SISTEMAS MICELARES DE DUAS FASES AQUOSAS TENSOATIVOS E MICELAS Moléculas anfifílicas: grupo liofóbico grupo liofílico cauda apolar cabeça polar IÔNICOS: Catiônicos brometo de dodeciltrimetilamônio CH3 CH3-CH2-CH2-CH2-CH2-CH2-CH2-CH2-CH2-CH2-CH2-CH2-N-CH3+ BrCH3 Aniônicos dodecil sulfato de sódio CH3-CH2-CH2-CH2-CH2-CH2-CH2-CH2-CH2-CH2-CH2-CH2-OSO3- Na+ TENSOATIVOS E MICELAS NÃO-IÔNICOS: CH3-(CH2)9-OCH2CH2 -OCH2CH2 -OCH2CH2 -OCH2CH2 -OH óxido de n-deciltetraetileno (C10E4) ZWITERIÔNICOS: CH3-(CH2)6-COOCH CH3-(CH2)6-COOCH CH-CH2-PO4--(CH2)2-N(CH3)3+ dioctanoil fosfatidil colina (C8-lecitina) QUANTO À CAUDA: Saturada/insaturada halogenadas (fluorcarbonetos) Cadeias duplas cadeia de polióxido de propileno Cadeia ramificada Lisina (zweterion) SURFACTANT = Surface Active Agent Líquidos contração da superfície (< energia livre) força de atração para dentro exercida pelas moléculas presentes na solução sobre as moléculas na superfície TENSÃO SUPERFICIAL - g (mN/m) Moléculas anfifílicas – procuram orientar-se na superfície (< energia livre) Interação H2O-Tens. < interação H2O-H2O tensão superficial MICELAS = agregados de tensoativos Micelização = mecanismo alternativo à adsorção na superfície/interface para a remoção do grupo hidrofóbico do contato com a água. Formação de micelas balanço complexo de forças intermoleculares: eletrostáticas van der Waals ligações de hidrogênio hidrofóbicas estéricas Razão principal para a formação de micelas = obtenção de estado mínimo de energia livre pressão osmótica detergência condutividade tensão superficial CMC As micelas são colóides de associação Concentração de tensoativo Tempo de reação: milissegundos a minutos Dinâmicas, reversíveis, distribuição estatística de tamanhos (polidispersão) TIPOS DE AGREGADOS FORMADOS (MICELAS) micela esférica bicamada micela cilíndrica vesícula (lipossoma) - turvação “cloud point” - “ponto de névoa” - aumento da temperatura redução na solubilidade da micela temperatura SEPARAÇÃO DE FASES Fase rica em micelas Fase pobre em micelas “Solução” micelar homogênea Extração Líquido-Líquido em Sistema Micelar de Duas Fases Aquosas PROCESSO DE SEPARAÇÃO DE FASES >> TºC Fase Pobre em micelas tempo Fase Rica em micelas Sistema Monofásico Sistema Bifásico SISTEMA MICELAR DE DUAS FASES AQUOSAS CURVA BINODAL (C10E4) T (oC) Temperatura Região Bifásica Linha de amarração “Tie-Line” V´ V’cT V´ V’dB Ponto Crítico T´ CdB C Ci Cc e Vc Cd e Vd Região Monofásica (ou vice-versa) CCcT Concentração de tensoativo Extração Líquido-Líquido em Sistema Micelar de Duas Fases Aquosas - SMDFA DIAGRAMA DE FASES Yagui, C. O. R., Pessoa A., Blankschtein, d. Two- phase aqueous micellar systems - an alternative method for protein purification. Brazilian Journal of Chemical Engineering. 21(4):531- 544, 2004 Influência de alguns sais sobre o ponto crítico T (oC) C10E4 + 0,1 M KI C10E4 23,6 0 C10E4 + 0,5 M NaCl 19,0 0 13,0 5 4,75 C10E4 + 0,5 M Li2SO4 SMDFA – aplicações: Purificar e concentrar compostos como: BSA, bacteriófagos, antibióticos, colesterol oxidase, lisozima e outras enzimas, vitaminas lipossolúveis e compostos orgânicos. Separar contaminantes com características hidrofóbicas presentes em soluções biológicas. Primeiro trabalho - BORDIER (1981) - agente tensoativo não-iônico Triton X114 - proteínas hidrofílicas X proteínas hidrofóbicas. Pode ser aplicado a sistemas envolvendo células intactas. Alternativa na purificação de proteínas de plantas - compostos presentes em plantas que interferem nas técnicas convencionais de extração, como fenóis e clorofila, podem ser facilmente removidos por SMDFA. Pode separar: íons metálicos, estriol, progesterona, -estradiol, estrona, clorofila, bacteriófagos, células, fenóis e outras moléculas orgânicas de baixa massa molar. SISTEMA MICELAR DE DUAS FASES AQUOSAS (SMDFA) APLICADO À PURIFICAÇÃO DE PROTEÍNAS Ambiente ameno para materiais biológicos; Método seguro, não utiliza compostos inflamáveis ou explosivos; Fácil ampliação de escala; Baixo custo (em princípio requer somente um tensoativo e em baixas concentrações); Gera resíduos de fácil manuseio (baixa toxicidade, fácil acondicionamento, etc.); Micelas fornecem ambientes hidrofílicos e hidrofóbicos; Controle e otimização da partição através do ajuste das características micelares (tamanho e forma); Fácil separação do material desejado das moléculas de tensoativo após a purificação; A seletividade da partição pode ser melhorada com a utilização de micelas contendo ligantes de afinidade ou misturas de tensoativos; Técnica não interfere em metodologias como cromatografia líquida, eletroforese, ELISA, etc. SISTEMA MICELAR NÃO-IÔNICO DE DUAS FASES AQUOSAS PARA PURIFICAÇÃO DE PROTEÍNAS Altos valores de Kp proteína hidrofílica proteína hidrofóbica BORDIER (1981) apresentou a possibilidade de separação de proteínas em SMDFA – tensoativo Triton X-114. Purificação de proteínas hidrofóbicas: colesterol oxidase, lipase, proteínas de membrana. PARTIÇÃO DA ENZIMA GLICOSE-6-FOSFATO DESIDROGENASE (G6PD) EM SISTEMA C10E4/TAMPÃO EXPERIMENTO 1 [C10E4] (% p/p) 2,50 T (oC) 19,5 R (Vt/Vb) 0,76 0,53 0,04 BMG6PD (%) 97 9 2 3,60 20,0 1,00 0,36 0,00 104 4 3 3,25 20,4 0,60 0,33 0,01 108 7 4 3,00 21,5 0,35 0,20 0,04 101 6 5 5,00 22,0 0,60 0,10 0,01 101 2 KG6PD SISTEMA MICELAR MISTO (NÃO-IÔNICO/IÔNICO) DE DUAS FASES AQUOSAS - G6PD negativamente carregada - C10E4 + - CnTAB (n = 8, 10,ou or 12) – carga positiva Micelas mistas são formadas in situ, sem necessidade de síntese como os polímeros + eletrólitos Condições da solução (pH, FI) podem ser variadas melhorar a partição alterando as interações eletrostáticas e de volume de exclusão Reverter as interações e separar as proteínas das micelas TENSOATIVOS CATIÔNICOS X DESNATURAÇÃO PROTÉICA 100 Recuperação Recovery G6PD (%) 80 60 C8TAB C10TAB 40 C12TAB 20 0 0 100 200 300 400 Tempo Time (min) 2.5 mM CnTAB + 0.068 mg/mL G6PD TENSOATIVOS X DESNATURAÇÃO PROTÉICA Tensoativos não-iônicos – apresentam apenas interações hidrofóbicas não-específicas em concentrações ~ CMC (exceção: BSA e Tritons) Tensoativos iônicos: 1- interações eletrostáticas com resíduos de aminoácidos de carga oposta na superfície da proteína (ligação sítio-específica) 2- interações hidrofóbicas das caudas apolares com o interior apolar da proteína (ligação cooperativa, não-específica). maior a tendência a formar micelas - maior a afinidade pelas proteínas em geral, tensoativos aniônicos interagem mais fortemente que os catiônicos cadeias laterais da arginina e lisina (ligação com aniônico) são mais “projetadas” que as do ác. glutâmico e aspartato (ligação com catiônicos) PURIFICAÇÃO DE G6PD EM HOMOGENEIZADO DE S. Cerevisiae FONTE DE G6PD PROCESSO UTILIZADO KG6PD YG6PD (%) Enzima pura sistema C10E4/C10TAB/tampão 7,7 71 Homogeneizado de S.cerevisiae sistema C10E4/C10TAB/tampão 1,91 48 purificação em dois estágios: I - C10E4/tampão II -C10E4/C10TAB/tampão I – 0,35 II – 3,82 59 Homogeneizado de S.cerevisiae coleta da fase Inferior separação de fases SISTEMA I C10E4/Tampão separação de fases SISTEMA II C10E4/C10TAB/Tampão EXTRAÇÃO DA PROTEÍNA VERDE FLUORESCENTE GFPuv UTILIZANDO LIGANTE DE AFINIDADE GFP + CBM9 liga à celulose, di- e monossacarídeos GFP Surfactant - C10G1 (Decyl -D-glucopyranoside) CBM9 C10G1 Micela + ligante + GFP 29oC, após 6h Fase Pobre em Micelas Fase Rica em Micelas (GFPuv) C10G1 (5%) Lisado Celular + CBM9-GFP Tampão pH 7,2 UTILIZAÇÃO DE INIBIDORES ENZIMÁTICOS COMO LIGANTES DE AFINIDADE Procion red Cibacron blue Inibidores de G6PD - Mimetizam a coenzima NAD(P)+ H O NH2 + N O - O P O P NH2 O H O - O CH2 H OH OH O O N N O CH2 H H OH N N H H OR NADP+ PARTIÇÃO DOS LIGANTES CIBACRON BLUE E PROCION RED EM SISTEMA C10E4/TAMPÃO 35 Kligante 30 25 20 15 10 5 0 Procion red Cibacron blue PARTIÇÃO DA G6PD EM SISTEMA C10E4/TAMPÃO CONTENDO CIBACRON BLUE E PROCION RED KG6PD 0,40 0,30 0,20 sem ligante Interações de afinidade não são suficientemente fortes para influenciar significantemente o perfil de partição da G6PD. cibacron blue procion red Ocorrência de interação do ligante com as micelas, diminuindo a probabilidade de formação de complexo enzima inibidor. 4-(C8H17)-C6H4-(OCH2CH2)n-OH,n~8 porção hidrofílica porção hidrofóbica Estrutura da Endotoxina: LipoPoliSsacarídeo (LPS) TRITON X-114 polioxietileno p-t-octil fenol Remoção de Endotoxina (pirogênio) por Extração Líquido-Líquido Comportamento da GFPuv ( ) e do LPS ( ) na Extração em SMDFA Utilizando Triton X-114 ( ) Tubo visto a olho nu Tubo em câmara de luz UV