Planejamento e Controle da Produção Capacidade Produtiva Prof. Silene Seibel, Dra. [email protected] Fonte: Rodrigues, Ana Ligia: Gerenciamento da Capacidade em uma empresa do ramo metalmecanico. TCC, UDESC/DEPS, 2011 Fonte: Tubino, Dalvio: PCP Teoria e Pratica. Atlas, 2009. Gerenciamento da Capacidade Devido à crescente competitividade, as empresas necessitam ter uma visão de longo, médio e curto prazo sobre demanda versus capacidade produtiva para conseguir alta performance no atendimento dos clientes. } Para entregar produtos no prazo desejado, é preciso conhecer o potencial produtivo dos recursos gargalo a fim de obter dados sobre capacidade real de produção. } O gerenciamento dos recursos produtivos permite à empresa prometer dados confiáveis de entrega, e permite balancear a capacidade à demanda. } Gerenciamento da Capacidade } Para Kotler (2005), a questão primordial para a sobrevivência e crescimento das organizações é a capacidade da empresa de adaptar suas estratégias em um mercado com flutuações da demanda. A administração da demanda tem como função básica antecipar corretamente os eventos futuros, planejar o atendimento de sazonalidades, programar a reposição de estoques para atender a demanda no leadtime do cliente. } As previsões de demanda de longo prazo (estratégico), médio prazo (tático) e curto prazo (operacional), são consensadas entre as áreas de marketing, planejamento e engenharia de manufatura, com o intuito de integrar estas informações. Prever as demandas futuras e tornar esses dados mais confiáveis é importante para a empresa sobreviver num mercado competitivo sem sofrer grandes perdas. “Afinal, sem uma estimativa da demanda futura não é possível planejar efetivamente para eventos futuros, somente reagir a eles”. (SLACK, 1997, p.349). } Para alinhar corretamente os dados provenientes da previsão de demanda e adequá-los ao planejamento dos recursos produtivos, é necessário conhecer a capacidade produtiva da fábrica ou linha de produção. Capacidade Produ1va } } } Planejamento da capacidade de produção é um dos principais componentes conciliadores entre demanda e capacidade instalada.” (Pires et al. 2004) Para Slack et al. (2008) o uso mais comum do termo capacidade é no sentido estático, físico de um recipiente ou do espaço existente. Para medirmos a capacidade de um processo é necessário a variável tempo, adequada para o uso dos ativos. Logo a definição de capacidade de uma operação é a máxima atividade que um processo é capaz de produzir em determinado período de tempo e sob condições normais de operação. Yu-Lee (2002) fala que gestão da capacidade organizacional é uma das atividades mais subestimadas e, portanto mal executadas na gestão organizacional. A capacidade de uma organização representa a sua habilidade de realizar trabalho. Freqüentemente o gerenciamento da capacidade é não é valorizado porque falha-se ao compreende-la na sua totalidade. Definição de Capacidade Produ1va 1. Capacidade produtiva é a quantidade de itens físicos máximo que uma linha de produção consegue produzir em um determinado período de tempo, considerando condições normais de máquina, processo e mão de obra. 2. É o máximo nível de atividade de valor agregado em determinado período de tempo que o processo pode realizar sob condições normais de operação } Capacidade = quantidade / tempo (pecas, quilos, litros/horas, minutos, segundos) } A Capacidade Produtiva é medida pela taxa de produção horária } O máximo que o recurso pode fazer é aquilo que aconteceria se sempre ocorrer um ciclo perfeito, sem paradas, sem quebra de ritmo, sem reprocesso e sem refugos. Matta e Semeraro (2005) comentam que capacidade pode ser definida como o modo que cada recurso produtivo pode ser utilizado para criar valor para os consumidores e em geral, o custo da capacidade é menor que o valor que os consumidores pagam para adquirir os produtos da empresa. Segundo Slack, et al (2006, p. 269) “ Todas as operações e processos precisam conhecer sua capacidade, porque, se eles têm pouca capacidade, não podem atender à demanda e, se têm muita, estão pagando pelo excesso de capacidade.” Para os autores, o primeiro passo do gerenciamento da capacidade é saber medir a capacidade atual da empresa. } } Obje1vos do planejamento e controle de capacidade } Segundo Slack et al. (2008) as decisões de planejamento da capacidades produ1vas irão afetar: } a) demanda: custos e receitas são afetados pelo equilíbrio entre capacidade e } Níveis de capacidade excedente a demanda pode significar alto custo unitário dos produtos; } Níveis de capacidade igual ou superior a demanda indicam que a demanda está assegurada, não gerando perda de receitas; O capital de giro será afetado se uma operação decidir antecipar a produção da demanda. Isso permi1rá a entrega rápida ao cliente, porém a empresa deverá financiar o estoque até que seja vendido; } } b) velocidade de resposta a demanda do cliente é afetada: } A velocidade de resposta à demanda do cliente pode ser melhorada, pelo aumento dos estoques ou capacidade excedente, assim evita-‐se filas; } A flexibilidade especialmente a de volume, será melhorada por capacidade excedente. Se a demanda e a capacidade es1verem em equilíbrio, a operação não será capaz de atender com segurança a quaisquer aumentos inesperados de demanda. Obje1vos do planejamento e controle de capacidade } qualidade dos bens e serviços pode ser afetada: c) } } A contratação de pessoal temporário para ganhar capacidade, devido a mão-‐de-‐obra inexperiente e devido ao pouco treinamento, fica mais propicia a cometer erros. confiabilidade do fornecimento é afetada d) } Pelo nível de proximidade entre demanda e capacidade máxima da operação, quanto mais próxima a capacidade es1ver do seu limite, menor será a confiabilidade de fornecimento, pois a operação não poderá sofrer com possíveis interrupções; S&OP } O planejamento integrado ou Sales and Opera,ons Planning (S&OP) tem sido considerado um processo crí1co para as empresas (LING, 1998) e ul1mamente tem sido u1lizado por muitas empresas devido ao resultado de sua implantação. } Segundo a APICS (1998) o S&OP é um processo que auxilia a gerencia a tomar decisões estratégicas do seu negócio com o intuito de alcançar vantagem compe11va através da integração das áreas de marke1ng e planejamento. Whight (1999) define o S&OP como um processo liderado pelos gerentes que mensalmente avaliam as projeções de demanda e seus impactos financeiros. É um processo de tomada de decisão que garante que os planos tá1cos da organização estejam alinhados para suportar o negócio. } S&OP é um processo que relaciona as necessidades do mercado à fábrica e tem como principais entradas: condições de mercado e metas da empresa; e como principais saídas: plano de vendas, plano de produção, plano financeiro, plano de pesquisas e desenvolvimento de novos produtos e o plano de entregas (Stahl, 2000). } De forma geral, o S&OP – Sales and Opera1ons Planning -‐ é um processo de planejamento que interliga o planejamento estratégico corpora1vo ao planejamento diário de produção e torna as empresas capazes de coordenar demanda e suprimento de seus produtos (GREGORY, 1999; DWYER, 2000; WIGHT, 1999). Taxa de produção • • • número de unidades físicas de produção que são produzidos durante um determinado período de tempo. Normalmente, considera-se a quantidade produzida em uma hora de produção. Pode ser dividida em taxa de produção máxima e taxa de produção nominal. } Tx } } = quantidade / tempo (pecas, quilos, litros/horas, minutos, segundos) Taxa de produção máxima é a maior quantidade de produtos que uma linha ou célula é capaz de produzir em um determinado período considerando a eficiência global igual a 100%. Já a taxa de produção nominal considera as ineficiências do processo, ou seja, com OEE (Overall Equipment Efficiency) menor que 100%. Exercício: Determinar a Taxa de produção do recurso • Observando cada vídeo, determinar a taxa de produção nominal e a taxa de produção real do recurso. • Passo 1. Medir 10 tempos de ciclo Passo 2. Determinar o tempo de ciclo da peça Passo 3. Determinar a taxa de produção teórica Passo 4. Multiplicar a taxa teórica pelas perdas obtendo a taxa real • • • • • • multiplicar pelo OEE, se disponível multiplicar pela Produtividade x %1. Qualidade se disponível multiplicar Eficiência x %1. Qualidade Calendário Padrão Calendário anual que determina a quantidade de dias a ser utilizada no cálculo da Capacidade Nominal de Produção. } O calendário padrão determina o número de dias líquidos de produção no ano, já descontados os dias para férias, feriados e fins de semana. } O número de dias líquidos para a produção pode variar conforme política e legislação do país onde está localizada a planta produtiva. } Exemplo Calendário Exercício: Elaborar o Calendário Padrão para o mês de 2013 } Escolha um produto cronometrado e elabore o calendário padrão para 2013. Estabeleça um valor para concessão. Passos para determinar a capacidade produ1va Identificar o recurso gargalo } Medir o tempo de ciclo do gargalo } Calcular a taxa de produção nominal do gargalo } Aplicar as perdas para obter a capacidade real (xOEE ou x Produtividade) } Levantar o tempo disponível através do calendário padrão } Multiplicar o tempo disponível pela taxa de produção para obter a capacidade real (transformar taxa em volume/mês) } Capacidade Nominal ou Instalada versus Capacidade Efe1va ou Disponível } Davis, Aquilanoe Chase (1999) afirmam que é normal fazer distinção entre capacidade Instalada e capacidade disponivel, isto é porque ocorre uma interação direta entre as demandas dos clientes e capacidade da operação. Christopher Lovelock (1992) identificou quatro situações diferentes que exemplificam essas interações, ilustrada na Figura. Fonte: Davis, Aquilano, Chase, 199, p.259 Exercício: para cada situação a,b,c,d explique a relação entre a demanda e a capacidade Fonte: Davis, Aquilano, Chase, 199, p.259 Tipos de Capacidade: teórica (instalada ou nominal) e real (com perdas) } } } Teórica = Capacidade instalada ou capacidade nominal que é a quantidade máxima de peças ou produtos que determinada célula de manufatura produz a uma taxa de produção máxima, considerando o calendário padrão. Para Slack, Chambers e Johnston (2001) um produto durante o período de produção e na sua velocidade máxima, fornece a capacidade teórica, instalada ou nominal de uma linha de produção. No entanto, uma linha não consegue trabalhar sempre na sua velocidade máxima, porque ocorrem perdas como paradas por problemas de máquinas, falta de componentes, problemas de qualidade e até mesmo por desempenho da linha, após descontar essas perdas na produção, é que se obtém a capacidade efetiva ou disponível de uma linha. As perdas são expressas por indicadores como Eficiência, produtividade ou OEE, quando disponível. Recomenda-se multiplicar a produtividade ou Eficiência pelo índice de 1. Qualidade para obter as perdas por qualidade. Estratégias para trabalhar com capacidade Slack, Chambers e Johnston (2001) afirmam que existem três estratégias para trabalhar com capacidade. Tubino (2007) afirma que de uma maneira geral, ao se traçar os rumos estratégicos da produção, decidindo em cima de um aumento ou redução produção de forma a atender à demanda, têm-se três grupos de alternativas básicas que poderão ser seguidas, cada uma delas com reflexos diferentes nos custos produtivos: 1. 2. 3. Manter uma taxa de produção constante; Manter uma taxa de produção casada com a demanda; Variar a taxa de produção em patamares. Matta e Semeraro (2005) comentam que a capacidade não pode ser armazenada, e se o sistema de produção não é utilizado por um período de tempo devido à falta de demanda, uma parcela da capacidade fica ociosa e não pode ser recuperada no futuro. Estratégia1: Manter um ritmo de produção acompanhando a demanda Busca evitar estoques através da flexibilização da produção. (Tubino, 2007) Ø Para os sistemas produtivos onde os bens ou serviços são perecíveis, ou exijam a presença do consumidor no momento de sua execução, esta é a alternativa mais viável. Ø Porém, normalmente procura-se não variar em demasia os níveis de produção visto que os custos de contratação e demissão de mão-de-obra, turnos extras, terceirizações, etc. são altos e devem ser empregados com cautela. Quantidades 30 25 20 15 10 5 0 Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez. Períodos Produção Vendas Ø Política de acompanhamento da demanda tenta ajustar a capacidade bem próxima dos níveis de demanda prevista. Essa política normalmente é utilizada por empresas que não consegue estocar suas produções. O problema dessa estratégia é que se a empresa apresenta grandes variações na demanda, exige empregar pessoal em tempo parcial e temporário, o que pode ocasionar perda de qualidade nos produtos e segurança dos processos. (Slack, Chambers e 19 Johnston, 2001) Estratégia2: Manter uma taxa de produção constante Independente das variações previstas na demanda, se mantém um plano de produção com níveis constante. (Tubino, 2007) Ø Esta alternativa privilegia a manutenção de um ritmo produtivo constante, fazendo com que os recursos produtivos trabalhem mais eficientemente. Em contra partida, tem-se que carregar estoques cujos custos podem ser significativos, e até, muitas vezes pelas próprias características dos produtos fornecidos (perecíveis, vida útil curta, serviços, etc.) pode se tornar inviável sua estocagem. Quantidades 30 25 20 15 10 5 0 Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez. Períodos Produção Vendas Ø Política de capacidade constante estabelece um nível constante de capacidade durante todo o período de planejamento, sem considerar as flutuações de demanda, com isso podese atingir alta utilização do processo e normalmente cria-se estoques consideráveis, que precisam ser financiados e armazenados. Ponto de atenção dessa estratégia é decidir quanto produzir para colocar estoque, pois pode ocorrer de não ter demanda no futuro e a 20 empresa arcar com os custos dos produtos em estoque. (Slack, Chambers e Johnston, 2001) Estratégia 3: Variar a taxa de produção em patamares Variar a taxa de produção em patamares: é a mais empregada na prática e consiste na combinação das duas alternativas anteriores, onde se procura acompanhar a demanda alterando-se a taxa de produção em patamares de tempo que permitam certo ritmo de produção e reduzam os níveis de estoques. Quantidades 30 25 20 15 10 5 0 Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez. Períodos Produção Vendas Gerenciar a demanda é responsabilidade das áreas de vendas e planejamento, e o objetivo é transferir as demandas dos períodos de pico para os períodos mais tranqüilos e com isso maximizar os lucros das organizações. E quando não for possível realizar essa alteração da demanda, pode-se também criar alternativas para aproveitar a capacidade ociosa dos períodos tranqüilos através de desenvolver novos produtos ou serviços. 21 Políticas Alternativas de Capacidade } Política de Capacidade Constante Ø O mesmo número de pessoas opera os mesmos processos. Capacidade de produzir mesmo volume por período; Ø Alta utilização do processo; Ø Somente deve-se antecipar estoques para os casos em que vendas futuras sejam relativamente certas; Ø Não aplicadas a produtos perecíveis Políticas Alternativas de Capacidade } Política de acompanhamento da demanda } Muito mais difícil de utilizar do que a política da capacidade constante (gerenciar diferentes pessoas/ horas de trabalho / equipamentos etc); } Utilizada por fabricantes que não podem estocar sua produção; } Quando pode-se estocar, pode ser adotada para minimizar estoques; Políticas Alternativas de Capacidade } Política de acompanhamento da demanda } Métodos para ajustar a capacidade } } } } Horas extras e banco de horas (mais rápido) Variar o tamanho da força de trabalho (contrata / dispensa) Usar pessoal em tempo parcial (Turno noturno...) Subcontratação e trabalho temporário Produtor de alumínio Toneladas por mês Fábrica de malhas de lã Unidades por mês J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O N D Políticas Alternativas de Capacidade } Gerenciar } } a demanda Uma demanda estável e uniforme traz enormes benefícios para os custos e qualidade dos serviços O objetivo é transferir a demanda dos períodos de pico para períodos tranqüilos } Alterar a demanda } Preço: Pacotes de férias a baixo custo em hotéis fora de temporada, sorvetes em oferta no inverno. Propaganda adequada. } Produtos e serviços alternativos } Estações de esqui oferecem atividades de férias no verão; Universidades enchem alojamentos com congressos e reuniões nas férias } Políticas Alternativas de Capacidade } Políticas mistas: Reduzir custos e estoques, minimizar investimento em capital, abordagem ágil ao cliente em todos os momentos.... Fábrica de malhas de lã Unidades por mês J F M A M J Pedido que deve ser adiantado Nova posição de pedidos Excedente da capacidade para formar estoques J A S O N D Sazonalidade de Demanda Causas de sazonalidade de demanda Climáticas Festas Comportamentais Políticos Financeiros Sociais Alguns produtos e serviços sazonais • Materiais de construção • Bebidas (cerveja, refrigerantes) • Alimentos (sorvetes, bolos de natal) • Vestuário (maiôs, sapato) • Itens de jardinagem • Fogos de artifícios • Serviços de viagem • Ferias • Processamento de impostos • Médico de saúde pública • Serviços de esporte • Serviços de educação Sazonalidade de Demanda Flutuações agregadas de demanda para 4 organizações Hotel Férias Quartos vendidos Clima Confecção Unidades por mês J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O N D Picos pré-férias Produtor de alumínio Loja varejista Toneladas por mês Receita mensal J F M A M J J A S O N D J F M A M J J A S O N D Medição da demanda e da capacidade } Medir a capacidade } } } Dificuldade para processos produtivos complexos Volume como medida mais adequada? Insumos como medida mais adequada? Medidas de capacidade de insumos e produtos para diferentes operações Operação Medida de capacidade de meios de produção Medida de capacidade de volume de produção Fabrica de ar condicionado Horas de máquina disponíveis Unidades por semana Hospital Leitos disponíveis Pacientes tratados por semana Teatro Número de assentos Público semanal Universidade Número de estudantes Estudantes graduados por ano Loja de venda no varejo Área de venda Número de itens vendidos por dia Companhia aérea Companhia de eletricidade Número de assentos disponíveis Capacidade do gerador Número de passageiros por semana Megawatts-hora gerada Cervejaria Volume dos tanques de fermentação Litros por semana Medição da demanda e da capacidade } Medir a Capacidade } Capacidade depende do MIX de atividades Caso de um hospital – depende da severidade dos pacientes ¨ Caso de uma indústria - mix de produtos ¨ Uma fábrica de condicionadores de ar A fábrica produz 3 modelos com respectivo tempo de montagem 1- Luxo 1,5 horas 2- Padrão 1 hora 3- Econômico 0,75 hora A planta tem capacidade de 800 horas de pessoal por semana. Num MIX 2:3:2 2+3+2 = 7 unidades 2 x 1,5 + 3 x 1 + 2 x 0,75 = 7,5 horas ou 800 x 7 / 7,5 = 746,7 unidades por semana Num MIX 1:2:4 1 x 1,5 + 2 x 1 + 4 x 0,75 = 6,5 horas ou 861,5 unidades por semana O modelo de efetividade dos ativos Modelo de efetividade dos ativos. O OEE – Overall Equipment Effectiveness (Medição da capacidade) OEE (Rendimento Global dos Equipamentos) é um método cada vez mais popular de julgar a eficácia dos itens individuais de equipamento de operações produtivas. É baseada em três aspectos de desempenho: • Tempo que está disponível para operar. • Velocidade, ou taxa de atravessamento do equipamento (seu tempo de ciclo); • Qualidade do produto; • OEE = Disponibilidade x Performance x Qualidade Problemas de produção As 6 grandes perdas operacionais Fórmulas e exemplo prático Qual a meta de OEE? } De acordo com Nakajima, um OEE de 85% deve ser buscado como meta ideal para os equipamentos. Para se obter esse valor de OEE é necessário que seus índices sejam de: 90% para disponibilidade, 95% performance e 99% qualidade. } Com valores menores que 65% a empresa está desperdiçando dinheiro. Entre 65% e 75% é aceitável somente se as tendências trimestrais estiverem melhorando. Entre 75% e 85% é muito bom, porém deve-se buscar os níveis de classe mundial que é maior que 85% para processos em lotes e maior que 90 % para processos discretos e contínuos. Indústrias de fluxo contínuo devem ter valores de OEE de 95% ou superior. Onde atacar? Ferramentas para aumento de OEE } } } Trabalhar em OEE é trabalhar nas perdas envolvidas no processo. A análise das perdas pode direcionar uma ou mais ferramentas específicas para alavancar sua estabilidade básica e consequentemente a melhoria do indicador. Exemplos de ferramentas e metodologias comumente utilizadas: • • • • ◦ TPM; Trabalho Padronizado para problemas de performance; Revisão de supermercados para falta de componentes e MP; Aplicação das ferramentas de troca rápida de ferramenta; ... Benefícios de um alto OEE • Maior disponibilidade de Máquinas e Equipamentos − Menor inventário − Menor Lead Time − Entrega JIT para o Cliente • Melhora a Capabilidade das máquinas − Menos paradas de Máquinas − Processos estáveis − Qualidade melhorada • Aumento do valor agregado − Maior eficiência de máquina − Redução de custo − Performance de negócio melhorada Exercício prático OEE } Uma prensa que tem tempo de ciclo = 6 seg/peça, esteve indisponível 1 hora para setup e 1 hora para manutenção corretiva em um turno de 8 horas. Neste período, a prensa fez 3.000 peças, sendo que destas 3.000 peças produzidas, 200 foram produzidas com defeito. } Calcule o OEE deste turno. } } } } Disponibilidade = 6h/8h = 75% Performance = 3000/3600 = 83% Qualidade = 2800/3000 = 93% OEE = 0,75 x 0,83 x 0,93 = 58% Exercício prático 2 } } } } } Em um processo de corte de bobinas de aço, a chapa de aço tem velocidade padrão de 50m/min. Em um turno de 8 horas, o equipamento parou 1 hora por estoque em dia (concessão) e 2 horas para setup. Neste turno, foram produzidos 200 ton de aço. Não foi evidenciado problema de qualidade. Desconsidere outros tempos de operação. Calcule OEE. Dados: Espessura da chapa = 2mm Largura da chapa = 990mm Densidade do aço = 7.850 kg/m^3 Exercício prático 2 } Disponibilidade = (7-2)/7 = 71% Densidade = massa/volume 7850 kg/m^3 = kg/(0,002 x 0,99 x 50) m^3 m= 777 kg/min } Performance = 200.000/(777 x 60 x 5) = 85,7% } Qualidade = 100% } OEE = 0,71 x 0,857 x 1 = 61% Estudo de Caso GERENCIAMENTO DA CAPACIDADE Tema do Trabalho: É o planejamento de demanda integrado com os recursos produtivos da empresa, buscando o balanceamento destas duas variáveis do sistema produtivo Problema: Como gerenciar a capacidade produtiva, para visualizar os gargalos do processo, definir a real capacidade e a plena utilização dos recursos produtivos? Objetivos: Melhorar o atendimento dos clientes e aumentar utilização dos recursos produtivos da companhia através do gerenciamento da capacidade Objetivos Específicos: } } } } } Definir área responsável Criar padrão para coleta de Tempo de Ciclo e freqüência de atualização Criar calendário padrão Definir gerenciador eletrônico Aperfeiçoar a utilização dos recursos Área de estudo Principais Problemas da Situação Atual: Descentralização das fontes de informação Falta de padrão nos métodos de levantamento Não visualização dos gargalos Alocação de investimentos Ociosidade de capacidade Medição da demanda e da capacidade } Qual a capacidade teórica (de projeto) por mês de uma injetora que trabalha 8hs por turno, em 2 turnos e 21 dias no mês, sendo que: } Produto A: T/C= 20s/peça (50% da demanda) Produto B: T/C = 30s/peça (25% da demanda) Produto C: T/C = 50s/peça (25% da demanda) } } } } } } Total de horas/mês disponíveis = 8 x 2 x 21 = 336hs Produto A: 180 pç/h x 336 x 0,5 = 30.240 Produto B: 120 pç/h x 336 x 0,25 = 10.080 Produto C: 72pç/h x 336 x 0,25 = 6.048 Capacidade mensal = 46.368 peças Medição da demanda e da capacidade } } } } } E para calcular capacidade efetiva?? Necessita-se considerar perdas no processo Exemplo: Se no exercício anterior, tivéssemos 20% de perdas no tempo disponível, então o real tempo disponível para operar seria 336 x 0,8 = 269 horas Mas....que perdas são estas? Para entender melhor as perdas, vamos começar pelo modelo de efetividade dos ativos. O modelo de efetividade dos ativos Modelo de efetividade dos ativos. O OEE – Overall Equipment Effectiveness (Medição da capacidade) OEE (Rendimento Global dos Equipamentos) é um método cada vez mais popular de julgar a eficácia dos itens individuais de equipamento de operações produtivas. É baseada em três aspectos de desempenho: • Tempo que está disponível para operar. • Velocidade, ou taxa de atravessamento do equipamento (seu tempo de ciclo); • Qualidade do produto; • OEE = Disponibilidade x Performance x Qualidade Problemas de produção As 6 grandes perdas operacionais Fórmulas e exemplo prático Qual a meta de OEE? } De acordo com Nakajima, um OEE de 85% deve ser buscado como meta ideal para os equipamentos. Para se obter esse valor de OEE é necessário que seus índices sejam de: 90% para disponibilidade, 95% performance e 99% qualidade. } Com valores menores que 65% a empresa está desperdiçando dinheiro. Entre 65% e 75% é aceitável somente se as tendências trimestrais estiverem melhorando. Entre 75% e 85% é muito bom, porém deve-se buscar os níveis de classe mundial que é maior que 85% para processos em lotes e maior que 90 % para processos discretos e contínuos. Indústrias de fluxo contínuo devem ter valores de OEE de 95% ou superior. Onde atacar? Ferramentas para aumento de OEE } } } Trabalhar em OEE é trabalhar nas perdas envolvidas no processo. A análise das perdas pode direcionar uma ou mais ferramentas específicas para alavancar sua estabilidade básica e consequentemente a melhoria do indicador. Exemplos de ferramentas e metodologias comumente utilizadas: • • • • ◦ TPM; Trabalho Padronizado para problemas de performance; Revisão de supermercados para falta de componentes e MP; Aplicação das ferramentas de troca rápida de ferramenta; ... Benefícios de um alto OEE • Maior disponibilidade de Máquinas e Equipamentos − Menor inventário − Menor Lead Time − Entrega JIT para o Cliente • Melhora a Capabilidade das máquinas − Menos paradas de Máquinas − Processos estáveis − Qualidade melhorada • Aumento do valor agregado − Maior eficiência de máquina − Redução de custo − Performance de negócio melhorada Situação Atual: qual a área responsável pelas informações, qual o padrão a u1lizar? QUEM É A ÁREA RESPONSÁVEL? QUAL INFORMAÇÃO UTILIZAR? PCP como Função de Apoio Engenharia de Produto • lista de materiais • desenhos Engenharia de Processo • roteiros de fabricação • lead times Marketing • plano de vendas • pedidos firmes Finanças • plano de investimentos • Fluxo de caixa Recursos Humanos • programa de treinamento Manutenção • plano de manutenção Planejamento Estratégico da Produção Planejamento-mestre da produção Programação da Produção • ordens de compra • ordens de fabricação • ordens de montagem Controle e Acompanhamento da Produção 59 Fluxo de Informações e PCP Plano de Produção Pedidos em Carteira Planejamento-mestre da Produção Engenharia Plano-mestre de Produção Estrutura do Produto Roteiro de Fabricação Compras Programação da Produção Administração dos Estoques Seqüenciamento Emissão e Liberação Ordens de Fabricação Ordens de Compras Avaliação de Desempenho Previsão de Vendas Acompanhamento e Controle da Produção Planejamento Estratégico da Produção Marketing Ordens de Montagem Pedidos de Compras Fornecedores Estoques Fabricação e Montagem Clientes 60 Fonte: Tubino: Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática, 2009 Consenso no Sistema de Produção Tradicional Plano de Backlog Plano de Produção Plano de Vendas Plano Financeiro Plano do Negócio Plano de Recursos Humanos 61 Plano de Marketing Plano de Estoques Plano de Engenharia Redução de Leadtime: PCP tem importante papel na construção de um Sistema de Produção Integrado Plano Financeiro Plano de Engenharia Plano de Marketing 62 Plano de Backlog Plano do Negócio Plano de Recursos Humanos Plano de Vendas Plano de Produção Plano de Estoques Vídeo o problema não é meu PCP como torre de aeroporto: recebendo informações atuais e reais para planejar de forma que produção possa cumprir o programa Vendas Marketing Previsão de Demanda Pedidos Firmes R.H. Finanças Desenvolvimento Produto Design Novos Produtos Portfólio de Produtos Cronograma Desenv. e Lançamento Quadro de pessoal Qualificação Horas extras Recursos para investimentos Custos Engª Produto/Processo Fichas Técnicas com desenhos e consumos Lista de Materiais - BOM Roteiros de Fabricação Capacidade da Fábrica Tempos de ciclo PCP Compras Prazos de Entrega Qualidade dos Fornecedores Quantidades de MP Produtividade Tempos de Setup Qualidade da Prod. Paradas Estoques em processo Quantidades Reais Prod. Manufatura Planejamento de Longo Prazo, Médio e Curto Prazo 63 Decisão sobre Área responsável pelas informações: Engenharia de Manufatura Fluxo Selecionado: EM01 Decisão sobre Fluxo de informações para determinação da Capacidade Decisão sobre Calendário Decisão sobre Calendário Fluxo EM01 Capacidade x Demanda Decisão sobre Capacidade Interna (Taxa de Produção) } 1º Calcular a Taxa de Produção Teórica, Instalada ou Nominal T/C da estação Gargalo = 7,22 segundos (por peça) ( o processo cliente é a montagem, que faz o ultimo processo antes de entregar o produto ao cliente) } Taxa Nominal= 60minx60s= 3600s = 499 pçs/h pçs/h 7,22s 7,22s } 2º Calcular a taxa de produção real ou efe1va } OEE da Montagem = 90% Taxa de Produção Efetiva = Taxa Nominal X OEE = 499 pçs/h X 90% = 449 pçs/h Definição do Gerenciador Eletrônico } Visualização dos recursos e gargalos Fonte: Primária Resultados } Integração entre S&OP E Engenharia de Manufatura } Centralização da informações na Engenharia de Manufatura } Atualização do Calendário de Produção por componente } Reuniões Mensais para atualizações dos dados Gerenciador Eletrônico: Controlar a capacidade de todos os recursos } } Melhor aproveitamento dos ativos, através da visualização dos gargalos por fluxo } Atualização dos Tempos de Ciclo e revisão das taxas de produção Considerações Finais } Como gerenciar a capacidade produtiva, para visualizar os gargalos do processo, definir a real capacidade e a plena utilização dos recursos produtivos? } Pode ser respondida através da implantação do gerenciador eletrônico de capacidade produtiva, centralizado na área de Engenharia de Manufatura, possibilitando a visualização dos recursos gargalos direcionando os investimentos e projetos aos processos críticos.