Classificação da RAM Agência Nacional de Vigilância Sanitária 1 www.anvisa.gov.br Tipos de reações adversas a medicamentos A B (“Ação dos fármacos”) (“Reações dos pacientes”) + + - (+) + + - + - Alta Baixa Reprodutibilidade experimental + - Severidade - + Sangramento – anticoagulantes Hepatite – halotano Relacionado com a dose Previsibilidade Fatores predisponentes Relação temporal Conhecimento do mecanismo da reação Freqüência Exemplo Vídeos RAM A e B Agência Nacional de Vigilância Sanitária 3 www.anvisa.gov.br Causalidade Conexão entre o medicamento suspeito e o efeito clínico observado - + Improvável Possível Provável 0% Definida 100 % Probabilidade Agência Nacional de Vigilância Sanitária 4 www.anvisa.gov.br Você percebeu alguma reação adversa ao medicamento??? Agência Nacional de Vigilância Sanitária 5 www.anvisa.gov.br Como suspeitar de RAM ? Motivo Relação (ou seqüência) temporal Características plausível Conhecimento previamente descrito similar a um fármaco ou classe semelhante do efeito Efeito da retirada do medicamento suspeito melhora do efeito nocivo Efeito de reexposição do medicamento suspeito reaparecimento do efeito nocivo Causas alternativas outras explicações etiológicas (doenças e outros medicamentos) Dose-dependência quanto maior a dose maior gravidade Mecanismo farmacológico ou toxicológico • Casos clínicos Reações Adversas a Medicamentos Agência Nacional de Vigilância Sanitária 7 www.anvisa.gov.br AC, 32 anos, homem, chegou ao pronto-socorro em 15/5/2004, após partida de futebol. O ortopedista, após a radiografia, diagnosticou fratura do pé esquerdo e encaminhou para imobilização com gesso. Foi prescrito diclofenaco sódico 50mg, de 8 em 8h (150mg/dia), por via oral, durante cinco dias. O ortopedista perguntou a AC se já havia utilizado diclofenaco, mas o paciente não soube dizer. Agência Nacional de Vigilância Sanitária 8 www.anvisa.gov.br Ao sair do pronto-socorro, acompanhado por um familiar, adquiriu na farmácia de seu bairro, com o farmacêutico, o medicamento prescrito. Iniciou o uso no mesmo dia. Após dois dias, retornou à farmácia, queixando-se de que “aquele medicamento” estava lhe fazendo mal, pois sentia dores fortes na “boca do estômago” (epigastralgia), que pioravam com ingestão de alimentos. Agência Nacional de Vigilância Sanitária 9 www.anvisa.gov.br O farmacêutico suspeitou de reação adversa ao diclofenaco e orientou a procura de atendimento médico imediatamente. Ao chegar ao pronto-socorro, apresentou um episódio de hematêmese. Foi atendido pelo clínico de plantão, que realizou anamnese e verificou antecedentes de etilismo. AC foi examinado, recebeu medicação analgésica e foi submetido a endoscopia digestiva alta (EDA) de urgência. Agência Nacional de Vigilância Sanitária 10 www.anvisa.gov.br O laudo da EDA revelou gastrite difusa com lesões erosivas em pequena curvatura gástrica e pontos de sangramento (hemorragia digestiva alta). O médico indicou hospitalização, suspendeu o medicamento (diclofenaco) e iniciou tratamento clínico conservador. Agência Nacional de Vigilância Sanitária 11 www.anvisa.gov.br Após cinco dias, houve melhora do quadro digestivo, além de boa evolução da fratura, sem dor. Recebeu alta hospitalar, com receita de medicamentos, a fim de continuar o tratamento no domicílio. O paciente voltou à farmácia do seu bairro para adquirir a medicação prescrita e contou ao farmacêutico o que havia ocorrido. Agência Nacional de Vigilância Sanitária 12 www.anvisa.gov.br 1. Você notificaria esse caso? Por quê? 2. Como você preencheria o formulário para notificação de suspeita de eventos adversos neste caso? 3. Qual o tipo, a gravidade, a intensidade e a expectativa da RAM neste caso? Por quê? 4. Há relação temporal? E há conhecimento previamente descrito desse efeito? 5. Há efeito de retirada e reexposição do medicamento suspeito? Agência Nacional de Vigilância Sanitária 13 www.anvisa.gov.br EXEMPLOS DE MEDIDAS REGULATÓRIAS DÉCADA DE SESSENTA MEDICAMENTO AÇÃO TREAPÊUTICA PROBLEMA DECISÃO • CLIOQUINOL • ANTIDIARRÉICO • NEUROPATIA • RETIRADA • FENFORMINA •ANTIDIABÉTICO •ACIDOSE LÁCTICA • RETIRADA •TALIDOMIDA ANTI HEMÉTICO •TERATOGENICIDADE •RETIRADA •CONTRACEPTIVO ORAL - • TROMBOEMBOLISMO • REDUÇÃO DA DOSE • ANTIASMÁTICO • AUMENTO DA MORTALIDADE • SOPRENALINA Agência Nacional de Vigilância Sanitária • REDUÇÃO DA DOSE www.anvisa.gov.br EXEMPLOS DE MEDIDAS REGULATÓRIAS DÉCADA DE SETENTA AÇÃO TREAPÊUTICA PROBLEMA DECISÃO • PRACTOLOL • BLOQUEADOR B ADRENÉRGICO • SINDROME ÓCULO-MUCOCUTÂNEO • RETIRADA • DIETILBESTROL • ESTRÓGENO •ADENOCARCINO MA •RETIRADA •LINCOMICINA • ANTIDIABÉTICO • COLITIS •INFORMAÇÃO MEDICAMENTO Agência Nacional de Vigilância Sanitária 15 www.anvisa.gov.br EXEMPLOS DE MEDIDAS REGULATÓRIAS DÉCADA DE OITENTA MEDICAMENTO AÇÃO TREAPÊUTICA PROBLEMA DECISÃO •BENOXAPROFENO •AINE •TOXICIDADE HEPÁTICA •RETIRADA •ZOMEPIRAC •ANALGÉSICO •REAÇÕES ANAFILÁTICAS •RETIRADA •NOMIFENSINA •ANTIDEPRESSIVO •ANEMIA HEMOLÍTICA •RETIRADA Agência Nacional de Vigilância Sanitária 16 www.anvisa.gov.br EXEMPLOS DE MEDIDAS REGULATÓRIAS DÉCADA DE NOVENTA MEDICAMENTO AÇÃO TREAPÊUTICA •TRIAZOLAM •HIPNÓTICO PROBLEMA DECISÃO •AMNESIA,TRASTOR NOS PSICÓTICOS •REDUÇÃO DA DOSE E RETIRADA •RETIRADA •FENFLURAMINA DEXFENFLURAMINA •ANOREXÍGENO •VALVULOPATIA/HIP ERTENSÃO PULMONAR •TERFENADINA •ANTI-HISTAMINICO •ARRITMIAS VENTRICULARES •RESTRIÇÃO DO USO •ASTEMIZOL •ANTI-HISTAMINICO •PROLONGAÇÃO ONDAS QT •RETIRADA •CISAPRIDA •PROCINÉTICO •ARRITMIAS VENTRICULARES •RESTRIÇÃO •GANGLIÓSIDOS •NEUROTRÓFICO” •POLINEUROPATÍA Agência Nacional de Vigilância Sanitária •RESTRIÇÃO 17 www.anvisa.gov.br EXEMPLOS DE MEDIDAS REGULATÓRIAS SÉCULO XXI MEDICAMENTO AÇÃO TREAPÊUTICA PROBLEMA DECISÃO •CERIVASTATINA •ANTILIPEMIANTE •RABDOMIÓLISE •RETIRADA •CARCINOGÊNICO •RETIRADA •CORANTE •REAÇÕES ALÉGICAS •ADVERTÊNCIA - •ENCEFALOPATIAE SPONGIFORME TRANSMISSÍVEL •CONTROLE – EXIGÊNCIA DOCUMENTAIS •FENOLFETALEÍNA •TARTRAZINA •DERIVADOS DE TECIDOS FLUIDOS DE ANIMAIS RUMINANTES •ANTIDIARRÉICO Fonte: *ABAJO, F. ;MONTEIRO, D; MADURGA, M.;PALÓP, R. División de Farmacoepidemiología y Farmacovigilancia S u b d i rección General de Seguridad de Medicamentos Agencia Española del Medicamento Agência Nacional de Vigilância Sanitária 18 www.anvisa.gov.br • Erros de medicação Agência Nacional de Vigilância Sanitária 19 www.anvisa.gov.br Erro ao prescrever o medicamento Agência Nacional de Vigilância Sanitária 20 www.anvisa.gov.br Quer consultar uma referência bibliográfica ? Agência Nacional de Vigilância Sanitária 21 www.anvisa.gov.br Sr. Silva, os comprimidos para a calvície não são supositórios ! Agência Nacional de Vigilância Sanitária 22 www.anvisa.gov.br Vídeos modo de usar e erro Agência Nacional de Vigilância Sanitária 23 www.anvisa.gov.br http://www.anvisa.gov.br/farmacovigilancia/erro/index.htm Erro de medicação Qualquer evento evitável que, de fato ou potencialmente, pode levar ao uso inadequado de medicamento. Agência Nacional de Vigilância Sanitária 25 www.anvisa.gov.br Erro de medicação • O uso inadequado pode ou não lesar o paciente. • O erro pode estar relacionado com a prática profissional, produtos usados na área da Saúde, procedimentos, problemas de comunicação, incluindo-se prescrição, rótulos, embalagens, nomes, preparação, dispensação, distribuição, administração, educação, monitoramento e uso de medicamentos Agência Nacional de Vigilância Sanitária 26 www.anvisa.gov.br Erro de medicação Diferença entre reação adversa a medicamentos (RAM) e erro de medicação (EM) • RAM: evento inevitável • EM: prevenível Agência Nacional de Vigilância Sanitária 27 www.anvisa.gov.br Erro de medicação Causas mais comuns: - comunicação insuficiente ou inexistente; - ambigüidade nos nomes dos produtos, recomendações de uso, abreviações médicas ou formas de escrita; - procedimentos ou técnicas inadequadas ou incorretas; - uso indevido pelo paciente pela pobre compreensão do uso adequado. Agência Nacional de Vigilância Sanitária Fonte: FDA, CDER – Medication Errors28 www.anvisa.gov.br Exemplo de caso Em um caso relatado por Mullan1, o farmacêutico dispensou a um paciente asmático, com infecção pulmonar, o medicamento Daonil (glibencamida), um hipoglicemiante oral, ao invés do medicamento correto, Amoxil (amoxicilina). O paciente, devido à alta dosagem de glibencamida que ingeriu, teve dano cerebral permanente. O farmacêutico foi julgado culpado, com 75% da responsabilidade, e o médico também foi responsabilizado, devido à legibilidade da prescrição, prejudicada pela grafia . 1. MULLAN, K. Importance of legible prescriptions. J. R. Coll. Gen. Pract., London, v.39, n.325, p.347-348, 1989. Agência Nacional de Vigilância Sanitária 29 www.anvisa.gov.br Exemplo de caso (Continuação) Ação recomendada O problema da legibilidade das prescrições médicas é conhecido há bastante tempo e pode levar a agravos à saúde do paciente1. A legislação brasileira sobre o assunto, artigo 35 da Lei 5.991/73, no item "a", determina que somente “será aviada a receita que estiver escrita a tinta, em vernáculo por extenso e de modo legível, observada a nomenclatura e o sistema de medidas atuais”2. Como essa Lei é de 1973 e nessa época a informática estava em seu início, talvez seja mais seguro, atualmente, utilizar recursos de informática para prescrever e imprimir as ordens médicas. O Código de Ética Médica3, editado pela Resolução 1.246/88 do Conselho Federal de Medicina, no Capítulo III – da Responsabilidade Profissional –, no art. 39, determina que é vedado ao médico receitar ou atestar de forma ilegível, corroborando a necessidade de as prescrições médicas serem legíveis. Portanto, devem ser aviadas somente prescrições que estejam claras, legíveis e completas4. Erro relacionado a medicamentos – Queijo Suíço Risco Dano Cadeia de falhas que envolve processos e pessoas: O queijo suíço pode ser penetrado por uma trajetória acidental Agência Nacional 31 Fonte: James Reason. Human error: models and management. de Vigilância Sanitária www.anvisa.gov.br BMJ 2000;320;768-770 http://www.anvisa.gov.br/servicos/form/farmaco/erro_de_medicacao.pdf