Início: 1893 - Publicação das obras MISSAL E BROQUÉIS, de Cruz e Sousa Fim: 1902 - Publicação da obra OS SERTÕES, de Euclides da Cunha a) Misticismo e espiritualismo – A fuga da realidade leva o poeta simbolista ao mundo espiritual. É uma viagem ao mundo invisível e impalpável do ser humano. Uso de vocabulário litúrgico: antífona, missal, ladainha, hinos, breviários, turíbulos, aras, incensos. b) Falta de clareza – Os poetas achavam que era mais importante sugerir elementos da realidade, sem delineá-los totalmente. A palavra é empregada para ter valor sonoro, não importando muito o significado. c) Subjetivismo – A valorização do “eu” e da “irrealidade”, negada pelos parnasianos, volta a ter importância. d) Musicalidade – Para valorizar os aspectos sonoros das palavras, os poetas não se contentam apenas com a rima. Lançam mão de outros recursos fonéticos tais como: e) Aliteração – Repetição sequencial de sons consonantais. A seqüência de palavras com sons parecidos faz que o leitor menospreze o sentido das palavras para absorver-lhes a sonoridade. É o que ocorre nos versos seguintes, de Cruz e Sousa: Vozes veladas, veludosas vozes, Volúpia dos violões, vozes veladas, Vagam nos velhos vórtices velozes, Dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas. (Violões que Choram) f)Assonância – É a semelhança de sons entre vogais de palavras de um poema. g) Sinestesia – Os poetas, tentando ir além dos significados usuais das palavras, terminam atribuindo qualidade às sensações. As construções parecem absurdas e só ganham sentido dentro de um contexto poético. Exemplos de construções sinestésicas: som vermelho, dor amarela, doçura quente, silêncio côncavo. h) Maiúsculas no meio do verso – Os poetas tentam destacar palavras grafandoas com letra maiúscula. i) Cor branca – Principalmente Cruz e Sousa tinha preferência por brancuras e transparências. Literatura internacional: - Charles Baudelaire – autor da obra As flores do mal (1857) que é considerada um marco no simbolismo literário. - Arthur Rimbaud - Stéphane Mallarmé - Paul Verlaine Literatura brasileira: - Cruz e Souza - Alphonsus de Guimaraens Cruz e Sousa (1861-1898) Filho de ex-escravos, foi criado por um Marechal e sua esposa como um filho e teve educação de qualidade. Perseguido a vida inteira por ser negro, culminando com o fato de ter sido proibido de assumir um cargo de juiz só por isso. É ativo na causa abolicionista. Morre jovem de tuberculose, vítima da pobreza e do preconceito. Uma de suas obsessões era cor branca, como mostra a passagem a seguir: "Ó Formas alvas, brancas, Formas claras de luares, de neves, de neblinas!... Ó Formas vagas, fluidas, cristalinas... Incenso dos turíbulos das aras..." É considerado neo-romântico simbolista pois valoriza os impulsos pessoais e sua condição de indivíduo sofredor como fonte de inspiração poética. Suas poesias sempre oferecem dificuldade de leitura. Trata-se de um poeta expressivo, apelidado de “Cisne Negro” ou “Dante Negro". “Alma! Que tu não chores e não gemas Teu amor voltou agora. Ei-lo que chega das mansões extremas, Lá onde a loucura mora!” Prenuncia duas tendências que marcam a poesia moderna: sondagem psicológica, pela expressão do mundo interior e invenção lingüística, pela preferência a estruturas conscientemente elaboradas. Obras Principais: Poesia: Broquéis (1893), Faróis (1900), Últimos Sonetos (1905) Poesia em prosa: Tropos e Fantasias (1885), Missal (1893), Evocações (1898) Alphonsus de Guimaraens (1870 -1921) Apaixonado desde jovem por uma prima, sofre com a prematura morte da amada e passa por uma crise de doença e boêmia. Forma-se em Direito e Ciências Sociais, colaborando sempre na melhor imprensa paulistana. Fica conhecido como “O Solitário de Mariana”. São constantes em sua obra a presença constante da morte da mulher amada, os tons fúnebres de cemitérios e enterros, a nostalgia de um medievalismo romântico, além do seu famoso marianismo (culto a Virgem Maria). Sua obra prenuncia o surrealismo Seus versos tinham musicalidade e sutileza para a atmosfera religiosa que inspiravam, como mostra a passagem a seguir: "O céu é todo trevas: o vento uiva. Do relâmpago a cabeleira ruiva Vem açoitar o rosto meu. E a catedral ebúrnea do meu sonho Afunda-se no caos do céu medonho Como um astro que já morreu.” Obras Principais: Poesia: Setenário das Dores de Nossa Senhora (1899), Dona Mística (1899), Câmara Ardente (1899), Kiriale (1902), Pauvre Lyre (1921), Pastoral aos Crentes do Amor e da Morte (1923), Poesias (Nova Primavera, Escada de Jacó, Pulvis, 1938). Prosa: Mendigos (1920)