GLÁUCIA EMY OKIDA MIDORIKAWA DESENVOLVIMENTO DE UM MÉTODO DE PCR ESPECÍFICO PARA DETECÇÃO DE ASPERGILLUS FLAVUS AFLATOXIGÊNICO EM GRÃOS BRASILEIROS. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação “Stricto Sensu” em Ciências Genômicas e Biotecnologia da Universidade Católica de Brasília, como requisito para obtenção do Título de Mestre em Ciências Genômicas e Biotecnologia. Orientador: Prof. Dr. Robert Neil Gerard Miller Brasília 2009 I M629d Midorikawa, Glaucia Emy Okida. Desenvolvimento de um método de PCR específico para detecção de Aspergillus Flavus aflatoxigênico em grãos brasileiros / Glaucia Emy Okida Midorikawa. – 2009. 146 f. : il. ; 30 cm Dissertação (mestrado) – Universidade Católica de Brasília, 2009. Orientação: Robert Neil Gerard Miller 1. Grãos – contaminação - Brasil. 2. Aspergilus flavus. 3. Aflatoxinas. 4. Micotoxinas. I. Miller, Robert Neil Gerard, orientador. II. Título. CDU 602 Ficha elaborada pela Coordenação de Processamento do Acervo do SIBI – UCB. TERMO DE APROVAÇÃO Dissertação de autoria de Gláucia Emy Okida Midorikawa, intitulada “DESENVOLVIMENTO DE UM MÉTODO DE PCR ESPECÍFICO PARA DETECÇÃO DE ASPERGILLUS FLAVUS AFLATOXIGÊNICO EM GRÃOS BRASILEIROS”, apresentada como requisito parcial para a obtenção do grau de Mestre em Ciências Genômicas e Biotecnologia da Universidade Católica de Brasília, em 06 de março de 2009, defendida e aprovada pela banca examinadora abaixo assinada: Prof. Dr. Robert Neil Gerard Miller Orientador - UnB Prof. Dr. Octávio Luiz Franco Membro Interno - UCB Profa. Dra. Eliane Ferreira Noronha Membro Externo - UnB Prof. Dr. Lúcio Flávio de Alencar Figueredo Membro Externo Brasília 2009 II III AGRADECIMENTOS Ao Professor Dr. Robert Neil Gerard Miller, por seu otimismo, dedicação, paciência e empenho em transmitir seus conhecimentos. Ao Professor Dr. Lúcio Flávio de Alencar Figueiredo pela participação no desempenho do projeto, dedicação e paciência. À Professora Dra. Eliane Ferreira Noronha que pacientemente leu e apontou os problemas do projeto. Ao Dr. Francisco Freire da Embrapa-CNPAT por nos fornecer grupos de isolados de Aspergillus flavus. Aos demais professores e funcionários que integram o Curso de Pós-Graduação em Ciências Genômicas e Biotecnologia da UCB. Aos amigos que ao longo do Curso, me incentivaram e foram companheiros. Meus sinceros agradecimentos à Camila, Su, Flavinha, Ciro, Aline, Marco, Gi e Cris, pelo carinho e amizade. Às estagiárias, Annanda e Ísis que tanto me ajudaram. Aos meus familiares, em especial à minha mãe Silvia Fumie Okida, as tias Elisa Yoshie Okida e Mary Nozu, pelo incentivo, apoio, motivação e paciência de todas as horas. IV RESUMO MIDORIKAWA, G.E.O. Desenvolvimento de um método de PCR específico para detecção de Aspergillus flavus aflatoxigênico em grãos brasileiros. 146 páginas. Programa de PósGraduação “Stricto Sensu” em Ciências Genômicas e Biotecnologia – Universidade Católica de Brasília, Brasília, 2009. Alimentos em geral são extremamente suscetíveis a contaminação por fungos produtores de micotoxinas que prejudicam a saúde humana e animal, além de causar grandes prejuízos na produção agrícola brasileira. O grupo mais importante de micotoxinas são as aflatoxinas, devido a sua alta toxicidade, propriedades hepatocarcinogênicas e sua ocorrência comum em diferentes alimentos. Grãos brasileiros como o amendoim (Arachis hypogaea), a castanha-do-Brasil (Bertholletia excelsa) e a castanha-de-caju (Anacardium occidentale L.), são extensivamente afetados pela contaminação por fungos aflatoxigênicos, como o Aspergillus flavus. A contaminação por A. flavus, prejudica de sobremaneira a exportação desses grãos, levando países como o Brasil a grandes perdas econômicas. A detecção de contaminação microbiana e por toxinas envolve sistemas de controle como o HACCP (Hazard Analysis and Critical Control Points), que é um sistema preventivo que busca a produção de alimentos inócuos, utilizando ferramentas de diagnose, quer sejam morfológicas, moleculares ou cromatográficas. Para a realização de um sistema robusto de diagnose molecular de A. flavus aflatoxigênico, a ser incorporado em sistemas de controle como o HACCP (Hazard Analysis and Critical Control Points), o presente trabalho utilizando a técnica de cromatografia de camada delgada (CCD), caracterizou 63 amostras de A. flavus, isoladas de castanha do Brasil e castanha de caju para a produção de aflatoxinas. Análises de CCD mostraram que 49 isolados são produtores de aflatoxinas e para 14 isolados estas não foram detectadas. Amostras isoladas de A. occidentale foram caracterizadas como produtoras de aflatoxina B1, antes descrito como produtor de aflatoxina G. Análises desses isolados por meio de RAPD (Random Amplified Polymorphic DNA) mostraram diversidade genética considerável entre isolados, porém nenhuma correlação com a aflatoxigenicidade. Entretanto, análises com outros primers de RAPD não excluem a possibilidade de utilização de RAPD SCAR (Sequence Characterized Amplified Region) em um método de diagnose molecular para isolados de A. flavus aflatoxigênicos Regiões espaçadoras intergênicas do DNA ribossomal (rDNA) nuclear (ITS 1 e 2) (Internal Transcribed Spacer) e um região da subunidade pequena do DNA ribossomal do DNA mitocondrial) (mtDNA SSU rDNA), foram utilizadas como regiões candidatas para a detecção específica de A. flavus em um sistema robusto de PCR (Polymerase Chain Reaction) múltipla, por serem conservadas e abundantes no DNA alvo. Além de desenvolvimento e comprovação de especificidade de primers para a espécie A. flavus e gênero Aspergillus, o presente trabalho apresenta dois sistemas de IAC (Internal Amplification Control) para verificar a confiabilidade do sistema de PCR. Os dois sistemas mostraram limites de detectabilidade em picogramas de DNA alvo de A. flavus. Análises da diversidade genética entre as três espécies de Aspergillus: A. flavus, A. parasiticus e A. oryzae, comparadas com seqüências do Genbank dos genes aflR, aflP e aflQ da via biossintética de aflatoxinas, mostraram que A. flavus possui maior similaridade com A. oryzae do que A. parasiticus, com a maior divergência observada entre os genes aflR e aflP. Treze conjuntos de primers foram desenhados com cobertura completa para os três genes e produtos de PCR dos 63 isolados foram seqüenciados para os genes aflP e aflQ. A análise parcial desses genes em 14 isolados representativos de aflatoxigênicos e não V aflatoxigênicos revelou 6 haplótipos de 11 SNPs (Single Nucleotide Polymorphism), onde o haplótipo 6 é o mais freqüente. PALAVRAS-CHAVE: Aspergillus flavus. Aflatoxina. Micotoxinas. PCR, RAPD. rDNA ITS. mtDNA SSU rDNA. Diversidade. VI ABSTRACT In general, foods are extremely susceptible to contamination by mycotoxin-producing fungi that affect human and animal health, with major losses common in agricultural production in Brazil. Aflatoxins are considered the most important group of mycotoxins, because of their high toxicity, hepatic-cancer-inducing properties, and common occurrence in various grain foods. Brazilian grains such as peanut (Arachis hypogaea), Brazil nut (Bertholletia excelsa) and cashew nut (Anacardium occidentale L.) are extensively affected by contamination with aflatoxigenic fungi such as Aspergillus flavus. Contamination by A. flavus affects exportation, leading to large economic losses in countries such as Brazil. Detection of toxins and microbial contamination involves control systems such as HACCP (Hazard Analysis and Critical Control Points) which is a preventive system that aims to produce safe food by using diagnostic tools, whether morphological, molecular or chromatographic. In order to develop a robust molecular diagnosis system for incorporation in control systems such as HACCP (Hazard Analysis and Critical Control Points), the present work was conducted. Thin layer chromatography (TLC) was used to characterize 63 isolates of A. flavus, isolated from Brazil nut and cashew nut in seven Brazilian localities. Whilst most isolates were aflatoxigenic, aflatoxins were absent in 14 isolates. Aflatoxin B1 was reported for the first time in isolates from A. occidentale. RAPD analysis of genetic diversity, based upon coded data generated with 32 RAPD primers, revealed considerable genetic diversity between isolates. No correlation was observed with aflatoxigenicy, such that primers tested were concluded as inappropriate for application in RAPD SCAR-derived methods for diagnosis for aflatoxin-producing strains. Nuclear ribosomal DNA (rDNA) intergenic spacer regions ITS 1 and 2 (Internal Transcribed Spacer) and a region of the small subunit (SSU) mitochondrial DNA rRNA gene cluster (mtDNA SSU rDNA) were used as candidates for specific detection of A. flavus in a robust multiple PCR (Polymerase Chain Reaction) system, because of conservation and abundance in target DNA. In addition to the design of specific primers and confirmation of specificity for the species A. flavus and genus Aspergillus, this paper presents two internal amplification control systems (IACs) for verification of the reliability of the PCR detection systems. Both detection methods showed detectability limits for purified DNA from A. flavus in the region of picogram quantities. Analysis of genetic diversity between the three species of A. flavus, A. parasiticus and A. oryzae, based upon comparison of GenBank sequences for the biosynthetic pathway genes aflR, aflP and aflQ, revealed that A. flavus shows greater similarity to A. oryzae than A. parasiticus, with greater divergence between the genes aflR and aflP. Thirteen primers were designed for complete coverage for the three genes, and PCR products were sequenced in 63 aflatoxigenic and non-aflatoxigenic isolates of A. flavus. Partial analysis of these genes in representative aflatoxin-producing and non-producing isolates showed six haplotypes of 11 SNPs (Single Nucleotide Polymorphism), where one among them is the most common. KEYWORDS: Aspergillus flavus. Aflatoxin. Mycotoxins. PCR. RAPD. rDNA ITS. mtDNA SSU rDNA. Diversity. VII Índice de Figuras Figura 1: Ciclo de vida de Aspergillus spp. (figura a esquerda), e Penicillium spp. (figura a direita) (Adaptado de Dube, 1990 in FAO, Barley Post-Harvest Operation: Chapter 4 (http://www.fao.org/inpho/content/compend/text/ch31/ch31_04.htm) ........ 10 Figura 2: Ciclo de vida do fungo A. flavus em cultura de milho (Adaptado de http://www.aspergillusflavus.org/). ...................................................................................... 10 Figura 3: Esquema dos sete princípios do HACCP (Hazard Analysis and Critical Control Points )(Adaptado de http://www.fehd.gov.hk/safefood/library/haccp/2.html). .................................................................................................................................................. 12 Figura 4: a) colônias de A. flavus; b) verso das colônias da placa a; c) conídios maduros e imaduros; d) cabeça conidial mostrando a haste rugosa, visícula oval e filíades pequenas e ampuliformes nascidas direto da vesícula; e) conídios (Singh et al., 1991). ................................................................................................................................ 13 Figura 5: a) colônias de A. parasiticus; b) verso das colônias da placa a; c) conídios maduros; d) cabeça conidial mostrando a haste áspera, cabeça radial e filíades (Singh et al., 1991). ............................................................................................................... 14 Figura 6: Localizações de laboratórios credenciados pelo MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), e outros (http://www.micotoxinas.com.br/laboratorios.html) ........................ 16 Figura 7: Grupo de genes localizados no rDNA e local de anelamento de primers universais (ITS1 e ITS4) para amplificação da região ITS. ............................................ 20 Figura 8: Pequena subunidade do DNA mitocondrial ribossomal com local de anelamento de primers universais MS1 e MS2; e grande subunidade do DNA mitocondrial ribossomal com local de anelamento de primers universais ML1 e ML2, ML3 e ML4, ML5 e ML6, ML7 e ML8 .................................................................................. 22 Figura 9. Esquema de construção do IAC com deleção de seqüências entre os sítios do primer (Abdulmawjood et al., 2002). ............................................................................. 26 Figura 10. Esquema de construção do IAC com inserção de seqüências entre os sítios do primer (Abdulmawjood et al., 2002). ................................................................... 26 Figura 11: Esquema de construção do IAC com um sítio de anelamento diagnóstico específico e outro sítio de anelamento complementar ao plasmídio pUC19 (Sachadyn & Kur, 1998). ...................................................................................................... 27 Figura 12. A – 82Kb do grupo de genes envolvidos na via biossintética de afaltoxinas de A. flavus e A. parasiticus. A nova nomenclatura dos genes é dada na esquerda da linha vertical e a nomenclatura antiga é dada na direita. Ao longo da linha vertical as setas indicam a direção de transcrição dos genes. A régua à esquerda da linha vertical indica o tamanho relativo desses genes em quilobases; B – Setas no painel VIII B indicam as ligações a partir dos genes para as enzimas que eles codificam, das enzimas para os passos de bioconversão em que elas estão envolvidas, e dos intermediários para os produtos dos passos de bioconversão da aflatoxina. Abreviações descritas indicam: ácido norsólico (NOR), averatina (AVN), 5’hidroxiaveratina (HAVN), oxoaveratina (OAVN), averufanina (AVNN), averufina (AVF), acetato versiconal hemiacetal (VHA), versiconal (VAL), versicolorina B (VERB), versicolorina A (VERA), demetilesterigmatocistina (DMST), diidrodemetilesterigmatocistina (DHDMST), esterigmatocistina (ST), diidroesterigmatocistina (DHST), O-metilesterigmaticistina (OMST), diidro-O-metil-esterigmatocistina (DHOMST), aflatoxina B1 (AFB1) aflatoxina B2 (AFB2), aflatoxina G1 (AFG1), aflatoxina G2 (AFG2); C – Genes envolvidos na via biossintética de esterigmatocistina de A. nidulans (Yu et al.. 2004). ......................................................... 30 Figura 13: Gene aflR da via biossintética de aflatoxinas de A. flavus contendo um único exon de 1335pb. Sobreposição dos segmentos seqüenciados e tamanhos de fragmentos gerados para cada segmento. Acc número de acesso do Genbank da seqüência que foi utilizada para desenho dos primers e exons. ................................... 48 Figura 14: Gene aflP da via biossintética de aflatoxinas de A. flavus contendo cinco exons. Sobreposição dos segmentos seqüenciados e tamanhos de fragmentos gerados para cada segmento. Acc número de acesso do Genbank da seqüência que foi utilizada para desenho dos primers e exons. .............................................................. 49 Figura 15: Gene aflQ da via biossintética de aflatoxinas de A. flavus contendo sete exons. Sobreposição dos segmentos seqüenciados e tamanhos de fragmentos gerados para cada segmento. Acc número de acesso do Genbank da seqüência que foi utilizada para desenho dos primers e exons. .............................................................. 49 Figura 16: Amplificação de RAPD com os primers T20 e OPF10. A) RAPD com primer T20. M: marcador 1kb ladder plus; 1 ao 5: isolados UCB015, UCB017, UCB022, UCB040 e UCB052; 6: controle negativo; 7 ao 12: UCB007, UCB036, UCB044, UCB045, UCB060 e UCB077. B) RAPD com o primer OPF10. M: marcador 1kb ladder plus; 1 ao 5: isolados UCB015, UCB017, UCB022, UCB040 e UCB052; 6: controle negativo; 7 ao 12: UCB007, UCB036, UCB044, UCB045, UCB060 e UCB077. .................................................................................................................................. 54 Figura 17: Dendograma UPGMA representando as relações genéticas das amostras de A. flavus isoladas a partir de A. occidentale e B. excelsa, baseado na combinação dos perfis de RAPD obtidos com 32 primers de RAPD. As similaridades foram obtidas utilizando o coeficiente de Jaccard. ...................................................................... 55 Figura 18: Amplificação de PCR com os primers ASPITSF2 e ASPITSR3 específicos de A. flavus. M: Marcador 1kb ladder plus; 1: controle negativo; 2 ao 4: isolados de A. flavus UCB024, UCB045 e UCB060; 5 e 6: isolados 1 e 2 de Trichoderma harzianum; 7 e 8: isolados 1 e 2 de Aspergillus fumigatus; 9 e 10: isolados 1 e 2 de Aspergillus awamore; 11 e 12: isolados CMUnB 1824 e 1848 de Fusarium solani f. sp. glycines; 13: isolado CMUnB 1974 de F. solani. ........................................................ 56 Figura 19: Digestão das enzimas SmaI, ClaI e XhoI. M: marcador 1 Kb ladder Plus; 1: DNA plasmidial; 2: digestão do DNA plasmidial com as enzimas SmaI e ClaI; 3: IX digestão do DNA plasmidial com as enzimas XhoI e ClaI; 4: digestão do DNA plasmidial somente com a enzimas SmaI; 5: digestão do DNA plasmidial somente com a enzima XhoI. ............................................................................................................... 57 Figura 20: Limite de detecção de A. flavus com os primers ASPITSF2 e ASPITSR3. M: marcador 1 kb ladder plus; 1 ao 8: produtos de PCR amplificados com 20 ng, 5 ng, 1 ng, 100 pg, 10 pg, 1 pg, 100 fg e 10 fg de DNA genômico de A. flavus; 9: controle negativo.................................................................................................................... 58 Figura 21. Limite de detecção de A. flavus e IAC. M: marcador 1 Kb ladder Plus; 1: concentração do IAC 10 ng; 2: concentração do IAC 1 ng; 3: concentração do IAC 100 pg; 4: concentração do IAC10 pg; 5: concentração do IAC 1 pg; 6: concentração do IAC 100 fg; 7: concentração do IAC 10 fg; 8: concentração do IAC 1 fg; 9: controle negativo. A. flavus manteve uma concentração padrão de 10ng em todas as reações. ................................................................................................................................... 58 Figura 22: Amplificação de PCR específica de A. flavus e IAC. M: marcador 1 Kb ladder Plus; 1 ao 3: isolados UCB036, UCB040 w UCB044 de A. flavus; 4: isolado 1 de A. awamori; 5: isolado 1 de A. fumigatus; 6: isolado 1 de A. niger; 7 e 8: isolados CMUnB 1824 e 1848 de F. solani f. sp. glycines; 9: isolado CMUnB 1974 de F. solani; 10: isolado 1 de Penicillium citrinum; 11: isolado 1 de Trichoderma harzianum; 12: isolado 1 de Cladosporium cladosporioides; 13: controle negativo. ......................... 58 Figura 23: Amplificação de PCR específica A. flavus e IAC com os primers ASPITSF2 e ASPITSR3, M: marcador 1 kb ladder plus; 1 ao 48: UCB001 – UCB048; 49: controle negativo. ............................................................................................................ 59 Figura 24: Amplificação de PCR específica para Aspergillus e limite de detecção para Aspergillus com os primers ASP_GEN_MTSSU_F2 e ASP_GEN_MTSSU_R1. a) amplificação específica de Aspergillus. M: marcador 1kb ladder plus; A: isolado UCB003 de A. flavus; F: isolado 1 de A. fumigatus; T: isolado 1 de Trichoderma harzianum; C: controle negativo b) Limite de detecção de Aspergillus com temperatura de anelamento à 64,4°C. M: marcador 1kb ladder plus; 1 ao 7: concentração do DNA genomico 10, 5, 1, 0.1, 0.01, 0.001, e 0.0001ng, respectivamente; C: controle negativo. c) Limite de detecção de Aspergillus com temperatura de anelamento a 66,3°C. M: marcador 1kb ladder plus; 1 ao 7: concentração do DNA genomico 10, 5, 1, 0.1, 0.01, 0.001, e 0.0001ng, respectivamente; C: controle negativo. .............................................................................. 60 Figura 25: Digestão do fragmento de DNA gerado pelos primers ASP_GEN_MTSSU_F1 e ASP_GEN_MTSSU_R1 pela enzima SnaBI. M: marcador molecular 1 Kb ladder Plus; 1: fragmento de DNA diferido pela enzima SnaBI.......... 61 Figura 26: Gradiente de concentração do DNA plasmidial, IAC. M: marcador molecular 1Kb ladder Plus; 1: concentração do IAC 10 ng/μl; 2: concentração do IAC 5 ng/μl; 3: concentração do IAC 1 ng/μl; 4: concentração do IAC 100 pg/μl; 5: concentração do IAC 10 pg/μl; 6: concentração do IAC 1 pg/μl; 7: concentração do IAC 100 fg/μl; 8: concentração do IAC 10 fg/μl; 9: concentração do IAC 1 fg/μl. Todas as reações possuem DNA genômico de A. flavus a 10ng. ............................................. 62 X Figura 27: Amplificação de PCR específica de Aspergillus e IAC. M: marcador 1 Kb ladder Plus; 1 ao 3: isolados UCB036, UCB040 e UCB044 de A. flavus; 4: isolado 1 de A. awamori; 5: isolado 1 de A. fumigatus; 6: isolado 1 de A. niger; 7 e 8: isolados CMUnB 1824 e 1848 de F. solani f. sp. glycines; 9: isolado CMUnB 1974 de F. solani; 10: isolado 1 de Penicillium citrinum; 11: isolado 1 de Trichoderma harzianum; 12: isolado 1 de Cladosporium cladosporioides; 13: controle negativo. ......................... 62 Figura 28: Gradiente de temperatura utilizando os primers sintetizados para os genes aflQ, aflP e aflR da via biossintética de aflatoxinas de A. flavus. a) Temperatura de anelamento a 45°C. b) Temperatura de anelamento a 50°C. c) Temperatura de anelamento a 55°C. d) Temperatura de anelamento a 60°C. e) Temperatura de anelamento a 65°C. M: marcador molecular 1kb ladder plus; 1: combinação dos primers AFLP_F1 e AFLP_R1; 2: combinação dos primers AFLP_F2 e AFLP_R2; 3: combinação dos primers AFLP_F3 e AFLP_R3; 4: combinação dos primers AFLP_F4 e AFLP_R4; 5: combinação dos primers AFLR_F1 e AFLR_R1; 6: combinação dos primers AFLR_F2 e AFLR_R2; 7: combinação dos primers AFLR_F3 e AFLR_R3; 8: combinação dos primers AFLR_F4 e AFLR_R4; 9: combinação dos primers AFLQ_F1 e AFLQ_R1; 10: combinação dos primers AFLQ_F2 e AFLQ_R2; 11: combinação dos primers AFLQ_F3 e AFLQ_R3; 12: combinação dos primers AFLQ_F4 e AFLQ_R4; 13: combinação dos primers AFLQ_F5 e AFLQ_R5. Todas as reações foram feitas com o isolado UCB001 de A. flavus. ............................................. 63 Figura 29: Gene aflR de A. parasiticus, A. flavus e A. oryzae. Tamanho em pb esperado do gene e éxon. .................................................................................................... 65 Figura 30: Gene aflP de A. parasiticus, A. flavus e A. oryzae. Tamanho em pb esperado do gene e seus respectivos éxons. ................................................................... 65 Figura 31: Gene aflQ de A. parasiticus, A. flavus e A. oryzae. Tamanho em pb esperado do gene e seus respectivos éxons. ................................................................... 66 Figura 32: SNPs entre A. parasiticus, A. flavus e A. oryzae que ocorrem para o gene aflR. Mudanças de aminoácidos entre as espécies em decorrência dos SNPs. ........ 67 Figura 33: Distância genética entre o gene aflR de A. flavus, A. parasiticus e A. oryzae. ..................................................................................................................................... 68 Figura 34: SNPs entre A. parasiticus, A. flavus e A. oryzae do gene aflP. Mudança de aminoácidos entre as espécies em decorrência dos SNPs. ..................................... 69 Figura 35: SNPs entre A. parasiticus, A. flavus e A. oryzae do gene aflQ. Mudança de aminoácidos entre as espécies em decorrência dos SNPs. ..................................... 70 Figura 36: Grupo de genes da via biossintética de aflatoxinas em A. flavus. Seqüência do grupo de genes de 78264pb. Total de 22 genes da via biossintética. Distância entre os 3 genes estudados, aflR, aflQ e aflP. ................................................ 71 XI Índice de Tabelas Tabela 1: Combinações testados entre primers específicos desenhados a partir de regiões específicas para A. flavus em rDNA ITS nuclear, com tamanho de produto esperado, em pares de bases, para cada combinação de primer............................................................................ 42 Tabela 2: Combinações entre primers de regiões específicas do mtDNA SSU rDNA e tamanhos de pares de base esperados para cada combinação de primer. ............................. 42 Tabela 3: Combinações entre primers dos genes aflQ, aflP e aflR de A. flavus, com seqüências dos primers Forward e Reverse, respectivamente, tamanhos esperados, em pares de bases, para cada combinação e temperatura de anelamento utilizada. ................ 48 Tabela 4: Caracterização dos isolados de A. flavus quanto ao local de origem, hospedeiro de origem, e presença de aflatoxinas com suas respectivas concentrações em meios de cultura YES e CYA. ........................................................................................................................... 52 Tabela 5: Tamanho esperado, em pares de bases para os éxons e ítrons dos genes aflQ e aflP em A. flavus. ................................................................................................................... 66 Tabela 6: SNPs entre isolados de A. flavus. G1 e G2: isolados de B.excelsa com origem da Amazônia; G3: A. occidentale com origem do Piauí. ............................................................... 71 XII Índice de Quadros Quadro 1: Principais organismos produtores de micotoxinas; principais micotoxinas; principais substratos de ocorrência dos fungos produtores de micotoxinas; principais regiões de ocorrências de micotoxinas; temperaturas e atividade da água idéias para a produção de micotoxina pelo fungo responsável; e efeito toxigênico das micotoxinas. Fonte: http://apavic.com/html/sections/articulo/art_Alltech.asp; http://fao.org/; Diário Oficial de las Comunidades Europeas – 08/04/1999, http://www.exopol.com/general/circulares/84circ.html. Cast, 2003; Lahlali et al., 2005; Magan, 2006; Ramirez et al., 2006.. ..................................... 3 XIII SUMÁRIO 1 1 Introdução ..................................................................................................................... 1 1.1 Micotoxinas ............................................................................................................... 1 1.2 Aflatoxinas ................................................................................................................. 4 1.3 Grãos brasileiros ....................................................................................................... 5 1.3.1 Castanha-do-Brasil (Castanha do Pará) ............................................................ 6 1.3.2 Amendoim .......................................................................................................... 7 1.3.3 Castanha de caju ............................................................................................... 8 1.4 Contaminação por Aspergillus flavus ........................................................................ 9 1.5 Sistemas de controle de micotoxinas ...................................................................... 11 1.5.1 Diagnose morfológica de fungos micotoxigênicos ........................................... 12 1.1.1 Detecção cromatográfica de micotoxinas ........................................................ 14 1.5.2 Diagnose Imunológica de micotoxinas............................................................. 16 1.5.3 Diagnose molecular de fungos micotoxigênicos .............................................. 17 2 Justificativa .................................................................................................................... 35 3 Objetivos ........................................................................................................................ 37 4 1.2 Objetivo geral .......................................................................................................... 37 1.3 Objetivos específicos .............................................................................................. 37 Material e Métodos ........................................................................................................ 38 4.1 Coleção de Aspergillus flavus ................................................................................. 38 4.1.1 Identificação morfológica dos isolados de Aspergillus flavus .......................... 38 4.2 Identificação de isolados de Aspergillus flavus aflatoxigênico ................................ 38 4.3 Extração do DNA genômico de Aspergillus flavus .................................................. 39 1.4 Análise da variabilidade genética em isolados de Aspergillus flavus aflatoxigênicos e Aspergillus flavus não aflatoxigênicos via RAPD ........................................................... 40 1.5 Primers específicos desenhados para diagnose molecular de Aspergillus flavus .. 41 1.5.1 Primers específicos para região nuclear do rDNA ITS .................................... 41 4.3.1 Primers específicos para região do mtDNA SSU rDNA ................................... 42 1.6 Desenho de controles de amplificação interno (IACs) e otimizações dos sistemas de PCR especifico ............................................................................................................. 43 1.6.1 Desenho do controle de amplificação interno (IAC) para região do rDNA ITS específico de Aspergillus flavus ..................................................................................... 43 4.3.2 Otimização do sistema de PCR utilizando primers para a região do rDNA ITS específicos para Aspergillus flavus e IAC ...................................................................... 44 4.3.3 Desenho do controle de amplificação interna (IAC) para região do mtDNA SSU rDNA específico do gênero Aspergillus ......................................................................... 45 4.3.4 Otimização do sistema de PCR utilizando primers para a região mtDNA SSU rDNA específicos para o gênero Aspergillus e IAC ....................................................... 46 1.7 Análise da diversidade nucleotídica dos genes aflR, aflP e aflQ da via biossintética de aflatoxinas em populações de Aspergillus flavus aflatoxigênicos e não aflatoxigênicos .. ................................................................................................................................ 47 XIV 1.7.1 flavus Escolha de genes candidatos da via biossintética de aflatoxinas em Aspergillus ......................................................................................................................... 47 1.7.2 Desenho e otimização de primers específicos para os genes aflQ, aflP e aflR47 4.3.5 Seqüenciamento dos genes aflR, aflP e aflQ da via biossintética de aflatoxinas em Aspergillus flavus ..................................................................................................... 50 1.7.3 Análise bioinformática da diversidade nucleotídica dos genes aflR, aflP e aflQ da via biossintética de aflatoxinas ................................................................................. 50 5 Resultados ..................................................................................................................... 52 1.8 Identificação de isolados de Aspergillus flavus aflatoxigênico e não aflatoxigênico ... ................................................................................................................................ 52 1.9 Caracterização da variabilidade genética em isolados de Aspergillus flavus aflatoxigênico e não aflatoxigênico via RAPD ................................................................... 53 1.10 Desenho e otimização do controle de amplificação interno (IAC) para o sistema de PCR da região do rDNA ITS específica para Aspergillus flavus. ................................. 55 5.1 Otimização de primers específicos para regiões do mtDNA SSU rDNA de Aspergillus flavus. .............................................................................................................. 59 1.11 Desenho e otimização do controle de amplificação interno (IAC) para o sistema de PCR da região do mtDNA SSU rDNA específico para Aspergillus. ............................. 60 1.12 Análise da diversidade nucleotídica dos genes aflR, aflP e aflQ da via biossintética de aflatoxinas em populações de Aspergillus flavus aflatoxigênicos e não aflatoxigênicos ................................................................................................................... 63 1.12.1 Otimização de primers específicos para os genes aflR, aflP e aflQ ................ 63 1.12.2 Seqüenciamento dos genes aflR, aflP e aflQ da via biossintética de aflatoxinas em Aspergillus flavus ..................................................................................................... 64 1.12.3 Análise da diversidade nucleotídica inter e intra-específica dos genes aflR, aflP e aflQ da via biossintética de aflatoxinas no gênero Aspergillus ................................... 64 6 Discussão ...................................................................................................................... 72 7 Conclusões .................................................................................................................... 80 2 Trabalhos em andamento e perspectivas futuras .......................................................... 81 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................................... 82 Apêndice A .......................................................................................................................... 103 Apêndice B .......................................................................................................................... 115 Apêndice C .......................................................................................................................... 118 Anexo A – Resumos de participações em congressos ....................................................... 120 Anexo B – Artigo publicado ................................................................................................. 123 XV 1 1 1 Introdução Alimentos como grãos, leite, entre outros e seus derivados são extremamente suscetíveis a contaminação por fungos, os quais são organismos saprófitos incapazes de gerar matéria orgânica a partir de matéria inorgânica, dependendo de alguma forma dos alimentos derivados de plantas ou animais. Alguns destes fungos que contaminam os alimentos, também são produtores de micotoxinas, que constituem produtos do metabolismo secundário, pertencentes a diferentes classes químicas, com efeito teratogênico, imunosupressivo, nefrotóxico, hepatóxico e carcinogênico sobre a saúde humana e animal (Bullerman, 1979). De acordo com FAO, (2009) perdas econômicas significantes estão associadas com impactos na saúde humana, produtividade animal, e o comércio nacional e internacional. Estima-se que 25% da agricultura mundial são afetadas, por fungos produtores de micotoxinas, o que gera uma perda global de alimentos de 1.000 milhões de toneladas por ano. Outro exemplo, são os Estados Unidos que possuem perdas anuais de culturas, como milho, cereais e castanhas, somando aproximadamente US$ 932 milhões ao ano (Cast, 2003). Já no Brasil, cerca de 45% da produção de milho é contaminado por micotoxinas, representando uma perda de 14 a 16 milhões de toneladas ao ano (cib, 2004). 1.1 Micotoxinas As micotoxinas variam em grau de severidade, podendo alguns fungos produzir toxinas letais e outros produzirem toxinas que não apresentam tanto impacto na saúde humana e animal. As micotoxinas geralmente aparecem na cadeia alimentar do homem, tendo início na contaminação do alimento pelo fungo produtor da toxina na lavoura, onde as micotoxinas geralmente permanecem resistentes à decomposição do alimento em sistemas digestivo de animais. Fungos produtores de micotoxinas são responsáveis por perdas econômicas em uma ampla gama de produtos agrícolas e tem seu efeito estendido na cadeia alimentar até o consumidor. Em algumas culturas observa-se a contaminação por esses fungos durante a germinação das sementes, crescimento e armazenamento. O resultado é que em diversos estágios do desenvolvimento essa contaminação destrói e degrada os grãos, afetando o seu valor nutricional, e geram adicionais para prevenções e controles de contaminação por fungos micotoxigênicos, como o HACCP (Hazard Analysis and Critical Control Points). Consumidores das áreas rurais e de países tropicais estão especialmente submetidos aos efeitos agudos e de longo prazo causados pelas micotoxinas, que agem 2 como agentes primários infecciosos e tem seu efeito acentuado pela subnutrição. Além disso, a exposição ou ingestão crônica da população a essas toxinas representa um aumento no risco de câncer. Mais de 350 micotoxinas já foram isoladas, das quais mais de 20 são comumente encontradas em diversos alimentos e comprovadamente causam toxicidade à saúde humana (Geisen, 1998). As aflatoxinas que são produzidas pelo gênero Aspergillus, principalmente A. flavus e A. parasiticus, são uma das principais micotoxinas amplamente associadas a produtos agrícolas dos trópicos e subtrópicos, como castanhas, amendoim e milho. Dentre os diferentes tipos de toxinas produzidas por fungos, como fumonisina, tricotecenos, zearalenona, ocratoxina e patulina, a aflatoxina B1 é a mais tóxica, sendo associada a câncer de fígado. Fungos do gênero Fusarium, presentes em milho, cevada, aveia e trigo produzem as fumonisinas, que afetam o sistema nervoso. Já os tricotecenos, incluindo deoxinivalenol (DON) e zearalenona, causam hemorragias, diarréias e vômitos levando até a morte. A ocratoxina A, produzida por A. carbanarius, A. ochraceus e Penicillium verrucosum, estando associada a climas temperados, cresce sob condições quentes e úmidas. Geralmente é encontrada em alimentos como cevada, café, uvas, podendo causar câncer no fígado e rim. A patulina, produzida por Penicillium expansum e P. griseofulvum, está associada a uma grande variedade de frutas e vegetais (quadro 1). As micotoxinas são extremamente estáveis, resistindo a altas temperaturas de cozimento. Epidemias causadas por micotoxinas são raras, mas seu efeito carcinogênico devido à longa exposição a pequenas quantidades da toxina constitui alto risco para a saúde humana (Lubulwa & Davis, 1994). Danos econômicos causados por micotoxinas incluem, portanto, perda da qualidade de produtos agrícolas por contaminação de fungos e conseqüente produção de toxina, perdas de animais, diminuição da produtividade, custos indiretos em sistemas de controle, gastos na remoção da toxina para recuperar o produto rejeitado, e não aceitação do produto pelo mercado importador. Além de danos econômicos, a contaminação na cadeia alimentar por micotoxinas, pode levar em longo prazo, um considerável impacto social, devido ao comprometimento da saúde humana. 3 Quadro 1: Principais organismos produtores de micotoxinas; principais micotoxinas; principais substratos de ocorrência dos fungos produtores de micotoxinas; principais regiões de ocorrências de micotoxinas; temperaturas e atividade da água idéias para a produção de micotoxina pelo fungo responsável; e efeito toxigênico das micotoxinas. Fonte: http://apavic.com/html/sections/articulo/art_Alltech.asp; http://fao.org/; Diário Oficial de las Comunidades Europeas – 08/04/1999, http://www.exopol.com/general/circulares/84circ.html. Cast, 2003; Lahlali et al., 2005; Magan, 2006; Ramirez et al., 2006. ORGANISMO Aspergillus flavus, Aspergillus parasiticus, Aspergillus pseudotamarii, Aspergillus nomius Fusarium moniliforme, Fusarium proliferatum, Fusarium anthophillum, Fusarium globosum Gibberella moniliformes Fusarium graminearum, Fusarium culmorum, Fusarium crookwellense, Fusarium sporotrichioides, Fusarium poae MICOTOXINA SUBSTATO OCORRÊNCIA Aflatoxinas (B1, B2, G1 e G2) Amendoim, milho, castanhas, amêndoas, semente de algodão, frutos frescos e secos, arroz parboilizado, leite e seus derivados. Milho, cevada, aveia, trigo e cereais Fumonisina TO e AW EFEITO TOXIGÊNICO América Latina, África, Ásia, partes da Austrália e dos Estados Unidos 0.97 – 0.99 aw. TO a 25°C. Ocorre preferencialmente nos trópicos e subtrópicos Imunológico, hematopoético, hepatóxico, nefrotóxico, teratogênico, carcinôgeno. Reduz a produção e o crescimento dos animais. África, China Argentina, Brasil, França, Indonésia, Itália, Filipinas, Polônia, Tailândia, Estados Unidos. 0.98 – 0.93 aw. TO entre 22 28°C. Ocorre tanto em climas temperados como em tropicais. Hepatóxico, nefrotóxico, carcinogênico. Causa edema pulmonar em eqüinos e suínos, e suspeita-se de provocar câncer de esôfago em humanos. Europa, EUA, China, Nova Zelândia, Japão, Canadá, Israel e Coréia. 0.98 – 0.995 aw. TO entre 20 25°C. Ocorre em regiões frias e úmidas. Imunológico, hematopoético, nefrotóxico, neurotóxico, dermonecrótico. Causa hemorragias, diarréias e vômitos prolongados em animais. Rações com 5% de contaminação é suficiente para provocar recusa das mesmas pelos animais. EUA, Canadá e Europa. 0.950 – 0.995 aw. TO a 25 °C. Ocorre em regiões mais frias e úmidas. Teratogênico. Em porcos, afeta o sistema reprodutivo e em humanos há suspeitas de ser cancerígeno. Balkãs, Europa Central, Suécia, Dinamarca, Itália, Reino Unido, Canadá, EUA e parte da América do Sul. 0.96 – 0.98 aw. TO entre 25 30°C. Em Penicillium TO varia entre 10 – 25°C. Ocorre em regiões com climas temperados e tropicais. Imunológico, nefrotóxico, teratogênico, carcinogênico, hepatóxico. 0.890 – 0.980 aw. TO entre 5 – 25°C. Ocorre em regiões frias e úmidas. Tricotecenos (Deoxinivalenol, nivalenol, Toxina T2). Trigo, milho, aveia e cevada. Zearalenona Milho, sorgo, aveia, cevada e trigo. Ocratoxina A Cevada, trigo, alfafa, canade-açúcar, milho, amendoim, café, arroz, frutas secas e vinhos. Penicillium expansum Penicillium griseofulvum Patulina Frutas como maçã, peras e uvas, vegetais e cereais. Turquia, Portugal e Bélgica Claviceps purpurea Ergotamina Centeio e grãs em geral Estados Unidos, Brasil, Europa Central TO entre 24 30°C. Penicillium citrinum, Penicillium expansum Citrinina Trigo, aveia, cevada, milho, arroz Sudeste dos Estados Unidos 0.775 aw. TO a 30°C. Fusarium graminearum, Fusarium culmorum, Fusarium crookwellense, Fusarium sporotrichioides Aspergillus ochraceus, Penicillium verrucosum, Penicillium cyclopium TO – Temperatura Ótima; AW – Atividade da água. Carcinogênico e mutagênico. Irritante para o estômago, causando náuseas e vômitos. Em bovinos causa hemorragia no trato digestivo. Vasoconstrutor, gangrena de extremidades, neurotóxico. Vasodilatador, broncoconstrutor, Nefrotóxico, causando dano renal. 4 1.2 Aflatoxinas O termo “aflatoxina” foi primeiro descrito em 1960, devido à morte de centenas de perus, patos e outros animais domésticos, atribuído a presença de toxinas de A. flavus na ração importada da América do Sul. Desde então, aflatoxinas têm sido apontadas como o grupo mais importante de micotoxinas, devido a sua alta toxicidade, suas propriedades hepatocarcinogênicas e sua ocorrência comum em diferentes alimentos, sendo produzidas por fungos do gênero Aspergillus como A. flavus, A. niger e A. parasiticus (FAO, 2003). A IARC (International Agency for Research on Cancer) tem designado a aflatoxina como um cancerígeno do fígado humano. Os sintomas da intoxicação por aflatoxina podem ser agudos ou crônicos. Na toxicidade aguda as aflatoxinas promovem no fígado a infiltração de lipídeos nas células hepáticas, implicando em necroses ou morte de células do fígado. Metabólitos de aflatoxinas atuam inibindo a síntese protéica e lipídica, além de diminuir o metabolismo de glicose. Ao mesmo tempo em que reduzem as funções do fígado, promovem desordem no mecanismo de coagulação do sangue. Provocam ainda, edema nas extremidades inferiores, dores abdominais e vômito. Os sintomas crônicos da ingestão da aflatoxina no organismo animal pelo consumo de rações contendo farelo de milho ou qualquer outro alimento contaminado, quando exposto por longos períodos a dosagens de concentrações baixas a médias, vão desde hemorragias, cirrose e necrose do fígado, rins hemorrágicos e congestionados até o câncer do fígado ou hepatite, causando redução no desempenho e desenvolvimento do animal, de maneira que só será percebida em estágios elevados (Hussein & Brasel, 2001). A ingestão de aflatoxinas por animais produtores de leite, não só reduz a produção, como também transfere de 1 a 3% da toxina ingerida para o leite e, por conseguinte, passa para os derivados do leite. O efeito da aflatoxina é mais danoso em animais estressados, subnutridos e em estados de convalescença (Fonseca, 2008). Aflatoxinas compõem um grupo exclusivo de compostos heterocíclicos e altamente oxigenados. Existem duas formas principais, chamadas B e G, derivadas da nomenclatura das cores de fluorescência “blue” e “green” que são produzidas quando iluminadas com luz U.V. em placas de cromatografia de camada delgada. Estas formas são subdivididas em B1, B2, G1 e G2 com base na sua fluorescência, sendo que a aflatoxina B1 é reconhecida como a mais tóxica, devido a seu alto potencial hepatocarcinogênico (Edwards et al., 2002). Outras formas da família da aflatoxina são M1 e M2, que são formas oxidadas da aflatoxina B1 modificadas no trato digestório de alguns animais e isoladas no leite, urina e fezes (Yu et al., 2002). A exposição à aflatoxinas ocorre por inalação e ingestão, com risco aumentado nas 5 fases de colheita, trilha, ensacamento, limpeza e armazenamento. Em seu estado seco, as aflatoxinas são bastante estáveis, resistentes a temperaturas acima do ponto de ebulição, entretanto, na presença de umidade e a elevadas temperaturas ocorre a sua destruição. No Brasil, o Ministério da Saúde estabelece através da Resolução nº 34, de 19 de janeiro de 1977, da Comissão Nacional de Normas e Padrões para Alimentos, o limite máximo de 30ppb (partes por bilhão) para o somatório das aflatoxinas dos tipos B1 e G1 encontradas em alimentos em geral, como a castanha-do-Brasil. Além desta Resolução, outra legislação brasileira também estabelece parâmetros para a presença de aflatoxinas em alimentos. O Ministério da Agricultura, do Abastecimento e da Reforma Agrária, através da Portaria nº 183, de 21 de março de 1996, adotou como válida, a Resolução do Grupo Mercado Comum do Sul – MERCOSUL nº 56, de 01 de janeiro de 1995, que estabelece o limite de 20ppb para o somatório das aflatoxinas B1, B2, G1 e G2 em amendoim e milho. Apesar de mais rigorosa, essa Portaria não pode ser utilizada para produtos industrializados, sob responsabilidade do Ministério da Saúde, pois como foi internalizada apenas pelo Ministério da Agricultura, ela é aplicável apenas para produtos in natura (Inmetro, 2008). O limite estabelecido para a presença de aflatoxinas em ração animal é o somatório das aflatoxinas resultando em 50ppb. Para o leite, o limite estabelecido é de 0,05ppb para aflatoxina B1 e 0,5ppb para o somatório das aflatoxinas. Em exportações, os limites seguem as legislações estabelecidas pelo país importador. Por exemplo, a União Européia estabelece limites para a exportação de castanha-do-Brasil de 2ppb para aflatoxina B1 e 4ppb para o somatório das aflatoxinas. Atualmente as aflatoxinas são bem descritas pela literatura devido a sua alta incidência em grãos. 1.3 Grãos brasileiros Apesar da grande produção agrícola, o Brasil, é um dos principais países que tem grande porcentagem de seus produtos contaminados por aflatoxinas devido às formas inadequadas de manejo e baixo valor agregado ao produto, o que impossibilita a melhoria de técnicas de manejo. Exemplos de grãos contaminados são dados por Da Silva et al. (2000) que mostram em estudo a micobiota de 140 amostras de sorgo coletados no Brasil, entre estas estavam 10 amostras de sorgo recém colhido e 130 amostras de sorgo armazenado. Foram analisados os níveis de contaminação detectados de aflatoxina e fumonisina nos grãos, assim como, fatores abióticos, como conteúdo de umidade do grão, atividade da água, temperatura, umidade relativa, e pluviosidade média na hora da colheita. O estudo mostrou uma predominância do gênero Phoma (57,1%), Aspergillus (42,7%), Fusarium (25%), e Rhizopus (21,4%), e a presença de outros nove fungos filamentosos. No 6 total de amostras analisadas, 12,8% estavam contaminadas com aflatoxina B1 com concentração variando entre 7 a 33 mg/kg e 74,2% contaminadas com fumonisina B1 com concentração variando entre 0,11 a 0,15 mg/kg. Vargas et al. (2001) correlacionam a presença de aflatoxinas (B1, B2, G1, e G2), zearalenona e fumonisinas (B1) em 214 amostras de milho não processadas coletadas em diferentes regiões do Brasil em colheitas entre os anos de 1997 a 1998. Foram encontradas aflatoxina B1 em 38,3%, zearalenona em 30,4%, e fumonisina B1 em 99,1% das amostras, onde os níveis de toxina variaram de 0,2 a 129, 36,8 a 719, e 200 a 6100 mg/kg, respectivamente. A co-ocorrência de duas micotoxinas carcinogênicas, aflatoxina B1 e fumonisina B1 foi observada em 100% de todas as amostras contaminadas por aflatoxina (82 amostras). Co-ocorrências de aflatoxina B1, zearalenona, fumonisina B1 foram encontradas em 18 amostras, enquanto aflatoxina B1, aflatoxina B2, fumonisina B1 foram encontradas em 43 amostras. Caldas & Silva (2007) analisaram dez diferentes produtos derivados do milho comercialmente vendidos no Distrito Federal, no Brasil, quanto à presença das micotoxinas fumonisinas (FB1 e FB2) e aflatoxinas (B1, B2, G1, and G2). A partir de 208 amostras analisadas, 80,7 e 71,6% tiveram níveis quantificáveis de FB1 e FB2, respectivamente, por CLAE. Os níveis do total de fumonisinas (FB1 + FB2) variaram de 0,127 mg/kg para flocos de milho até 2,04 mg/kg para creme de milho. Não foram detectadas fumonisinas nas amostras de milho fresco analisadas. Das 101 amostras analisadas, não foram detectadas aflatoxinas por CCD. Gonçalez et al. (2008) que demonstram em um trabalho análises da microbiota e contaminação por micotoxinas em amendoins coletados em diferentes estágios de maturação em Junqueirópolis, no Estado de São Paulo, Brasil. A microbiota encontrada foi de Fusarium spp. e A. flavus, encontrados em 26% e 17% respectivamente, das amostras analisadas. Das analises realizadas por CLAE (Cromatografia Líquida de Alta Eficiência), estavam presentes aflatoxinas e ácido ciclopiazônico em alta incidência, sendo detectado em 32% das amostras. As concentrações foram de 4,20 mg/kg (ppm) a 198,84 mg/kg (ppm) de aflatoxinas, e de 260 mg/kg a 600 mg/kg de ácido ciclopiazônico. Fumonisinas não foram detectadas por CLAE. Os resultados correlacionam com a grande dispersão de ocorrência de fungos. 1.3.1 Castanha-do-Brasil (Castanha do Pará) A castanha-do-Brasil (Bertholletia excelsa H.B.K.), também conhecida como castanha-do-pará, é o fruto de uma das árvores mais altas e importantes da floresta 7 Amazônica. Possui ocorrência em todo o Estado nativo da região amazônica, sendo os Estados do Acre, Amazonas, Amapá, Rondônia e Pará os principais produtores brasileiros. A castanha-do-Brasil é o primeiro produto extrativista em importância para as comunidades que vivem na Amazônia, onde só o Brasil no ano de 2008, produziu mais de 29 mil toneladas de castanha, das quais mais de 13 mil toneladas foram exportadas para Europa e Estados Unidos, gerando recursos na ordem de 20 milhões de dólares (IBGE, 2007, CONAB, 2009). Atualmente, o Brasil é o segundo país que mais exporta a castanha-doBrasil, sendo a Bolívia o maior exportador do mundo. Por ser um produto do extrativismo, o qual emprega cerca de quatro mil famílias, as práticas de manejo da espécie são precárias, com os ouriços sendo abertos na floresta, o que permite a contaminação do produto por fungos e coliformes. Ainda no local da coleta, as castanhas boas são separadas das murchas por imersão em água (geralmente de um igarapé), aumentando a contaminação devido ao aumento de umidade da castanha. Os problemas agravam-se com os manejos subseqüentes, como armazenamento, transporte, entre outros. A escassez de melhoria tecnológica tem provocado a estagnação ou a involução de setores agrícolas e extrativistas. É urgente a necessidade de melhoria do manejo, coleta, beneficiamento, empacotamento e armazenamento da espécie, ressaltando que a manutenção do baixo teor de umidade em todas as fases é fundamental para um produto de melhor qualidade, principalmente por tratar-se de um produto de exportação. O Brasil corre o risco de perder mercado para os produtos de origem boliviana e peruana, produtos dos quais, entidades norte-americanas e européias estão investindo em tecnologias nos setores extrativistas. Perdas anuais da castanha-do-Brasil por micotoxinas em países em desenvolvimento, como o Brasil, além de provocar uma redução na economia do país devido a não aceitação dos produtos que excedem os limites regulamentares de micotoxinas pelo mercado estrangeiro, são vendidos no mercado interno, o que aumenta o risco de contaminação por micotoxinas pela população brasileira. 1.3.2 Amendoim O amendoim cultivado (Arachis hypogaea L.) cobre uma área mundial de 25,5 milhões de hectares com uma produção global de mais de 47 milhões de toneladas no ano de 2006 (FAO, 2008). É uma das seis principais culturas oleaginosas crescidas em todo mundo, sendo uma importante fonte de proteína vegetal comestível (FAO, 2008). O gênero Arachis tem seu centro de origem na América do Sul, mas a maior produção da cultura encontra-se na Ásia (66,8%) e África (24,6%). Já no Brasil, o amendoim é produzido em todo o território 8 brasileiro principalmente em regiões semi-áridas. Cobre uma área de mais de 115 mil hectares, chegando a produzir cerca de mais de 300 mil toneladas no ano de 2008 (Agrianual, 2009), onde mais de 50 mil toneladas são exportadas e/ou destinadas para a indústria de alimentos (Embrapa, 2008). No nordeste do Brasil, onde a produção é tipicamente de agricultura familiar e sujeita às típicas variações no regime de chuvas, o amendoim é mais suscetível à contaminação por aflatoxina na etapa de pré colheita. A contaminação por fungos produtores de aflatoxinas são responsáveis por perdas de até 50% em cultivares não resistentes em todo o mundo (Meena et al., 2002). 1.3.3 Castanha de caju A castanha de caju (Anacardium occidentale L.) possui uma enorme importância sócio-econômica no Brasil, especialmente nos estados do Nordeste. A cultura dos cajueiros ocupa uma área de 700 mil hectares, produzindo 266 mil toneladas e gerando recursos da ordem de 190 milhões de dólares no ano de 2007 (Agrianual, 2008), oferecendo aproximadamente 100.000 empregos diretos e indiretos (Paula Pessoa et al., 1995). Seu principal produto é a amêndoa processada, que é exportada principalmente para os EUA, Canadá e Europa (Agrianual, 2008; FAO, 2009), sendo o Brasil responsável por 30% de toda castanha de caju exportada para o mundo (SECEX, 2004). Os estudos desenvolvidos pela equipe responsável da Embrapa Agroindústria Tropical confirmam a presença de diversos tipos de fungos associados à deterioração das amêndoas. O processo de infecção inicia ainda no campo, na pré-colheita, agravando-se durante o armazenamento, que é feito em locais com elevada umidade e temperatura. A temperatura ideal de 37ºC favorece preferencialmente o Aspergillus em vez de outros gêneros, facilitando o movimento dos conidiósporos. Muitos metabólitos, incluindo a aflatoxina G2, já foram confirmados em amêndoas de cajueiros no Brasil (Freire et al., 1996). Cerca de 10% das castanhas que chegam às indústrias de processamento são desprovidas de amêndoas, as quais foram destruídas devido a ataque de fungos. Dos 90% restantes, apenas a metade apresenta condições para a exportação após o processamento (Pinheiro, 2004). Devido às condições precárias de manejo, colheita, armazenamento e entre outros, é notória a preocupação dos exportadores brasileiros quanto à ocorrência de micotoxinas nas castanhas exportáveis. Para conferir a boa qualidade da castanha, antes da exportação, análises cromatográficas são realizadas por laboratórios credenciados pelo MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento). Entretanto, devem ser considerados possíveis resultados negativos quanto à presença de micotoxinas quando o produto sai do 9 Brasil, porém ao chegar ao destino final, o carregamento pode apresentar resultados positivos, acarretando em sérios prejuízos aos exportadores, os quais se vêm na obrigação de recolher o carregamento de volta ao país de origem e ao pagamento de multas contratuais. Isto ocorre porque durante o transporte, normalmente por via marítima, as condições se tornam favoráveis ao desenvolvimento de fungos produtores de toxinas, que passam despercebidos durante as análises (Freire et al., 1996). 1.4 Contaminação por Aspergillus flavus A. flavus é um fungo patogênico de várias espécies de plantas e animais, podendo infectar sementes de milho, amendoim, árvores de castanhas, animais domésticos e até humanos. A contaminação do A. flavus depende da espécie do hospedeiro, onde a contaminação pode ser em forma de micélio ou como esclerócitos, que germinam para produzir hifas adicionais ou produzem os conídios (esporos assexuados), podendo ser dispersos no solo e ar (figura 1). Esses esporos são, então, transportados, por insetos ou vento, para a planta hospedeira onde ocorre a germinação e proliferação do fungo (figura 2). Embora a presença de insetos não seja necessária para a contaminação por A. flavus, a presença deles aumenta o nível de contaminação e leva à produção de altos níveis de aflatoxina, que em grande parte, está associado a lesões da cultura pelo aumento de contaminação por A. flavus (Center for Integrated Fungal Research, 2008). Duas condições importantes para infecções por A. flavus significativas e contaminações por aflatoxina são a temperatura e umidade, onde altas temperaturas e estresse hídrico (15-32%) levam a altos níveis produção de aflatoxina pelo A. flavus (Payne, 1998). A temperatura do ambiente está relacionada tanto com a reprodução e crescimento (12-48°C), tendo uma temperatura ótima de 37°C, quanto com a produção de aflatoxinas (25-30°C) pelo A. flavus (Klich et al., 1994). Essa habilidade de se manter em substratos com estresse hídrico favorece o crescimento de A. flavus sob outros fungos, o que aumenta a sua contaminação. 10 Figura 1: Ciclo de vida de Aspergillus spp. (figura a esquerda), e Penicillium spp. (figura a direita) (Adaptado de Dube, 1990 in FAO, Barley Post-Harvest Operation: Chapter 4 (http://www.fao.org/inpho/content/compend/text/ch31/ch31_04.htm) Figura 2: Ciclo de vida do fungo A. flavus em cultura de milho (Adaptado de http://www.aspergillusflavus.org/). 11 1.5 Sistemas de controle de micotoxinas A detecção de alimentos contaminados com micotoxinas constitui o primeiro passo contra a intoxicação. O controle de micotoxinas é um processo complexo, compreendendo um programa de controle de qualidade integrado por toda a cadeia de produção, uma vez que a contaminação por micotoxinas vai desde os estágios da colheita até a pós-colheita. Para proteger a saúde pública, os governantes têm implantado diferentes tipos de procedimentos de controles, incluindo um parâmetro de limites de micotoxinas permitido, como descrito anteriormente. Entretanto, parâmetros estritos como o da União Européia, levam países Africanos à perda de US$ 670 milhões a cada ano por perdas na exportação (Salay, 2003). Em 2001 (http://www.agricultura.gov.br/) no Brasil o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento instituiu esforços para promover um melhor controle e monitoramento em todo o sistema alimentar. O novo programa integra atividade de acompanhamento, controle, inspeção e acompanhamento de contaminantes, concordando com as normas da HACCP (Hazard Analysis and Critical Control Points). O HACCP (Hazard Analysis and Critical Control Points) é definida pelo NACMCF (National Advisory Committee on Microbiological Criteria for Foods) como um processo sistemático para ser usado na produção de alimentos como uma forma de prevenção da ocorrência de contaminações, e assim, garantir a sua inocuidade, apoiando o seu uso pela indústria e agências governamentais de inspeção e controle (National Advisory Committee on Microbiological Criteria for Foods, 1998). O conceito básico da HACCP é a prevenção e não inspeção do produto terminado, onde os agricultores, pessoas encarregadas do manuseamento, distribuição, e o consumidor, devem possuir toda a informação dos procedimentos relacionados ao alimento, tornando possível a identificação do local onde uma hipotética contaminação possa ter ocorrido e determinação para evitá-la (Segurança alimentar, 2008). O HACCP consiste de sete princípios: 1. Efetuar uma análise em todo o processo de produção alimentar e identificar as medidas preventivas; 2. Identificar os pontos críticos de controle (PCCs) onde os perigos possam ser controlados e eliminados; 3. Estabelecer limites críticos para as medidas preventivas associadas com cada PCC; 4. Estabelecer os requisitos de controle (monitoramento) dos PCCs. Estabelecer procedimentos para a utilização dos resultados do monitoramento para ajustar o processo e manter o controle; 5. Estabelecer ações corretivas para o caso de desvio dos limites críticos; 6. Estabelecer procedimentos de verificação para verificar se o sistema está funcionando adequadamente 7. Estabelecer um sistema para registro de todos os controles. Esses princípios são aplicáveis a todas as fases da produção de alimentos, incluindo a agricultura básica, pecuária, industrialização e manipulação dos alimentos, serviços de alimentação coletiva, 12 sistemas de distribuição e manuseamento e a utilização do alimento pelo consumidor (Segurança alimentar, 2008). Figura 3: Esquema dos sete princípios http://www.fehd.gov.hk/safefood/library/haccp/2.html). do HACCP (Adaptado de 1.5.1 Diagnose morfológica de fungos micotoxigênicos Dentre os critérios estabelecidos pelo HACCP, a diagnose e detecção de espécies de fungos que produzem micotoxinas estão associadas ao monitoramento alimentar, onde existem diversas formas de diagnose e detecção de fungos micotoxigênicos. Uma delas é a identificação morfológica, no entanto através desta análise não há diferenciação de fungos aflatoxigênicos e não aflatoxigênicos. A. flavus e A. parasiticus são as espécies de fungos micotoxigênicos mais importantes devido ao seu potencial para produção de aflatoxinas em diferentes sistemas biológicos. São fungos que produzem ramificações filamentosas em seu crescimento, denominadas hifas, as quais muitas vezes são chamadas de moldes. Uma rede de hifas conhecida como micélio secreta enzimas que quebram complexas fontes alimentares, onde pequenas moléculas resultantes são absorvidas pelo micélio que irão gerar energia para o desenvolvimento do fungo. Ao olho nu, não é possível observar as 13 hifas individuais, mas densos tapetes de micélios e conídios (esporos assexuados) muitas vezes podem ser vistos (Cast, 2003). A morfologia do A. flavus apresenta colônias com diâmetro entre 4,0 - 4,5cm, possuindo as colônias uma coloração amarelo-verde e tornando-se verde à medida que a colônia vai envelhecendo. A cabeça é radial, transformando-se com o tempo colunar, a vesícula é oval possuindo toda a superfície fértil. As hastes são longas e rugosas, e as métulas são pequenas. As filíades são pequenas e ampuliformes, os conídios é globuloso a subglobuloso, normalmente áspero e amarelo-verde. Enquanto que a morfologia do A. parasiticus possui colônias entre 3,2 – 3,5cm de diâmetro, variando entre amarelo-verde e verde escuro à medida que vai envelhecendo. A cabeça é radial, com hastes longas e ásperas, e vesícula globulosa sendo fértil em toda a sua superfície. Quase não se observa a presença de métulas. As filíades são ampuliformes com longas e amplas terminações. Os conídios são globulosos, bastante ásperos, quase sempre mostram tecido de conectividade (Singh et al., 1991). Por ser uma metodologia lenta e que não estipula a presença de aflatoxinas, a diagnose morfológica atualmente está em desuso para análises laboratoriais de produtos para exportação. Colônia entre 4– 4,5cm de diâmetro. Cor: amarelo esverdeado Verso das colônias Conídio Conídios imaduros Filíade Conídios maduros Cabeça do conidióforo Conídiósporos Haste e d Figura 4: a) colônias de A. flavus; b) verso das colônias da placa a; c) conídios maduros e imaduros; d) cabeça conidial mostrando a haste rugosa, visícula oval e filíades pequenas e ampuliformes nascidas direto da vesícula; e) conídios (Singh et al., 1991). 14 Verso das colônias Colônias entre 3,2 – 3,5cm de diâmetro Conídio Filíade Cabeça do conidióforo Conídiósporos Haste d c Figura 5: a) colônias de A. parasiticus; b) verso das colônias da placa a; c) conídios maduros; d) cabeça conidial mostrando a haste áspera, cabeça radial e filíades (Singh et al., 1991). 1.1.1 Detecção cromatográfica de micotoxinas Uma ferramenta bastante rotineira para medidas de controle de qualidade em castanhas e amêndoas são as análises cromatográficas que incluem a metodologia para detecção das toxinas por CCD (Cromatografia de Camada Delgada) e CLAE (Cromatografia Líquida de Alta Eficiência). Ambas as metodologias são rotineiramente utilizadas em produtos para a exportação por laboratórios credenciados pelo MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento). A CCD é uma metodologia de cromatografia utilizada para separar componentes químicos por polaridade, possibilitando a identificação das toxinas específicas e suas concentrações por comparação visual da intensidade dos pontos de interesse do padrão de análise. A técnica envolve duas fases, a estacionária e a líquida, a fase líquida é absorvida por capilaridade pela fase estacionária, separando os compostos em questão. O CCD é uma metodologia que tem uma grande versatilidade para o uso de solventes, porém as análises realizadas por essa técnica são demoradas, o que dificulta o uso da técnica para conduzir testes de grande porte, como alimentos de exportação e importação. Além das análises serem lentas, a CCD não detecta concentrações de aflatoxinas menores do que 5 ppb, o que torna a técnica menos precisa (Lin, et al., 1998). 15 Outra metodologia muito utilizada pelos laboratórios credenciados pelo MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) que realizam análises de alimentos no Brasil para a detecção de aflatoxinas é a análise por CLAE. Esta análise consiste em uma coluna com uma matriz, por onde a amostra passa e separa componentes e contaminantes diferentes estruturalmente relacionados de acordo com a escolha da matriz, que ao contrário da CCD, a CLAE mostra ser mais eficiente e rápida, por sua eficiência em separar e quantificar as toxinas em baixas concentrações, variando entre 0 a 320ppb (Chu, 1992). A metodologia de CLAE utilizada para a detecção de aflatoxinas é específica. Esta consiste na utilização de clunas de imunoafinidade específicas para aflatoxinas na extração e purificação do extrato em análise. Tanto a CLAE quanto a CCD são duas técnicas de detecção cromatográficas muito utilizadas em laboratórios de análises micotoxicológicas. No Brasil, as análises de alimentos são realizadas por laboratórios credenciados pelo MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), Ministério da Saúde, Inmetro, ANVISA, entre outros órgãos responsáveis pela fiscalização de grãos (Figura 6). Atualmente não se sabe a porcentagem dos produtos agrícolas que são consumidos pelo mercado interno que passam por análises laboratoriais, por isto novos métodos utilizados como preventivos para a detecção de fungos produtores de aflatoxinas são importantes para HACCP, e saúde humana e animal. 16 LABORATÓRIO CENTRAL DO DISTRITO FEDERAL-LACEN-DF 1. 2. 3. LACQSA (MAPA) Ministério da Agricultura FUNDAÇÃO EZEQUIEL 1. 2. CTAA/EMBRAPA INCQS/FIOCRUZ TECPAR (MAPA) 1. 2. 3. LAMIC – UFSC (MAPA) FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE DO RIO GRANDE-Lab. Micotoxinas CENTRO DE DIAGNÓSTICO E PESQUISA EM PATOLOGIA AVIÁRIA-CDPA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. Grãos & Alimentos (MAPA) JLA Brasil (MAPA) SFDK (MAPA) SGS do Brasil (MAPA) CERELAB (MAPA) LAN/ESALQ/USP (MAPA) ITAL-ANALI (Anvisa) Instituto de Ciências BiomédicasUSP E.S.A. LUIZ DE QUEIROZ-USP INSTITUTO ADOLFO LUTZ FACULDADE DE ENGENHARIA DE ALIMENTOS-UNICAMP FACULDADE DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS–UNESP INSTITUTO DE TECNOLOGIA DE ALIMENTOS-ITAL Figura 6: Localizações de laboratórios credenciados pelo MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), ANVISA, e outros (http://www.micotoxinas.com.br/laboratorios.html) 1.5.2 Diagnose Imunológica de micotoxinas O método ELISA (Enzyme linked immune-sorbent assay) é baseado na abilidade de um anticorpo específico de distinguir a estrutura tridimensional de uma micotoxina específica. Esse método é freqüentemente utilizado em análises de detecção de micotoxinas. É baseado na extração da micotoxina presente em grãos por um solvente, e ligação de uma porção da amostra extraída a uma enzima. Em seguida o conjugado enzima-micotoxina são adicionados à microplacas com poços revestidos de anticorpos possibilitando a competição antígeno-anticorpo. Os poços são então lavados e um substrato é adicionado para reação de coloração. A intensidade da cor é medida por absorbância (Zheng et al., 2006). Por ser um método rápido e econômico, diversos autores têm descrito a técnica como uma alternativa na diagnose de micotoxinas. Como exemplo, Chun et al., 2007 com 17 intuito de monitorar nozes e derivados comercializados no Sul da Coréia, utilizaram ELISA para uma diagnose rápida e CLAE-MS para quantificação e confirmação da presença de aflatoxina. Do total de 85 amostras, 31 mostraram leituras para possível contaminação, porém somente em 9 amostras foram confirmadas a presença de aflatoxina variando em vários níveis acima de 28,2 μg/kg. O trabalho mostra que apesar da técnica de ELISA ser uma diagnose rápida para aflatoxinas, métodos de cromatografia como CCD e CLAE ainda são necessários para a confirmação de produtos possivelmente contaminados. Reddy et al., 2009 também analisaram por meio de ELISA de competitividade indireta 1200 amostras de arroz coletadas em 20 Estados da Índia. A. flavus mostrou uma contaminação dominante em todas as amostras. Outras contaminações predominantes foram de A. Níger, A. ochraceus e A. parasiticus. Aflatoxina B1 foi detectada em 67,8% das amostras variando entre 0,1 a 308 μg/kg. Todas as amostras coletadas a partir de armazenamento ao ar livre, expostas à chuva e que possuíam 1 ano de armazenamento apresentaram aflatoxina B1. Outra técnica aplicada a diagnose imunológica de micotoxinas é a PCR-ELISA. Essa é uma técnica onde produtos de PCR são hibridizados a uma sonda fluorescente de captura imobilizada. Essa reação possibilita quantificar seqüências internas do produto de PCR, sendo uma alternativa mais econômica que a PCR em tempo real, além de possibilitar analise de múltiplas seqüências em um curto período de tempo. Estudos feitos utilizando a PCR-ELISA têm apresentado grande potencial para distinção de produtores e não produtores de micotoxina, como descrito por Grimm & Geisen, 1998 o qual usaram nove isolados de Fusarium produtores e não produtores de fumonosinas em PCR ELISA com 2 primers específicos para produtor de fumonosina e uma sonda marcada com biotina no final 5’ para produtor de fumonosina. As reações de PCR usando primers específicos não mostraram que as reações foram absolutamente específicas, ocorrendo alguns resultados positivos para não produtor de fumonosina. Porém a PCR-ELISA apresentou resultados positivos para todos os outros isolados testadas pela PCR convencional que tiveram resultados negativo. 1.5.3 Diagnose molecular de fungos micotoxigênicos A reação de PCR (Polymerase Chain Reaction) permite a amplificação de segmentos específicos a partir de amostras de DNA. O resultado da PCR pode ser observado via eletroforese, onde os produtos da PCR são separados por tamanho de fragmento em géis de agarose. A reação de PCR ocorre basicamente pela desnaturação inicial da dupla fita de DNA e anelamento do primer, oligonucleotídeos com aproximadamente 20 a 30pb que 18 anelam em regiões alvo do DNA. Após o anelamento do primer, ocorre a síntese do fragmento pela ação da DNA polimerase. O produto da PCR (Polymerase Chain Reaction) é sintetizado exponencialmente nos seguintes ciclos repetitivos da reação. Uma das principais vantagens do método de PCR sobre os demais métodos de detecção de micotoxinas é que o mesmo é capaz de detectar DNA de células fúngicas vivas ou mortas, possibilitando a detecção de fungos produtores de micotoxinas em diferentes amostras, por longos períodos. Além disso, como a PCR indica a presença do DNA do organismo produtor da micotoxina, e não da toxina em si, um resultado positivo indica não apenas a potencial ocorrência de micotoxinas naquele momento, mas também em curto/médio prazo, podendo o fungo ser identificado independente do estágio do desenvolvimento. Isto é de vital importância no caso de produtos de exportação, os quais são freqüentemente testados e certificados como livres da toxina ao sair do país, mas apresentam resultados positivos quando atingirem seu destino, devido à toxina ser produzida durante o tempo de viagem ou armazenamento do produto. Outra vantagem é que a PCR substitui o tempo de análises microbiológicas por amplificações de marcadores específicos do genoma em vez de crescer o organismo, o que demoraria dias, pela técnica de PCR, demoraria horas (Niessen, 2008). O método de PCR, portanto oferece uma alternativa rápida, relativamente barata e segura para a análise da contaminação de uma amostra por fungos produtores de micotoxinas. Este método possibilitará, por exemplo, que lotes positivos sejam tratados com fungicidas, por exemplo, o benomil, de forma a eliminar o fungo produtor da toxina, portanto evitando o risco de futura contaminação. Além disso, a PCR possibilita a identificação das fontes de contaminação nas diversas etapas da produção, transporte e armazenamento. No contexto do sistema HACCP, novas técnicas utilizando o método de PCR para a identificação de fungos micotoxigênicos é de grande importância para o sistema de controle de qualidade do alimento, pois pode identificar o fungo produtor de aflatoxinas em qualquer estágio de produção do alimento, onde ações corretivas serão estabelecidas imediatamente com maior eficiência, garantindo a qualidade do alimento. Este método também pode ser utilizado como teste preliminar em um grande número de amostras, sendo que um resultado negativo eliminará a necessidade de se realizar testes cromatográficos. Já a ocorrência de um resultado positivo, indicará que a amostra potencialmente contém o fungo produtor de micotoxinas, de forma que as mesmas poderão ser submetidas aos testes cromatográficos, para confirmação. Desta forma, a análise poderá em alguns casos, passar de dias para horas. Além de ser uma diagnose relativamente rápida, o método de PCR também é muito sensível para a detecção da presença do fungo produtor de micotoxinas, detectando a presença do DNA do organismo a uma concentração entre picogramas (pg) e fentogramas (fg) por microlitro (μl) 19 de reação, como descrito por Midorikawa et al. (2008). Neste trabalho um conjunto de primers desenvolvidos especificamente para a região ITS do DNA ribossomal de A. flavus, mostrou especificidade até o limite de 10fg. Já Bufflier et al. (2007), utilizaram microarranjos de oligonucleotídeos obtidos a partir de seqüências do gene da calmodulina mostrou especificidade para A. carbonarius, A. japonicus, A. aculeatus e A. ibericus em um limite de especificidade de até 3,2pg de DNA. Bluhm et al. (2004) utilizaram um sistema de PCR em tempo real, para a detecção de isolados de Fusarium spp. produtores de tricotecenos e fumonisinas, e identificação de Fusarium graminearum e Fusarium verticillioides coletados em amostras de milho. Os primers e sondas foram desenvolvidos a partir de seqüências dos genes TRI6 e FUM1 envolvidos na biossíntese de micotoxina, e de seqüências da região do DNA ribossomal de Fusarium, como controle positivo interno para o gênero. O sistema de PCR em tempo real mostrou ser específico a um limite de detecção entre 50ng até 5pg do DNA genômico por reação testada em 21 amostras de Fusarium spp, onde foram detectados produtos de PCR para os genes TRI6 e FUM1. 1.5.3.1 DNA ribossomal nuclear A técnica de PCR também pode ser aplicada na determinação da posição taxonômica de fungos. Amplificações e seqüenciamento direto do DNA ribossomal (rDNA) foi uma das primeiras aplicações de PCR dentro da micologia. No núcleo da célula eucariótica, o rDNA é transcrito para rRNA, onde moléculas como, 18S, 5,8S, 28S e 5S tornam-se componentes estruturais do ribossomo. Genes do rDNA têm regiões conservadas e variáveis, e são utilizadas para o estudo de grupos taxonômicos relacionados. As duas regiões espaçadoras, ITS1 e ITS2 (Internal Transcribed Spacer) estão localizadas ao lado do gene 5,8S do rRNA são muito variáveis e usadas freqüentemente para distinção do nível de espécie (White et al., 1990; Pinheiro, 2004). Primers universais como ITS5 e ITS4 são eficazes, pois permitem que as regiões do ITS sejam amplificadas usando seqüências conservadas de dentro dos genes 18S, 5.8S e 28S das seqüências de rDNA (Figura 7), onde o gene 18S, subunidade menor (SSU), é o mais conservado e usado somente para comparação de organismos distintamente relacionados. Já o gene 28S, é a região mais variável, favorecendo a comparação entre gêneros e em alguns casos, entre espécies diferentes. (White et al., 1990). Diversos trabalhos como o de Zhao (2001) e Sugita (2004), demonstraram que primers específicos, que foram desenhados a partir de seqüências conservadas do rDNA ITS, são eficazes na distinção entre espécies do gênero Aspergillus. 20 Já Haugland & Vesper (2000) desenvolveram uma patente em conjunto com US Patent and Trademark Office, no qual detecta uma grande variedade de organismos fúngicos baseados em seqüências de rRNA utilizando a tecnologia do TaqManTM para detecção sensível em PCR - tempo real. Mishra et al. (2003) também usou a região do ITS em genes do rRNA de F. avenaceum, F. culmorum, F. equiseti, F. oxysporum e F. sambucinum para identificar esses organismos alvo em quatro cores de fluorescência em uma mesma reação. Kulik et al. (2004) identificou F. sporotrichioides baseado na região do ITS2 de gene rRNA, a partir de culturas puras e também de fungos presentes no tecido da planta. Nicolaisen et al. (2005) utilizou a técnica de microarranjo para identificação múltipla de espécies de Fusarium. No estudo foram desenhados 57 oligonucleotideos de captura (CO) baseado em seqüências da região rDNA ITS2 de Fusarium, e usados para a produção de micro arranjos. A partir desses arranjos de CO, produtos de PCR hibridizam especificamente na região ITS de F. graminearum/F. culmorum, F. pseudograminearum, F. poae, F. sporotrichioides, F. equiseti, F. langsethiae e F. tricinctum/F. avenaceum. Poucos COs apresentaram hibridização parcialmente complementar a espécies não alvo, podendo ser eliminada com otimizações da hibridização. Dentro do contexto de diagnose molecular de fungos, a região do rDNA ITS é bem elucidada para a distinção de isolados de fungos produtores de micotoxinas por sua grande variabilidade nas regiões do ITS. Figura 7: Grupo de genes localizados no rDNA e local de anelamento de primers universais (ITS1 e ITS4) para amplificação da região ITS. 1.5.3.2 DNA mitocondrial Assim como a região do rDNA ITS é variável e muito utilizada em diagnose molecular de fungos, a região do DNA mitocondrial também é bem elucidada para distinção entre gêneros e espécies de fungos potencialmente micotoxigênicos. 21 As mitocôndrias têm DNA e ribossomos próprios e sintetizam algumas de suas proteínas. O mtDNA é circular e aloja-se na matriz mitocondrial em estruturas pontuais chamadas nucléoides, que podem conter de 4 a 5 cópias (http://www.cytochemistry.net/cell-biology/mitochondria_lifecycle.htm). O do mtDNA mtDNA produz limitado número de RNAs (RNA mensageiro, RNA transportador e RNA ribossomal) e proteínas e enzimas essenciais para a formação de uma mitocôndria funcional que estão envolvidas em processos de transferência de energia como citocromo b, citocromo oxidase e subunidades de ATPase (Sederoff, 1984). O sistema de tradução organelar pelo qual mRNAs mitocondriais são decodificados, é também composto em parte de rRNAs componentes-específicos, notavelmente pequenas subunidades (SSU) e grandes subunidades (LSU) e raramente 5S rRNA (Gray et al., 1999) (Figura 8). O mtDNA de fungos apresenta alto grau de variabilidade estrutural, similar ao observado em plantas, e seu tamanho pode variar de 17 a 121 kilobases (kb) (Zimmer et al., 1984; Lu, 1996), embora o tamanho do genoma da maioria das espécies estudado esteja entre 30 e 80 kb (Gray, 1989; Lu, 1996). É usualmente de origem materna, o que muito contribui para o entendimento da evolução dos fungos. Um grande número de estudos evolucionário em fungos tem por base o mtDNA e especialmente o rRNA mitocondrial (Hegedus et al., 1998; Moncalvo et al., 2000; Gonzalez & Labarere, 2000; Hofstetter et al., 2002). Além disso, o Fungal Mitochondrial Genome Project (FMGP) (http://megasun.bch.umontreal.ca/People/lang/FMGP/FMGP.html) já possui seqüenciado o mtDNA de Aspergillus nidulans com aproximadamente 33Kb. Enquanto A. flavus possui seu genoma completo seqüenciado pelo Microbial Genome Sequencing Project (http://www.aspergillusflavus.org) contendo aproximadamente 36,8Mb. Em fungos, genes do rDNA mitocondrial evoluem mais rapidamente que os rDNA nuclear (Bruns & Szaro, 1992), onde o arranjo dos genes é variável (Grossman & Hudspeth, 1985; Hoeben & Clark-Walker, 1986), e a variação pode ser observada mesmo entre taxas relacionados (Clark-Walker & McArthur, 1983; Bruns et al., 1988), por esse motivo, são freqüentemente utilizados em estudos filogenéticos para um grau taxonômico intermediário como gênero (Bruns et al., 1991). O mtDNA também é considerado como um atrativo para marcadores moleculares de RFLPs (Restriction Fragment Length Polymorphisms) por ter um número relativamente grande de cópias e ser facilmente purificado. Diversos estudos mostram que o mtDNA é rico em RFLPs a nível intra-específico (eg. Smith & Anderson, 1989; Bruns et al., 1988; Gardes et al., 1991; Hamari et al., 2003; Juhász et al., 2007), onde em um mapeamento desses polimorfismos revelam variação causada por longas mutações (Bruns et al., 1988). Bretagne et al. (1995), trabalhando com mtDNA, desenharam primers específicos para as espécies de A. fumigatus, A. flavus, A. 22 terreus e A. niger e conseguiram distinguir essas espécies de outros fungos e leveduras de interesse médico. A amplificação de genes do mtDNA com primers universais seguido de seqüenciamento pode proporcionar a detecção de variabilidade tanto inter-específica como intra-específicas e ser de grande valia no desenvolvimento de primers específicos para A. flavus. Figura 8: Pequena subunidade do DNA mitocondrial ribossomal com local de anelamento de primers universais MS1 e MS2; e grande subunidade do DNA mitocondrial ribossomal com local de anelamento de primers universais ML1 e ML2, ML3 e ML4, ML5 e ML6, ML7 e ML8 1.5.3.3 RAPD (Random Amplified Polymorphic DNA) Recentemente vários autores têm mostrado o uso de técnicas da biologia molecular para análise da variação genômica de diferentes níveis taxonômicos de fungos. Análises por meio de RAPD (Random Amplified Polymorphic DNA) tem se tornado uma ferramenta muito utilizada para a observação de polimorfismos genéticos entre microorganismos. É baseado na técnica de PCR convencional, diferenciando-se por utilizar oligonucleotídeos de seqüências arbitrárias para a amplificação de regiões específicas. Busca a detecção de polimorfismo entre os indivíduos estudados sem nenhum conhecimento prévio das seqüências de DNA, onde o padrão de bandas produzido permite a discriminação entre isolados de uma espécie (Cavalcanti et al., 2005). Diversos estudos utilizando RAPD como marcadores para a diferenciação de fungos micotoxigênicos têm sido relatado pela literatura, como, por exemplo, Yoder & Christianson (1998) que usaram o RAPD no estudo taxonômico de espécies da seção Discolor de Fusarium. Marcadores específicos para o táxon foram desenvolvidos a partir de análises de RAPD, onde um sistema de PCR foi utilizado para a identificação de F. crookwellense, F. culmorum, F. graminearum, F. sambucinum, F. torulosum e F. venenatum. Moller et al.., 1999 também usaram marcadores baseados em RAPD como fonte de seqüências para o desenvolvimento de um sistema de detecção baseado em PCR para F. verticillioidese e F. 23 subglutinans, os quais foram analisados em um sistema de PCR múltipla, onde primers específicos para as duas espécies foram combinados. Além de diversos estudos realizados para diferenciação entre espécies utilizando o RAPD, este também é diversamente utilizado para caracterização da variabilidade genética. Um exemplo é o estudo de Gopal, et al. (2008), que por meio de 36 primers de RAPD analisaram a variabilidade genética de 17 isolados de Trichoderma spp. Mostrando um polimorfismo de 91.8%, onde foram divididos em 2 grandes grupos. A técnica de RAPD também foi usada para demonstrar a variabilidade genética de A. Níger e espécies relacionadas, onde oito grandes grupos foram demonstrados por padrões de RFLP e RAPD (Megnegneau et al., 1993). Midorikawa et al. (2008) mostraram estudo na caracterização da variabilidade genética de amostras coletadas no Brasil de A. flavus, onde 142 bandas de DNA foram amplificadas por 11 primers de RAPD e analisadas pelo método UPGMA (Unweighted Pair Group Method with Arithmetic mean). As amostras foram agrupadas de acordo com o hospedeiro e origem geográfica. Batista et al. (2008) também mostraram a diversidade genética de A. flavus de oito regiões do Brasil utilizando marcadores moleculares como ITS, ISSR (Inter-Simple Sequence Repeats) e RAPD. Os resultados foram aplicados para a construção de uma matriz de similaridade. E posteriormente utilizado em um dendrograma analisado pelo método UPGMA. Os perfis mostrados por ISSR e RAPD entre as amostras de A. flavus, indicaram que uma amostra deveria ser A. ryzae, uma A. parasiticus e duas A. tamarii. Essas amostras foram retestadas e confirmadas por métodos tradicionais. Choo et al. (2009), em um estudo de caracterização de amostras de A. decursiva, P. praeruptorum e A. sylvestris, ervas muito usadas na farmacologia Koreana, utilizaram regiões de rDNA ITS e RAPD. Em comparação com seqüências do rDNA ITS, foram desenvolvidos primers específicos para A. sylvestris, e a partir de análises de RAPD foram desenvolvidos marcadores SCAR (Sequence Characterized Amplified Region) específicos para A. decursiva e P. praeruptorum, onde foram estabelecidos para a detecção simultânea das 3 espécies por PCR múltipla. O mesmo também foi realizado em estudos descritos por Ray & Roy (2008); Ding et al. (2008); Jain, et al. (2008). Muitos estudos usando RAPD vêm sendo feito para diferenciar gênero, espécie de fungos produtores de micotoxinas, um exemplo é dado por Pan, et al. (2007), onde foi realizada análise filogenética de 16 amostras de Aspergillus, entre elas A. oryzae, A. flavus, A. sojae, por meio de RAPD. A partir de três primers de RAPD as amostras mostraram padrões polimórficos estáveis, sendo analisadas um total de 181 bandas. Os dados sugerem que o polimorfismo genético das amostras é abundante e há a evidencia da diferenciação genética. A árvore filogenética das 16 amostras correspondeu à taxonomia morfológica tradicional, demonstrando que é aplicável o uso de marcadores moleculares 24 baseados em RAPD para análise filogenética para Aspergillus. Além da caracterização genética, as amostras produtoras de aflatoxinas, foram facilmente discriminadas por RAPD. 1.5.3.4 Controle de amplificação interno (IAC) Apesar da técnica de PCR ser bem descrita nos últimos 15 anos para a identificação de fungos, principalmente para fungos micotoxigênicos, esta técnica não está livre de problemas em potenciais. A dificuldade pode ser a contaminação, de amostras não representativas, e o principal a inibição da PCR (Paterson, 2006). Resultados negativos podem ser: a falta de seqüências gênicas apropriadas, reagentes degradados, termocicladores, e inibidores da PCR, como metabólitos secundários. Para tanto é indicado o uso de um controle de amplificação interno (IAC). A utilização do IAC em micologia foi realizada a mais de 10 anos para suprir a problemática de inibições da PCR, por um grupo de pesquisadores (Bretagne et al., 1995) que aparentemente parecem ser o único grupo de pesquisa que usaram IAC para análises de PCR em fungos. A razão para a utilização do IAC é a possibilidade de resultado falso negativo, podendo acontecer por várias razões incluindo: diferenças nos reagentes da PCR; maquinas de termocicladores inconsistentes e variantes; inibidores gerais da cultura ou substrato. Em geral metabolitos secundários que são conhecidos por inibir enzimas e também possuem profundos efeitos em ácidos nucléicos e proteínas. A produção de metabólitos secundários nas culturas é qualitativamente e/ou quantitativamente diferente entre táxons e mesmo entre análises repetidas do mesmo isolado (Frisvad, 1998). Kainz (2000) descreve que fragmentos de DNA inibem a polimerase por ligarem enzimas ao acido nucléico e contribui para o efeito plateau observado em PCR onde a taxa da reação decai. Além disso, Wilson (1997) menciona que DNA não alvo pode por si só ser um inibidor da PCR, porém somente em altas concentrações. Por essas razões, é aconselhável o uso do IAC como requerimento básico, principalmente para as reações de PCR com natureza diagnostica. O IAC é um ácido nucléico que pode ser amplificado pelos mesmos primers usados para o ácido nucléico alvo dentro de cada tubo da reação. Se o IAC e o produto alvo são visualizados, então, tem-se um resultado positivo para o gene de interesse. No caso da visualização do IAC, mas não do produto alvo, então significa que o gene alvo não está presente. Quando o IAC e o produto alvo não estão presentes no gel, é sinal de que a PCR falhou. (Ma and Michailides, 2006). Atualmente, existem duas estratégias principais para a construção do IAC baseadas nas metodologias de PCR. A primeira delas é o IAC competitivo, o qual o DNA alvo e IAC são amplificados com o mesmo conjunto de primers, 25 sob as mesmas condições e no mesmo tubo de PCR. Nessa estratégia, sempre há competição entre o DNA alvo e IAC e a quantidade de IAC é crítica para o limite de detecção. A competição pelo IAC pode, portanto, diminuir a eficiência da amplificação da PCR e resultar um limite de detecção menor. Um segundo parâmetro critico é o tamanho do IAC. Aumentando o tamanho relativo de um DNA alvo em relação ao outro DNA, teoricamente, conduzir a cinética da reação de PCR para os produtos de PCR pequenos. A segunda estratégia é o IAC não competitivo. Nesse segundo cenário, o DNA genômico alvo e IAC são amplificados usando diferentes conjuntos de primers para cada DNA alvo, onde duas reações com cinéticas diferentes ocorrem simultaneamente. A cinética de cada reação não é influenciada pela competição de primers, e onde não há a formação de quimeras entre os fragmentos da PCR (Hoorfar et al. 2004). Abdulmawjood (2002) descreve dois métodos para síntese do IAC competitivo. A primeira estratégia usada consiste na deleção de seqüências entre os dois sítios do primer. Para tanto, o produto de PCR original é digerido com enzima de restrição cortando em duas posições, produzindo três fragmentos. Após a eletroforese, os dois fragmentos de interesse são extraídos do gel e ligados utilizando uma ligase para criar um fragmento menor do que o original, mantendo os sítios dos primers. Depois de ligado, o fragmento é então purificado e clonado para se obter o DNA plasmidial (Figura 9). Já a segunda estratégia, consiste no aumento de tamanho do IAC utilizando um plasmídio como fita molde. Os primers foram idênticos aos primers usados na reação diagnóstico, possuindo um final 5’over-hanging enquanto o final 3’ é complementar a seqüência de DNA (plasmídio) (Figura 10). 26 Figura 9. Esquema de construção do IAC com deleção de seqüências entre os sítios do primer (Abdulmawjood et al., 2002). Figura 10. Esquema de construção do IAC com inserção de seqüências entre os sítios do primer (Abdulmawjood, et al., 2002). Descrevem Sachadyn e Kur (1998) um método para a síntese de IAC não competitivo, onde há um sítio de anelamento no final 5’ para um primer diagnóstico específico e um sítio de anelamento no final 3’ para um primer complementar a seqüência do DNA genômico alvo (Figura 11). 27 Figura 11: Esquema de construção do IAC com um sítio de anelamento diagnóstico específico e outro sítio de anelamento complementar ao plasmídio pUC19 (Sachadyn & Kur, 1998). 1.5.3.5 Via biossintética de aflatoxinas A biossíntese de aflatoxina aparentemente é regulada por vários mecanismos interligados que incluem elementos da regulação transcricional e fatores fisiológicos que afetam o metabolismo do fungo (Payne & Brown, 1998). Podendo, estes mecanismos se tornarem instáveis e acarretarem em grandes diferenças nos níveis de produção de aflatoxinas (Cary & Ehrlich, 2006). A biossíntese de aflatoxinas possui muitos níveis de regulação, os quais alguns são quase específicos da via, enquanto outros funcionam como um mecanismo global do metabolismo secundário. Nos últimos anos o uso da genética vem proporcionando um maior conhecimento sobre o mecanismo regulatório, mostrando que a via biossintética de aflatoxinas é regulada por diversos mecanismos (Georgianna, 2008). Diversos fatores ambientais controlam a biossíntese de aflatoxinas, incluindo o desenvolvimento do fungo, luz, fonte de carbono, temperatura, e pH (O’Brian et al., 2007). Os genes envolvidos diretamente na síntese de aflatoxinas compreendem um conjunto de 25 genes da via metabólica de A. flavus e A. parasiticus (Figura 12) (Yu et al. 2004). Atualmente sabe-se que um defeito no gene cypA de A. flavus é o responsável pela perda de síntese das aflatoxinas G1 e G2 (Ehrlich et al., 2004). O genoma do grupo responsáveis pela síntese de aflatoxinas tem aproximadamente 70kb e 8 cromossomos. A partir de seqüências completas do genoma de A. flavus, pode se falar que o grupo de genes responsáveis pela produção de aflatoxinas está localizado perto do telômero do cromossomo 3 (http://www.bio.nite.go.jp/dogan/MicroTop?GENOME_ID=ao). Sabe-se que a via metabólica de aflatoxinas é controlada pela ativação da transcrição do gene aflR, o qual ativa a transcrição coordenada de três genes estruturais do cluster de gene de aflatoxina, aflD (nor1), aflM (ver1), aflP (omtA) (Chang et al., 1995). Porém, o gene ou genes que controlam a expressão do gene aflR ainda são desconhecidos. O produto gênico de aflR regula a biossíntese de aflatoxina ligando-se ao promotor do gene estrutural do grupo de genes de aflatoxina (Woloshuk et al., 1994). Essa é uma clara evidência de que o desenvolvimento do fungo e a biossíntese de aflatoxina estão ligados e dividem elementos regulatórios. Estudos mostram que isolados não aflatoxigênicos de A. flavus, em muitos casos, possuem grandes deleções de partes ou inteiras do grupo de genes responsáveis pela síntese de aflatoxinas (Chang et al., 2005). Isolados de A. flavus aflatoxigênicos sempre mostram, usando um sistema de PCR múltiplo, quatro segmentos de DNA específicos para 28 os genes aflR, aflD (nor1), aflM (ver1), aflP (omtA). Em estudo Criseo et al. (2008) demonstraram que isolados de A. flavus não aflatoxigênicos apresentam bandas de DNA variável, diferente do padrão de quatro bandas como observado em sistema de PCR múltiplo de isolados de A. flavus aflatoxigênicos. Dos isolados de A. flavus não aflatoxigênicos 36,5% mostraram fragmentos de DNA que corresponde ao conjunto completo de genes (padrão de 4), como achado em isolados de A. flavus aflatoxigênicos. 43 (32%) dos isolados mostraram um padrão de três bandas agrupados em quatro perfis, onde nor-1, ver-1 e omt-A foram os perfis mais freqüentes. Um total de 25 (18,7%) dos isolados de A. flavus não aflatoxigênicos mostraram padrão de duas bandas e 16 (12%) dos isolados mostraram um padrão de uma banda. Em um isolado, vindo de alimento de ave, nenhuma banda foi encontrada. O gene nor-1 foi o mais representativo entre os quatro genes aflatoxigênicos analisados. Baixa incidência foi encontrada para o gene aflR. Observando-se um alto nível de variabilidade entre isolados não aflatoxigênicos. Chao, et al. (2006), examinaram 34 amostras de Aspergillus da seção Flavi, onde o gene aflR, que codifica a proteína contendo o motif zinc-finger DNA-binding, de 23 dessas amostras foi com sucesso amplificado e seqüenciado. Nenhum produto de PCR foi encontrado em cinco amostras de A. sojae ou em seis amostras de A. oryzae. Esses resultados de PCR sugerem que o gene aflR é ausente ou significantemente diferente em algumas amostras de A. sojae e A. oryzae. Os genes aflR seqüenciados de 23 amostras positivas tiveram 96,6% de similaridade, que foi particularmente conservado no domínio do DNA-binding zinc-finger. Cary et al. (2007), utilizaram a tecnologia de microarranjos para identificar genes diferencialmente expressos em amostras do tipo selvagem para veA e amostras de mutantes para veA, que poderia estar envolvidos na produção de aflatoxinas e desenvolvimento da esclerótica, que permite a sobrevivência do fungo sob condições adversas. Uma vez que, a deleção do gene veA em A. flavus e A. parasiticus bloqueia a produção de aflatoxinas assim como a formação da esclerótia. A análise revelou que 684 genes em que a expressão mudou significativamente através do tempo, onde 136 desses genes foram diferencialmente expressos entre as duas amostras incluindo 27 genese que demonstraram uma diferença significante na expressão de ambas as amostras através do tempo, grupo de 115 genes demonstra com grande expressão na amostra do tipo selvagem do que na amostra do tipo mutante. Também foi identificado um subgrupo de genes dependentes veA que mostraram perfis de expressão dependente de tempo similares aquelas de genes conhecidos da via biossintética de aflatoxinas ou que mostraram ser candidatos para envolvimento na produção da esclerótia no tipo selvagem. Vários estudos vêm sendo feitos na tentativa de correlacionar genes da via biossintética a fungos produtores e não produtores de micotoxinas, onde o gene aflR é 29 principal alvo por ser um regulador positivo da via metabólica (Yu et al. 2004; Somashekar, 2004). Entretanto, Paterson (2006) sugere que o gene aflR não seja confiável para o uso de diferenciação de aflatoxinas por também estar envolvido na regulação de produção de esterigmatocistina, o penúltimo precursor da produção de aflatoxinas, o qual pode apresentar um resultado falso positivo. Genes como aflP ou aflQ, aparentemente, são os melhores candidatos para estudos de distinção entre fungos produtores e não produtores de micotoxinas por não serem relevantes para a biossíntese de esterigmatocistina, uma opção válida para primers diferenciadores de aflatoxinas em alimentos. Rodrigues et al. (2008), testaram os genes aflD e aflQ da via biossintética de A. flavus por meio de PCR e RT-PCR, para verificar a presença de expressão, onde a presença de ambos os genes não mostraram correlação com a aflatoxigenicidade do fungo. A expressão de aflD não foi considerada como um bom marcador para o diferenciamento de isolados aflatoxigênicos e não aflatoxigênicos, mas aflQ mostrou boa correlação entre a expressão e habilidade de produção de aflatoxinas. Yang et al. (2004) trabalharam com genes avfA, omtA e ver-1, para detectar genes alvos aflatoxigênicos. Foram usados isolados de A. flavus, A. parasiticus, A. oryzae, A. niger, A. terreus, Penicillium expansum, e Fusarium verticillioides como DNA molde para testar a especificidade em PCR múltipla. Resultados positivos foram alcançados de isolados com DNA aflatoxigênico, A. flavus e A. parasiticus para os três pares de primers, sendo comprovado por PCR-ELISA. A reação precisou de poucas horas, possibilitando uma detecção rápida e simultânea de diversas amostras a baixo custo. Bufflier et al. (2007) descrevem que com o intuito de identificar espécies de Aspergillus: A. carbonarius, A. japonicus, A. aculeatus e A. ibericus, produtor de ocratoxina A em uvas e vinhos, um microarranjo de baixa complexidade (OLISA), baseado em sondas de oligonucleotídeos de DNA, foram obtidos de seqüências do gene da calmodulina. O microarranjo diferenciou todas as espécies de Aspergillus, onde o limite de detecção para A. carbonarius de 3,2pg de DNA molde para reação de PCR. 30 C. Figura 12. A – 82Kb do grupo de genes envolvidos na via biossintética de aflatoxinas de A. flavus e A. parasiticus. A nova nomenclatura dos genes é dada na esquerda da linha vertical e a nomenclatura antiga é dada na direita. Ao longo da linha vertical as setas indicam a direção de transcrição dos genes. A régua à esquerda da linha vertical indica o tamanho relativo desses genes em quilobases; B – Setas no painel B indicam as ligações a partir dos genes para as enzimas que eles codificam, das enzimas para os passos de bioconversão em que elas estão envolvidas, e dos intermediários para os produtos dos passos de bioconversão da aflatoxina. Abreviações descritas indicam: ácido norsólico (NOR), averatina (AVN), 5’-hidroxiaveratina (HAVN), oxoaveratina (OAVN), averufanina (AVNN), averufina (AVF), acetato versiconal hemiacetal (VHA), versiconal (VAL), versicolorina B (VERB), versicolorina A (VERA), demetilesterigmatocistina (DMST), diidrode-metilesterigmatocistina (DHDMST), esterigmatocistina (ST), diidroesterigmatocistina (DHST), O-metilesterigmaticistina (OMST), diidro-O-metil-esterigmatocistina (DHOMST), aflatoxina B1 (AFB1) aflatoxina B2 (AFB2), aflatoxina G1 (AFG1), aflatoxina G2 (AFG2); C – Genes envolvidos na via biossintética de esterigmatocistina de A. nidulans (Yu et al.. 2004). 31 1.1.1.1 Genes da via biossintética de aflatoxinas: polimorfismos e expressão diferencial Em comparações entre duas espécies que divergiram a milhões de anos, são poucas diferenças entre os indivíduos de cada espécie, porém quando a mesma região do genoma é coletada de indivíduos da mesma espécie, a diferença é mínima. Essas pequenas diferenças, variações podem ser chamadas de SNPs (Single nucleotide Polymorphisms), que são simplesmente variações genéticas na seqüência de DNA que ocorrem quando um único nucleotídeo no genoma é alterado. São também considerados como mutações pontuais que tiveram sucesso evolutivo suficiente para reaparecer em uma proporção significativa da população de uma espécie. Os SNPs, atualmente, são muito utilizados para diferenciação fenotípica entre indivíduos da mesma espécie, estando em grande parte, encontrados em regiões codificantes, os éxons. Quando presentes em regiões não codificantes, os SNPs não alteram a proteína codificadora, sendo de grande utilidade para estudos evolutivos. Porém quando presentes em regiões codificadoras de proteínas, como as vias regulatórias de um gene, podem afetar as taxas de transcrição e causar mudanças na produção da proteína codificada, levando a alterações na estrutura funcional do gene (Kim, 2007). Extensivos estudos para a identificação de SNPs em regiões de interesse de genomas têm sido realizados. Hayashi et al. (2004) estudaram a abundância e localização de SNPs em regiões com genes de resistência Piz e Piz-t de arroz em genomas de cultivares susceptíveis, e em cada cultivar doador de Piz e Piz-t. Foram encontrados grandes distribuições de SNPs, 1 SNP a cada 390bp entre a região do gene Piz, e 1 SNP a cada 173bp na região do gene Piz-t, sugerindo esses genes tiveram historias evolutivas distintas. Uma vantagem desse estudo é que genotipagem por SNPs é uma técnica rápida, barata e confiável. Cho et al. (1999) em genotipagem de Arabidopsis thaliana por SNPs, utilizaram dois ecótipos, Columbia e Landsberg, e plantas susceptíveis ao fungo patogênico Erysiphe orontii. As análises demonstraram que 64% dos 412 marcadores apresentaram clara discriminação entre plantas Columbia e Landsberg, e 58% dos marcadores discriminaram os heterozigotos. Andersen et al. (2008) amplificando parte de genes da via biossintética da lignina do genoma de milho (Zea mays L.) de amostras com diferentes forragens, encontraram 6 locos, que codificam C4H, 4CL1, 4CL2, C3H, F5H, e CAD, com diferentes níveis de diversidade nucleotídica e desequilíbrio de ligamento por meio do TASSEL, o que possivelmente reflete nos níveis de seleção. Figueiredo et al. (2008), em análises filogeográficas de amostras representativas de sorgos de diferentes cultivares, mostraram a diversidade de seqüências de seis genes 32 responsáveis pela qualidade do grão do sorgo (Shrunken2, Brittle2, Soluble starch synthaseI, Waxy, Amylose extender1, e Opaque2). Haplótipos com aproximadamente 1kb aparentemente foram pouco afetados pelo efeito da recombinação, enquanto similaridades entre as seqüências, possibilitaram o agrupamento de alelos relacionados e a discriminação de 2 ou 3 grupos remotamente relacionados dependendo do gene. Os resultados indicaram que a domesticação do sorgo envolveu a estrutura de populações fundadoras. Alelos que mostraram estar enraizados pela genealogia revelaram relacionamentos derivados de mutações ou recombinações. Comparações em germoplasmas revelaram contrastes entre genes, onde Shrunken2, Brittle2 e Soluble starch synthaseI mostraram uma perda da diversidade fora da região de origem do sorgo. Enquanto Waxy, Amylose extender1, e Opaque2 mostraram uma nova variação devido a mutações de pós-domesticação. Kristensen et al. (2007), apresentaram um trabalho sobre SNPs de Fusarium baseado em minisequenciamento usando reações de SNaPshot (Applied Biosystems) e primers de SNP desenhados baseados em motivos protéicos derivados de análises filogenéticas de seqüências de tradução do fator-1. Dezesseis espécies de Fusarium produtores de tricotecenos e moniliformina foram detectados e identificados pelo sistema. Um número de primers de SNPs foram desenvolvidos para detectar clados de espécies com a síntese particular de micotoxinas. O sistema conseguiu distinguir três grandes grupos produtores de tricotecenos, os do tipo A (Fusarium langsethiae e F. sporotrichioides), tipo B (F. cerealis, F. culmorum, F. graminearum, F. lunulosporum e F. pseudograminearum), e tipo A e tipo B (grupos dos tipos A e B), e alguns produtores de moniliformina. SNPs parecem ser o meio mais ambíguo para diferenciar Aspergillus spp., porém SNPs na região 5’ não traduzida e na região codante completa do gene regulatório da biossíntese de aflatoxinas, aflR (Chang et al. 1995; Lee et al. 2006), e na região parcial do gene citocromo b mitocondrial podem diferenciar A. sojae de A. parasiticus, assim como, A. oryzae de A. flavus (Wang et al. 2001). Análises utilizando SNPs em genes da via biossintética de A. flavus para diferenciar aflatoxicidade não estão descritas na literatura, o que mostra ser um novo caminho para a distinção entre fenótipos toxigênicos de A. flavus. Possíveis SNPs em sítios de domínios protéicos da via biossintética entre A. flavus aflatoxigênico e não aflatoxigênico podem influenciar a transcrição final do gene, levando ao fenótipo negativo, a ausência de toxina. Entretanto, sistemas de RT-PCR (PCR de transcriptase reversa) específico para A. flavus aflatoxigênico tem sido bem elucidado na literatura. A RT-PCR detecta o mRNA específico de um gene da biossíntese da aflatoxina, o qual garante que esse gene está transcrevendo ativamente, podendo ser considerado que a aflatoxina será produzida sob as condições a qual foi analisada, como condições ambientais e nutrientes estabelecidos. 33 Mayer et al. (2003) demonstraram que a concentração do mRNA de nor-1 (aflD) medida por RT-PCR em A. flavus aflatoxigênico colonizado em trigo pode estar correlacionada com o crescimento cinético do fungo e com a presença de aflatoxina B1. Sweeney et al. (2000) mostrou que aflatoxina de A. parasiticus pode ser monitorada por RT-PCR, onde RNAs totais de 439 amostras de A. parasiticus, cultivados em meios indutor e não indutor de aflatoxina, foram amplificados por RT-PCR com primers específicos para os genes aflR e aflQ. Os autores demonstraram que a produção de aflatoxinas monitorada por CCD estava correlacionada com a transcrição dos genes em questão. Sherm et al. (2005) estudaram isolados de A. flavus e A. parasiticus cultivados em meio indutor YES e não indutor YEP. Os resultados obtidos pela analise de RT-PCR, onde todas as amostras de Aspergillus foram crescidas em YES, detectaram transcritos específicos dos genes aflD, aflO, aflP correlacionados sempre com a proporção de aflatoxinas determinada pelo detecção do HPLC. A detecção de transcritos de outros genes testados, como aflG, aflH, aflI, aflK, aflM, aflQ, aflR e aflS não estavam sempre correlacionados com a toxicidade atual de cada isolado. Transcrições de genes aflatoxigênicos aflD, aflO e aflP estavam sempre ausentes em isolados crescidos em meio YEP, enquanto transcritos do gene tub1 foram detectados em ambas as culturas crescidas em meio YES e YEP. Degola et al. (2008) com intuito de desenvolver um sistema de RT-PCR múltiplo para diferenciar A. flavus produtor de aflatoxinas e A. flavus não produtor de aflatoxinas, utilizaram 27 amostras de A. flavus coletadas de grãos de milho, originários da Itália. Cinco genes da via biossintética de A. flavus, dentre eles 2 genes são regulatórios (aflR e aflS), e três genes estruturais (aflD, aflO e aflQ), foram alvo de primers específicos para destacar a expressão dos genes em micélios cultivados sob condições de indução para produção de aflatoxinas. Culturas crescidas em 48 horas expressaram o conjunto completo de genes analisados, enquanto culturas crescidas em 24 horas não apresentaram o mesmo padrão. Também foram feitos PCRs utilizando DNA genômico extraídos das mesmas amostras analisadas, correlacionando com a expressão gênica das amostras. Cai, et al. (2008), também utilizando análises de RT-PCR mostraram que o gene nadA foi expresso em meio YES, indutor de aflatoxina, e não foi expresso em meio YEP, não indutor de aflatoxina. O gene nadA não foi expresso em mutantes com deleção no gene aflR. Para esclarecer a função do gene nadA foi deletado o gene nadA em A. parasiticus aflatoxigênico. Os quatro mutantes para o gene nadA foram isolados pelo acúmulo do pigmento amarelo (NADA) nos micélios e meio de cultura. Depois de cultivados, isolados mutantes e tipos selvagens foram cultivados em meio YES por três dias, cada mutante produziu cerca de 50% do total de aflatoxinas G que o tipo selvagem produziu. Em contraste, as aflatoxinas B não diferiram significativamente entre mutantes e tipos 34 selvagens. O pigmento NADA foi tão instável que não poderia mudar a aflatoxina G1 enzimaticamente. Medidas LC-MS mostraram que a massa molecular de NADA foi 360, que significa 32 vezes maior que a AFG1. Este estudo confirmou que a fração citosolica de A. parasiticus selvagem reforça a formação de AFG1 de OMST, enquanto a fração citosolica de mutantes com deleção nadA não mostra a mesma atividade. Além disso, a fração do citosol do tipo selvagem mostrou a atividade da enzima catalisando a reação de NADA para AFG1, que requer NADPH ou NADH, indicando que NADA é um precursor para AFG1, em contraste, a fração do citosol de mutantes com deleção para nadA não mostrou a atividade da mesma enzima. Os resultados mostraram que a proteína nadA é a enzima citosólica necessária para a biossíntese da aflatoxina G a partir de OMST, e que catalisa a reação do NADA para AFG1, o último passo na biossíntese da aflatoxina G. Estudos correlacionando ESTs (Expressed Sequence Tags) e microarranjos (microarray) à aflatoxinas também têm sido descrito. Yu et al. (2007) com intuito de identificar genes potencialmente envolvidos na produção de aflatoxinas de A. flavus, analisaram um total de 7218 ESTs identificados de A. flavus de 26.110 clones de cDNA seqüenciados. Classificações funcionais foram atribuídas a esses ESTs e genes potencialmente envolvidos no processo de contaminação por aflatoxina. Baseado em informações dessas seqüências de ESTs, um microarranjo do DNA genômico foi construído. Para identificar redes potencialmente regulatórias que controlam a produção de aflatoxinas, foram avaliados os perfis das expressões dos genes em meios indutores e não indutores em A. flavus e A. parasiticus. Culturas cultivadas em meio indutor, foram suportadas pelos resultados das expressões gênicas. OBrian et al. (2003) tentando identificar genes adicionais da via biossíntetica de aflatoxina, analisaram bibliotecas de cDNA de A. flavus e microarranjos de vidro de ESTs. Em uma análise inicial de clones de cDNA, levou a identificação de 753 ESTs únicos. Muitas seqüências mostraram similaridade para metabólicos e genes regulatórios conhecidos. Entretanto, nenhuma função pôde ser correlacionada com mais de 50% dos ESTs. Análises da expressão gênica de A. parasiticus cultivado em meios indutores e não indutores para a produção de aflatoxinas foram avaliados usando microarranjos de vidro contendo os 753 ESTs, onde 24 genes foram mais expressos durante a biossíntese de aflatoxinas e 18 genes foram mais expressos antes da biossíntese. Nenhuma função específica pode ser relacionada aos 18 dos 24 genes, que elevaram a expressão, foram associados com a biossintese de aflatoxina. 35 2 Justificativa A produção de amendoim (Arachis hypogaea) tem sido altamente prejudicada pela ocorrência de aflatoxinas, que afeta sobremaneira a sua exportação. Os níveis de contaminação de aflatoxinas B1 em amendoim exportados para Europa têm atingido números elevados (2 – 3 mg/kg), impossibilitando seu uso até para ração animal. Além do amendoim, a castanha-do-Brasil (Bertholletia excelsa Humb. & Bompl.) contribui para a economia do Brasil, pois a maior parte da sua produção anual é exportada para a Europa e EUA. Nos últimos anos tem sido grande o número de lotes (cerca de 10%) de castanha-doBrasil rejeitados pela União Européia devido aos altos índices de contaminação por aflatoxinas (superiores a 2,25 ppm), resultando na restrição para importação de castanha pela União Européia (FAO, 2008). O sistema de Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle, HACCP, é um sistema preventivo que busca a produção de alimentos inócuos. Este princípio está sustentado na aplicação de princípios técnicos e científicos na produção e manuseamento dos alimentos desde o campo até a mesa do consumidor. Uma definição prática desta análise deve destacar que este conceito cobre todo tipo de fatores de risco ou perigos potenciais à inocuidade dos alimentos, que podem ser biológicos, químicos e físicos; quer sejam os que ocorrem de forma natural no alimento, no ambiente ou seja, decorrentes de erros no processo de fabricação. Atualmente, os métodos de análise morfológica e cromatográfica de CCD e CLAE utilizados para a detecção de micotoxinas pelos laboratórios particulares e credenciados pelo MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), são métodos lentos e caros com poucos laboratórios aptos a realizar. Com isso são realizadas poucas análises para o mercado interno, permitindo que a população de um modo geral, consuma alimentos potencialmente contaminados por aflatoxinas. Um exemplo é Caldas et al., 2002 que em parceria com o Laboratório Central de Saúde Pública do Distrito Federal, Brasília, encontraram níveis de aflatoxinas que ultrapassam os níveis aceitos pela legislação brasileira em 19,6% das amostras de castanhas, milho, entre outros analisados. Este projeto visa uma contribuição para o desenvolvimento de uma estratégia de PCR, em forma de kit-diagnóstico rápido, eficiente e sensível para certificação de grãos brasileiros livres de fungos aflatoxigênicos, e que não altere demasiadamente o custo final do produto, ao mesmo tempo em que garanta a sua qualidade. O método molecular para a identificação e detecção sensível de A. flavus permitirá detecção de isolados aflatoxigênicos dos não aflatoxigênicos, o qual a morfologia não diferencia. A aplicação do método vai facilitar a identificação de focos de contaminação precocemente, visando à redução das perdas causadas pela contaminação de aflatoxinas. Além de contribuir para a 36 comercialização de um produto mais saudável, que aumentará a qualidade dos produtos brasileiros no mercado nacional, o conhecimento gerado poderá também elevar a exportação de grãos, aumentando a geração de divisas e empregos para os produtores. 37 3 Objetivos 1.2 Objetivo geral Este projeto tem como objetivo o desenvolvimento de um método de PCR específico para detecção de Aspergillus flavus aflatoxigênico em grãos brasileiros. 1.3 Objetivos específicos 1. Caracterizar aflatoxigenicidade em isolados de Aspergillus flavus por meio de CCD; 2. Caracterizar isolados de Aspergillus flavus aflatoxigênicos e Aspergillus flavus não aflatoxigênicos por meio de RAPD, para o desenvolvimento de um sistema de RAPD SCAR a ser utilizado na detecção de Aspergillus flavus aflatoxigênicos; 3. Desenvolver e validar um sistema de PCR específico para Aspergillus flavus a partir da região nuclear rDNA ITS; 4. Desenvolver e validar um sistema de PCR específico para Aspergillus flavus a partir da região mtDNA SSU rDNA; 5. Determinar a diversidade nucleotídica dos genes aflR, aflP e aflQ da via biossintética de aflatoxinas em populações de Aspergillus flavus aflatoxigênicos e não aflatoxigênicos 38 4 Material e Métodos 4.1 Coleção de Aspergillus flavus 4.1.1 Identificação morfológica dos isolados de Aspergillus flavus A coleção de A. flavus do presente trabalho possui 63 isolados, que foram adquiridos através de um mapeamento de áreas de ocorrência de amêndoas de cajueiro e amendoim infectadas por A. flavus no campo e em locais de armazenamentos feitos pela Embrapa Agroindústria (CNPAT), CE. As amêndoas foram adquiridas a partir de sete localidades: feiras de Fortaleza-CE (origem Amazonas), Belém (origem Amazonas), Beribe County-CE, São Raimundo Nonato-Piauí, Amazonas, Acre e Pará (anexo 1). Para o isolamento de colônias de A. flavus, fragmentos de amêndoas do cajueiro e de castanha-do-Brasil foram colocados em placas de petri com ágar-ágar (1,5%), mantidos em condições de 12 horas no escuro e 12 horas em luminosidade e com temperaturas variando de 23 a 28ºC (Freire et al., 1999). Após o surgimento de colônias, isolados de A. flavus foram transferidos, com o auxílio de uma alça de Drigalsky, em cultura pura e cultivados em tubos de ensaio e placas de petri com meio de cultura Czapek (em 100 ml de água destilada, 30 g de NaNO3, 5 g de KCl, 5 g de MgSO4, 0,1 g de FeSO4) com extrato de levedura (CYA) (Pitt & Hocking, 1985), contendo fitas de papel de filtro autoclavadas com cerca de 0,5 mm de largura e 20 mm de comprimento. Após sete dias de crescimento a uma temperatura de 25ºC, os papéis de filtro foram retirados das placas de petri colonizadas e guardados em Eppendorf de 1,5ml e preservados juntamente com os tubos de ensaio colonizados em câmara fria com temperatura cerca de 4ºC. Para análises de SNPs, a extração do DNA dos 63 isolados de A. flavus foi conduzida com um novo crescimento em uma fonte de celulose, arroz parboilizado autoclavado, por 7-10 dias a 25°C. Em seguida, grãos de arroz que continham A. flavus esporulados foram inoculados e crescidos em meio MMT de Martin (1950) e modificado conforme Homechin (1987) (Corabi-Adell, 2004) por 7-10 dias a 25°C para facilitar o isolamento das colônias de A. flavus. 4.2 Identificação de isolados de Aspergillus flavus aflatoxigênico 39 A presença ou ausência de aflatoxinas secretadas de 63 isolados de A. flavus foram determinadas por meio de CCD (Paterson, 1994; Singh et al., 1991). Para tanto, os fungos foram cultivados em meios específicos (CYA), e em extrato de levedura com sacarose (YES) (Pitt & Hocking 1985), ambos indutores de produção de aflatoxinas. Os isolados foram incubados durante 7 a 10 dias entre 25 a 30°C, apresentando assim, esporulação de conidiósporos. Os 63 isolados de A. flavus foram submetidas ao crescimento no escuro durante o período de crescimento. Quadrados de micélio de 1 cm x 1 cm foram cortados e sob o micélio foi adicionado 10μl da solução 2:1 de clorofórmio: etanol para a liberação da aflatoxina. Os micélios foram pressionados a distâncias de 1 cm x 1cm na base da placa de TLC (Silica gel 60; Merck, Darmstadt, Germany), onde foram adicionados posteriormente 1μl (10ppb/μl) de cada padrão das aflatoxinas B1, B2, G1 e G2 (Sigma, St Louis, MO, USA). Em uma cuba de TLC foi preparada uma solução 9:1 de 100 ml de clorofórmio e acetona, e acrescido à cuba a placa de TLC e papel filtro de mesmo tamanho da placa de TLC para ajudar na migração do solvente sobre a fase estacionária. Depois da migração do solvente até ¾ da placa de TLC, esperou-se a secagem da placa à temperatura ambiente por 15 minutos para a sua revelação em câmara de U.V. cromato view com o comprimento de onda de 366nm (tabela 4). 4.3 Extração do DNA genômico de Aspergillus flavus Os micélios de cada isolado de A. flavus foram crescidos em frasco erlenmeyer de 250 ml com 100 ml de meio de cultura líquido CYA, e incubados a 25ºC à 120rpm, durante 3 dias. Os micélios de cada isolado foram recuperados por filtragem manual, e lavado com água destilada e esterilizada, para remoção de todo resíduo do meio de cultura. Foram acondicionados em tubos eppendorf de 1,5ml, liofilizados, e macerados em cadinho de porcelana. Após a maceração, o DNA genômico foi extraído pelo método fenol-clorofórmio (Raeder & Broda, 1985), onde foram homogeneizados 50mg de micélio macerado em 500μl de tampão de extração (Tris HCl 200 mM, NaCl 250 mM, EDTA 25 mM e SDS 0,5% pH 7,0). Em seguida, foram adicionados 350 μl de fenol, misturando-se gentilmente o conteúdo. Posteriormente, 150 μl de clorofórmio foi adicionado, misturando o conteúdo do eppendorf por inversão até a uma aparência leitosa, iniciando-se nesta fase, a degradação do material protéico. A suspensão foi centrifugada a 13.000 rpm por 30 minutos, em centrífuga refrigerada à temperatura de 4º C. Da fase aquosa superior foi transferido no máximo 750 Pl para eppendorf de 1,5 ml acrescentando-se 10 μl de RNAse (1 U/μl), incubando-os à 37ºC por 10 minutos para remoção do RNA. Para a eliminação de proteínas residuais, 40 acrescentou-se igual volume de clorofórmio misturando o conteúdo suavemente por inversão, seguido de centrifugação por 10 minutos a 13.000 rpm. Em seguida, transferiu-se a fase aquosa superior para novos tubos eppendorfs onde o DNA foi precipitado com isopropanol à -20ºC na proporção de 54% do volume da solução. Efetuou-se nova centrifugação por 10 a 20 segundos a 5.000 rpm e descartou-se o sobrenadante. Para a remoção de sais, o precipitado foi lavado com 200 μl de etanol 70% a 4°C, centrifugado por 1 minuto onde novamente o sobrenadante é descartado. A secagem do DNA foi efetuada no speedvacuum (Eppendorf Concentrator 5301) por 10 a 15 minutos e em seguida, ressuspendido em 50 l de tampão TE (10mM Tris-HCl, pH 8,0 e 1 mM EDTA). O DNA purificado foi submetido à eletroforese em gel de agarose 1% (5 V/cm) na presença de brometo de etídio (1 μg/ml) e quantificado visualmente por comparação com o marcador padrão Low DNA Mass Ladder (Invitrogen). Para finalizar, as amostras de DNA foram diluídas em água Milli-Q estéril para uma concentração final de 5 ng/μl. 1.4 Análise da variabilidade genética em isolados de Aspergillus flavus aflatoxigênicos e Aspergillus flavus não aflatoxigênicos via RAPD Foi realizada a caracterização molecular por RAPD de isolados de A. flavus produtores e não produtores de aflatoxinas, estabelecidos pelo método de cromatografia de camada delgada (CCD). Baseado no número de bandas observadas e reprodutibilidade foram usados 32 primers randômicos (B10, B20, C10, C20, D20, E10, E20, G10, H10, J10, J20, K10, K20, M10, M20, O10, O20, P10, P20, Q20, S10, T20, U20, V10, V20, OPA02, OPA04, PM04, OPF10, OPF13, X10 e X20) para a estimativa da variabilidade genética dos isolados de A. flavus, onde cinco isolados representativos foram selecionados entre os produtores de aflatoxinas e cinco isolados entre os não produtores de aflatoxinas. Com vista a obter bandas mais definidas, foi utilizada a Taq Platinum (Invitrogen) e tampão de corrida TAE 1X. A PCR foi realizada com um volume final de 10 μl, contendo 2 μl de água Milli-Q, 1,3 μl de tampão de Taq Platinum 1X, 1,0 μl de MgCl2 (50 mM), 1,5 μl do primer (10 mM), 1,04 μl de dNTPs (2,5 mM), 1,04 μl de BSA 1X, 0,13 μl de Taq Platinum (5 U/μl) e 2 μl de DNA genômico (10 ng/μl). O programa de temperaturas usado foi: desnaturação inicial a 94°C por 3 minutos; 39 ciclos de desnaturação a 94°C por 1 minuto, anelamento a 36°C por 1 minuto, extensão a 72°C por 2 minutos, extensão final a 72°C por 10 minutos. Os produtos de PCR foram visualizados por eletroforese em gel de agarose 1.5%, TAE 1X em 20 volts, acrescidos com 9μl de brometo de etídeo (1 μg/ml). 41 As condições experimentais foram padronizadas com somente bandas reproduzíveis pontuadas, onde os dados binários foram combinados e analisados com o programa MVSP v3.1 (Kovach 1999) para determinação de relações fenéticas. As similaridades foram determinadas com o coeficiente de Jaccard, e visualizadas de acordo com o método UPGMA. 1.5 Primers específicos desenhados para diagnose molecular de Aspergillus flavus 1.5.1 Primers específicos para região nuclear do rDNA ITS Para o desenvolvimento de primers específicos de região do rDNA ITS, foram feitas em trabalho anterior, amplificações e análise de seqüências da região nuclear do rDNA ITS1 e ITS2 e do gene 5.8s em 48 isolados de A. flavus (Midorikawa et al., 2008). Nesse estudo, foram analisados 43 seqüências depositados no Genbank do rDNA ITS de diversas espécies no gênero Aspergillus junto com 19 espécies de 14 gêneros de fungos comumente associadas com B. excelsa e A. occidentale no Brasil (Freire et al. 1999, 2000), junto com as seqüências do rDNA ITS em isolados UCB01 a UCB48 (Genbank acessos EF409767 até EF409814). O alinhamento das seqüências foi conduzido utilizando o ClustalW (Thompson et al. 1994) e o desenho de primers utilizando o Primer3 (Rozen & Skaletsky 2000). Foram desenvolvidos 5 primers específicos para a região do rDNA ITS 1 e 2 (ASPITSF, ASPITSF2, ASPITSR, ASPITSR2 e ASPITSR3) (Tabela 1) os quais foram testados para especificidade e sensibilidade em A. flavus (atividade entre 2007 e 2009). A PCR foi realizada com um volume final de 12,5 μl, contendo 6,1 μl de água Milli-Q, 1,25 μl de Tampão de Taq Platinum 1X, 0,375 μl de MgCl2 (50mM), 0,5 μl do primer (10mM), 1,0 μl de dNTPs (2,5 mM), 0,625 μl de BSA 1X, 0,125 μl de Taq Platinum (5 U/μl) e 2,0 μl de DNA (concentração de 10 ng/μl). O programa de temperaturas utilizado foi de desnaturação inicial à 94ºC por 4 minutos, desnaturação do DNA à 92ºC por 1 minuto, temperatura de anelamento do primer de 60ºC por 1 minuto, extensão de 72ºC por 1 minuto, extensão final de 72ºC por 5 minutos e conservação da reação à 10ºC. Os três passos de desnaturação do DNA, anelamento e extensão foram repetidas 39 vezes. De acordo com estudo anterior (Midorikawa et al., 2008) dois primers específicos para a região do rDNA ITS de A. flavus (ASPITSF2 e ASPITSR3) foram selecionados como candidatos promissores para PCR especifica em A. flavus. 42 Tabela 1: Combinações testados entre primers específicos desenhados a partir de regiões específicas para A. flavus em rDNA ITS nuclear, com tamanho de produto esperado, em pares de bases, para cada combinação de primer. Primers Forward ASPITSR 400pb* 400pb ASPITSF ASPITSF2 Primers Reverso ASPITSR2 400pb 400pb ASPITSR3 400pb 400pb * tamanho do produto de PCR esperado (em pares de bases) 4.3.1 Primers específicos para região do mtDNA SSU rDNA Um trabalho semelhante foi realizado para a região do mtDNA SSU rDNA, com seqüências amplificadas de 48 isolados de A. flavus pelos primers universais MS1 e MS2 (White et al., 1990). O alinhamento das seqüências foi conduzido utilizando o programa Muscle (Edgar, 2004) e incluindo seqüências disponíveis no Genbank de A. fumigatus, A. niger, A. ochraceus, A. penicillioides, A. silvaticus e A. versicolor. Para o desenho de primers específicos para o gênero Aspergillus foi utilizado o programa Primer3 (Rozen & Skaletsky 2000). A partir do conjunto de primers específicos para o gênero Aspergillus desenhados para a região mtDNA SSU rDNA (tabela 2), estes foram otimizados com isolados de A. flavus, A. fumigatus e Trichoderma harzianum quanto a especificidade e sensibilidade. A PCR foi realizada com um volume final de 12,5 μl, contendo 6,125 μl de água Milli-Q, 1,25 μl de Tampão 10X, 0,25 μl do primer (10 mM), 1,25 μl de dNTPs (2,5 mM), 1,25 μl de BSA, 0,125 μl de Taq (5 U/μl) e 2,0 μl de DNA (concentração de 10 ng/μl). O programa utilizado foi de desnaturação inicial à 94ºC por 4 minutos, desnaturação do DNA à 92ºC por 1 minuto, temperatura de anelamento do primer de 60ºC por 1 minuto, extensão de 72ºC por 1 minuto, extensão final de 72ºC por 5 minutos e conservação da reação à 10ºC. Os três passos de desnaturação do DNA, anelamento e extensão foram repetidas 39 vezes. Dois primers específicos para o gênero Aspergillus, ASP_GEN_MTSSU_F1 e ASP_GEN_MTSSU_R1 foram selecionados como candidatos promissores para PCR específica em Aspergillus. Tabela 2: Combinações entre primers de regiões específicas do mtDNA SSU rDNA e tamanhos de pares de base esperados para cada combinação de primer. Primers Forward MS1 ASPITS_GEN_MTSSU_F1 ASPITS_GEN_MTSSU_F2 Primers Reverso MS2 ASPITS_FLA_FLU_OCH_MTSSU_R ASPITS_GEN_MTSSU_R1 532pb* 531bp 531bp 532bp 480bp 480bp 532bp 480bp 480bp * tamanho do produto de PCR esperado (em pares de bases) 43 1.6 Desenho de controles de amplificação interno (IACs) e otimizações dos sistemas de PCR especifico 1.6.1 Desenho do controle de amplificação interno (IAC) para região do rDNA ITS específico de Aspergillus flavus Para a construção do controle de amplificação interna para a região rDNA ITS específica de A. flavus, foi realizado um mapa de restrição por meio do programa DNAMAN (Lynnon Corporation, 2008) a partir da seqüência (400pb) gerada pelos primers ASPITSF2 e ASPITSR3 (apêndice b). O produto da PCR gerado pelos primers ASPITSF2 e ASPITSR3, foi ligado ao vetor plasmídio pGEM-Teasy. O mix da reação foi preparado com 5 μl de tampão 2X de DNA ligase; 1 μl de T4 ligase; 1 μl da enzima pGEM-T Easy (50ng/μl); 2,5 μl (25ng) do produto da PCR; e 0,5 μl de água MilliQ em um volume total de 10 μl. A incubação foi de 5 horas em temperatura ambiente. A transformação foi realizada por choque térmico utilizando células competentes de E. coli preparadas usando cloreto de cálcio, onde foram usados 4 μl da ligação do vetor pGEM-Teasy ao produto da PCR em 100μl de célula competente. A transformação foi inoculada (100 ml) em meio LB sólido com ampicilina (100g/ml), na presença de Xgal (40 μl) e IPTG (4 μl). As colônias recombinantes contendo o inserto foram incubadas em 2 ml de meio LB e ampicilina (2 μl) por 16 horas a 37°C em 200 rpm. Para certificação de que todas as colônias continham o inserto, foi realizada uma PCR a partir da colônia transformada. Para tanto, o mix foi preparado para um volume final de 20 μl, contendo 13 μl de água MilliQ; 2 μl de tampão 1x; 1,6 μl de MgCl2 (50mM); 0.2 μl de dNTPs; 0,5 μl do primer (10mM) (ASPITSF2 e ASPITSR3); 0,2 μl de Taq polimerase (5U/μl); 2 μl da cultura transformada). O programa de temperaturas usado foi: desnaturação inicial a 95°C por 2 minutos; 35 ciclos de desnaturação a 95°C por 1 minuto, anelamento a 60°C por 1 minuto, extensão a 72°C por 30 segundos, extensão final a 72°C por 5 minutos. Das colônias que apresentaram o inserto, o DNA plasmidial foi extraído por meio de lise alcalina. A digestão foi conduzida utilizando duas enzimas de restrição, a SmaI (Invitrogen), cortando na posição de nucleotídeo 36, e a ClaI (Invitrogen), cortando na posição de nucleotídeo 147 do produto da PCR, resultando no splicing de um fragmento de 111pb. O mix foi preparado com volume final de 50 μl, contendo 5 μl do tampão NEB4; 5 μl de BSA 1X; 10 μl (100 ng/μl) do DNA plasmidial; 1 μl da enzima ClaI; 29 μl de água MilliQ. A incubação foi de 12 horas a 37°C. 44 Após a digestão da enzima ClaI, foi adicionado 2,5 μl da enzima SmaI e incubou a 25°C por 12 horas. A digestão foi novamente incubada a 65°C por 20 minutos. Foram adicionados 2 μ de dNTP (1mM) e 1μl de Klenow 1U/μl (Invitrogen), DNA polimerase, e incubou a 25°C por 15 minutos. Foram acrescentados 1,2μl de EDTA 500 mM pH 8,0 e incubou a 75°C por 20 minutos. O DNA plasmidial contendo a região de anelamento dos primers (3301pb), foi purificado do gel de acordo com o kit Geneclean II (Qbiogene). Após retirar o fragmento de interesse pela digestão e transformar a extremidade digerida por ClaI em cega (blunt end) pela DNA polimerase Klenow, foi feita a ligação das extremidades geradas pela digestão de ClaI e SmaI. O mix foi preparado com 4,5 μl DNA eluido do gel; 5 μl de tampão 2X (pGEM-T Easy); 0,5 μl de T4 ligase, e incubado overnight a 4°C para produzir um fragmento 111 pb menor que o fragmento específico original. Uma nova transformação foi realizada utilizando a metodologia anterior. Porém as placas de inoculação não continham Xgal e IPTG, uma vez que todas as colônias apresentarão o inserto na região do lacZ e silenciando a expressão do gene não haverá diferenciação das colônias em azuis e brancas. Depois do período de incubação, todas as colônias foram selecionadas e diferenciadas por PCR de acordo com o método anterior. Após a clonagem, a amostra recombinante foi armazenada em culturas de glicerina a uma temperatura de 80°C negativos. O DNA plasmidial foi isolado por meio de lise alcalina, e a uma concentração ótima, usado como DNA molde do IAC em reações de PCR específicas. Os testes de concentrações ideais dos DNAs genômicos e plasmidial foram realizados com ambas as concentrações de DNAs variando entre 10 ng, 1 ng, 100 pg, 10 pg, 1 pg, 100 fg, 10 fg e 1 fg/μl. Os produtos da PCR foram visualizados por eletroforese em gel de agarose 1%. 4.3.2 Otimização do sistema de PCR utilizando primers para a região do rDNA ITS específicos para Aspergillus flavus e IAC A partir dos primers ASPITSF2 e ASPITSR3 específicos para a região rDNA ITS em A. flavus, uma otimização do sistema de PCR contendo um IAC foi realizada. Os testes de especificidade dos primers foram conduzidos usando DNA genômico de isolados de A. flavus, A. awamore, A. fumigatus, A. niger, Penicillium citrinum, Trichoderma harzianum, Cladosporium cladosporioides e Fusarium solani. Isolados A. awamore, A. fumigatus, A. niger, Penicillium citrinum, Trichoderma harzianum, Cladosporium cladosporioides foram obtidos da Embrapa Cenargen, Brasília, e Isolados de F. solani foram obtidos do Departamento de Patologia de Planta, da Universidade de Brasília (CMUnB). 45 Gradientes de temperatura e concentração de DNA genômico e plasmidial também foram realizados. Para tanto, a PCR foi realizada com um volume final de 20 μl, contendo 11,4 μl de água MilliQ; 2 μl de tampão 1X; 1,6 μl de MgCl2 (50 mM); 0.8 μl de dNTP (2,5 mM); 0,5 μl do primer (10 mM) (ASPITSF2 e ASPITSR3); 0,2 μl de Taq polimerase (5 U/μl); 2 μl do DNA genômico (10 ng/μl) e 1 μl do IAC (5 pg/μl). O programa de temperaturas usado foi: desnaturação inicial a 95°C por 2 minutos; 30 ciclos de desnaturação a 95°C por 1 minuto, anelamento a 62°C por 1 minuto, extensão a 72°C por 30 segundos, extensão final a 72°C por 5 minutos. Os produtos da PCR foram visualizados por eletroforese em gel de agarose 1%. Os testes de limite de detecção foram conduzidos com o DNA do isolado UCB040 de A. flavus diluído nas concentrações de 10ng, 1 ng, 100 pg, 10 pg, 1 pg, 100 fg, 10 fg até 1 fg/μl. Todos os experimentos foram conduzidos em duplicatas, com um controle negativo separado com a falta de DNA molde em cada reação de PCR. 4.3.3 Desenho do controle de amplificação interna (IAC) para região do mtDNA SSU rDNA específico do gênero Aspergillus Para a construção do controle de amplificação interna para a região mtDNA SSU rDNA específica do gênero Aspergillus, um mapa de restrição foi realizado por meio do programa NEBcutter V2.0 da BioLabs (http://tools.neb.com/NEBcutter2/index.php), a partir da seqüência de 480bp gerada pelos primers ASP_GEN_MTSSU_F1 e ASP_GEN_MTSSU_R1 (apêndice c). A partir do produto de PCR gerado pelos primers ASP_GEN_MTSSU_F1 e ASP_GEN_MTSSU_R1, foi realizada uma digestão utilizando a enzima de restrição SnaBI (BioLabs), cortando na posição 154, e gerando blunt end. O mix foi preparado com um volume final de 50μl, contendo 10μl (100ng/μl) do produto da PCR, 5μl do tampão NEB 4 (10X), 5μl de BSA 1X, e 1μl da enzima de restrição SnaBI. A incubação foi a 37°C por 1 a 2 horas. Os fragmentos foram purificados do gel de agarose 1% de acordo com o Kit QIAEX II, Gel extraction kit (150) (Qiagen). Em seguida a purificação dos fragmentos do gel de agarose, foi conduzida a adenilação para adicionar uma cauda poliA à extremidade onde ocorreu o corte da enzima. O mix foi preparado com 10 μl finais, contendo 1,5 μl de tampão 10X (pht), 3,6 μl de dNTP (2,5 mM), 9,7 μl do fragmento purificado do gel, e 0,2 μl de Taq polimerase (5 U) (pht). A incubação foi a 72°C por 30 minutos. Após a adenilação do fragmento de 154bp, o fragmento foi ligado ao vetor pGEM- T Easy. O mix da reação foi preparado com um volume final de 10 μl contendo, 5 μl tampão 2X de DNA ligase; 1 μl de T4 ligase, 1 μl da enzima 46 pGEM-T Easy (50ng/μl); 2,5 μl (25 ng) do produto da PCR. A incubação foi por 5 horas em temperatura ambiente. A transformação foi realizada por eletroporação utilizando células competentes de E. coli preparadas com glicerol. Foram usados 2.5 μl da ligação do vetor pGEM-T Easy ao produto de PCR adenilado em 40 μl de célula competente a 1,8 V do eletroporador. A transformação foi incubada em 1 ml de meio SOC por 1 hora à 37°C, onde 100 μl da transformação foram inoculados em placas preparadas com meio LB, ampicilina (100 μg/ml), Xgal (40 μl) e IPTG (4 μl). As colônias contendo o inserto foram inoculadas em 2 ml de meio LB e ampicilina (2 μl) por 16 horas a 37°C em 200 rpm. Para verificação da presença do fragmento de 154 bp no plasmídio, foi feita uma PCR de colônia transformada, utilizando 2 colônias negativas e 4 colônias positivas. O mix foi preparado com 20 μl finais, contendo 2 μl de tampão 10X pht, 0,8 μl de dNTP (2,5 mM), 2.5 μl de primer M13 forward (2 mM) e 2.5 μl de primer M13 reverso (2 mM), e 0,2 μl de taq pht (5 U). Com o auxilio de uma ponteira, cada colônia foi mergulhada na reação de PCR. Programa utilizado foi de desnaturação inicial de 95°C por 2 minutos, 30 ciclos com desnaturação a 95°C por 1 minuto, anelamento a 50°C por 1 minuto, e extensão a72°C por 30 segundos, e extensão final de 72°C por 5 minutos. Das colônias que apresentaram o inserto, o DNA plasmidial foi extraído por meio de lise alcalina. 4.3.4 Otimização do sistema de PCR utilizando primers para a região mtDNA SSU rDNA específicos para o gênero Aspergillus e IAC Os testes do sistema da PCR com DNA genômico e plasmidial, foram realizados com primers específicos para o gênero Aspergillus da região mtDNA SSU rDNA, ASP_GEN_MTSSU_F1 e ASP_GEN_MTSSU_R1, com isolados de A. flavus, A. awamore, A. fumigatus, A. niger, Penicillium citrinum, Emericella, Trichoderma harzianum, Cladosporium cladosporioides e Fusarium solani. Isolados de F. solani foram obtidos do Departamento de Patologia de Planta, da Universidade de Brasília (CMUnB). Foram feitas otimizações quanto à temperatura de anelamento do primer. Para tanto, foi realizado uma gradiente de temperatura e concentração do DNA genômico e plasmidial, onde a PCR foi preparada com um volume final de 20 μl, contendo 10,5μl de água MilliQ; 2μl de tampão 1X; 0.8μl de dNTP (2,5mM); 0,5μl do primer (10mM) (ASP_GEN_MTSSU_F1 e ASP_GEN_MTSSU_R1); 2,5μl do primer M13 reverso (2mM); 0,2μl de Taq polimerase (5U/μl); 2μl do DNA genômico (10ng/μl) e 1μl do IAC (5pg/μl). 47 O programa de temperaturas usado foi: desnaturação inicial a 95°C por 2 minutos; 30 ciclos de desnaturação a 95°C por 1 minuto, anelamento a 60°C por 1 minuto, extensão a 72°C por 30 segundos, extensão final a 72°C por 5 minutos. Os testes de concentrações ideais dos DNAs genômicos e plasmidial, foram realizados com ambas as concentrações de DNAs variando entre 10ng, 1ng, 100pg, 10pg, 1pg, 100fg, 10fg e 1fg/μl. Os produtos da PCR foram visualizados por eletroforese em gel de agarose 1%. 1.7 Análise da diversidade nucleotídica dos genes aflR, aflP e aflQ da via biossintética de aflatoxinas em populações de Aspergillus flavus aflatoxigênicos e não aflatoxigênicos 1.7.1 Escolha de genes candidatos da via biossintética de aflatoxinas em Aspergillus flavus Para o estudo da diversidade em genes da via biossintética candidatos na diferenciação de A. flavus aflatoxigênico e não aflatoxigênico, uma busca foi feita na literatura (apêndice d) por genes comprovadamente envolvidos na produção de aflatoxina em A. flavus. Foram feitas buscas por seqüências completas desses genes candidatos no GenBank (http://www.ncbi.nlm.nih.gov/) e no genoma completo de A. flavus (http://www.aspergillus flavus.org). Selecionadas as seqüências de bancos de dados eletrônicos, uma identificação de seqüências codificantes dos genes foi realizada com o auxílio do programa Inter Pro (http://www.ebi.ac.uk/interpro/). Através do programa Artemis (Rutherford, et al., 2000) foram feitas anotações para os genes aflR, aflP e aflQ, quanto às posições dos íntrons e éxons (figuras 13, 14 e 15). 1.7.2 Desenho e otimização de primers específicos para os genes aflQ, aflP e aflR A partir de seqüências completas dos genes aflR, aflP e aflQ de A. flavus, foram desenhados um conjunto de primers que sobrepõem as seqüências gênicas com o auxilio do programa Primer 3 (http://frodo.wi.mit.edu/) (apêndice “e”) (tabela 3) (figuras 13, 14 e 15). A otimização dos conjuntos de primers foi realizada a partir de um mix preparado para um volume final de 20 μl, contendo 14 μl de água MilliQ; 2 μl de tampão 10X pht; 0,8 μl de dNTP (2,5 mM); 0,5 μl de primer forward e 0,5 μl de primer reverse (10 mM); 0,2 μl Taq polimerase (5 U/μl) pht; 2 μl de DNA genômico (10 ng). Para tanto, foi realizado um gradiente de temperatura com as seguintes condições de temperaturas: desnaturação inicial a 95°C por 2 48 minutos; 30 ciclos de desnaturação a 95°C por 1 minuto, anelamento variando entre 45 a 65°C por 1 minuto, extensão a 72°C por 30 segundos e extensão final a 72°C por 5 minutos. Tabela 3: Combinações entre primers dos genes aflR, aflP e aflQ de A. flavus, com seqüências dos primers Forward e Reverse, respectivamente, tamanhos esperados, em pares de bases, para cada combinação e temperatura de anelamento utilizada. Primers Forward Primers Reverse aflR_F1 aflR_R1 aflR_F2 aflR_R2 aflR_F3 aflR_R3 aflR_F4 aflR_R4 aflP_F1 aflP_R1 aflP_F2 aflP_R2 aflP_F3 aflP_R3 aflP_F4 aflP_R4 aflQ_F1 aflQ_R1 aflQ_F2 aflQ_R2 aflQ_F3 aflQ_R3 aflQ_F4 aflQ_R4 aflQ_F5 aflQ_R5 Seqüência dos Primers TGTCGATATCATTCCAATTT GCTGGCATGGTATGCT GTGCAGCACGCGCTCTT CCGATTTCTTGGCCGAGTC TGCTAGCGAAAAGCAGCA ACTCGGCGACCATCAGAG GATTGTGGATGCGGTTGC GTGCGAGGCAACGAAAAG CGAATTAGGGCAAAAGGTGT GCGCCGACGTCTATCTTC GATGTTAGAGAGGATTTCCA CTAGATAGGAACGGAGCTG AACCTCGTCCACAGTGCT CATCACTCGACACAATCGTC GCCTTTCAGTGGATGACCT AAATAGGCACACCCGACA GATACGGCAGACGCGAAA GTGCAAAAGGGGCATCTG GAGGTTATGGGACAGACCA ACAACTCATCTTTTCCATGC CGACATACTGAACATGGGTA TACCGTGTCCGATCCTC TCTGGATCACATCAAGAGCA CTGGGATCATGGGTAAACG TTGTTTCACACCCGTCCA GCACCAGTCGCAATACAGC Tamanho do fragmento Temperatura de anelamento 480pb 50°C 482pb 60°C 486pb 60°C 474pb 60°C 481pb 60°C 482pb 50°C 500pb 60°C 482pb 60 C 480pb 60°C 495pb 60°C 481pb 60°C 482pb 60°C 495pb 60°C Figura 13: Gene aflR da via biossintética de aflatoxinas de A. flavus contendo um único exon de 1335pb. Sobreposição dos segmentos seqüenciados e tamanhos de fragmentos gerados para cada segmento. Acc número de acesso do Genbank da seqüência que foi utilizada para desenho dos primers e exons. 49 Figura 14: Gene aflP da via biossintética de aflatoxinas de A. flavus contendo cinco exons. Sobreposição dos segmentos seqüenciados e tamanhos de fragmentos gerados para cada segmento. Acc número de acesso do Genbank da seqüência que foi utilizada para desenho dos primers e exons. Figura 15: Gene aflQ da via biossintética de aflatoxinas de A. flavus contendo sete exons. Sobreposição dos segmentos seqüenciados e tamanhos de fragmentos gerados para cada segmento. Acc número de acesso do Genbank da seqüência que foi utilizada para desenho dos primers e exons. 50 4.3.5 Seqüenciamento dos genes aflR, aflP e aflQ da via biossintética de aflatoxinas em Aspergillus flavus O seqüenciamento de produtos de PCR de seqüências codificantes de genes da via biossintética de isolados de A. flavus aflatoxigênico e não aflatoxigênico foi realizado na plataforma de seqüenciamento da UCB, por meio de seqüenciadores automáticos de DNA (ABI 377). Para tanto, o produto da PCR foi quantificado por meio de eletroforese e seqüenciado de acordo com Sanger et al. (1977). O mix usado para incorporação dos nucleotídeos marcados na reação de seqüenciamento, foi feito em um volume final de 10μl, contendo 2μl do kit DynamicTM ET Terminator (Pharmacia Biotech, EUA), 1,5μl dos primers forward (2mM), 50ng do produto de PCR, água Milli-Q completando para o volume final. O programa de temperaturas que foi usado possuiu 30 ciclos de amplificação envolvendo 95º C por 20 segundos, 50º C por 15 segundos e 60º C por 1 minuto. A purificação foi realizada com 1 l de acetato de sódio/EDTA, para a lavagem das amostras, e 40 l de etanol absoluto a temperatura ambiente, com vortex de 10 segundos, centrifugando o material por 15 minutos a 12.000 rpm. O sobrenadante foi descartado e adicionado 400μl de Etanol 70% para a lavagem do pellet. O material foi centrifugado rapidamente e após o descarte do etanol, o pellet foi seco por 10 minutos em speed vacuum (Eppendorf Concentrator 5301). O DNA foi ressuspendido em 4μl de DyenamicTM ET loading solution (Amersham Pharmacia Biotech, EUA) por aproximadamente 1 hora. Em seguida foi realizado o seqüenciamento. 1.7.3 Análise bioinformática da diversidade nucleotídica dos genes aflR, aflP e aflQ da via biossintética de aflatoxinas Para uma maior compreensão das análises feitas para a determinação da diversidade nucleotídica dos genes aflR, aflP e aflQ da via biossintética de aflatoxinas interespecifica entre as espécies A. flavus, A. parasiticus e A. oryzae, e intra-específica entre isolados de A. flavus aflatoxigênico e não aflatoxigênico, foi feita uma anotação por meio do programa Artemis v10 (Rutherford, et al., 2000) das posições e tamanhos dos introns, exons, posição 5’ - 3’ UTR desses 3 genes a partir de seqüências depositadas no Genbank de A. flavus, A. parasiticus e A. oryzae. Para tanto, foi utilizado o programa Sequencher v4.8 (Gene Codes Corporation) para análise comparativa das seqüências dos genes aflR, aflP e aflQ da via biossintética em A. flavus, A. parasiticus e A. oryzae, alinhando e identificando polimorfismos presentes. 51 A partir de seqüências geradas dos genes aflR, aflP e aflQ, análises serão feitas para a determinação da diversidade nucleotídica no nível intra-específica, baseado em comparações entre 63 isolados de A. flavus pertencentes a sete diferentes localidades e dois diferentes hospedeiros, castanha do Brasil e castanha de caju. As anotações das posições e tamanhos de íntrons e éxons, e posição 5’-3’ UTR serão feitas pelo programa Artemis (Rutherford, et al., 2000), e para a análise de seqüências, quanto à eliminação de baixa qualidade, correção e verificação dos cromatogramas, alinhamento com formações de contigs, e identificação dos polimorfismos como, inserções e deleções, polimorfismos sinônimos ou não sinônimos, será utilizado o programa Sequencher v4.8 (Gene Codes Corporation). Para o estudo da diversidade nucleotídica, definição de haplótipos, desequilíbrio de ligação será utilizado o programa Tassel (Bradbury et al., 2007), onde serão analisadas a freqüência de SNPs dentro dos genes e entre os isolados, e desequilíbrios de ligação intra-específica e inter-específica. 52 5 Resultados 1.8 Identificação de isolados de Aspergillus flavus aflatoxigênico e não aflatoxigênico Análises de cromatografia realizada por CCD em 63 isolados de A. flavus provenientes de dois hospedeiros, B. excelsa (castanha do Brasil) e A. occidentale (castanha de caju), revelaram 49 isolados aflatoxigênicos. Dentre esses foram detectados níveis de aflatoxina B1 variando entre 1, 2, 5, 10, 20 e 50ppb (partes por bilhão) e aflatoxina G1 variando entre 1, 2, 30, 50 e 100ppb. Dos 63 isolados cultivados nos meios de cultura YES e CYA, 44 (69%) e 34 (53%) isolados produziram aflatoxinas, respectivamente. Embora ambos os meios de cultura sejam específicos para indução da produção de aflatoxinas, os níveis detectados nas amostras em meio YES foram 16% maiores que os níveis de aflatoxinas detectados em meio CYA, mostrando que o meio YES possui uma maior indutividade para a produção de aflatoxinas. A presença de aflatoxina B1, foi detectada em 18 dos 20 (90%) isolados de A. occidentale, uma vez sendo descrita somente a produção de aflatoxina G1. Os resultados mostraram que em 14 (22%) dos isolados não foram detectadas aflatoxinas. Tabela 4: Caracterização dos isolados de A. flavus quanto ao local de origem, hospedeiro de origem, e presença de aflatoxinas com suas respectivas concentrações em meios de cultura YES e CYA. Número do isolado Localidade (Brasil) UCB001 UCB003 UCB004 UCB005 UCB006 UCB007 UCB008 UCB009 Fortaleza (Feira) (origem Amazonas) Fortaleza (Feira) (origem Amazonas) Belém (origem Amazonas) Belém (origem Amazonas) Belém (origem Amazonas) Belém (origem Amazonas) Belém (origem Amazonas) Belém (origem Amazonas) Beribe County, CE UCB010 UCB011 UCB012 UCB013 UCB014 UCB015 UCB016 UCB017 UCB018 UCB019 UCB020 UCB021 UCB022 UCB023 UCB024 Beribe County, CE Beribe County, CE Beribe County, CE Beribe County, CE Beribe County, CE Beribe County, CE Beribe County, CE Beribe County, CE São Raimundo Nonato, Piauí São Raimundo Nonato, Piauí São Raimundo Nonato, Piauí São Raimundo Nonato, Piauí São Raimundo Nonato, Piauí São Raimundo Nonato, Piauí São Raimundo Nonato, Piauí UCB002 Hospedeiro AFLATOXINA / CONCENTRAÇÃO (PPB) YES AFLA CONC. (PPB) AFL A CONC. (PPB) AFLATOXINA / CONCENTRAÇÃO (PPB) CYA AFLA CONC. (PPB) 10 Bertholletia excelsa B. excelsa ND B1 ND ND B. excelsa B. excelsa B. excelsa B. excelsa B. excelsa B. excelsa Anarcardium occidentale A. occidentale A. occidentale A. occidentale A. occidentale A. occidentale A. occidentale A. occidentale A. occidentale A. occidentale A. occidentale A. occidentale A. occidentale A. occidentale A. occidentale A. occidentale ND B1 ND ND ND ND B1 ND B1 B1 B1 B1 B1 B1 B1, B1 ND B1 B1 B1 B1 B1 B1 20 10 50 10 20 20 50 50 50, 10 10 50 50 20 20 G1 100 ND B1 ND B1 ND ND B1 ND B1, B1 B1 B1 B1 B1 B1 B1 ND ND B1 B1 B1 B1 ND AFLA CONC. (PPB) G1 50 G1 100 50 10 10 10, 10 5 50 1 10 10 50 10 20 10 10 53 UCB025 UCB026 UCB027 UCB028 UCB029 UCB030 UCB031 UCB032 UCB033 UCB034 UCB035 UCB036 UCB037 UCB038 UCB039 UCB040 UCB041 UCB042 UCB043 UCB044 UCB045 UCB046 UCB047 UCB048 UCB049 UCB050 UCB051 UCB052 UCB053 UCB054 UCB055 UCB056 UCB057 UCB058 UCB059 UCB060 UCB061 UCB062 UCB063 São Raimundo Nonato, Piauí São Raimundo Nonato, Piauí São Raimundo Nonato, Piauí São Raimundo Nonato, Piauí Amazonas Amazonas Amazonas Amazonas Amazonas Amazonas Amazonas Amazonas Amazonas Amazonas Amazonas Amazonas Amazonas Amazonas Amazonas Amazonas Amazonas Amazonas Amazonas Amazonas Acre Acre Acre Acre Acre Acre Para Para Para Para Para Para Para Para Para A. occidentale A. occidentale A. occidentale A. occidentale B. excelsa B. excelsa B. excelsa B. excelsa B. excelsa B. excelsa B. excelsa B. excelsa B. excelsa B. excelsa B. excelsa B. excelsa B. excelsa B. excelsa B. excelsa B. excelsa B. excelsa B. excelsa B. excelsa B. excelsa B. excelsa B. excelsa B. excelsa B. excelsa B. excelsa B. excelsa B. excelsa B. excelsa B. excelsa B. excelsa B. excelsa B. excelsa B. excelsa B. excelsa B. excelsa B1 B1 B1 B1 B1 B1 B1 B1 ND B1 B1 ND B1 ND ND B1 B1 B1 B1 ND ND B1 B1 B1 ND B1 B1 B1 B1 B1 B1 B1 B1 ND B1 ND B1 B1 ND 10 10 10 20 20 10 20 2 G1 50 10 50 50 10 10 20 50 50 10 10 2 50 50 10 10 10 10 10 2 2 G1 100 G1 2 G1 50 ND ND B1 ND B1 ND ND B1 B1 B1 B1 ND B1 B1 ND B1 ND B1 ND ND ND B1 B1 B1 ND B1 ND B1 B1 ND B1 ND ND B1 B1 ND ND ND ND 50 10 G1 50 G1 50 50 G1 100 10 10 G1 30 G1 G1 1 30 5 2 50 50 2 10 2 50 2 10 10 50 1 20 * ND, aflatoxina não detectável. 1.9 Caracterização da variabilidade genética em isolados de Aspergillus flavus aflatoxigênico e não aflatoxigênico via RAPD A fim de determinar a variabilidade genética relacionando com a produção de aflatoxina por A. flavus, análises foram realizadas por meio de RAPD utilizando os isolados representativos UCB015, UCB017, UCB022, UCB040 e UCB052 produtores de aflatoxinas, e isolados UCB007, UCB036, UCB044, UCB045 e UCB060 não produtores de aflatoxinas. RAPD PCR foi conduzido utilizado 32 primers randômicos (figura 16 mostra exemplos de polimorfismos observados com primers T20 e OPF10). 54 M 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 M 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 5000pb 2000pb 1650pb 650pb A B Figura 16: Amplificação de RAPD com os primers T20 e OPF10. A) RAPD com primer T20. M: marcador 1kb ladder plus; 1 ao 5: isolados UCB015, UCB017, UCB022, UCB040 e UCB052; 6: controle negativo; 7 ao 12: UCB007, UCB036, UCB044, UCB045, UCB060 e UCB077. B) RAPD com o primer OPF10. M: marcador 1kb ladder plus; 1 ao 5: isolados UCB015, UCB017, UCB022, UCB040 e UCB052; 6: controle negativo; 7 ao 12: UCB007, UCB036, UCB044, UCB045, UCB060 e UCB077. Análises fenéticas de dados combinados de RAPD desenvolvidos por análises de variabilidade com 32 primers de RAPD, amplificando 173 bandas, mostraram em cada dos cinco isolados de A. flavus produtores de aflatoxina e cinco não produtores de aflatoxinas, que são geneticamente distintos (figura 16). Dos produtos amplificados por RAPD, foi verificado visualmente o número de polimorfismos para cada primer, onde B10 produziu 11 bandas, B20 produziu três bandas, C10 produziu quatro bandas, C20 produziu quatro bandas, D20 produziu sete bandas, E10 produziu duas bandas, E20 produziu sete bandas, G10 produziu oito bandas, H10 produziu duas bandas, J10 produziu quatro bandas, J20 produziu sete bandas, K10 produziu cinco bandas, K20 produziu oito bandas, M10 produziu sete bandas, M20 produziu três bandas, O10 produziu cinco bandas, O20 produziu cinco bandas, P10 produziu cinco bandas, P20 produziu quatro bandas, Q20 produziu sete bandas, S10 produziu cinco bandas, T20 produziu seis bandas, U20 produziu três bandas, V10 produziu sete bandas, V20 produziu seis bandas, OPA02 produziu sete bandas, OPA04 produziu sete bandas, OPF10 produziu cinco bandas, OPF13 produziu oito bandas, PM04 produziu quatro bandas, X10 produziu quatro bandas e X20 produziu três bandas. O dendrograma representando a análise fenetica, produzido por meio do programa MVSP v 3.1 (Kovach 1999) agrupou parte dos isolados por região de origem e planta 55 hospedeira em grupo 1 e grupo 2, onde o grupo 1 mostrou agrupamento de isolados vindas do mesmo hospedeiro, B. excelsa, e com aflatoxigenicidade não detectável com similaridade de 80%. Já o grupo 2 mostrou 92% de similaridade entre duas amostras de A. flavus isoladas de A. occidentale originária de Beribe, Ceará, e produtoras de aflatoxinas (figura 17). Em seqüência, também foram feitas análises fenéticas para cada primer de RAPD (anexo), onde o primer O20 agrupou isolados de A. flavus com aflatoxigênicidade não detectável com similaridade de 68% enquanto os isolados aflatoxigênicos foram agrupados com similaridade de 80%. Apesar das análises não terem apresentado um cenário em que há um agrupamento de isolados aflatoxigênicos e outro agrupamento de isolados com aflatoxigenicidade não detectável, não exclui a possibilidade de ser feito um RAPD SCAR a partir de outros primers de RAPD. Grupo 1 Grupo 2 Figura 17: Dendograma UPGMA representando as relações genéticas das amostras de A. flavus isoladas a partir de A. occidentale e B. excelsa, baseado na combinação dos perfis de RAPD obtidos com 32 primers de RAPD. As similaridades foram obtidas utilizando o coeficiente de Jaccard. 1.10 Desenho e otimização do controle de amplificação interno (IAC) para o sistema de PCR da região do rDNA ITS específica para Aspergillus flavus. A diagnose molecular de fungos está sendo muito utilizada nos últimos anos, como é o caso deste estudo. Mas podem estar ocorrendo inibições da reação de PCR, o que resulta em um resultado falso negativo. IACs proporcionam ao sistema de PCR uma maior confiabilidade, no qual amplificação do IAC e não amplificação do DNA genômico determinará que o gene alvo não esteja presente e descartando qualquer duvida de inibição da PCR. A partir de estudo (Midorikawa et al., 2008), os primers ASPITSF2 e ASPITSR3 amplificaram especificamente um produto de PCR do tamanho previsto somente a partir do 56 DNA genômico de A. flavus, sem amplificação quando testados com DNA genômico de outros membros do gênero e fungos associados com B. excelsa e A. occidentale (figura 18). M 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 400pb 300pb Figura 18: Amplificação de PCR com os primers ASPITSF2 e ASPITSR3 específicos de A. flavus. M: Marcador 1kb ladder plus; 1: controle negativo; 2 ao 4: isolados de A. flavus UCB024, UCB045 e UCB060; 5 e 6: isolados 1 e 2 de Trichoderma harzianum; 7 e 8: isolados 1 e 2 de Aspergillus fumigatus; 9 e 10: isolados 1 e 2 de Aspergillus awamore; 11 e 12: isolados CMUnB 1824 e 1848 de Fusarium solani f. sp. glycines; 13: isolado CMUnB 1974 de F. solani. Para o desenvolvimento do IAC específico para a região rDNA ITS, duas digestões iniciais foram realizadas, uma com a enzima SmaI e a outra com XhoI. Na segunda etapa da digestão, foi adicionado a enzima ClaI em ambas as digestões. Ambas as digestões mostraram resultado satisfatório, gerando um fragmento de 111bp pelas enzimas SmaI e ClaI, e outro fragmento de 215bp gerado pelas enzimas XhoI e ClaI (figura 19). Ambos os fragmentos foram descartados, sendo eluidos do gel somente os fragmentos maiores, os quais continham os sítios de anelamento para os primers ASPITSF2 e ASPITSR3. A razão para a realização de duas digestões foi por medida de segurança, caso uma das duas não cortasse a posição esperada na segunda etapa da digestão. O IAC usado, foi extraído a partir de plasmideos gerados pela digestão das enzimas SmaI e ClaI. 57 M 1 2 3 4 5 5,000 bp 2,000 bp 300 bp 200 bp Fragmento de 215bp 100 bp Fragmento de 111bp Figura 19: Digestão das enzimas SmaI, ClaI e XhoI. M: marcador 1 Kb ladder Plus; 1: DNA plasmidial; 2: digestão do DNA plasmidial com as enzimas SmaI e ClaI; 3: digestão do DNA plasmidial com as enzimas XhoI e ClaI; 4: digestão do DNA plasmidial somente com a enzimas SmaI; 5: digestão do DNA plasmidial somente com a enzima XhoI. Em desenvolvimento com o IAC, amplificação simultânea de produtos de PCR distintos, porém que apresentam o mesmo sítio de anelamento para o par de primers usado pode causar inibições ou favorecimentos na amplificação de ambos os produtos de acordo com a taxa molecular do DNA genômico e IAC. Quando usado somente com o DNA molde do fungo, o limite de detecção observado foi de 10 fg (figura 20). Porém quando incorporado o IAC na reação, o limite de detecção de A. flavus passa a ser de 1 pg e 10 fg de IAC. Na otimização da amplificação simultânea do produto específico do rDNA ITS e o IAC, em um gradiente de concentração realizado com 8 diluições do DNA plasmidial, 10 ng, 1 ng, 100 pg, 10 pg, 1 pg, 100fg, 10 fg e 1 fg, na qual a concentração ótima de IAC foi considerada como 10pg para amplificações simultâneas de fragmentos de 286pb de IAC e 397pb de A. flavus. (figura 21), usando uma concentração padrão de 10ng para o DNA genômico. Os primers que apresentaram melhor especificidade para A. flavus, foram o ASPITSF2 e ASPITSR3 sob uma temperatura de anelamento de 62°C e concentrações de 10 ng/ μl do DNA genômico e 5 pg/ μl do DNA plasmidial, estipulados de acordo ao gradiente de concentração de DNA. Foram usados os isolados de A. flavus, A. awamore, A. fumigatus, A. niger, F. solani f. sp. glycines, Penicillium citrinum, Trichoderma harzianum, e Cladosporium cladosporioides para a diferenciação entre espécie e outros gêneros de A. flavus (figura 22). Testes utilizando 48 isolados de A. flavus (10 ng/μl) e IAC (5pg/μl) também foram feitos (figura 23). 58 M1 2 3 4 5 6 7 8 9 400pb 300pb Figura 20: Limite de detecção de A. flavus com os primers ASPITSF2 e ASPITSR3. M: marcador 1 kb ladder plus; 1 ao 8: produtos de PCR amplificados com 20 ng, 5 ng, 1 ng, 100 pg, 10 pg, 1 pg, 100 fg e 10 fg de DNA genômico de A. flavus; 9: controle negativo. M1 2 3 4 5 6 7 8 9 400bp 300bp Figura 21. Limite de detecção de A. flavus e IAC. M: marcador 1 Kb ladder Plus; 1: concentração do IAC 10 ng; 2: concentração do IAC 1 ng; 3: concentração do IAC 100 pg; 4: concentração do IAC10 pg; 5: concentração do IAC 1 pg; 6: concentração do IAC 100 fg; 7: concentração do IAC 10 fg; 8: concentração do IAC 1 fg; 9: controle negativo. A. flavus manteve uma concentração padrão de 10ng em todas as reações. M 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 300bp Figura 22: Amplificação de PCR específica de A. flavus e IAC. M: marcador 1 Kb ladder Plus; 1 ao 3: isolados UCB036, UCB040 w UCB044 de A. flavus; 4: isolado 1 de A. awamori; 5: isolado 1 de A. fumigatus; 6: isolado 1 de A. niger; 7 e 8: isolados CMUnB 1824 e 1848 de F. solani f. sp. glycines; 9: isolado CMUnB 1974 de F. solani; 10: isolado 1 de Penicillium citrinum; 11: isolado 1 de Trichoderma harzianum; 12: isolado 1 de Cladosporium cladosporioides; 13: controle negativo. 59 M 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 M 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 400bp 300bp M 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 M 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 Figura 23: Amplificação de PCR específica A. flavus e IAC com os primers ASPITSF2 e ASPITSR3, M: marcador 1 kb ladder plus; 1 ao 48: UCB001 – UCB048; 49: controle negativo. 5.1 Otimização de primers específicos para regiões do mtDNA SSU rDNA de Aspergillus flavus. Primers específicos candidatos para detecção molecular do gênero Aspergillus foram desenhados a partir do mtDNA SSU rDNA. As seqüências iniciadoras forward ASP_GEN_MTSSU_F1 e ASP_GEN_MTSSU_F2 e a seqüência reverse ASP_GEN_MTSSU_R1, estão presentes nos gêneros Aspergillus. A seqüência iniciadora reverse ASP_FLA_FLU_OCH_MTSSU_R é especifica para A. flavus, A. fumigatus e A. ochracius. O tamanho esperado dos produtos de PCR com estes pares de primers específicos é de 480bp. Foram feitos gradientes de temperatura variando entre 63.2 a 71,1ºC utilizando-se os primers ASP_GEN_MTSSU_F2 e ASP_GEN_MTSSU_R1 com 3 isolados de A. flavus, 1 de A. fumigatus e 1 de Trichoderma harzianum. O gradiente de temperatura mostra (figura 24) que houve afinidade dos primers até a temperatura 68,5°C. Na mesma figura 9 estão os testes de sensibilidade em duas temperaturas, 64,4 e 66,3°C, detectando até 10pg do DNA genômico de Aspergillus. 60 MAFTC AF TC AF TC AF TC AFTC 400bp Amplificação específica de Aspergillus 63.2•C 64,4•C 66,3•C 67,4•C 68,5•C a M1 2 34 5 6 7 C 1 2 34 5 6 7 C Limite de detecção de Aspergillus 400bp 64,4 • C 66,3•C b c Figura 24: Amplificação de PCR específica para Aspergillus e limite de detecção para Aspergillus com os primers ASP_GEN_MTSSU_F2 e ASP_GEN_MTSSU_R1. a) amplificação específica de Aspergillus. M: marcador 1kb ladder plus; A: isolado UCB003 de A. flavus; F: isolado 1 de A. fumigatus; T: isolado 1 de Trichoderma harzianum; C: controle negativo b) Limite de detecção de Aspergillus com temperatura de anelamento à 64,4°C. M: marcador 1kb ladder plus; 1 ao 7: concentração do DNA genomico 10, 5, 1, 0.1, 0.01, 0.001, e 0.0001ng, respectivamente; C: controle negativo. c) Limite de detecção de Aspergillus com temperatura de anelamento a 66,3°C. M: marcador 1kb ladder plus; 1 ao 7: concentração do DNA genomico 10, 5, 1, 0.1, 0.01, 0.001, e 0.0001ng, respectivamente; C: controle negativo. 1.11 Desenho e otimização do controle de amplificação interno (IAC) para o sistema de PCR da região do mtDNA SSU rDNA específico para Aspergillus. O IAC, como já foi apresentado anteriormente, possui diferentes métodos de ser desenvolvido. Outro método utilizado é a amplificação com primers que possuam sítios de anelamento do IAC diferentes dos sítios de anelamento do DNA genômico, impedindo a formação de quimeras quando amplificados. Os primers utilizados para o IAC especifico para a região do mtDNA SSU rDNA de Aspergillus foram ASP_GEN_MTSSU_F1 e ASP_GEN_MTSSU_R1, e M13 reverso. O IAC específico para a região do mtDNA SSU rDNA de Aspergillus foi desenvolvido a partir do fragmento de 480bp gerado pelo par de primers ASP_GEN_MTSSU_F1 e ASP_GEN_MTSSU_R1. Em seguida, uma digestão foi realizada com a enzima SnaBI cortando o fragmento na posição 154, gerando dois fragmentos, um com 154 bp e outro com 326 bp (figura 25). Ambos os fragmentos foram eluidos do gel, um contendo o sítio de 61 anelamento para o primer ASP_GEN_MTSSU_F1 e o outro contendo o sítio de anelamento para o primer ASP_GEN_MTSSU_R1. O motivo para a eluição de ambos os fragmentos foi uma medida de aproveitamento de ambos os fragmentos. Porém após o processo de adenilação, ligação e transformação, foi realizada uma PCR de colônia com duas colônias azuis negativas e quatro colônias brancas positivas para a presença de inserto. Duas colônias retiradas da placa transformada com o inserto de 154bp e duas retiradas da placa transformada com o inserto de 326bp. Somente uma colônia apresentou o inserto esperado, 154bp, sendo as outras três colônias falsas positivo. M 1 1 1 1 1 300bp 200bp 100bp Fragmento de 326bp Fragmento de 154bp Figura 25: Digestão do fragmento de DNA gerado pelos primers ASP_GEN_MTSSU_F1 e ASP_GEN_MTSSU_R1 pela enzima SnaBI. M: marcador molecular 1 Kb ladder Plus; 1: fragmento de DNA diferido pela enzima SnaBI. Os primers utilizados para a amplificação do IAC e DNA genômico foram ASP_GEN_MTSSU_F1 e ASP_GEN_MTSSU_R1, e M13 reverse, onde o anelamento ocorre na posição 176 do vetor pGEM-T easy e gerando um fragmento de 330pb, e apresentando melhor especificidade a uma temperatura de anelamento a 60°C. Também foi realizado um gradiente de concentração do DNA plasmidial com 9 diluições, 10 ng, 5 ng, 1 ng, 100 pg, 10 pg, 1 pg, 100 fg, 10 fg e 1 fg onde as concentrações de 1 ng e 100 pg foram estabelecidas como as melhores concentrações, usando uma concentração de 10 ng para o DNA genômico (figura 26). 62 M 1 2 3 4 5 6 7 8 9 400bp 300bp Figura 26: Gradiente de concentração do DNA plasmidial, IAC. M: marcador molecular 1Kb ladder Plus; 1: concentração do IAC 10 ng/μl; 2: concentração do IAC 5 ng/μl; 3: concentração do IAC 1 ng/μl; 4: concentração do IAC 100 pg/μl; 5: concentração do IAC 10 pg/μl; 6: concentração do IAC 1 pg/μl; 7: concentração do IAC 100 fg/μl; 8: concentração do IAC 10 fg/μl; 9: concentração do IAC 1 fg/μl. Todas as reações possuem DNA genômico de A. flavus a 10ng. Também foram realizados testes para a especificidade do DNA plasmidial e genômico, onde foram utilizados isolados 36, 40 e 44 de A. flavus, isolado 1de A. awamore, isolado 1 de A. fumigatus, A. niger, Penicillium citrinum, Trichoderma harzianum, e Cladosporium cladosporioides para a diferenciação entre gêneros de A. flavus. A concentração do DNA plasmidial usada foi de 100pg e DNA genômico de 10ng por reação de PCR (figura 27). M 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 400bp 300bp Figura 27: Amplificação de PCR específica de Aspergillus e IAC. M: marcador 1 Kb ladder Plus; 1 ao 3: isolados UCB036, UCB040 e UCB044 de A. flavus; 4: isolado 1 de A. awamori; 5: isolado 1 de A. fumigatus; 6: isolado 1 de A. niger; 7 e 8: isolados CMUnB 1824 e 1848 de F. solani f. sp. glycines; 9: isolado CMUnB 1974 de F. solani; 10: isolado 1 de Penicillium citrinum; 11: isolado 1 de Trichoderma harzianum; 12: isolado 1 de Cladosporium cladosporioides; 13: controle negativo. 63 1.12 Análise da diversidade nucleotídica dos genes aflR, aflP e aflQ da via biossintética de aflatoxinas em populações de Aspergillus flavus aflatoxigênicos e não aflatoxigênicos 1.12.1 Otimização de primers específicos para os genes aflR, aflP e aflQ A partir do genoma completo da via biossintética de aflatoxinas em A. flavus (Genbank), foram desenhados 13 pares de primers (Primer3) com sobreposições para os genes aflQ, aflP e aflR de A. flavus. Um gradiente de temperatura foi realizado com temperaturas variando entre 45 até 65°C, onde a temperatura estipulada foi de 60°C para todos os primers, com exceção dos pares de primers AFLP_F2 e AFLP_R2 e AFLR_F1 e AFLR_R1 que tiveram suas temperaturas estipuladas para 50°C (tabela 3) (figura 28). a 45°C M 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 M 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 c 55°C M 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 M 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 M 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 b 50°C 60°C d 65°C Figura 28: Gradiente de temperatura utilizando os primers sintetizados para os genes aflQ, aflP e aflR da via biossintética de aflatoxinas de A. flavus. a) Temperatura de anelamento a 45°C. b) Temperatura de anelamento a 50°C. c) Temperatura de anelamento a 55°C. d) Temperatura de anelamento a 60°C. e) Temperatura de anelamento a 65°C. M: marcador molecular 1kb ladder plus; 1: combinação dos primers AFLP_F1 e AFLP_R1; 2: combinação dos primers AFLP_F2 e AFLP_R2; 3: combinação dos primers AFLP_F3 e AFLP_R3; 4: combinação dos primers AFLP_F4 e AFLP_R4; 5: combinação dos primers AFLR_F1 e AFLR_R1; 6: combinação dos primers AFLR_F2 e AFLR_R2; 7: combinação dos primers AFLR_F3 e AFLR_R3; 8: combinação dos primers AFLR_F4 e AFLR_R4; 9: combinação dos primers AFLQ_F1 e AFLQ_R1; 10: combinação dos primers AFLQ_F2 e AFLQ_R2; 11: combinação dos primers AFLQ_F3 e AFLQ_R3; 12: combinação dos primers AFLQ_F4 e AFLQ_R4; 13: combinação dos primers AFLQ_F5 e AFLQ_R5. Todas as reações foram feitas com o isolado UCB001 de A. flavus. e 64 1.12.2 Seqüenciamento dos genes aflR, aflP e aflQ da via biossintética de aflatoxinas em Aspergillus flavus Um total de 310 seqüências de alta qualidade foram gerados até hoje, a partir de produtos de PCR purificados. Isso representa 55% do total esperado para os 63 isolados de A. flavus, com os 13 pares de primers específicos para os três genes candidatas da via biossintetica de aflatoxinas. Um resumo do número de seqüências amplificadas consta em apêndice f. 1.12.3 Análise da diversidade nucleotídica inter e intraespecífica dos genes aflR, aflP e aflQ da via biossintética de aflatoxinas no gênero Aspergillus A partir de seqüências completas no GenBank (http://www.ncbi.nlm.nih.gov/) dos genes aflR, aflP e aflQ de A. flavus, A. parasiticus e A. oryzae foram geradas anotações por meio do Artemis, onde foram determinados os tamanhos de íntrons e éxons de cada gene (figuras 29, 30 e 31). Os três genes possuem tamanhos de íntrons e éxons iguais para as três espécies, sendo o gene aflR o único formado por um éxon com tamanho de 1335 pb. Em A. flavus, o tamanho em pares de bases dos íntrons e éxons para o genes aflQ e aflP é dado pela tabela 5. O gene aflQ é composto por sete éxons e seis íntrons. Cada éxon possui variações de tamanhos em pares de bases entre 130 à 400pb. Já para o gene aflP que possui cinco éxons e quatro íntrons, o tamanho dos éxons variam entre 110 à 370pb. Todos os íntrons dos genes aflQ e aflP possuem tamanhos em pares de bases menores do que os éxons, característico de todos os fungos. Uma análise comparativa realizada entre as seqüências do Genbank de A. flavus, A. parasiticus e A. oryzae para os genes aflR, aflP e aflQ, mostrou que o produto do gene aflR é uma proteína reguladora da biossíntese de aflatoxina para as 3 espécies. Semelhante às 3 espécies de Aspergillus, o gene aflP produz a O-metiltransferase A, que tem como função a conversão da stegmatocistina para O-metilsterigmatocistina e dihi-O-metilsterigmatocistina. O gene aflQ em A. parasiticus e A. oryzae tem como produto uma oxidoreductase A e tem como função a conversão do O-metilsterigmatocistina em AFB1 e AFG1, e dihi-Ometilsterigmatocistina em AFB2 e AFG2. Já o gene aflQ de A. flavus, produz a Glucosemethanol-choline oxidoreductase, com função de síntese do versiclorin B sintase (VBS). 65 Figura 29: Gene aflR de A. parasiticus, A. flavus e A. oryzae. Tamanho em pb esperado do gene e éxon. Figura 30: Gene aflP de A. parasiticus, A. flavus e A. oryzae. Tamanho em pb esperado do gene e seus respectivos éxons. 66 Figura 31: Gene aflQ de A. parasiticus, A. flavus e A. oryzae. Tamanho em pb esperado do gene e seus respectivos éxons. Tabela 5: Tamanho esperado, em pares de bases para os éxons e ítrons dos genes aflP e aflQ em A. flavus. GeneaflQ Tamanhoempb GeneaflP Tamanhoempb Exon 1 370 Inrtron 2 60 Exon 2 124 Intron3 59 Exon3 110 Intron 4 52 Exon 4 361 Intron 5 59 Exon 5 292 Exon 1 196 Intron 1 76 Exon 2 130 Intron 2 55 Exon 3 192 Intron 3 64 Exon 4 152 Intron 4 49 Exon 5 Intron 5 Exon 6 Intron 6 Exon 7 245 58 272 62 400 Considerando que a taxa de mutação em eucariotos é de 10-4 a 10-6 por gene por geração, observou-se em análise de diversidade genética dos genes aflQ, aflP e aflR de A. flavus, A. parasiticus e A. oryzae, que para o gene aflR ocorrem 25 SNPs significando, 1 SNP a cada 53.4pb. Dentre os 25 SNPs a mudança de aminoácidos ocorre em 11 deles. 67 Comparando seqüências de A. flavus em relação à A. parasiticus, estão presentes 21 SNPs, onde 3 deles ocorrem na primeira base, 6 na segunda base e 14 na terceira base do códon de aminoácidos. Em comparação com A. flavus e A. oryzae, as mutações são menos severas, onde uma ocorre na primeira base, uma na segunda base e duas na terceira base do códon de aminoácidos. Entre todas as mudanças de troca de aminoácidos, uma das mais significativas é a que ocorre na posição 1075, a troca de uma valina por uma metionina, um códon de iniciação (figura 32). Essas mudanças mostram que, para o gene aflR, A. parasiticus possui 23 sítios polimórficos em relação à A. flavus enquanto A. oryzae possui 5 sítios polimórficos. Mostrando que A. parasiticus está mais distante geneticamente de A. flavus do que A. oryzae em relação ao gene aflR (figura 33). Figura 32: SNPs entre A. parasiticus, A. flavus e A. oryzae que ocorrem para o gene aflR. Mudanças de aminoácidos entre as espécies em decorrência dos SNPs. 68 Figura 33: Distância genética entre o gene aflR de A. flavus, A. parasiticus e A. oryzae. Analisando seqüências do gene aflP, observou-se ocorrência de 61 SNPs, ou seja, 1 SNP a cada 24,3 pb. Dentre os 61 SNPs ocorrem mudanças de aminoácidos em 15 deles. Comparando as seqüências de A. parasiticus e A. flavus, estão presentes 5 mutações na primeira base, 7 na segunda base e 21 na terceira base do códon de aminoácidos. Seqüências de A. oryzae comparadas com as de A. flavus, foram observados 2 mutações na primeira base, 2 mutações na segunda base e 11 mutações na terceira base do códon de aminoácidos (figura 34). Em relação ao gene aflP, A. parasiticus e A. flavus continuam distantes geneticamente, em comparação à A. flavus e A. oryzae. 69 Figura 34: SNPs entre A. parasiticus, A. flavus e A. oryzae do gene aflP. Mudança de aminoácidos entre as espécies em decorrência dos SNPs. Já o gene aflQ apresentou 151 SNPs, uma média de ocorrência de 1 SNP a cada 12,9 pb. Seqüências de A. parasiticus mostraram 13 mutações na primeira base, 3 na segunda base e 70 na terceira base de códon de aminoácidos em relação à seqüência de A. flavus. Comparando as seqüências de A. oryzae e A. flavus, observou-se a ocorrência de 3 mutações na primeira base e 10 na terceira base do códon de aminoácidos (figura 35). Comparações das seqüências revelaram que a freqüência de mutação para este gene é quatro vezes maior em relação ao gene aflR e quase duas vezes maior em relação ao gene aflP. 70 Figura 35: SNPs entre A. parasiticus, A. flavus e A. oryzae do gene aflQ. Mudança de aminoácidos entre as espécies em decorrência dos SNPs. A via biossintética de aflatoxinas em A. flavus possui um tamanho de 78264pb, onde estão localizados 22 genes, seqüência essa que foi depositada no Genbank em 2004. 71 Entretanto, de acordo com novos estudos, já são descritos 29 genes (Georgianna, et al., 2008) (figura 36). Figura 36: Grupo de genes da via biossintética de aflatoxinas em A. flavus. Seqüência do grupo de genes de 78264pb. Total de 22 genes da via biossintética. Distância entre os 3 genes estudados, aflR, aflQ e aflP. A partir do alinhamento de seqüências de 8 isolados de A. flavus produtores de aflatoxinas e 6 isolado com toxina não detectável, foram encontrados onze SNPs e sete haplótipos. O haplótipo mais freqüente foi o haplótipo 6, que ocorreu em 6 dos isolados analisados. Tabela 6: SNPs entre isolados de A. flavus. G1 e G2: isolados de B.excelsa com origem da Amazônia; G3: A. occidentale com origem do Piauí. SNP Posição P UCB042 P UCB032 P UCB031 NP UCB018 P UCB023 P UCB024 P UCB033 G2 G1 G2 G3 G3 G3 G2 1 78 C T C C T C C 2 84 G A G G G A G 3 4 5 6 7 8 9 10 11 93 100 101 102 103 105 212 236 170 Haplótipo Freqüência A G C T A TC A A A 6 6 A G C T A TC A A A 5 2 A G A T A CC A A A 2 2 A G C T A CC A A A 3 1 A G C T A TC A A A 4 1 A G A T A TC A A A 7 1 G A C C C TT C C G 1 1 ND – Aflatoxina não detectável P – Produtor de aflatoxina 72 6 Discussão A necessidade de métodos de diagnose molecular no Brasil é dada não somente como um método preventivo, mas também pelo acesso limitado para análises baseadas em cromatografia para a presença de aflatoxinas. Tendo em vista o grande volume de produção agrícola produzida pelo Brasil e a baixa quantidade de laboratórios credenciados a realizar essas análises. Esses dados indicam que a produção de grãos brasileiros tem acesso limitado à diagnose cromatográfica para produtos destinados ao mercado interno. Resultados falso-negativos em lotes destinados à exportação também são muito freqüentes, onde a detecção molecular do fungo aflatoxigênico antes da exportação poderia servir como uma ferramenta importante de auxílio para a identificação da fonte de contaminação, e para implementação da prevenção de contaminação por fungos produtores de aflatoxinas na qualidade dos programas de controle como o HACCP. Com o intuito de gerar estratégias de diagnose molecular para A. flavus aflatoxigênico, quatro estratégias moleculares foram avaliadas, cada qual com potenciais resultados discriminatórios. Baseado na caracterização cromatográfica de 63 isolados de A. flavus quanto à produção de aflatoxinas por meio de CCD, e comparados em dois meios indutivos para a produção de aflatoxinas, 90% das amostras de A. flavus isoladas a partir de A. occidentale mostraram produção de níveis detectáveis de aflatoxina B1, antes descrito somente como produtor de aflatoxina G1 em hospedeiros de A. occidentale (Freire et al.., 1999). Embora ambos os meios de cultura sejam indutores da produção de aflatoxinas, os níveis detectados nas amostras em meio YES foram 16% maiores que os níveis de aflatoxinas detectados em meio CYA, mostrando que o meio YES possui uma maior indutividade para a produção de aflatoxinas. Apesar de 14 (22%) isolados não terem apresentado níveis de aflatoxinas detectáveis, não elimina a hipótese de o isolado ser produtor de aflatoxinas, uma vez que os testes realizados por meio de CCD não detectam níveis de toxinas baixos (Lin, et al.., 1998). Devido à falta de precisão pela análise de CCD, fazem-se necessárias análises de produção de aflatoxinas por meio de CLAE não só neste trabalho, mas assim como, nos demais laboratórios do Brasil credenciados para análises cromatográficas. Os resultados obtidos por meio de CCD co-relacionam com os dados descritos pela literatura, onde grande parte das culturas de castanha do Pará, castanha do Brasil, amendoim e milho são mais suscetíveis a contaminação por fungos produtores de aflatoxinas (Hirano et al., 2001; Vargas et al., 2001; Gonçalez et al., 2008; De Mello & Scussel, 2007). Caldas et al., 2002 em parceria com o Laboratório Central de Saúde Pública 73 do Distrito Federal, Brasília, realizaram uma análise para detectar os níveis de aflatoxinas em alimentos para consumo do Distrito Federal. Em 366 amostras de alimentos, composta por amendoim e derivados, castanhas, milho, produtos de trigo e aveia, arroz e feijão, foram detectadas aflatoxinas em 19,6% das amostras. Amendoim e derivados apresentaram a maior incidência de contaminação de 34,7%. Das amostras positivas, aflatoxina B1 estava presente em 98.5%, aflatoxina B2 em 93%, aflatoxina G1 em 66.7% e aflatoxina G2 em 65.4%. Os níveis de aflatoxina encontrados ultrapassam os níveis aceitos pela legislação brasileira, significando um grande fator de risco para a população que consome esses alimentos regularmente. Com intuito de revelar a variabilidade genética de A. flavus aflatoxigênico e identificar seqüências candidatas para o desenho de primer para detecção molecular de amostras aflatoxigênicos por meio de RAPD SCAR, 32 primers de RAPD foram utilizados. As análises fenéticas associadas com os dados de RAPD revelaram dois grupos distintos com uma possível correlação com a produção de aflatoxinas por A. flavus. Além disso, ambos os grupos agruparam A. flavus por região de origem e hospedeiro, mostrando que a população de A. flavus possui grande diversidade genética, concordando com os resultados obtidos por Midorikawa et al. (2008). Essa correlação pode indicar que origens separadas de A. flavus para cada tipo de hospedeiro, ou que a maioria dos isolados de castanha de caju e castanha do Brasil tenham se tornado clones isolados de acordo com o seu hospedeiro com pressão seletiva para conservar genes envolvidos na especificidade do hospedeiro, restringindo o fluxo contínuo de genes entre isolados de outros hospedeiros. Assim como em muitos ascomicetos, a população de A. flavus de solo estudada por Geiser et al. (1998) eram clones. Entretanto, estudos relatam que há a diversidade intra-específica entre A. flavus de solo (Griffin et al., 2001; Ehrlich et al., 2007) Embora as amostras estudadas tenham sido correlacionadas de acordo com a região de origem e hospedeiro em estudo prévio (Midorikawa et al., 2008), a diversidade genética detectada utilizando 32 primers de RAPD não diferenciaram isolados de A. flavus produtor de aflatoxina e não produtor de aflatoxina. Nenhuma banda monomórfica para A. flavus produtor de aflatoxina foi identificada para posterior aplicação na detecção de isolados aflatoxigênicos por meio de RAPD SCAR. Esses resultados também foram relatados por Fungaro et al. (2004) que isolaram 29 amostras de A. niger, 17 amostras de A. tubingensis e 29 amostras de A. carbonarius, onde foram analisados 71 locos por meio de RAPC. A partir de bandas monomórficas de A. carbonarius geradas, um fragmento denominado OPX7809 foi clonado e seqüenciado. Com base na seqüência do OPX7809, primers específicos foram desenhados, o OPX7F809 e OPX7R809, onde mostraram especificidade somente para A. carbonarius. Uma segunda analise também foi feita com o intuito de diferenciar isolados de A. carbonarius produtor de ocratoxina A (OTA) e isolados de A. carbonarius não produtor de 74 OTA. Para tanto, foi feito uma análise de RAPD utilizando 10 primers com 29 isolados de A. carbonarius (23 toxigênicos e 6 não toxigênicos). Nenhuma correlação foi encontrada entre o genótipo gerado pelo RAPD e produção de micotoxinas. Os resultados obtidos por Fungaro et al. (2004) foram similar aos resultados obtidos por Tran-Dinh et al. (1999), e Lourenço et al. (2007) onde os resultados da análise por RAPD suportam a caracterização dos isolados de A. flavus, porém não diferenciam isolados de A. flavus toxigênicos dos não toxigênicos. Entretanto, sistemas de detecção por meio de RAPD SCAR têm sido relatados, por exemplo, Voetz & Rath, (2002) desenvolveram um método de RAPD SCAR para diagnose molecular em fungos produtores de ocratoxina A em Penicillium verrucosum e Aspergillus ochraceus. Schilling et al. (1996) também aplicaram essa técnica para a diagnose específica em espécies produtoras de micotoxinas como Fusarium culmorum, F. graminearum e F. avenaceum. Geisen (1998) aplicou em potenciais produtores de fumonisinas, F. moniliforme, F. nygamai, F. napiforme e F. proliferatum. Yoder & Christianson (1998) aplicaram em F. crookwellense, F. sambucinum, F. torulosum e F. venenatum toxigênicos. Comparações entre os perfis de RAPD também distinguiram isolados de F. moniliforme com alta e baixa produção de fumonisinas (Jimenez et al., 2000). Geisen et al. (2001) usando dados de seqüências de genes da via biossintética de Penicillium roquefortii da toxina PR, desenhou três primers longos (21-25 nucleotídeos) para os genes ari1, nor1 e omt1, correlacionando com a produção de metabólitos secundários. Embora a técnica seja bem descrita para fungos produtores de micotoxinas, dentro do gênero Aspergillus pouco tem sido descrito para diagnose de fungos aflatoxigênicos baseada em RAPD. Entretanto, Morales et al. (1996) além de determinar relações filogenéticas entre membros do gênero, relacionou espécies produtoras de aflatoxinas por meio de RAPD. Apesar dos resultados obtidos não terem diferenciado A. flavus produtor de aflatoxinas como o esperado, RAPD ainda é um meio para distinção de fungos produtores de aflatoxinas, demonstrando ser uma técnica em potencial para a aplicação pelo HACCP em diagnose de fungo. Baseado em diversos alinhamentos de seqüências do gênero Aspergillus, assim como outros gêneros de fungo freqüentemente isolados de castanha do Brasil e castanha de caju contaminadas, foram gerados primers específicos para espécie A. flavus a partir de seqüências da região ITS1 e ITS2 (White et al., 1990). Esses primers oferecem um potencial sistema robusto de detecção de PCR de A. flavus, em conjunto com primers específicos para genes da via biossintética de aflatoxinas, utilizando como um método de PCR múltipla na diagnose molecular de amostras aflatoxigênicos em grãos brasileiros. A aplicação da região conservada do rDNA nuclear ITS não codante para detecção molécula específica de espécies têm sido considerável em fungos micotoxigênicos, sendo esta região, um grande 75 atrativo para ser utilizada como marcador molecular por possuir grande número de cópias ao longo do genoma, assim, facilitando a sua amplificação por meio de PCR. Kumeda & Asao (1996) relataram que análises da variabilidade da região rDNA ITS por meio de SSCP e RFLPs pode ser utilizada para classificar amostras de Aspergillus da sessão Flavi em 4 grupos, A. flavus/A. oryzae, A. parasiticus/A. sojae, A. tamarii e A. nomius. Spreadbury et al. (1993), Zhao et al. (2001) desenvolveram primers específicos a partir da região rDNA ITS para diagnose de tecidos do pulmão lesionados por A. fumigatus. Radford et al. (1998) utilizaram a região rDNA IGS para discriminar A. fumigatus em nível sub específico para o uso em monitoramento ambiental. Sugita et al.. (2004) desenvolveram um sistema de detecção nested PCR usando primers derivados da região rDNA ITS para isolados clínicos de A. fumigatus, A. niger e A. flavus. González et al. (2008) também desenvolveram primers específicos a partir da região rDNA ITS para A. flavus contaminante de farinha de trigo. Também foi desenvolvido primers específicos para A. carbonarius e A. ochraceus (Patiño et al., 2005). No caso de fungos micotoxigênicos, como os de gênero Fusarium, a variabilidade da região rDNA ITS tem sido amplamente aplicada para relações taxonômicas (O'Donnel, 1992; Grimm & Geisen, 1998, Waalwijk et al., 1996), onde também tem sido aplicada em detecção molecular de patógenos (eg. Edel et al., 1996). Já Jurado, et al. (2006) desenvolveram primers específicos para região IGS de Fusarium spp. contaminantes de arroz. Grimm & Geisen (1998) desenvolveram um sistema de PCR-ELISA a partir de uma seqüência da região ITS1, específico para espécies de Fusarium produtores de fumonisinas. Trabalhos similares têm sido relatado utilizando a variabilidade da região rNDA ITS, onde são aplicados para esclarecer posições taxonômicas de fungos do gênero Penicillium produtores de ocratoxina (Vanittanakom et al., 2002; Mule, 2003), Apesar de muitos autores desenvolverem sistemas de PCR específicos para a diagnose de fungos micotoxigênicos, são poucos os trabalhos que citam o uso de um IAC. Paterson, (2006) coloca o uso do IAC como fundamentais quando utilizados em sistemas de PCR para diagnose de fungos, seja para diagnose de doenças ou micotoxinas, evitando-se resultados falsos negativo e uma medida de segurança como conseqüência. Khot et al. (2008) desenvolveram um IAC a ser utilizado em conjunto com região do gene 18S rDNA para detectar aspergilose invasiva em fluidos broncoalveolar em um sistema de PCR múltipla. Degola et al. (2008) desenvolveram um sistema de RT-PCR quintuplex para a diagnose de A. flavus aflatoxigênico e IAC desenhado a partir do gene beta-tubulina. Também desenvolvido para detecção de espécies de Fusarium produtores de fumonisinas e tricotecenos, um sistema de RT-PCR múltiplo com IAC desenvolvido a partir de seqüências de rDNA de Fusarium (Bluhm et al., 2004). Midorikawa et al. (2008) utiliza o IAC em um 76 sistema de PCR específico para A. flavus rDNA ITS, onde ambos os fragmentos serão amplificados com o mesmo par de primers. Semelhante ao sistema de PCR da região do rDNA ITS, baseado em alinhamentos de seqüências amplificadas de 48 isolados de A. flavus pelos primers universais MS1 e MS2 (White et al., 1990) e seqüências de isolados de A. fumigatus, A. niger, A. ochraceus, A. penicillioides, A. silvaticus e A. versicolor disponíveis no Genbank foram desenvolvidos primers específicos para o gênero Aspergillus. O sistema de PCR da região do mtDNA SSU rDNA em conjunto com um IAC, mostrou ser específico e com limite de detecção de até picogramas para isolados do gênero Aspergillus. Possibilitando a sua utilização, em conjunto com o sistema de PCR da região do rDNA ITS, na diagnose de A. flavus em programas como HACCP. A região do mtDNA SSU rDNA têm sido utilizada como marcador de fungos por possui um alto grau de variabilidade estrutural. Por ser de origem materna e possuir uma taxa de mutação maior que o rDNA nuclear, o mtDNA é bastante usado para estudos de evolução. Além de possuir grande número de cópias no genoma, o mtDNA tem mostrado possuir grandes variações a nível intra-específico (Moody & Tyler, 1990; Juhász et al., 2007). Ferns et al. (2002) utilizando o método de PCR específico para mtDNA de A. flavus e A. fumigatus identificaram entre sete pacientes, seis com suspeita de infecção fúngica. Já Wang et al. (2001), a partir do gene do citocromo b em mtDNA, determinaram amostras de Aspergillus da sessão Flavi, onde foi possível a diferenciação de A. sojae, A. parasiticus, A. flavus, A. oryzae, A. tamarii e A. nomius. Em busca do desenvolvimento de um sistema de PCR múltiplo para a diagnose de A. flavus aflatoxigênico em diferentes lavouras tem-se explorado o grupo de genes codificantes para a biossintese de aflatoxinas (Woloshuk & Prieto, 1998; Sweeney & Dobson, 1999), onde diversos autores relatam os números homólogos de genes biossintéticos em amostras não aflatoxigênicos (Geisen, 1998; Criseo et al., 2001; Chen, 2002). Nosso estudo tem analisado o potencial de 13 pares de primers específicos que tem como alvo os genes aflQ, aflP e aflR candidatos para a via biossintética de aflatoxina, em conjunto com análises para a presença de SNPs associados com o fenótipo para a produção de aflatoxina. As anotações feitas para as três espécies de Aspergillus, A. flavus, A. parasiticus e A. oryzae, mostraram que apesar dos três genes possuírem tamanhos iguais de exons e introns foi encontrado um grande número de sítios polimórficos, 25 SNPs no gene aflR, 61 SNPs no gene aflP e 151 SNPs no gene aflQ, diferente do esperado que seria a presença de pouco polimorfismo. As análises da diversidade nucleotídica dos três genes em A. flavus, A. parasiticus e A. oryzae mostraram que A. flavus possui maior similaridade das seqüências com A. oryzae do que A. parasiticus. Chang & Ehelich (2006), comparando a filogenia de isolados de A. oryzae e esclerótia tipo-L e tipo-S de isolados de A. flavus por meio de SNPs no gene aflP, e deleções nas regiões intergênicas de aflF-aflU, mostraram 77 que isolados de A. oryzae formaram um clado semelhante ao subgrupo de isolados de A. flavus atoxigênico tipo-L. Todos os isolados toxigênicos tipo-L de A. flavus, ao contrário de A. oryzae, possuem uma deleção de 1 kb na região entre os genes aflF-aflU. Embora isolados de A. oryzae tipo-S tenham uma supressão de 1.5 kb na região entre os genes aflFaflU, isolados de A. flavus tipo-S não foram relacionados nos clados. O autor mostra que a população de A. flavus e A. oryzae são diversas geneticamente, podendo isolados de A. oryzae ter descendido de isolados de A. flavus atoxigênico tipo-L. A freqüência de SNPs nos genes aflR, aflP e aflQ em A. flavus, A. parasiticus e A. oryzae mostraram que no gene aflR possui aproximadamente a metade da freqüência de SNPs em relação ao gene aflP e um quarto da freqüência de SNPs em relação ao gene aflQ, sendo um gene regulador e não possuindo introns, este possui uma região mais conservada. Chao-Zong et al. (2006) mostraram similaridade maior que 96% entre o gene aflR de 23 espécies de Aspergillus. Já Yu et al. (1995) em comparação de seqüências de cDNA do gene aflP de A. flavus e A. parasiticus revelaram 97% de identidade entre as seqüências codantes. A grande ocorrência de mutações na primeira e segunda base do códon de aminoácidos são consideradas mais severas do que mutações na terceira base, pois normalmente levam à mudanças de aminoácidos que podem mudar a polaridade e hidrofobicidade do aminoácido. Essas mudanças podem atuar mudando a conformação da proteína, e inibindo a sua função. A grande ocorrência de mutações na primeira base do códon de aminoácidos no gene aflQ, pode ser relacionada por este ser um dos precursores finais da via biossintética de aflatoxinas. Tominaga et al., (2006) mostraram que apesar da similaridade de 97-99% dos genes de A. oryzae envolvidos na biossíntese de aflatoxina em comparação com A. flavus, 3 genes compartilharam 93% ou menos de similaridade, onde deleções no genes aflT de 257pb, substituições no gene aflE e substituições no gene aflN foram encontradas em A. oryzae. Na região promotora de aflR, 2 substituições foram encontradas em um dos três sítios de ligação do AreA e no sitio de ligação do FacB. Foram desenhados primers para os genes aflT, aflD, aflR, aflE, aflG, aflL, e aflK. Os resultados gerados a partir de 210 amostras de A. oryzae foram classificadas em 2 grupos. Grupo 1 contendo 58.1% das amostras analisadas com amplificação dos 7 genes, e grupo 2 com 36.7% das amostras caracterizadas possuindo somente os genes aflK, aflL e aflG. Os autores descreve que a falta de expressão dos genes aflG, aflK, aflL e aflP, que são necessários para a produção de aflatoxinas, no grupo 1 pode estar relacionada com a pouca expressão do gene aflR. Esses resultados sustentam a hipótese de que apesar de A. oryzae possuir genes relacionados com a produção de aflatoxinas como aflP e aflQ, mutações ocorridas na região promotora do gene regulador, aflR, inibe a produção da toxina pelos decorrentes genes estruturais. 78 Autores têm evidenciado que a produção ou a falta de produção da aflatoxina estão em deleções, inserções, substituições nos genes envolvidos da via biossintética. Chang et al. (2005) utilizaram sistemas de PCR com primers específicos para genes que induzem a produção de aflatoxina em 38 isolados de A. flavus, onde foram formados oito agrupamentos (A-H). Os padrões C, E, G e H, cada um contendo deleções de 40kb foram analisadas pelos breakpoints das seqüências. O padrão C apresentou breakpoints no aflU 3’UTR e em uma região codificante do aflN. Padrão E, tem um breakpoint na região codante do amdA e outra no aflM 5’UTR. O padrão G contém uma deleção igual ao padrão C e tem outra deleção que se estende da região codante do aflU até o final do cromossomo. O padrão H apresenta uma deleção de todo o conjunto de genes aflatoxigênicos, desde a região codante hexA do conjunto de genes da via metabólica do açúcar que se estende até a região telomérica. O autor mostra que deleções no conjunto de genes codificantes para aflatoxina entre isolados de A. flavus não são raras, e que os padrões tendem a ser diversos. Carbone et al., (2007) com intuito de elucidar as forças evolutivas que atuam na via de aflatoxinas e O-metilsterigmatocistica, seqüenciaram 21 regiões intergênicas de todo o conjunto de genes precursores de aflatoxinas em 24 isolados de A. parasiticus. Análises de desequilíbrio de ligação revelaram cinco blocos distintos de recombinação no conjunto de genes de A. parasiticus. Análises filogenéticas mostraram uma história de recombinação entre haplótipos chemotype específicos, assim como evidências de recombinação contemporânea. Também foram realizadas simulações de coalescência nas variações dos blocos de recombinação, onde foi encontrada uma coalescencia duas vezes mais profunda para grupos de genealogias, comparado com genealogias não agrupadas, ou padrão interno para evolução neutra. Esse padrão indica uma selação balanceada no grupo de genes aflatoxigênicos de A. parasiticus. Ehrlich et al., (2003) investigaram o gene aflR de A. nomius, A. bombycis, A. parasiticus, A. flavus e A. pseudotamarii, onde foi encontrada variabilidade nos elementos consenso do promotor e regiões com motivos codantes, incluindo motivos envolvidos no desenvolvimento da regulação de AbaA, BrlA, regulação da utilização de fonte de nitrogênio (AreA), regulação do pH (PacC), e domínios de regiões codantes de PEST. Alguns desses elementos podem afetar a expressão do gene aflJ que é transcrito a partir do aflR. Comparações por alinhamentos e análises filogenéticas, mostram evidencias que os sinais regulatórios envolvidos para produção de aflatoxinas, respondem a uma variação de estimulações ambientais sob diferentes pressões seletivas. A partir de análises de SNPs a nível intra-específico em 63 isolados de A. flavus, e utilizadas em conjunto com primers específicos para regiões de rDNA ITS e mtDNA SSU desenvolvidos no presente estudo, esses marcadores moleculares poderão oferecer um 79 padrão em potencial e confiável para a diagnose para A. flavus aflatoxigênico a ser utilizado em programas de controle de qualidade de produtos agrícolas como o HACCP no Brasil. 80 7 Conclusões Amostras de Aspergillus flavus isoladas de castanha do Brasil e castanha de caju de diferentes localidades caracterizaram A. flavus produtor de aflatoxina B1, incluindo produção de aflatoxina G1 em castanha do Brasil não descrita pela literatura. Considerável diversidade genômica dessas amostras foi analisada por meio de RAPD, sugeriram que a técnica de RAPD SCAR não é adequada para a diferenciação de A. flavus produtor do não produtor de aflatoxina. Análises das regiões rDNA ITS1 e ITS2 e mtDNA SSU rDNA permitiram o desenho de primers específicos para espécie e gênero, e a partir desses produtos de PCR foram desenhados IACs tornando o sistema de PCR confiável para a diagnose de A. flavus com potencial inclusão em um método de PCR múltipla ou RT-PCR de fácil amplificação, devido ao grande número cópias no genoma e limite de detecção sensível para ambas as regiões. Além disso, marcadores desenvolvidos com estudo de SNPs em genes como, aflR, aflP e aflQ da via biossintética de aflatoxinas em A. flavus apresentam grande potencial de diferenciação de isolados aflatoxigênicos e não aflatoxigênicos a ser utilizado em um sistema de PCR robusto na detecção de A. flavus aflatoxigênico em sistemas de controle de contaminações por fungos produtores de aflatoxinas em produtos agrícolas brasileiros baseado no HACCP, dado o acesso limitado de análises por meio de cromatografia para produtos destinados ao mercado interno brasileiro. 81 2 Trabalhos em andamento e perspectivas futuras Para alcançar o objetivo geral do projeto, de desenvolvimento de um sistema de diagnose molecular de A. flavus aflatoxigênico, aplicável em HACCP nas cadeias produtivas de grãos no país, estão em andamento análises de seqüências completas dos genes aflR, aflP e aflQ de amostras de A. flavus isolados de castanha do Brasil, castanha de caju e amendoim de oito localidades, onde será analisada a diversidade nucleotídica intraespecífica e inter-especifica, identificando haplótipos e desequilíbrio de ligação em relação a aflatoxigenicidade, origem geográfica e hospedeiro. Em conjunto com análises cromatográficas de TLC, todas as amostras serão reanalisadas por meio de HPLC tendo em vista que o HPLC detecta a presença da toxina em níveis mais baixos que o TLC, gerando resultados mais confiáveis em relação à discriminação de isolados aflatoxigênicos e não aflatoxigênicos, já que resultados não detectáveis da toxina por TLC não significam que o organismo seja não produtor, o que pode este estar produzindo a toxina em níveis baixos não detectáveis pelo TLC. Outros marcadores em potenciais no desenvolvimento de um sistema robusto de PCR específico para A. flavus aflatoxigênico podem ainda incluir RAPD SCAR, ou marcadores derivados de analises por AFLP. Considerando que a via biossintética de aflatoxinas consta hoje com 29 genes diretamente envolvidos na síntese e regulação de produção de aflatoxinas, vários genes, além dos três estudados neste trabalho, podem servir como candidatos. Com a disponibilidade de métodos de seqüenciamento em larga escala como Illumina (Illimina) e SOLID (Applied Biosystems) cada vez mais accessível, onde análises de expressão gênica diferencial entre isolados aflatoxigênicos e não aflatoxigênicos oferecem um caminho novo para identificação de todos os genes envolvidos na síntese e regulação de produção de aflatoxinas. 82 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABDULMAWJOOD, A.; ROTH, S.; BUÈ LTE, M. Two methods for construction of internal amplification controls for the detection of Escherichia coli O157 by polymerase chain reaction. Molecular and Cellular Probes, v. 16, p. 335-339. 2002. ANDERSEN, J.R.; ZEIN, I.; WENZEL, G.; DARNHOFER, B.; EDER, J.; OUZUNOVA, M.; LUBBERSTEDT, T. Characterization of phenylpropanoid pathway genes within European maize (Zea mays L.) inbreds. BioMed Central Plant Biology, v. 8, n. 2, p. 1-14. 2008. BATISTA, P.P.; SANTOS, J.F.; OLIVEIRA, N.T.; PIRES, A.P.D.; MOTTA, C.M.S.; LIMA, E.A. 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Cladograma com primer B20 A.4. Cladograma com primer C10 A.5. Cladograma com primer C20 A.6. Cladograma com primer D20 A.7. Cladograma com primer E10 A.8. Cladograma com primer E20 A.9. Cladograma com primer G10 A.10. Cladograma com primer H10 A.11. Cladograma com primer J10 A.12. Cladograma com primer J20 A.13. Cladograma com primer K10 A.14. Cladograma com primer K20 A.15. Cladograma com primer M10 A.16. Cladograma com primer M20 A.17. Cladograma com primer O10 A.18. Cladograma com primer O20 A.19. Cladograma com primer OPA02 A.20. Cladograma com primer OPA04 A.21. Cladograma com primer OPF10 A.22. Cladograma com primer OPF13 A.23. Cladograma com primer P10 A.24. Cladograma com primer P20 A.25. Cladograma com primer PM04 A.26. Cladograma com primer Q20 A.27. Cladograma com primer S10 A.28. Cladograma com primer T20 A.29. Cladograma com primer U20 A.30. Cladograma com primer V10 A.31. Cladograma com primer V20 A.32. Cladograma com primer X10 104 A.1. Cladograma de aflatoxigenicidade em A. flavus A.2. Cladograma com primer B10 A.3. Cladograma com primer B20 105 A.4. Cladograma com primer C10 A.5. Cladograma com primer C20 A.6. Cladograma com primer D20 106 A.7. Cladograma com primer E10 A.8. Cladograma com primer E20 A.9. Cladograma com primer G10 107 A.10. Cladograma com primer H10 A.11. Cladograma com primer J10 A.12. Cladograma com primer J20 108 A.13. Cladograma com primer K10 A.14. Cladograma com primer K20 A.15. Cladograma com primer M10 109 A.16. Cladograma com primer M20 A.17. Cladograma com primer O10 A.18. Cladograma com primer O20 110 A.19. Cladograma com primer OPA02 A.20. Cladograma com primer OPA04 A.21. Cladograma com primer OPF10 111 A.22. Cladograma com primer OPF13 A.23. Cladograma com primer P10 A.24. Cladograma com primer P20 112 A.25. Cladograma com primer PM04 A.26. Cladograma com primer Q20 A.27. Cladograma com primer S10 113 A.28. Cladograma com primer T20 A.29. Cladograma com primer U20 A.30. Cladograma com primer V10 114 A.31. Cladograma com primer V20 A.32. Cladograma com primer X10 115 Apêndice B B.1. Tabela de genes candidatos para análise de SNPs em genes da via biossintética. 116 B.1. Tabela de genes candidatos para análise de SNPs em genes da via biossintética. Gene Sinonimo Resultados na Literatura Referencia Primers Seqüência AflD Nor-1 Correlaciona via RT PCR com producao de aflatoxina Scherm et al., 2005 Int J Food Micro 98, 201 NOR1-F NOR1-R ACGGATCACTTAGCCAGCAC CTACCAGGGGAGTTGAGATCC Correlação de expressão gênica via RT PCR de produção de afla e crescimento de A. flavus Mayer et al 2003. Appl Environ Micro 69, 1154-1158 Não diferenciou afla v não afla em PCR múltiplo AflO AflP **** AflQ omtB, dmtA omtA, omt1 ordA, ord1 Shapira et al 1996 Appl Environ Micro 62, 3270 Correlaciona via RT PCR com produção de aflatoxina Criseo et al 2001 Lett Appl Micro 33, 291 Scherm et al., 2005 Int J Food Micro 98, 201 Regula conversão de demethylsterigmatocysti n para esterigmatocistina Motomura et al 1999 Appl Environ Micro 65, 49874994 Correlaciona via RT PCR com produção de aflatoxina Scherm et al., 2005 Int J Food Micro 98, 201 Ausente em fungos produtores somente de esterigmatocistina Paterson, 2006 Process biochemistry 41, 1467-1474 Converte esterigmatocistina em precursor de afla Omethylsterigmatocystin Shapira et al 1996 Appl Environ Micro 62, 3270 MAS - Não diferenciou afla v não afla em PCR múltiplo Converte Omethylsterigmatocystin em aflatoxina Teoricamente especifico para fungos aflatoxigenicos e ausente em produtores de esterigmatocistina Correlação com produção de afla via RT PCR em A. parasiticus Nenhuma correlação via RT PCR com afla em A. flavus – mas usando primers desenhados para A. parasiticus – talvez por isso PCR produ ct size (bp) 990 omtB(F)-F omtB(F)-R Omt1-F Omt1-R GCCTTGACATGGAAACCATC CCAAGATGGCCTGCTCTTTA GCCTTGCAAACACACTTTCA AGTTGTTGAACGCCCCAGT 1333 1490 Paterson, 2006 Process biochemistry 41, 1467-1474 Sweeney et al 2000. Int J Food Micro 56, 97-103 Scherm et al 2005 Int J Food Micro 98, 201-210 Scherm et al 2005 Int J Food Micro 98, 201-210 Rodrigues et al 2007 Comm Current Res Edu Topics Trends in Appl Micro, 527 Scherm et al 2005 Int J Food Micro 98, 201-210 Rodrigues et al 2007 Comm Current Res Edu Topics Trends in Appl Micro, 527 Scherm et al 2005 Int J Food Micro 98, 201-210 Rodrigues et al 2007 Comm Current Res Edu Topics Trends in Appl Micro, 527 Criseo et al 2001 Lett Appl Micro 33, 291 Scherm et al 2005 Int J Food Micro 98, 201-210 referencia Ord1(P)-F Ord1(P)-R CGACTGTTGGCCTTTTCATT ATAGCGAGGTTCCAGCGTAA 1088 Scherm et al 2005 Int J Food Micro 98, 201-210 117 AflR (regul atory gene – ie transcr iption factor) Necessário para expressão de aflatoxinas Mutação em A. sojae Também presente em fungos produtores de somente esterigmatocistina Diferenciação de espécies - SNPs no 5’UTR e região codante em A. sojae separa de A. flavus, parasiticus e oryzae Não diferenciou afla v não afla em PCR múltiplo Chang et al., 2007 Appl Micro & Biotec 76, 977984 AflR-F AflR-R CGAGTTGTGCCAGTTCAAAA AATCCTCGCCCACCATACTA 999 Scherm et al 2005 Int J Food Micro 98, 201-210 AflJ-F AflJ-R GAGTCCCTGAGTGTCGGCTA TCGGTTGTCATCGTTATCCA 1450 Scherm et al 2005 Int J Food Micro 98, 201-210 Ver1-F Ver1-R CCGTTTAGATGGCAAAGTGG CTTTCAGGTGACCGAACGAT 899 Scherm et al 2005 Int J Food Micro 98, 201-210 Chang et al., 2007 Appl Micro & Biotec 76, 977984 Paterson, 2006 Process biochemistry 41, 1467-1474 Chang et al 1995 Appl Environ Microbiol 61:40–43 Lee et al 2006 Microbiology 152:161–170 Shapira et al 1996 Appl Environ Micro 62, 3270 Criseo et al 2001 Lett Appl Micro 33, 291 Correlação com produção de afla via RT PCR em A. parasiticus AflS (coactivat or) Aflj Necessário para expressão de aflatoxinas Mutação em A. sojae Também presente em fungos produtores de sometne esterigmatocistina Truncado por causa de codon de terminação em A. sojae pksA AflM Ver1 Não diferenciou afla v não afla em PCR múltiplo Também amplifica em produtores de somente esterigmatocistina Sweeney et al 2000. Int J Food Micro 56, 97-103 Chang et al., 2007 Appl Micro & Biotec 76, 977984 Chang et al., 2007 Appl Micro & Biotec 76, 977984 Paterson, 2006 Process biochemistry 41, 1467-1474 Chang et al., 2007 Appl Micro & Biotec 76, 977984 Shapira et al 1996 Appl Environ Micro 62, 3270 Criseo et al 2001 Lett Appl Micro 33, 291 118 Apêndice C C.1. Tabela de seqüências geradas a partir dos primers dos genes aflQ, aflP e aflR. 119 C.1. Tabela de seqüência geradas a partir dos primers dos genes aflQ, aflP e aflR. Isolado aflQaflQaflQaflQaflQaflP1 2 3 4 5 1 UCB001 UCB002 X X X UCB003 X X X UCB004 X X X UCB005 X X X UCB006 X X X X UCB007 X X X UCB008 X X X UCB009 X X X X X UCB010 X X X X X UCB011 X X X UCB012 X X X X UCB013 X X X X X UCB014 X X X X UCB015 X X X UCB016 X X UCB017 X X X UCB018 X X X X UCB019 X X X X UCB020 X X X UCB021 X X X UCB022 X X X X X UCB023 X X UCB024 X X UCB025 X X X X UCB026 X X X UCB027 X X X X UCB028 X X X UCB029 X X X X UCB030 X X X X X UCB031 X X UCB032 X UCB033 X UCB034 X X UCB035 X UCB036 X X X UCB037 X X X UCB038 X X UCB039 X X UCB040 X X UCB041 X X UCB042 X UCB043 X UCB044 X X UCB045 X X X X UCB046 X UCB047 X UCB048 UCB049 X UCB050 X X X UCB051 X UCB052 X X X X X UCB053 X X X UCB054 X X UCB055 X UCB056 X UCB057 X X UCB058 X X X X UCB059 X X UCB060 X X UCB061 X X X X X UCB062 X X X UCB063 X X X X , seqüência gerada; X, seqüência não-gerada; -, não seqüenciado aflP2 X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X aflP3 X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X aflP4 - aflR1 - aflR2 - aflR3 - aflR4 X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X 120 Anexo A – Resumos de participações em congressos 53º Congresso Brasileiro de Genética Resumos do 53º Congresso Brasileiro de Genética • 2 a 5 de setembro de 2007 Centro de Convenções • Hotel Monte Real Resort • Águas de Lindóia • SP • Brasil www.sbg.org.br - ISBN 978-85-89109-06-2 Specific primer design targeting the mitochondrial DNA small subunit rRNA gene region for molecular detection of aflatoxigenic strains of Aspergillus flavus Midorikawa, GEO1; Bessa, ARS1; Freire, F2; Miller, RNG1 1 Universidade Católica de Brasília, SGAN 916, Módulo B, Brasília, DF, CEP 70790-160, Brasil; Embrapa Agroindústria/CNPAT, Rua Dra Sara Mesquita, 2270, Planalto do Pici - Cx. Postal 3761, CEP 60511110, Fortaleza, CE [email protected] 2 Mycotoxins are secondary metabolites produced by a number of food-borne fungi which cause the toxic response mycotoxicosis in higher animals and humans through ingestion of contaminated foodstuffs. Aflatoxins pose the greatest risk as carcinogenic contaminants of feed and processed foods. Brazil nut has considerable economic importance in Brazil, with the majority of the annual production exported. Contamination of these products represents a loss of over 10% of annual production as a result of microbial biodeterioration. The objectives of this project are to develop PCR-based detection methods for aflatoxigenic fungi, which, applied in certification programmes, will contribute to improving quality in agricultural products such as peanut, Brazil nut, maize and cashew nut. Sequencing of the mitochondrial DNA small subunit rRNA gene region in over 40 isolates of Aspergillus flavus collected from contaminated Brazil nut and cashew nut material, and alignment with equivalent Genbank sequences for additional Aspergillus species and other associated fungal genera in Brazil, revealed conserved sequences for the design of specific primers for the genus Aspergillus and the species A. flavus. Primer sets displayed specificities at the genus level, with a detection sensitivity limit at 10pg of fungal DNA. Ultimately, specific primer sets will be applied in the form of a multiplex PCR system, for molecular detection of aflatoxigenic isolates of A. flavus in contaminated material. Supported by: PRODETAB, CNPq, FAPDF and UCB. 36 54º Congresso Brasileiro de Genética I]kmegkÛ\gÛÃÛ:gf_j]kkgÛ9jYkad]ajgÛ\]Û>]f#la[YÛÝÛ~ÛYÛ~Û\]Ûk]l]eZjgÛ\]Û 9Y`aYÛFl`gfÛGYdY[]Û?gl]dÛÝÛJYdnY\gjÛÝÛ98ÛÝÛ9jYkad oookZ_gj_ZjÛ¤Û@J9EÛ ¤ ¤ ~¤¤ Um sistema de detecção molecular para o gênero Aspergillus derivado da subunidade pequena do DNA ribossomal de DNA mitochondrial que utiliza um controle interno de amplificação Midorikawa, GEO1; Freire, F2; Miller, RNG1 1 Universidade Católica de Brasília, SGAN 916, Módulo B, Brasília, DF, CEP 70790-160, Brasil Embrapa Agroindústria/CNPAT, Rua Dra Sara Mesquita, 2270, Planalto do Pici - Cx. Postal 3761, CEP 60511110, Fortaleza, CE [email protected] 2 Palavras-chave: Aspergillus, mtDNA SSU rDNA, IAC Alimentos em geral são extremamente suscetíveis a contaminação por fungos produtores de micotoxinas, os quais pertencem a diferentes classes químicas. Um grupo bastante importante são as aflatoxinas, as quais têm sido apontadas como o grupo mais importante de micotoxinas devido a sua alta toxicidade, suas propriedades hepatocarcinogênicas e sua ocorrência comum em diferentes alimentos. No Brasil, a contaminação desses alimentos representa uma perda anual de mais de 10% de toda a produção de castanhas, levando o Brasil a grandes perdas econômicas. Os objetivos desse projeto são desenvolver métodos de detecção molecular para fungos aflatoxigênicos, contribuindo assim, em programas de monitoramento de qualidade de produtos agrícolas, como amendoim, castanha do Brasil, e castanha de caju. A técnica de PCR, apesar de ser bem descrita nos últimos 15 anos para a identificação de fungos, não está livre de potenciais problemas, sendo estes em geral, contaminações das amostras, amostragem não representativa, e o principal, inibição da PCR, levando ao resultado falso negativo. Para tanto, está sendo desenvolvido um controle interno de amplificação (IAC) para a região do mtDNA SSU rDNA específico para o gênero Aspergillus, visando a utilização de um conjunto de primers e IACs num método de PCR multiplex para a identificação de Aspergillus flavus em alimentos. Apoio: PRODETAB, CNPq, FAPDF e UCB. 5 123 Anexo B – Artigo publicado Letters in Applied Microbiology ISSN 0266-8254 ORIGINAL ARTICLE Characterization of Aspergillus flavus strains from Brazilian Brazil nuts and cashew by RAPD and ribosomal DNA analysis G.E.O. Midorikawa1, M.R.R. Pinheiro1, B.S. Vidigal1, M.C. Arruda1, F.F. Costa1, G.J. Pappas Jr1, S.G. Ribeiro4, F. Freire2 and R.N.G. Miller1,3 1 2 3 4 Postgraduate program in Genomic Science and Biotechnology, Universidade Católica de Brası́lia, Brası́lia, DF, Brazil Embrapa Agroindústria Tropical ⁄ CNPAT, Fortaleza, CE, Brazil, Diagene Diagnósticos Moleculares Ltda, Universidade Católica de Brası́lia, Brası́lia, DF, Brazil Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Brası́lia, DF, Brazil Keywords: Aspergillus flavus, detection, internal amplification control, mycotoxins, PCR, RAPD, rDNA ITS. Correspondence Robert Neil Gerard Miller, Universidade Católica de Brası́lia, CAMPUS II, SGAN Qd. 916, Módulo B, Avenida W5 Norte, 70Æ790-160, Brası́lia, DF, Brazil. E-mail: [email protected] 2007 ⁄ 0244: received 16 February 2008, revised 12 March 2008 and accepted 13 March 2008 doi:10.1111/j.1472-765X.2008.02377.x Abstract Aims: The aim of this study was to determine the genetic variability in Aspergillus flavus populations from Brazil nut and cashew and develop a polymerase chain reaction (PCR) detection method. Methods and Results: Chomatography analysis of 48 isolates identified 36 as aflatoxigenic (75%). One hundred and forty-one DNA bands were generated with 11 random amplified polymorphic DNA (RAPD) primers and analysed via unweighted pair group analysis, using arithmetic means (UPGMA). Isolates grouped according to host, with differentiation of those from A. occidentale also according to geographical origin. Aspergillus flavus-specific PCR primers ASPITSF2 and ASPITSR3 were designed from ribosomal DNA internal transcribed spacers (ITS 1 and 2), and an internal amplification control was developed, to prevent false negative results. Specificity to only A. flavus was confirmed against DNA from additional aspergilli and other fungi. Conclusions: RAPD-based characterization differentiated isolates according to plant host. The PCR primer pair developed showed specificity to A. flavus, with a detection limit of 10 fg. Significance and Impact of the Study: Genetic variability observed in A. flavus isolates from two Brazilian agroecosystems suggested reproductive isolation. The PCR detection method developed for A. flavus represents progress towards multiplex PCR detection of aflatoxigenic and nonaflatoxigenic strains in Hazard Analysis Critical Control Point systems. Introduction Aflatoxins are carcinogenic natural substances. The fungi Aspergillus flavus Link, A. parasiticus Speare, A. tammarii Kita and A. nomius Kurtzman, Horn & Hesseltime all produce these secondary metabolites, most commonly with A. flavus producing aflatoxins B1 (AFB1) and B2, (AFB2) and A. parasiticus producing aflatoxins B1, B2, G1 (AFG1) and G2 (AFG2). Whilst most strains of A. parasiticus produce aflatoxins, only 40–50% of A. flavus strains are estimated to be aflatoxigenic (Geisen 1998). 12 Cashew (Anarcardium occidentale L.) and Brazil nut (Bertholletia excelsa Humb. & Bompl.) are important crops in Brazil. Mycotoxigenic fungi have been reported in cashew (Pitt and Hocking 1991; Pitt et al. 1993), with AFG2 detected in kernels (Freire et al. 1999). Aspergillus flavus is dominant on Brazil nuts, (Freire et al. 2000; Arrus et al. 2005), with AFB1, AFB2 and AFG2 reported in excess of 2Æ25 ppm (Castrillon and Purchio 1988). Hazard Analysis Critical Control Point (HACCP) systems control risks of contamination of food products with pathogenic micro-organisms and chemical toxins ª 2008 The Authors Journal compilation ª 2008 The Society for Applied Microbiology, Letters in Applied Microbiology 47 (2008) 12–18 A. flavus variability and detection G.E.O. Midorikawa et al. (Codex Alimentarius, 2003). Tools developed for detecting aflatoxigenic aspergilli (i.e. biological hazards) would enable identification of critical control points (CCPs) in the field, storage or transport. The need for detection methods for mycotoxigenic fungi in Brazil is also driven by cost and limited access to methods for mycotoxin detection (Salay 2003). Identification of aflatoxigenic fungi can be conducted using specialized media for aflatoxin induction (e.g. Lin and Dianese 1976). Limitations exist, however, with insufficient sensitivity and misidentification of compounds during visual determination under UV radiation. Agar plug methods, by contrast, visualize mycotoxins in colony material via thin layer chromatography (TLC) (e.g. Singh et al. 1991). PCR detection methods are also under development for aflatoxigenic fungi, with primers targeting regions such as aflatoxin biosynthetic pathway genes and ribosomal DNA (rDNA). Multiplex PCR has been described (e.g. Chen et al. 2002), although problems have been reported, with amplification of homologues in nonproducing fungi, and primer nonspecificity (Shapiro et al. 1996). RAPD PCR also offers potential for detection of aflatoxigenic fungi. RAPD SCAR (sequence characterized amplified region) markers can be designed from monomorphic amplicons, for detection across populations. This approach has been applied for ochratoxin A-producing aspergilli and penicillia (Niessen et al. 2005). RAPDs also have potential in fingerprinting for both detection of aflatoxigenic fungi at CCPs and traceback investigations of contamination incidents. The objectives of this study were to characterize A. flavus from A. occidentale and B. excelsa via RAPD and analysis of rDNA internal transcribed spacers (ITS) regions, and identify candidate sequences for PCR-based detection. This paper describes both an analysis of genetic variability in A. flavus on these hosts, and the first PCR-based detection method for A. flavus to include an internal amplification control (IAC). Specific primers are suitable for inclusion in PCR multiplex methods, applicable for HACCP systems. Materials and methods Origin, identification and preservation of isolates Forty-eight isolates of A. flavus from A. occidentale and B. excelsa were isolated into culture according to Freire et al. (2000) (Table 1). Identifications to species level were made according to Singh et al. (1991), and isolates preserved on Czapek Yeast Autolysate (CYA) slopes (Pitt and Hocking 1997) and on sterile filter paper at 4C. Aflatoxin detection Aflatoxin production was analysed in strains after 7 days growth at 30C on Yeast Extract Sucrose (YES) (Pitt and Hocking 1997) and CYA. Mycelial plugs were wetted with chloroform ⁄ methanol (2:1) and placed in contact with a TLC plate (Silica gel 60; Merck, Darmstadt, Germany) for 5 s. Aflatoxin standards AFB1, AFB2, AFG1 and AFG2 (Sigma, St Louis, MO, USA) were included for quantification. Spots were dried and plates developed in an acetone:chloroform (10:90 v ⁄ v) mobile phase. Spots were visualized under UV light (366 nm) and toxins scored on a presence ⁄ absence basis, after growth on either of the media. DNA extraction Cultures were grown in 150 ml of CYA liquid media for 72 h at 25C, with agitation at 120 rev min)1. Mycelia were washed with sterile distilled water, harvested by vacuum filtration and freeze dried. Extraction of DNA was conducted according to Raeder and Broda (1985). Ribosomal DNA amplification Amplification of the ITS1, ITS2 and 5Æ8s rDNA gene of the nuclear ribosomal RNA gene cluster was conducted using primers ITS5 and ITS4 (White et al. 1990). PCR amplifications contained 0Æ4 lmol l)1 of primer, 200 lmol l)1 dNTPs, 1Æ5 mmol l)1 MgCl2, 1Æ0 U Taq DNA polymerase (5 U ll)1) (Invitrogen, São Paulo, Brazil), and 20 ng of DNA. Temperature cycling was performed on a PCT-100 thermocycler (MJ Research, Waltham, MA, USA) as follows: Initial denaturation at 95C for 4 min, 40 cycles of denaturation at 92C for 1 min, primer annealing at 55C for 1 min, and extension at 72C for 2 min, and a final extension at 72C for 5 min. DNA sequencing and primer design Twenty nanogram of PCR product were sequenced on an ABI 377 sequencer (Applied Biosystems, Foster City, CA, USA). rDNA ITS sequences were also included for 43 Aspergillus species in Genbank, together with 19 species across 14 fungal genera commonly associated with B. excelsa and A. occidentale in Brazil (Freire et al. 1999, 2000). Sequence alignment was conducted using ClustalW (Thompson et al. 1994) and primers designed with Primer3 (Rozen and Skaletsky 2000). Sequences were deposited in GenBank under accession numbers EF409767–EF409814. ª 2008 The Authors Journal compilation ª 2008 The Society for Applied Microbiology, Letters in Applied Microbiology 47 (2008) 12–18 13 A. flavus variability and detection Isolate number Brazilian locality UCB001 UCB002 UCB003 UCB004 UCB005 UCB006 UCB007 UCB008 UCB009 UCB010 UCB011 UCB012 UCB013 UCB014 UCB015 UCB016 UCB017 UCB018 UCB019 UCB020 UCB021 UCB022 UCB023 UCB024 UCB025 UCB026 UCB027 UCB028 UCB029 UCB030 UCB031 UCB032 UCB033 UCB034 UCB035 UCB036 UCB037 UCB038 UCB039 UCB040 UCB041 UCB042 UCB043 UCB044 UCB045 UCB046 UCB047 UCB048 Amazonia Amazonia Amazonia Amazonia Amazonia Amazonia Amazonia Amazonia Beribe County, Ceará Beribe County, Ceará Beribe County, Ceará Beribe County, Ceará Beribe County, Ceará Beribe County, Ceará Beribe County, Ceará Beribe County, Ceará Beribe County, Ceará São Raimundo Nonato, São Raimundo Nonato, São Raimundo Nonato, São Raimundo Nonato, São Raimundo Nonato, São Raimundo Nonato, São Raimundo Nonato, São Raimundo Nonato, São Raimundo Nonato, São Raimundo Nonato, São Raimundo Nonato, Amazonia Amazonia Amazonia Amazonia Amazonia Amazonia Amazonia Amazonia Amazonia Amazonia Amazonia Amazonia Amazonia Amazonia Amazonia Amazonia Amazonia Amazonia Amazonia Amazonia G.E.O. Midorikawa et al. Piauı́ Piauı́ Piauı́ Piauı́ Piauı́ Piauı́ Piauı́ Piauı́ Piauı́ Piaui Piaui Host Aflatoxin (on YES media) Aflatoxin (on CYA media) B B B B B B B B A A A A A A A A A A A A A A A A A A A A B B B B B B B B B B B B B B B B B B B B ND ND ND AFB1 ND ND ND ND AFB1 ND AFB1 AFB1 AFB1 AFB1 AFB1 AFB1 AFB1 ND AFB1 AFB1 AFB1 AFB1 AFB1 AFB1 AFB1 AFB1 AFB1 AFB1 AFB1 AFB1 AFB1 AFB1 ND AFB1 AFB1 ND AFB1 ND ND AFB1 AFB1 AFB1 AFB1 ND ND AFB1 AFB1 AFB1 AFB1 ND ND AFB1 ND AFB1 ND ND AFB1 ND AFB1 AFB1 AFB1 AFB1 AFB1 AFB1 AFB1 ND ND AFB1 AFB1 AFB1 AFB1 ND ND ND AFB1 ND AFB1 ND ND AFB1 AFB1 AFB1 AFB1 ND AFB1 AFB1 ND AFB1 ND AFB1 ND ND ND AFB1 AFB1 AFB1 Table 1 Supporting information for examined isolates of Aspergillus flavus ND, not detectable; B, Bertholletia excelsa; A, Anarcardium occidentale. Determination of primer specificity and detection limit Amplification conditions for the specific primer pair developed (ASPITSF2 and ASPITSR3) were as described above, using an annealing temperature of 60C. Primers 14 were tested for specificity against DNA from Aspergillus awamore, Aspergillus fumigatus and Aspergillus niger, as well as isolates of Cladosporium cladosporioides, Fusarium solani f. sp. glycines, Fusarium solani, Penicillium citrinum and Trichoderma harzianum. Isolates of ª 2008 The Authors Journal compilation ª 2008 The Society for Applied Microbiology, Letters in Applied Microbiology 47 (2008) 12–18 A. flavus variability and detection G.E.O. Midorikawa et al. F. solani were obtained from the Plant Pathology Department, Universidade de Brasilia (CMUnB). Detection limit was assessed on diluted A. flavus DNA. All experiments were conducted in duplicate, with an IAC (see below) in each sample and a separate negative control lacking template DNA included with PCR amplifications. Internal amplification control development The specific PCR product amplified for A. flavus with primers ASPITSF2 and ASPITSR3 was cloned into the vector pGEMTeasy (Promega, Madison, WI, USA), and plasmid DNA isolated according to standard protocols. An IAC was constructed by splicing an internal fragment from the cloned amplicon. Digestion was performed with Sma I (Invitrogen), at base pair position 36, to linearize the plasmid construct. A second digestion was performed at position 147 with Cla I (Invitrogen), excising a 111-bp fragment. Following agarose gel electrophoresis, the large plasmid DNA fragment (3301 bp) was extracted using a Geneclean II kit (Qbiogene, Irvine, CA, USA), and Cla I 5¢ overhangs filled using DNA polymerase I, large (Klenow) fragment (Invitrogen). Blunt-ended fragments were ligated using T4 DNA Ligase (Promega) to produce a ligate 111 bp smaller than the original specific amplicon. Following cloning, the recombinant strain was stored as a glycerine culture at )80C. Plasmid DNA was isolated, and at optimal concentration, used as an IAC template in specific PCR reactions. RAPD-based characterization Following screening of 10-mer primers (Operon Technologies, Alameda, CA, USA), 11 primers were selected, based upon number of observable bands and reproducibility: OPA04 (5¢-AATCGGGCTG-3¢), OPB10 (5¢CTGCTGGGAC-3¢), OPD10 (5¢-GGTCTACACC-3¢), OPD20 (5¢-ACCCGGTCAC-3¢), OPF10 (5¢-GGCTGCAGAA-3¢), OPF13 (5¢-GGAAGCTTGG-3¢), OPK20 (5¢-GTGTCGCGAG-3¢), OPO20 (5¢-ACACACGCTG-3¢), OPQ20 (5¢-TCGCCCAGTC-3¢), OPT20 (5¢-GACCAATGCC-3¢) and OPV10 (5¢-GGACCTGGTG-3¢). Amplification conditions were as described for rDNA analysis, using additional MgCl2 (2Æ5 mmol l)1), 1 mg ml)1 BSA, and a primer annealing temperature of 36C. Experiments were repeated twice, with only reproducible bands scored for analyses. Combined data were analysed. Phenetic relationships were generated from combined binary data using mvsp v3.1 (Kovach 1999). Similarities were determined with Jaccard’s coefficient, and visualized following UPGMA clustering. Results Aflatoxin detection Chromatography data revealed 36 aflatoxigenic strains producing detectable levels of aflatoxin AFB1 (75%), from both B. excelsa and A. occidentale (Table 1), with YES media inducing detectable levels in a greater number of strains. RAPD-based characterization Phenetic analysis of combined RAPD data (141 amplified bands) showed each isolate to be genetically distinct (Fig. 1). Five main clusters grouped broadly according to host of origin (B. excelsa-derived isolates in clusters 1, 2 and 5; A. occidentale-derived isolates in clusters 3 and 4). Three exceptions were observed, with one isolate from B. excelsa (UCB046) grouping with others from A. occidentale, and two from A. occidentale remaining ungrouped (UCB026 and UCB028). Clusters 3 and 4 also separated isolates from A. occidentale according to geographical origin. RAPD SCAR markers could not be identified, as no correlation was observed between RAPD cluster and aflatoxin detection. Ribosomal DNA sequencing and specific primer development Inter-species variability was observed in ITS1 and ITS2 regions, with greater variability noted in the ITS1 region. Two sequences were identified for primer design, with ASPITSF2 (5¢-GCCCGCCATTCATGG-3¢) targeting within the ITS1 region and specific for A. flavus, and ASPITSR3 (5¢-CCTACAGAGCGGGTGACAAA-3¢) targeting within the ITS2 and specific at the genus level. The expected PCR product size was 397 bp. Primer specificity and limit of detection Primers ASPITSF2 and ASPITSR3 amplified a PCR product of the predicted size from target DNA from only A. flavus, when testing against DNA from other members of the genus and fungi associated with B. excelsa and A. occidentale (Fig. 2a,b). When using only fungal DNA template, an amplification detection limit of c. 10 fg was observed (Fig. 2c). In development of IACs, simultaneous amplification of distinct PCR products flanked by the same primer pair can cause inhibition or enhanced amplification of either product, according to their molar ratio. In this study, an IAC concentration of 10 pg was identified as optimum for simultaneous amplification of a 286-bp IAC and the 397 bp specific A. flavus amplicon. ª 2008 The Authors Journal compilation ª 2008 The Society for Applied Microbiology, Letters in Applied Microbiology 47 (2008) 12–18 15 A. flavus variability and detection G.E.O. Midorikawa et al. Cluster UPGMA 0.28 0.4 0.52 0.64 32 B. excelsa (Amazonia) AFB1 34 B. excelsa (Amazonia) AFB1 29 B. excelsa (Amazonia) AFB1 26 A. occidentale (Piauí) AFB1 28 A. occidentale (Piauí) AFB1 38 B. excelsa (Amazonia) AFB1 42 B. excelsa (Amazonia) AFB1 39 B. excelsa (Amazonia) ND 37 B. excelsa (Amazonia) AFB1 36 B. excelsa (Amazonia) ND 45 B. excelsa (Amazonia) ND 41 B. excelsa (Amazonia) AFB1 48 B. excelsa (Amazonia) AFB1 44 B. excelsa (Amazonia) ND 43 B. excelsa (Amazonia) AFB1 47 B. excelsa (Amazonia) AFB1 40 B. excelsa (Amazonia) AFB1 35 B. excelsa (Amazonia) AFB1 33 B. excelsa (Amazonia) AFB1 31 B. excelsa (Amazonia) AFB1 30 B. excelsa (Amazonia) AFB1 46 B. excelsa (Amazonia) AFB1 24 A. occidentale (Piauí) AFB1 23 A. occidentale (Piauí) AFB1 20 A. occidentale (Piauí) AFB1 19 A. occidentale (Piauí) AFB1 18 A. occidentale (Piauí) ND 21 A. occidentale (Piauí) AFB1 22 A. occidentale (Piauí) AFB1 17 A. occidentale (Ceará) AFB1 16 A. occidentale (Ceará) AFB1 27 A. occidentale (Piauí) AFB1 25 A. occidentale (Piauí) AFB1 15 A. occidentale (Ceará) AFB1 14 A. occidentale (Ceará) AFB1 13 A. occidentale (Ceará) AFB1 12 A. occidentale (Ceará) AFB1 11 A. occidentale (Ceará) AFB1 10 A. occidentale (Ceará) ND 9 A. occidentale (Ceará) AFB1 8 B. excelsa (Amazonia) ND 7 B. excelsa (Amazonia) ND 6 B. excelsa (Amazonia) AFB1 5 B. excelsa (Amazonia) ND 4 B. excelsa (Amazonia) AFB1 3 B. excelsa (Amazonia) ND 2 B. excelsa (Amazonia) ND 1 B. excelsa (Amazonia) AFB1 0.76 0.88 1 2 3 4 5 1 Jaccard's coefficient Figure 1 UPGMA phenogram showing genetic relationships between Aspergillus flavus isolates from Anarcardium occidentale and Bertholletia excelsa, based on combined RAPD fingerprints. Aspergillus flavus isolates are divided into host of origin clusters. Successful co-amplification of PCR products was observed when tested across all 48 A. flavus isolates, with specificity to only A. flavus depicted in Fig. 2b. A detection limit of 1 pg of A. flavus DNA was reached, when incorporating 10 fg of IAC plasmid DNA (data not shown). Discussion Despite the importance of A. flavus, its population biology remains poorly understood. Analysis of RAPD data revealed intraspecific groupings correlating with plant host. This may indicate either a different origin of isolates on each host, or reproductive isolation, with selective pressure conserving genes involved in host specificity. Localized intraspecific variability in soil-borne A. flavus has also been reported by Griffin et al. (2001). Our RAPD data also distinguished based upon geographical origin in the case of isolates from A. occidentale. RAPD fingerprinting of isolates of the human pathogen A. fumigatus has been applied in traceback investigations (e.g. Khan et al. 1998). Given such applications, RAPDs offers potential in HACCP for monitoring A. flavus. Although we did not 16 observe correlation between RAPDs and aflatoxin detection, as also reported in Brazilian isolates from corn and soil (Lourenço et al. 2007), potential exists in development of RAPD SCAR approaches for aflatoxigenic strain detection. Interestingly, TLC analyses showed most isolates of A. flavus from A. occidentale producing detectable levels of AFB1. Previously, only aflatoxin G2 had been reported in A. occidentale in Brazil (Freire et al. 1999). Kumeda and Asao (1996) utilized rDNA ITS variability for classification of Aspergillus section flavi into four groups, namely A. flavus ⁄ A. oryzae, A. parasiticus ⁄ A. sojae, A. tamarii and A. nomius. A two-step nested PCR detection system using ITS-derived primers has been used for clinical isolates of A. fumigatus, A. niger and A. flavus (Sugita et al. 2004). To date, PCR methods for mycotoxigenic fungi have not included IAC systems (Paterson 2007). Analysis of rDNA ITS regions in our isolates enabled the design of a species- and genus-specific primer from ITS1 and ITS2 regions, respectively. Together with the developed IAC, this primer pair for A. flavus has potential for inclusion in multiplex PCR or RT-PCR methods (e.g. Scherm et al. 2005), ª 2008 The Authors Journal compilation ª 2008 The Society for Applied Microbiology, Letters in Applied Microbiology 47 (2008) 12–18 A. flavus variability and detection G.E.O. Midorikawa et al. 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 (a) 397 bp Acknowledgement Financial support was provided by the CNPq (Rhae50Æ4601 ⁄ 2004-0), Prodetab (003-01 ⁄ 01) and FAP-DF (PAPPE-193Æ000Æ295 ⁄ 2004). References 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 (b) 397 bp 286 bp 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (c) 397 bp Figure 2 PCR amplification with primers ASPITSF2 and ASPITSR3 (a), specific PCR amplification plus an internal amplification control (b) and limit of detection with primers ASPITSF2 and ASPITSR3 (c). (a) 1: Low DNA Mass ladder (Invitrogen); 2: negative control; 3–5: Aspergillus flavus isolates UCB024, UCB045 and UCB060; 6 and 7: Trichoderma harzianum isolates 1 and 2; 8 and 9: Aspergillus fumigatus isolates 1 and 2; 10 and 11: Aspergillus awamore isolates 1 and 2; 12 and 13: Fusarium solani f. sp. glycines isolates CMUnB 1824 and 1848; 14: F. solani isolate CMUnB 1974. (b) 1: 1 Kb Plus DNA ladder (Invitrogen); 2–4: A. flavus isolates UCB036, UCB040 and UCB044; 5: A. awamore isolate 1; 6: A. fumigatus isolate 1; 7: Aspergillus niger isolate 1; 8 and 9: F. solani f. sp. glycines isolates CMUnB 1824 and 1848; 10: F. solani isolate CMUnB 1974; 11: P. citrinum isolate 1; 12: T. harzianum isolate 1; 13: C. cladosporioides isolate 1; 14: negative control. (c) 1: 1 Kb Plus DNA ladder (Invitrogen); 2–9: PCR products amplified with 20 ng, 5 ng, 1 ng, 100 pg, 10 pg, 1 pg, 100 fg and 10 fg A. flavus DNA; 10: negative control. to complement markers for aflatoxin biosynthetic pathway genes, such as aflP or aflQ (Paterson 2006). Nuclear rDNA regions are also attractive markers because of high copy number, facilitating PCR amplification. Indeed, the detection limit of our specific ITS product (10 fg) was more sensitive than obtained with primers targeting single copy genes, which typically detect down to only nanograms of template DNA. Uptake of a robust PCRbased system in HACCP is important in Brazil, given limited chromatographic analyses on products for internal markets. Arrus, K., Blank, G., Abramson, D., Clear, R. and Holley, R.A. (2005) Aflatoxin production by Aspergillus flavus in Brazil nuts. J Stored Prod Res 41, 513–527. Castrillon, A.L. and Purchio, A. (1988) Ocorrência de aflatoxinas em castanha do Para (Bertholletia excelsa Humb. & Bonpl.). Acta Amazonica 18, 49–56. Chen, R.S., Chen, R.S., Tsay, J.G. and Huang, Y.F. (2002) Polymerase chain reaction-mediated characterization of molds belonging to the Aspergillus flavus group and detection of Aspergillus parasiticus in peanut kernels by a multiplex polymerase chain reaction. J Food Protect 65, 840–844. Codex Alimentarius. (2003) Hazard analysis and critical control point (HACCP) system and guidelines for its application. ANNEX to Recommended International Code of Practice ⁄ General Principles of Food Hygiene. CAC ⁄ RCP 1-1969, Rev 4. 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