Rua Loefgreen, 2455 – Vila Clementino – São Paulo – SP 04040 033 (11) 5579 9622 ALERGIA ALIMENTAR A Alergia Alimentar resulta de uma resposta exagerada do organismo a determinada substância presente nos alimentos. Envolve um mecanismo imunológico e tem apresentação clínica muito variável, com sintomas que podem surgir na pele, no sistema gastrintestinal e respiratório. As reações podem ser leves com simples coceira nos lábios até reações graves que podem comprometer vários órgãos. O termo Reações Adversas aos Alimentos é empregado para qualquer reação indesejável que ocorre após a ingestão de alimentos ou aditivos alimentares. Estas podem ser classificadas em reações tóxicas e não tóxicas. As reações tóxicas são aquelas que independem de sensibilidade individual e ocorrem com a ingestão de quantidades suficientes de alimento contaminado para desencadear reações adversas, como por exemplo, ingestão de toxinas bacterianas presentes em alimentos. As reações não tóxicas são aquelas que dependem de uma susceptibilidade individual e podem ser classificadas em não imunológicas (intolerância alimentar) e imunológicas (Alergia Alimentar) As reações adversas causadas por alimentos pode ser dividida em reações tóxicas e não tóxicas. As reações adversas alimentares por toxinas não serão abordadas nesta página. As reações não tóxicas e que não envolvem o sistema imunológico são chamadas de intolerância alimentar (exemplo: intolerância ao leite de vaca). As reações alérgicas por alimentos ou por seus componentes, envolvem o sistema imunológico. As substâncias que causam esta reação anormal do sistema de defesa imunológico são chamadas de alérgenos (exemplo: proteína alergênica do trigo). Estas reações alérgicas podem ser mediadas pela IgE (a imunoglobulina E é um anticorpo no sistema imunológico que reage com alérgenos) ou não mediadas pela IgE (raras).A intolerância alimentar pode ser causada por enzimas que atuam e causam o distúrbio digestivo. Pode ser por reações farmacológicas ou seja, constituintes naturais dos alimentos, como aminas biogênicas, presentes nos vinhos e mariscos; ou por aditivos alimentares, tais como os conservantes e os aromatizantes. Os principais alérgenos alimentares são: leite, ovo, trigo, amendoim, nozes e soja, nas crianças. Em adultos os principais alérgenos são amendoim, nozes, peixes e frutos do mar. Quais são os sintomas? Os sintomas da intolerância alimentar pode ser os mesmos da alergia alimentar e podem também relacionar-se com os sintomas digestivos e respiratório e/ou dermatológico. A intolerância alimentar mais conhecida é a deficiência de lactase (indivíduos não toleram a alimentos com lactose, pois com a falta da enzima lactase, o organismo não consegue digerir este tipo de açúcar). Os sintomas são semelhantes em todos os tipos de reação (alérgica e não alérgica), o que os diferenciam são os mecanismos e consequentemente o tratamento. As reações podem ocorrer no aparelho digestivo (dor abdominal, cólicas, náuseas, vômitos e/ou diarréias) ou serem disseminados em todo corpo (sintomas de rinite, asma, edema de glote, urticária, dermatite atópica, choque anafilático). Os sintomas podem diferir de pessoa para pessoa e podem ser agudas ou crônicas. Um mesmo alimento pode causar sintomas diferentes em indivíduos diferentes e os sintomas podem variar, num mesmo paciente. Como diagnósticar O diagnóstico é feito pela história clínica e pode ser auxiliado pelos testes alérgico e/ou dosagem de IgE no sangue específica para alimentos. Os testes cutâneos por puntura são testes simples, rápidos e podem ser realizados no próprio consultório de médico. Os resultados aparecem entre 15 e 20 minutos após a realização da prova cutânea. Esses testes possuem elevada especificidade, no entanto, ainda não se conseguiu uma boa padronização para os alimentos nas alergias mediadas pela IgE. O teste de Contato Atópico (Atopy Patch-Test) consiste na aplicação de alérgeno, com o mesmo método dos testes de contato tradicionais para avaliar dermatite de contato alérgica, porém visando avaliar a hiperssensibilidade tardia a alimentos, aeroalérgenos e alguns medicamentos. Como evitar Embora as doenças atópicas tenham uma base genética, fatores ambientais, incluindo a nutrição no período lactente, podem ter uma influência importante em seu desenvolvimento, e, portanto, se apresentar como uma oportunidade de prevenir ou postergar o início dessas doenças. O contato com alérgenos alimentares nos primeiros meses de vida modula o desenvolvimento de tolerância a esses alérgenos e também o desenvolvimento de sensibilização e manifestações alérgicas. Desta maneira, intervenções nutricionais tem sido propostas com o objetivo de prevenção das doenças atópicas, incluindo a alergia alimentar. Um dos aspectos relacionados ao tratamento de alergia alimentar envolve as orientações quanto à prevenção de novas crises que podem ocorrer, principalmente, por meio de ingestões inadvertidas do alimento. A falta de informação do paciente ou de seus cuidadores e dificuldades na rotulagem podem ser responsáveis por manifestações clinicas indesejadas. Após a confirmação do diagnóstico de alergia alimentar, uma série de instruções será dada aos pacientes para que escapes involuntários raramente aconteçam. Como Tratar O tratamento é evitar o agente causal. Nas crianças é possível fazer a reintrodução em doses pequenas e aumentando progressivamente e desta forma criar uma tolerância (diminuir ou eliminar a sensibilidade alérgica). Perguntas frequentes 1) Qual o melhor método para diagnóstico da alergia alimentar? O teste de provocação alimentar duplo-cego, controlado com placebo (DBPCFC) é considerado o padrão-ouro no diagnóstico de alergia alimentar. 2) Camarão pode causar alergias por inalação e não por ingestão? Sim, a inalação de aeroalérgenos de camarão em cozimento sabidamente causa anafilaxia, assim como, a inalação da farinha pode causar rinite ou “asma dos padeiros”. Além disso, a ingestão também pode ser causadora de uma reação alérgica. 3) O que é a síndrome de alergia oral? A síndrome de alergia oral (SAO) é uma condição caracterizada por sintomas alérgicos mediados por IgE, que se restringem à mucosa oral. Em situações em que as manifestações são decorrentes da ingestão de frutas e vegetais em indivíduos sensibilizados aos pólens, o termo mais específico é síndrome pólen-frutas (SPF). Uma vez que as porções proteicas dos alérgenos envolvidos são degradadas pelo calor e enzimas digestivas, os sintomas são imediatos, restringem-se geralmente à cavidade oral e a forma cozida ou processada dos mesmos alimentos costuma ser bem tolerada. Os sintomas são coceira nos lábios, língua, palato, ouvidos e orofaringe; podendo ocorrer associação com o angioedema local.