ARTICULO ACADÉMICO POSGRADO/2015
ARTICLE ACADEMIC MASTERS/PHD / 2015
TÍTULO: O LÚDICO NO PROCESSO DE ENSINO- APRENDIZAGEM
1. RESUMEN ARTÍCULO / ARTICLE ABSTRACT / RESUMO
Maria Georgina Santos de Souza 1
RESUMO
A utilização do lúdico no processo de ensino proporciona aos alunos e aos professores que se
utilizam dessa ferramenta, situações que promovem um melhor desenvolvimento do processo de
aprendizagem e, em especial, favorece uma maior interação do discente ao processo. Sendo assim,
este artigo justifica-se pelo imperativo de se conhecer melhor o lúdico e a sua aplicabilidade,
buscando melhor entender a interação do mesmo com os professores, a escola e o aluno do ensino
fundamental, através de uma revisão da literatura sobre o tema proposto, trazendo à tona as
vantagens e/ou limitações que este tema ainda apresenta dentro do contexto escolar na
contemporaneidade. Sendo assim, verificou-se, através da análise histórica, o quão importante o
lúdico é para o desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem, auxiliando professores e escola
no processo do desenvolvimento infanto-juvenil. Entretanto, o lúdico ainda não é aplicado em todas
as escolas, necessitando que professores e a escola revejam seus conceitos e busquem através de
incentivo e políticas educacionais a capacitação desses professores, para que os mesmos se tornem
aptos a colocar diariamente o lúdico em suas aulas.
PALAVRAS – CHAVE: Lúdico. Professores. Ensino - aprendizagem. Ensino Fundamental.
Infanto-juvenil
1
Pedagoga
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el ámbito de formación y educación, editorial y medios de comunicación; a los mismos efectos. Usted podrá ejercitar los derechos de acceso, rectificación,
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2. CONTENIDO / CONTENT / CONTEÚDO
1. INTRODUÇÃO
“A palavra lúdico “é originária do latim “ludus” que significa” jogo”, contudo; segundo Almeida
(1998) esse termo passou a se referir, também, aos aspectos físico e psicológico do comportamento
humano, deixando de referir-se tão somente ao ato do brincar espontâneo.
A utilização do lúdico no processo de ensino proporciona aos alunos e aos professores que se
utilizam dessa ferramenta, situações que promovem um melhor desenvolvimento do processo de
aprendizagem e em especial, favorece uma maior interação do discente ao processo.
Neste contexto, é necessário que o professor esteja ciente do que o lúdico representa, assim
como o seu conceito e abrangência para que possa usá-lo de modo eficiente e contextualizado,
dosando a sua aplicabilidade com o intuito de atingir os objetivos inerentes ao contexto escolar sem
abdicar da espontaneidade, do prazer e do entretenimento, elementos intrínsecos dos indivíduos em
desenvolvimento e constituintes do lúdico essencial.
Ao relacionar o lúdico com o desenvolvimento do indivíduo, Lucchini (2010) em seu trabalho
afirmou:
Do ponto de vista da pessoa humana, o ato lúdico representa um esforço
único em busca do desconhecido através da participação prazerosa e alegre.
A extensão do ato da ludicidade traduz-se na aquisição de conhecimentos
através de atividades potencialmente desafiantes e interessantes de um ser
social que, ao sentir-se capaz de participar e de descobrir por si, sente-se
capaz de transformar, de mudar, de melhorar.
Diante destas características existentes a partir da interação do indivíduo com o lúdico, podemos
perceber a importância do mesmo dentro do processo de aprendizagem que busca acima de tudo,
através da instituição de ensino, contribuir para o desenvolvimento de sujeitos conscientes, livres e
autônomos que vislumbrem o processo e a execução de sua cidadania. Deste modo, percebe-se o
quão importante é o papel da educação na formação de pessoas e que a mesma seja altamente
eficiente na execução deste processo.
Junior (2005) fala sobre a existência de escolas que possuem o processo pedagógico de ensino
emancipatório, onde o lúdico essencial é um fundamento. É percebido pelos professores e
coordenadores como indispensável para a formação do aluno, possibilitando-o transitar dentro e fora
do seu eu, trocando papéis e até vivenciá-los como inerente de sua pessoa, estimulando o
afloramento de sua cultura, espontaneidade, interação, imaginação, criatividade e prazer.
Todavia, é preciso lembrar que, infelizmente, toda essa interação do lúdico com o educando para
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o desenvolvimento de um ser crítico e consciente ainda não é uma realidade unânime, ou seja, o
lúdico nem sempre é aplicado em sala de aula, seja por falta de recursos, de profissionais aptos a
desenvolvê-lo ou até mesmo pela sua resistência ou da instituição que não o aplica totalmente ou
corretamente, fazendo-o de forma solta, sem caminhar lado-a-lado com o conteúdo a ser trabalhado,
objetivando proporcionar o aprendizado.
Sendo assim, este artigo justifica-se pelo imperativo de se conhecer melhor o lúdico e as sua
aplicabilidade, buscando melhor entender a interação do mesmo com os professores, a escola e o
aluno do ensino fundamental, através de uma revisão da literatura brasileira sobre o tema proposto,
trazendo à tona as vantagens e possíveis desvantagens ou limitações que este tema ainda apresenta
dentro do contexto escolar na contemporaneidade.
2. REVISANDO A LITERATURA
2.1. O LÚDICO NA FORMAÇÃO DO INDIVÍDUO SOCIAL: DA PRÉ-HISTÓRIA AOS DIAS
ATUAIS
A palavra lúdica advém do latim “ludus” que significa “jogo” e que de acordo com os autores
Almeida e Falcão (2012) deixou de ser simplesmente um sinônimo de jogo acompanhando as
pesquisas relacionadas à psicomotricidade. Segundo os autores, baseados no trabalho de Maurício
(2010), o lúdico faz parte da vida do indivíduo desde a pré-história, estando relacionado à sua
afetividade, à cultura e ao lazer.
Segundo Huizinga (2001, p. 07) “nas sociedades primitivas as atividades que buscavam
satisfazer as necessidades vitais, as atividades de sobrevivência, como a caça, assumiam muitas
vezes a forma lúdica”, levando-nos a perceber que o ato de brincar é inerente ao homem,
especialmente na infância, quando as brincadeiras são uma conduta intrínseca das crianças, sendo de
fundamental importância para a saúde mental desse indivíduo em formação e posteriormente a
definição em um adulto saudável.
Rodrigues (1976) informa que o ato de brincar surge como uma necessidade já aos três meses de
vida, quando o bebê utiliza-se dos seus dedos e observa seus movimentos, constituindo-os como o
primeiro brinquedo e a primeira conduta inteligente.
Deste modo, o lúdico se desenvolveu de acordo com a época vivida, correspondendo ao contexto
histórico vivido pelas civilizações e por suas regras vigentes, sempre de modo natural e utilizado
como uma ferramenta a viabilizar um processo educativo, favorecendo o desenvolvimento do
indivíduo.
Segundo informações de Sant’Anna e Nascimento (2011, p. 20) na história antiga há relatos de
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que o ato de brincar era desenvolvido por toda a família, até quando os pais ensinavam os ofícios
para seus filhos e que para cada época e sociedade a concepção sobre educação sempre teve um
entendimento diferenciado, logo o uso do lúdico seguiu tal concepção.
Ainda de acordo com o autor supracitado, Platão em 376 A.C destacou a utilização dos jogos
para o desenvolvimento do aprendizado nos primeiros anos de vida das crianças; No século XV
Rabelais, já apregoava que os jogos serviam para ensinar as crianças a aritmética, geometria e o
gosto pela leitura através de desenhos, jogos de cartas e fichas.
Contudo, é importante destacar que com a ascensão do Cristianismo, o valor educativo dos jogos
passou a ser considerada uma prática insignificante, profana e imoral; e somente a partir do século
XVI, que foi promovida uma mudança nos padrões da época no que se refere à ludicidade e o valor
educativo dos jogos que passa a ter nova dimensão, a partir dos humanistas que vislumbram nas
atividades lúdicas a sua importância para a aprendizagem das crianças. Assim, nesta época, os
jesuítas recolocam-nas em prática (SILVA, 2006).
Diferentes pensadores, estudiosos e filósofos em suas épocas correspondentes destacaram o
lúdico como um instrumento importante para constituir a educação e favorecer o processo de ensino
aprendizagem como Rousseau e Pestalozzi no século XVIII; Dewey no século XIX; e no século XX,
Montessori, Vygotsky e Piaget.
Destes pensadores podemos destacar os trabalhos de Piaget e Vygotsky até os dias atuais que
demonstram conceitos contemporâneos e importantes para a compreensão do lúdico e a sua
aplicação para o benefício do processo de aprendizagem.
Piaget em seus trabalhos deixou claro que é concreta a concepção da atividade lúdica, e que ela é
considerada o berço obrigatório para as atividades educativas, fazendo as transformações no
desenvolvimento natural da criança no que diz respeito ao lado intelectual quanto no socioambiental;
Para Vygotsky (1991, p. 114) a brincadeira cria na criança uma nova forma de desejos. Ensina-a
desejar, relacionando os seus desejos a um eu “fictício”, ao seu papel na brincadeira e suas regras.
Dessa maneira, as maiores aquisições de uma criança são conseguidas no brinquedo, aquisições
que no futuro tornar-se-ão seu nível de ação e moralidade.
Ambos os teóricos acreditavam que a construção do conhecimento do indivíduo se dava a partir
de sua interação com o meio, entretanto, Piaget defendia essa interação com o meio físico; Vygotsky
enfatizava tal interação com o meio sociocultural.
Outro teórico da educação, Paulo Freire (1977, p.9) afirmou uma vez que “o ato de buscar e de
apropriar-se dos conhecimentos, de problematizar, de estudar é realmente um trabalho penoso, difícil
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que exige disciplina intelectual e que se ganha somente praticando”.
Com tal observação, e por todo o contexto histórico do lúdico e o seu papel reconhecido,
podemos inferir que o mesmo deve, quando aplicado desde cedo no processo de desenvolvimento de
um indivíduo, facilitar o trabalho do mesmo no que diz respeito ao exercício de sua cidadania e de
tudo aquilo que se espera de um adulto para que ele possa contribuir beneficamente com o meio em
que vive. Ou seja, uma criança tendo suas aptidões e seu desenvolvimento psíquico, motor e social
estimulados, pode tornar-se uma adulta consciente, crítica, segura, firme e determinada.
Contudo, podemos verificar que no Brasil, de acordo com KISHIMOTO (2005), “termos como
jogo, brinquedo e brincadeira ainda são empregados de forma indistinta, demonstrando um baixo
nível de conceituação deste campo”. Ou seja, o lúdico em nosso país, ainda não é visto, pela maioria,
como uma ferramenta importante que viabiliza a aprendizagem, isso porque, muitos, teimam em
utilizá-la de modo indiscriminado, solto. O que descaracteriza a sua importância e inviabiliza o seu
principal objetivo.
2.2. A APLICABILIDADE DO LÚDICO NO ENSINO FUNDAMENTAL
A escola apresenta-se como um espaço criado, especificamente, para a realização da
aprendizagem de modo sistemático, onde conta com profissionais capacitados-professor, equipe
pedagógica, direção etc. – para fornecer os instrumentos necessários aos alunos para a realização
desse processo, auxiliando-os e muitas vezes estimulando-os para que possam superar dificuldades e
desenvolver habilidades que asseguram a concretização da aprendizagem. Neste ínterim, além da
aprendizagem propriamente dita, ou seja, o desenvolvimento do intelecto, a escola precisa auxiliar
seus alunos a se desenvolverem nas esferas da socialização e no desenvolvimento de sua
motricidade. É neste contexto, onde inúmeros objetivos são lançados, que o lúdico entra como
ferramenta altamente eficaz, capaz de promover esse intento, especialmente por ser algo inerente do
ser humano.
De acordo com Piaget (1976), “todos os homens são inteligentes e essa inteligência serve para
buscar e encontrar resposta para seguir vivendo”. Deste modo, cabe a escola auxiliar o indivíduo
para que ele desenvolva suas aptidões e possa inserir-se na sociedade munido de inúmeras
habilidades que devem ser apresentadas e estimuladas no espaço escolar, e também em seu ambiente
familiar.
Desta forma, entende-se que a ludicidade, hoje, direcionada tanto para crianças, jovens ou
adultos em diferentes instituições como escolas, empresas, universidades, hospitais, tem que ser
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tratada com cientificidade para poder ser um fator transformador (SANTOS, 2001).
Por este motivo, o ambiente escolar deve estar preparado para lidar com a proposta de uma
escola lúdica, que já é uma realidade. Almeida (1998) afirma que as finalidades educacionais da
escola lúdica não se diferenciam das escolas mais modernas que também priorizam a formação de
alunos críticos, criativos, conscientes e transformadores, ou a formação acadêmica quanto ao
domínio do conhecimento acumulado no decorrer do processo histórico; essas escolas diferenciam-se
quanto à formação do papel do aluno: alunos capazes de buscar por si mesmo os conhecimentos e a
construí-los de maneira prazerosa; aptos a vivenciar atitudes que beneficiem a coletividade, crianças
solidárias e que passem a viver de forma democrática.
A escola lúdica de ensino fundamental busca objetivos essenciais da educação que são previstos
por lei, entre estes, o domínio do conhecimento acadêmico, instigando no aluno o gosto pelos
estudos, à consciência da busca do conhecimento e de seu processo de construção; além de
interiorizar e exteriorizar posturas, no que diz respeito ao hábito de estudar, responsabilidade,
compromisso, vivências de regras básicas e a consciência do processo histórico, sem quebrar sua
condição de felicidade, enquanto ser individual e coletivo (ALMEIDA, 1998).
É fato a importância dessas características para o desenvolvimento sadio do indivíduo, assim
como a necessidade da escola apresentar-se apta para a implementação do lúdico nas atividades
escolares; porém, por diversos fatores algumas instituições acabam encontrando dificuldades para
atingirem esses objetivos e também se incluírem neste modelo de “escola lúdica” como: falta de
espaço físico, tempo destinado às atividades lúdicas na escola, variedades das atividades lúdicas que
possam estimular os sentidos dos alunos, não se restringindo aos aspectos viso-motora e auditiva
como desenhos coloridos e músicas ritmadas. É de extrema importância que a criança vivencie
momentos de aprendizado significativo, dentro de um ambiente que possa ajudá-la a tornar-se uma
cidadã crítica, sensível e consciente de suas ações.
É fundamental que se assegure à criança o tempo e os espaços para que o
caráter lúdico do lazer seja vivenciado com intensidade capaz de formar a
base sólida para a criatividade e a participação cultural e, sobretudo para o
exercício do prazer de viver, e viver, como diz a canção [...] como se fora
brincadeira de roda [...] (MARCELINO, 1996.p.38).
Mas é importante destacar, que a falta de espaço físico ou qualquer limitação de recurso não
pode ser colocado como impedimento para a prática do lúdico, pois o mesmo não se restringe a tais
elementos, não podendo, portanto, ser descartado, colocado em último plano por apresentar-se de
difícil execução. De acordo com Almeida (2009) “o que traz ludicidade para a sala de aula é muito
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mais uma "atitude" lúdica do educador e dos educandos”.
Santos (2001, p.13) vai mais além a sua definição sobre o lúdico dizendo que:
Ser lúdico, portanto, significa usar mais o hemisfério direito do cérebro e,
com isso, dar uma nova dimensão à existência humana, baseado em novos
valores e novas crenças que se fundamentam em pressupostos que valorizam
a criatividade, o cultivo da sensibilidade, a busca da afetividade, o
autoconhecimento, a arte do relacionamento, a cooperação, a imaginação e a
nutrição da alma.
Pessoa (2012) resume o que o lúdico representa e traz de benefícios para o desenvolvimento da
criança, deixando claro, portanto, que qualquer limitação ou resistência por parte da escola e de
professores devem ser superadas, pois os benefícios são infinitamente superiores, desencorajando
qualquer ato de limitação por parte daqueles que devem promover um melhor processo de
aprendizagem:
Dessa forma, durante suas brincadeiras, um indivíduo acumula experiências
em contato com pessoas e coisas, armazenando-as em sua memória,
estimulam a sua criatividade e percepção, e maturidade que o ajuda na
solução de conflitos e problemas, melhora seu vocabulário, aprende a
controlar suas emoções, adaptando seus comportamentos, de acordo com seu
grupo social (PESSOA, 2012, p. 13)
Todos este elementos que beneficiam o desenvolvimento do discente, favorecendo o processo de
aprendizagem, ajudando-o a desenvolver habilidades são imprescindíveis para a concretização de
uma escola lúdica, que como é frisado por Almeida (1998) possui um currículo previsto por lei,
desenvolvido e complementado pela escola, com conteúdos interdisciplinares que prioriza o trabalho
coletivo em busca da concretização dos conteúdos.
2.3. A FORMAÇÃO LÚDICA DO EDUCADOR E A SUA IMPORTÂNCIA NO PROCESSO DE
ENSINO-APRENDIZAGEM
A principal função da educação é formar indivíduos críticos, sensíveis, criativos e capacitados a
entenderem e construírem o conhecimento, além de perceberem e se sensibilizarem com as situações
características de uma sociedade em constante transformação e com inúmeros problemas que
precisam ser solucionados por indivíduos que se apresentem como sujeitos das ações e não pacientes,
passivos ao que lhe são impostos.
Na maioria das vezes, a escola “tradicional”, através de seus professores e equipe pedagógica
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não está apta para atender as reais necessidades do mundo atual, ignorando o saber que o aluno traz
consigo para o ambiente escolar, estabelecendo assim um distanciamento desnecessário da realidade
vivida pelo aluno em seu ambiente e o conhecimento curricular. Este apresenta-se então, como um
dos primeiros entraves existentes na relação de ensino-aprendizagem.
Rau; Romanowsk e Martins (2005) dizem que a educação é um processo historicamente
construído, onde o professor possui um papel neste processo, que é mediar o educando a buscar sua
identidade e atuar de forma crítica e reflexiva na sociedade. Por este motivo, a formação do educador
vai depender do ponto de vista que cada profissional possui.
No que diz respeito à inserção do lúdico neste processo, Pessoa (2012) informa que o lúdico
funciona como facilitador da aprendizagem, mas devido à falta de capacitação dos profissionais, o
mesmo se torna um grande problema ao ser utilizado, em função da dificuldade de adequá-lo as suas
aulas. Este problema, para a autora, é decorrente da falta de políticas públicas e de financiamentos
educacionais que promovem a falta de preparo desses professores, não incentivando o uso do lúdico
como instrumento no processo de ensino aprendizagem.
De acordo com Matta, Freitas e Santos (2010) a promoção e a construção do saber através de
métodos que evidenciam a importância da realidade cultural, social entre outros valores vividos
pelos alunos, comitente com o conteúdo programático, é de responsabilidade do educador. Ainda de
acordo com os autores, os educadores devem fazer com que o aluno se sinta integrante do contexto
que estará sendo trabalhado em sala de aula.
Porém, não se pode esquecer que este educador precisa de ferramentas para trabalhar, tais como
incentivo condições físicas, materiais e intelectuais que devem ser promovidas em conjunto com a
escola e a secretaria de educação que deve incentivar a reciclagem desse profissional. A educação é
um trabalho a ser executado em conjunto.
Compartilhando dessa responsabilidade encontra-se a instituição de ensino, a escola, que de
acordo com Nóvoa (1995) deve ser vista como uma comunidade que educa e neste contexto deve ser
capaz de mobilizar os profissionais e os atores sociais em prol de um projeto comum.
De acordo com Miacaret (1991) existe uma intrínseca relação entre o ensino, à formação
acadêmica e a formação pedagógica do educador. O autor afirma que a prática na aula deve ser
esclarecida pelos princípios teóricos e melhorada pelos resultados da investigação. A teoria
pedagógica só pode ser construída a partir de uma prática conhecida e refletida.
Rau; Romanowsk e Martins (2005) inferem que a formação acadêmica universitária está
centrada sobre um grupo de disciplinas, o que dificulta assegurar ao mesmo tempo aberturas sobre
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outros domínios científicos e participar na formação e no desenvolvimento da personalidade dos
alunos.
Os autores complementam que a formação dos educadores é inseparável dos esforços da
educação permanente e continuada, não se deve fechar em si mesma, mas tornar-se um elemento
fundamental de qualquer sistema educativo.
De tal modo, a formação dos educadores no campo pedagógico no que se refere a utilização do
lúdico, deve promover a prática de diversos métodos pedagógicos que desenvolvam a comunicação
educativa de modo a aperfeiçoá-la constantemente.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através deste estudo, pode-se perceber o quão importante o lúdico é para o desenvolvimento do
processo ensino-aprendizagem, auxiliando professores e escola no processo do desenvolvimento
infanto-juvenil.
A partir de uma análise histórica, verificou-se que o lúdico é um instrumento inerente ao ser
humano desde o início de sua formação, até os dias atuais, perpassando por diferentes cenários e
contextos históricos, mas sempre sendo reconhecido pela sua marcante funcionalidade no que
confere a formação de um cidadão, não somente conhecedor de conteúdos, com aptidões intelectuais,
mas também, com diversas habilidades adquiridas e estimuladas durante todo o processo de sua
formação, que, junto a outros fatores, são capazes de tornar este indivíduo, um adulto consciente,
crítico, apto a analisar e ser sujeito ativo no contexto social em que se encontra.
Deste modo, não se pode esquecer que embora o lúdico se mostre inerente ao ser humano, e seja
reconhecida pela escola como instrumento importante, a mesma precisa buscar meios de estimular
seus professores e a equipe pedagógica que o auxilie, trazendo-lhes meios eficientes de tornar o
lúdico cada vez mais presente na realidade da sala de aula, proporcionando aos professores meios de
se capacitarem para tal intento.
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MATTA,E.C.C.; FREITAS,M.S.T.; SANTOS, M.R. O lúdico como facilitador do processo de
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