Nos últimos anos vem-se estudando a forma de reduzir o índice de contaminação, por secreções e fluídos corpóreos de pacientes, nos funcionários dos serviços de hemodiálise. Divulgações são feitas a todo tempo pelos canais de televisão e rádio, mesmo assim, se percebem notificações de contaminações por meio de fluidos corpóreos dos pacientes nos serviços de saúde. Acredita-se, que por meio da conscientização dos funcionários, em especial da equipe de enfermagem, treinandos-os e esclarecendo suas dúvidas em relação as medidas de prevenção que devem ser utilizadas na assistência aos pacientes, ocorrerá uma redução no índice de contaminação dos funcionários por fluídos dos pacientes. Percebe-se, que a tarefa de despertar em nosso indivíduo um olhar crítico, é um desafio muito grande, em especial, quando este olhar crítico deverá estar voltado para o seu autocuidado. A prestação da assistência por parte da equipe de enfermagem a um paciente com hepatite C exige atenção e precaução por parte dos mesmos. Dessa maneira o uso das práticas de biossegurança e principalmente sua aceitação é de fundamental importância na área da saúde. Logo, notou-se a importância de se realizar um estudo científico sobre a adesão da equipe de enfermagem da clínica de hemodiálise de Araranguá- Santa Catarina as práticas de biossegurança. Se os profissionais da saúde aderir corretamente as técnicas de biossegurança, notar-seá uma redução nos casos de notificações, bem como, uma redução de gastos por parte dos órgãos governamentais com os programas de tratamento medicamentoso e gastos com equipes multiprofissionais. Portanto, esta pesquisa é de grande relevância, por se tratar de uma pesquisa que almeja a saúde dos profissionais. Objetivos Objetivo Geral Conhecer a adesão da equipe de enfermagem da clínica de hemodiálise de Araranguá-SC as práticas de biossegurança. Objetivos Específicos -Identificar o conhecimento da equipe de enfermagem quanto às técnicas de biossegurança; -Observar as medidas de prevenção utilizadas pela equipe de enfermagem, em especial a adesão da equipe ao uso de equipamentos de proteção individual ao realizar os procedimentos de enfermagem; -Identificar as condutas adotadas frente à exposição ocupacional ao sangue e fluídos corpóreos dos pacientes em tratamento na clínica; -Esclarecer dúvidas em relação as técnicas de biossegurança que devem ser utilizadas na clínica. Metodologia Tratou-se de uma pesquisa qualitativa, de campo, descritiva e exploratória realizada no primeiro e segundo semestres de 2009 em uma clínica de hemodiálise de Araranguá-SC, sendo os sujeitos do estudo a equipe de enfermagem dessa clínica, totalizando uma amostra de seis pessoas (cinco técnicos de enfermagem e uma enfermeira). Para a coleta de dados foi utilizada a entrevista semi-estruturada composta de seis perguntas e a observação participante, seguindo-se os princípios éticos da resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde. Os dados foram analisados pelo método hermenêutico-dialético da autora Minayo. Resultados Conhecimento da equipe de enfermagem em relação as técnicas de biossegurança na saúde -16,67% dos entrevistados, relatou que possui todo o conhecimento necessário sobre biossegurança, destacando o seguinte: “Todos. Tenho treinamento e faço supervisão dos funcionários da clínica e estagiários das universidades.”(E.01) - Um dos pesquisados ao responder a pergunta sobre seu conhecimento referente a biossegurança destaca: “É que biossegurança é um conjunto de ações que nós trabalhadores da área da saúde podemos realizar para prevenir, diminuir ou eliminar os riscos que estamos expostos em nosso trabalho.”(E.02) -Quatro, representando 66,67% dos pesquisados, relataram que possuem noções suficientes sobre as técnicas de biossegurança. Medidas de prevenção utilizadas pela equipe ao prestar assistência a um paciente - 100% dos pesquisados responderam que fazem uso dos equipamentos de proteção individual durante a realização dos procedimentos. Os pesquisados relataram o seguinte:“Uso sempre E.P.I, equipamento de proteção individual, para fornecer tanto para o paciente, quanto para mim uma segurança naquilo que estou fazendo.”(E.03) “Além de zelar pela relação interpessoal, faço uso do EPI em questão.” (E.05) Importância do uso dos equipamentos de proteção individual para a equipe e seu uso no cotidiano -100% dos pesquisados responderam que conhecem a importância do uso dos equipamentos de proteção individual. 83,33%, representando cinco da amostra total, responderam que utilizam os equipamentos sempre que necessário. Apenas um dos pesquisados, representando 16,67% dos pesquisados, relatou que utiliza os equipamentos sempre, mesmo que não seja necessário, destacando o seguinte: “Uso sempre, mesmo não sendo necessário.” (E.03) Dúvidas em relação as técnicas de biossegurança que devem ser utilizadas na clínica -100% dos pesquisados relataram não ter dúvidas em relação ao assunto, conforme se destaca na fala a seguir: “Nenhuma. Tenho tido bastante treinamento e conversas a respeito de biossegurança, principalmente com a nossa enfermeira chefe, que mantém a ordem e prioriza as técnicas de biossegurança.” (E.03). Conduta adotada pelos profissionais frente a exposição ocupacional aos fluídos corpóreos dos pacientes -Os profissionais adotariam como condutas a lavagem das mãos, prevenção com o parceiro e a notificação, o que pode ser destacado nas seguintes falas: “1º: Lavagem das mãos; 2º: Notificação; 3º: Monitorar o paciente e 4º: prevenção com o parceiro.” (E.01). “Em primeiro lugar manter calma; lavar as mãos ou o local atingido, comunicar a enfermeira e se prevenir com a minha esposa até os resultados dos exames ficarem prontos.” (E.02) Conclusão Os resultados mostraram que os profissionais possuem noções das técnicas de biossegurança que devem ser utilizadas na clínica e que fazem uso das mesmas quando prestam assistência aos pacientes. Concluiu-se que os profissionais sabem da importância, tanto para si quanto para os pacientes, do uso adequado dos equipamentos de proteção individual. Dessa forma, verificou-se como é de suma importância, que se tenham, nas instituições de saúde, pessoas que estejam aptas a coordenar uma equipe e que sejam capazes de capacitar e instruir essa equipe, ou seja, uma pessoa que preconize um serviço que adote medidas de prevenção e precaução e voltadas a saúde do ser cuidado e do ser cuidador. Bibliografia 1. CIORLIA, Luiz Alberto de Souza; ZANETTA, Dirce Maria Trevisan. Hepatite C em profissionais da saúde: prevalência e associação com fatores de risco. Rev. Saúde Pública, São Paulo, v. 41, n. 2, Abr. 2007 . Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S003489102007000200009&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 18 Abr. 2009. 2. GIR, Elucir et al. Biossegurança em DST/AIDS: condicionantes da adesão do trabalhador de enfermagem às precauções.Rev. Esc. Enferm USP, São Paulo, v.38, n.3, p.245-253, dez.2004 .Disponíve lem: <http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v38n3/ 02.pdf>. Acesso em 29.dez 2009. 3. GOMES, Márcia et al. Prevalência da soropositividade do anti-HCV em pacientes dialisados. Rev. Saúde Pública, v.40, n.5, p.931-934, jul. 2006. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rsp/v40n5/26.pdf>. Acesso em 29.dez 2009. 4. PINHEIRO, Joziane; ZEITOUNE, Regina Celina Gollner. Hepatite B: conhecimento e medidas de biossegurança e a saúde do trabalhador de enfermagem. Esc. Anna Nery Rev Enferm. Rio de Janeiro, v.12, n.2; p.258-264, jun.2008. Disponível em: <http://www.eean.ufrj.br/revista_enf/2008211/artigooz.pdf>. Acesso em 29.dez.2009 Apoio: UNISUL/Bolsa de pesquisa do artigo 170