Levantes no mundo Árabe Da Revolução do Jasmim aos bombardeios da OTAN Professor Reginaldo Geopolítica/Atualidades O mundo árabe: Oriente Médio e África Branca. As “duas Áfricas” África Branca África Negra Tabela comparativa entre países africanos selecionados e o Brasil PAÍS EXPECTATIVA DE VIDA Líbia 72,7/ 77,9 anos Egito MORTALIDADE INFANTIL RENDA PER CAPITA NOVO IDH 13 por mil US$ 12.020 64° 0,760 71,6 / 75,5 anos 19 por mil US$ 2.340 113° 0,644 Etiópia 58,3 / 61,6 anos 68 por mil US$ 380 174° 0,363 Níger 54,8 / 55,8 anos 73 por mil US$ 360 186° 0,295 Brasil 70,7 / 77,4 17 por mil US$ 9.390 84° 0,718 A África Branca A África Branca é marcada pelo predomínio de população de origem árabe e branca, que ocupam a região desde o século VII com a expansão do islamismo. Rica em petróleo, esta porção apresenta indicadores sócioeconômicos melhores que os da África Negra; MOTIVOS das revoltas no mundo Árabe: Conseqüências da crise econômica global de 2008 2010: desemprego, inflação (aumento no preço dos alimentos), além da corrupção dos governos ditatoriais da região; Os jovens com cada vez mais acesso à informação, através da internet, utilizam as redes sociais para praticarem o ativismo político; Insatisfação com as restrições à liberdade e aos direitos civis; aumento da pobreza (exemplo: um egípcio em cada dois vive com apenas dois dólares por dia); mudança de posição dos EUA na geopolítica da região – do apoio aos regimes ditatoriais, à pressão diplomática pelas renúncias; Obs.: Estados Unidos e países europeus toleravam as ditaduras objetivando conter o avanço dos radicais islâmicos na região. A Revolução do Jasmim na Tunísia Pela primeira vez na história, um líder árabe foi deposto por força de movimentos populares: o presidente Zine Al-Abdine Bem Ali da Tunísia, renunciou em 14/01/2011 após um mês de violentos protestos contra o governo. Ele estava há 23 anos no poder. Como se deu a Revolução na Tunísia? 17/12/2010, o primeiro mártir: Mohamed Bouazizi, 26 anos, ateou fogo ao próprio corpo na cidade de Sidi Bouzid, depois que a polícia o impediu de vender frutas e verduras em uma barraca de rua em Túnis, capital da Tunísia; Efeito dominó O incidente motivou passeatas no país, disseminadas primeiramente pelas redes sociais na internet; ATENÇÃO: a história do país é parecida com as demais das nações árabes: foi domínio otomano, colônia europeia e, depois... DITADURA; Obs.: a falta de liberdades civis em países como a Tunísia sempre foi compensada por progresso econômico. O caso do Egito As manifestações se alastraram para o Egito. Em 25/01/2011 ocorreu o primeiro protesto pedindo a saída do presidente Hosni Mubarak, há 30 anos no poder; 01/02/2011: um milhão de pessoas lotaram a Praça Tahrir, no centro do Cairo (manifestação de 1 milhão) – as redes sociais como o Twitter e o Facebook, mais uma vez foram importantes ferramentas para organização das manifestações; 11/02/2011: após 18 dias de manifestações e 300 mortos, encerra-se três décadas de ditadura. O presidente egípcio Hosni Mubarak renunciou ao cargo; PROBLEMA Quem assumirá o poder nos países onde os tiranos já foram depostos? R: iminente risco dos Radicais Islâmicos tomarem o poder; Exemplo: o Egito, atolado em uma recessão econômica e abalado por tensões religiosas, vive uma complicada transição quatro meses após a queda de Mubarak; Importante: sociedades árabes conhecem apenas 2 formas de governo: monarquias absolutistas e ditaduras (militares ou teocráticas). Assim, nessas nações não existem partidos fortalecidos que possam disputar eleições após a queda de um ditador. O mais comum, nestes casos, é que o Estado secular seja substituído por um sistema fundamentalista. Foi o que aconteceu em 2007 na faixa de Gaza. Na ocasião, o Hamas, grupo fundamentalista islâmico palestino, conquistou o poder nas urnas com a derrota eleitoral do Fatah. Egito: uma peça-chave no conturbado tabuleiro geopolítico do mundo árabe No governo de Mubarak, o Egito era aliado tanto dos Estados Unidos quanto de Israel e contra governos radicais como o do iraniano Mahmoud Ahmadinejad; O contexto da Líbia Muammar Kadhafi foi o mais longevo ditador no mundo árabe. Ele permaneceu 42 anos no poder; A "revolução do povo" teve a maior repressão entre os governos autoritários do mundo árabe, tornando-se um conflito civil com forças aéreas da OTAN apoiando os rebeldes/insurgentes; A manifestação de 17/02/2011 conta o regime de Muammar Kadhafi marca o início das sucessivas revoltas violentas com confrontos sangrentos e conseqüente queda de ministros e diplomatas do governo. A oposição avançava dominando inúmeras cidades. Muammar Kadhafi O início da ingerência internacional 26/02/2011: pedido de saída imediata de Kadhafi do poder por Barack Obama. Inúmeros refugiados se deslocam para o Egito e Tunísia; Começa a “guerra” na Líbia 28/02/2011: A ONU aprova uma série de sanções à Líbia, enquanto a oposição controla todo o leste do país. O número de mortos chega a 6 mil; 17/03/2011: É aprovado na ONU uma resolução que autoriza o uso de quaisquer medidas para a proteção de civis na Líbia em relação aos ataques das forças de Kadhafi. Países da OTAN, liderados pelos EUA, França e Reino Unido começam a atacar o país dois dias depois, com caças partindo de bases na Itália; 20/10/2011: captura e morte de Kadafi e o fim do regime Á tragédia na Síria Mais de 8,5 mil pessoas foram mortas desde o início da revolta armada na Síria, em março de 2011. Os protestos se iniciaram em janeiro; A Síria está em estado de emergência desde 1962, que efetivamente, suspende as proteções constitucionais para a maioria dos cidadãos. Hafez al-Assad esteve no poder por trinta anos, e seu filho, Bashar al-Assad, tem mantido o poder com mão firme nos últimos dez anos Conseqüências das revoltas para a economia mundial