Estudos de Caso-controle
Prof. Eliseu Alves Waldman
Disciplina de Epidemiologia I
2007
Faculdade de Saúde Pública da USP
Estudos de Caso-controle
Nos estudos de caso-controle os eventos de interesse (casos) já
ocorreram e o grupo controle é selecionado buscando-se o máximo de
semelhança com os casos.
Com o objetivo de identificar associação entre o evento de interesse e
alguns preditores levanta-se a história pregressa dos casos e dos
controles para verificar se existe maior freqüência dos mesmos entre os
casos
Estudos de Caso-controle
Os estudos caso-controle estão particularmente indicados em:
 Situações como as encontradas em surtos ou diante de agravos
desconhecidos, em que é indispensável a identificação urgente da
etiologia da doença com vistas a uma imediata ação de controle.
 Esse delineamento permite, de forma rápida e pouco dispendiosa, a
investigação de fatores de risco associados a doenças raras e de
longo período de latência.
 Avaliação de eficácia/efetividade de vacinas
Fonte da população
Odds de
ser
Exposto
entre os
casos
Expostos
Amostra
Não expostos
Casos
Odds de
ser
Exposto
entre os
controles
Controles
Estudos de Caso-controle
Seleção dos casos

É recomendável que os casos incluídos no estudo sejam uma
amostra representativa dos que ocorreram na comunidade
 O local onde se identificam os casos vai depender das características
da doença de interesse
 Pode-se identificar casos por meio de estudos de corte transversal
ou por meio de sistemas de vigilância
Estudos de Caso-controle
A definição de caso deve levar em consideração vários
aspectos:
1) Critério diagnóstico
2) Aspectos e variedades clínicas
3) Estadiamento da doença
4) Emprego de casos ocorridos num intervalo definido de tempo (incidência) ou
de casos prevalentes em determinado momento
5) A fonte dos casos
Estudos de Caso-controle
Mensuração da exposição
 Por meio de entrevistas, questionários padronizados, informações de
parentes/vizinhos ou de marcadores biológicos
 Os procedimentos devem ser rigorosamente iguais para casos e
controles
 É recomendável que os entrevistadores não conheçam do status
caso/controle com o objetivo de se evitar vieses
Estudos de Caso-controle
Seleção dos controles
 Não podem apresentar a doença de interesse
 Devem ser representativos da população aonde ocorreram os casos
 Ao selecionar os controles devemos estar atentos a possíveis vieses
Estudos de Caso-controle
Vantagens dos estudos de caso-controle
 Baixo custo e curta duração
 É particularmente indicado para doenças raras
 Evita a perda no seguimento dos casos
 Fácil execução
 Pode analisar vários preditores simultaneamente
Estudos de Caso-controle
Desvantagens dos estudos de caso-controle
 Dificuldade de seleção dos controles
 As informações obtidas freqüentemente são incompletas
 Vieses de informação, de seleção
 Fatores de confusão
 Impossibilidade de cálculo direto da incidência entre
expostos e não expostos e, por decorrência do risco relativo
Medidas de Associação
Interpretação dos valores encontrados no cálculo
do risco relativo
1) Quando o RR apresenta um valor igual a 1 temos a ausência de
associação.
2) Quando o RR é menor do que 1 a associação sugere que o fator
estudado teria uma ação protetora
3) Quando o RR maior do que 1, quanto maior for o RR maior será a
força da associação entre exposição e o efeito estudado
Medidas de Associação
A interpretação dos valores encontrados no cálculo do
Odds Ratio é a mesma do cálculo do risco relativo
Medidas de Associação
Interpretação dos resultados das medidas de
associação
1. Acaso: decorrem de variações aleatórias
2. Vício ou viés : constituem erros sistemáticos
3. Fatores de confusão
4. Verdade:- quando a associação causa-efeito observada está correta.
Observação: É recomendável que se aceite essa explicação somente quando for possível
excluir as demais
Critérios de Validação Causal
1. Força da associação: verificada por meio do cálculo do Risco Relativo ou
do “Odds Ratio
2. Seqüência cronológica:- a exposição ao provável fator de risco deve
anteceder o aparecimento da doença.
3. Efeito dose-resposta:- quanto maior a intensidade ou freqüência de
exposição ao provável fator de risco, haverá uma variação concomitante na
ocorrência da doença.
Critérios de Validação Causal
4. Significância estatística: é necessário um elevado grau de certeza
de que essa associação não se deve ao acaso.
5. Consistência da associação: A associação deverá repetir-se em
diferentes estudos efetuados em distintas populações e momentos,
empregando-se diferentes métodos.
6. Especificidade da associação: quanto mais específica for a relação
de um fator com uma determinada doença mais provável será tratarse de uma associação causal.
Critérios de Validação Causal
7. Reversão da intensidade da associação: quando a associação
perde sua força à medida em que aumenta o período de
interrupção da exposição.
8. Coerência com o conhecimento científico: Os novos
conhecimentos devem ser coerentes com paradigmas científicos
consagrados, ou seja, já validados por pesquisas anteriores.
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