Alérgenos de origem alimentar:
eles são preocupantes?
Flavio Finardi Filho
FCF – USP
[email protected]
Alérgenos de origem alimentar
Características gerais

glicoproteínas

resistência térmica

resistente à proteólise



absorção pela mucosa
intestinal ou nasal
apresentação de
epítopos
resposta imune (IgE)
Bet v I
MUCOSA GASTRINTESTINAL


Mucosa intestinal – maior órgão
linfóide
Local contato com antígenos estranhos
Primeiro ano de vida:
 30 kg de alimentos
 Absorção de 130 a 190 g proteínas /dia
Tolerância Oral x Alergia Alimentar
RESPOSTA IMUNE AOS ALIMENTOS
Proteínas da dieta
Mecanismos de defesa do trato
gastrintestinal
Tolerância oral
Mecanismo de inibição ativa da resposta
imunológica a um determinado antígeno através
da exposição prévia àquele antígeno pela via oral.
ALERGIA ALIMENTAR
ALÉRGENOS
ALIMENTARES
• QUEBRA MECANISMOS DE
DEFESA
•DOSES
• NÃO TOLERÂNCIA ORAL
•POTÊNCIA
ALERGIA ALIMENTAR
REAÇÕES ADVERSAS AOS ALIMENTOS
REAÇÕES ADVERSAS
TÓXICAS
NÃO TÓXICAS
TOXINA BACTERIANA
DOENÇAS METABÓLICAS
IMUNES
NÃO IMUNES
EFEITOS FARMACOLÓGICOS
IgE
não IgE
ALÉRGENOS ALIMENTARES
CRIANÇAS (4-8%) -> 90%
leite bovino, ovo, soja, amendoim, trigo

ADOLESCENTES / ADULTOS (1-2%)-> 85%
amendoim, peixe, frutos do mar, castanhas

(Sampson HA- J Allergy Clin Immunol,1999)
ALERGIA ALIMENTAR: PREVALÊNCIA

reações adversas
20% da população
(Young, 1994)

USA- 6% das crianças até 3 anos de idade e 2% adultos

EUROPA - 0,3% - 7% das crianças e 2% adultos

ATÓPICOS - 10% (Kajosaari, 1982 / Crespo e cols, 1995)
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DA
ALERGIA ALIMENTAR
Incidências (%)
Sistemas
46
Cutâneo
25
Gastrintestinal
20
Respiratório
10
Cárdio-Vascular
Severidade
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DA
ALERGIA ALIMENTAR
IgE mediado
GASTRINTESTINAL
Hipersensibilidade
GI
Misto
Gastroenterite
Eosinofílica
não IgE mediado
Enterocolite
Proctite
Enteropatia
OROFARÍNGEO
CUTÂNEO
RESPIRATÓRIO
Síndrome da
Alergia Oral
Urticária Aguda
Dermatite Atópica
Dermatite
Herpetiforme
Broncoespasmo Agudo
Asma
Risco Anafilaxia
Risco Anafilaxia
Hemossiderose
Pulmonar
Angioedema
DIAGNÓSTICO DA ALERGIA ALIMENTAR
HISTÓRICO DETALHADO
IgE MEDIADO
NÃO IgE MEDIADO
TESTES CUTÂNEOS / RAST
NEGATIVO
POSITIVO
COPROLOGIA / ENDOSCOPIA
TESTE PROVOCAÇÃO ABERTO +
DCPC +
DIETA EXCLUSÃO
ORIENTAÇÃO ANAFILAXIA
TERAPÊUTICA MEDICAMENTOSA
POSITIVO
NEGATIVO
Manifestações clínicas e
reatividade cruzada

Síndrome da Alergia Oral

Ovo x carne aves

Síndrome Látex – Fruta

Grãos

Pólen / Frutas

Peixes

Amendoim / soja

Crustáceos

Castanhas

Ácaros x camarão

Leite x Carne Mamíferos
SÍNDROME DA ALERGIA ORAL (SAO)

Prurido em orofaringe, tosse,
edema labial, hiperemia
mucosa oral

Sintomas sistêmicos em 3%

Anafilaxia 1,7%

Frutas frescas e legumes

Reação cruzada com polens
SÍNDROME DA ALERGIA ORAL



frutas frescas - maçã,
pêssego, apricot,
kiwi, etc.
vegetais – tomate,
aipo, etc.
frutos do mar, leite
bovino, ovos, nozes,
amendoim, trigo, etc.
Manifestações Clínicas
IgE mediadas
• anafilaxia, asma, urticária, rinite, conjuntivite
• 30% das crianças: anafilaxia- primeira
manifestação
Não IgE mediadas
Dermatite de contato
Alergia ao látex: vias de exposição

Contato com produtos com látex

Contato com o alérgeno aerossolizado
(talco das luvas)

Sensibilização cruzada com alimentos

Exposição inadvertida
DETERMINANTES DA REAÇÃO
CRUZADA



estrutura protéica
reação cruzada: semelhanças estruturas
primárias e terciárias
necessita > 70% seqüência homóloga
castanha do Pará
cereja
castanha do Pará
latex-seringueira
Seqüências homólogas de
alérgenos
Seqüências homólogas de
alérgenos
Síndrome Látex- Fruta
Elevada
Associação
Moderada
Associação
Banana
Maçã
Abacate
Cenoura
Kiwi
Tomate
Batata
Melão
Papaia
Aipo
REAÇÕES CRUZADAS ENTRE
ALIMENTOS
Alergia
Reação Cruzada
% Risco
Alergia
Reação Cruzada % Risco
Sicherer SH, JACI 2001
ANAFILAXIA E ALERGIA ALIMENTAR


13 episódios anafilaxia - 8% Alergia Alimentar
Cianferoni et al - Itália - 1985-1996
142 casos em 3,5 anos - 33% alimentos
Yocum et Khan–MN-USA 1983-1987
Reações fatais: 32 casos – 1994- 1999 – AAAI/FAN

Adolescentes / adultos jovens / Asma

Amendoim, nozes, leite, peixe

Locais: 5 casa/ 4 escola/ 18 restaurante/ outros
ANAFILAXIA POR LEITE BOVINO
Unidade de Alergia e Imunologia - ICr USP
(Dra. Cristina Jacob)








Ambulatório de Alergia Alimentar – ano 2003
133 pacientes com Alergia LB
Anafilaxia – 40 pacientes- 30%
Idade média – 5,4 meses
Dispnéia – 55%
Estridor- 35%
Broncoespasmo- 32,5%
Cianose- 27,5%
Hipotonia- 17,5%
Choque – 2,5%
Parada cárdio-respiratória – 5%
Profilaxia

Cuidados pessoais
• Círculos próximos



família, amigos
escola, ambiente de trabalho
alimentação fora de casa
• Novos produtos



composição: ingredientes e aditivos
ingredientes exóticos
expressão de proteínas heterólogas
Profilaxia

Cuidados especiais: Indústrias e Saúde
Pública
• rotulagem detalhada de produtos
industrializados
• segregação de processos industriais,
contaminação cruzada, boas práticas de
fabricação, rotinas de controle
• conscientização e educação de manipuladores
• especificações de matéria-prima
• equipes de saúde treinadas e instalações
adequadas
Proteínas de Castanha do Pará
Soja GM

2S - ricas em Met

expressas em soja GM


reação positiva em soro de
7 pacientes com histórico
de sensibilidade
Comercialização não recomendada
Nordle et al. N.England J.Med. 334, 688, 1996
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Sensibilização cruzada com alimentos