Romantismo (1) 2ª Geração 2ª Geração Amor e morte, medo e solidão, culto a uma natureza sombria, idealização absoluta da realidade: os ultrarromânticos levaram a extremos a expressão de sentimentos contraditórios, vividos pela maioria deles de modo atormentado. Uma poesia arrebatada A 2ª geração romântica é marcada por uma postura de exagero sentimental que a torna inconfundível. Inspirados por escritores ingleses como Byron e Shelley. Os poetas apresentaram uma poesia que exaltava os sentimentos arrebatados e o poeta isolado da sociedade, incompreendido por defender valores morais contrários aos interesses econômicos da burguesia. O Projeto literário A idealização absoluta e o interesse por duas ideias essencialmente românticas (amor e morte) definem o projeto literário da 2ª geração. Uma geração marcada por poetas atormentados, que frequentemente morriam ainda jovens, foi marcada pela expressão exacerbada de um subjetivismo pessimista. Formas poéticas A solidão, o culto a uma natureza mórbida e soturna e, acima de tudo, a idealização da mulher virginal e etérea (muito pura) são as formas poéticas encontradas para traduzir em imagens os sentimentos arrebatados que viviam. Outra faceta do projeto literário Em oposição à expressão pessimista do sentimento amoroso, típica, por exemplo de Álvares de Azevedo, que falava de solidão e da morte, Casimiro de Abreu falava de sonhos de amor e suspiros de saudade, associados a belas imagens de chácaras e jardins por onde passeavam as moças virgens e puras. Brasil - Segundo Império No Brasil do Segundo Império, os poetas eram em sua maioria estudantes que, longe da casa paterna, viviam em repúblicas. Muitos deles rumavam para São Paulo, onde iam cursar a faculdade de Direito no Largo de São Francisco. Longe do Rio de Janeiro (então capital federal) onde os debates políticos acalorados estimulavam a participação de escritores, o dia-a-dia dos estudantes em São Paulo era pouco inspirador. Condição de produção literária Dado o isolamento cultural em que os poetas e escritores viviam, em lugar de se ocuparem com os problemas nacionais, poetas como Álvares de Azevedo dedicavam suas horas à leitura dos mestres românticos europeus. Isso fazia com que produzissem uma poesia mais introspectiva, de caráter menos nacional. Locus Horrendus O cenário preferido pelos poetas ultrarromânticos é tempestuoso, soturno. A forças incontroláveis da natureza - raios, chuvas, ventos - simbolizam, de certo modo, os sentimentos violentos que precisam ganhar expressão literária. Essa natureza compõe uma espécie de lugar horrendo, que acolhe o poeta por refletir simbolicamente seu sofrimento individual. Sonho Somente no contexto do sonho a natureza será apresentada em tons mais positivos, assumindo uma feição paradisíaca. Espaço das fantasias irreais, ela funcionará como contraponto aos cenários mais frequentes em que a escuridão, os lugares ermos, os cemitérios e as praias abandonadas servem de refúgio para os sofredores desesperados. O “mal do século” A ideia de morrer, para o ultrarromântico, tem sentido positivo, porque garante término da agonia de viver. É no contexto das desilusões e da maneira pessimista de encarar a própria existência que a morte surge como solução. As virgens pálidas Consequência do deslumbramento com a ideia da morte, a imagem de beleza feminina será modificada. Mulheres pálidas e etéreas substituem as virgens robustas de estéticas anteriores. Manifestação física do amor Assaltados pelo desejo físico, os ultrarromânticos compõem poemas em que a associação entre a perfeição feminina e os traços da morte parece condenar qualquer possibilidade de manifestação do amor. A tuberculose A tuberculose influenciou alguns artistas do movimento literário conhecido como Romantismo, como Lord Byron (na Inglaterra) ou Álvares de Azevedo, (no Brasil). A aparência pálida, "assombrada" dos que sofriam de tuberculose é vista como influência nos trabalhos de Edgar Allan Poe e nas histórias sobre vampiros. Num período recente, esta estética foi revivida pela subcultura "gótica". Nessa época, ficou conhecida como o "Mal do Século".