Afro-descendentes no Brasil: combate à pobreza e políticas de ação afirmativa como estratégias de superação das desigualdades de gênero e étnico/raciais Debate nacional sobre a implantação das políticas de ação afirmativa para afro-descendentes e, em especial, as políticas de ação afirmativa, e cotas, para afro-descendentes nas universidades públicas nos país Quais devem ser as políticas de caráter público e privado capazes de promover esta parcela da população brasileira. Temos avançado para o enfrentamento das desigualdades raciais, problematizando os limites das políticas públicas em seu caráter universal Afirmando que à atenção especial a população afro-descendente constitui aspecto essencial para a satisfação dos direitos sociais, econômicos, políticos e culturais As políticas de combate à pobreza, precisam incorporar os princípios essenciais de combate à discriminação racial e isso significa explorar, até as últimas conseqüências, as causas que levam à população afro-descendente a deter os piores indicadores sociais Questionar porque a população autodeclarada branca possui patamares de qualidade de vida tão superiores à população afro-descendente. Quais são, em distintas situações, as medidas que geram iniqüidade e produzem, em cadeia quase infinita, a desigualdade social, econômica, política e cultural entre essas duas parcelas da população brasileira Quais são os mecanismos que levam a comunidade afro-descendente a legar, no Brasil, interminavelmente, as condições mais adversas dos sistemas e arranjos sociais: educação, emprego, condições de moradia, atenção à saúde, acesso à justiça, entre outros? As políticas de ação afirmativas, despontando como um instrumento de correção das iniqüidades, defendendo que haja ações específicas de atendimento à população afrodescendente, Surge como um meio de forçar o debate mais profundo sobre a redistribuição dos bens e serviços disponíveis na sociedade e, em especial, aqueles que têm o Estado como o seu principal gestor 65% do eleitorado brasileiro é favorável de que 20% das vagas em universidades públicas e particulares sejam reservadas para pessoas negras e descendentes de negros e 68% favoráveis à idéia de que sejam reservadas no mínimo 20% das vagas nas empresas públicas e privadas para pessoas afro-descendentes Opinião pública Baixo acesso de afro-descendentes à universidade é uma decorrência da ineficiência e má qualidade do ensino público A instituição de cotas para afro-descendentes nas universidades é um ato inconstitucional na medida em que a Constituição Brasileira assegura tratamento igualitário Medidas especiais de acesso aos afro-descendentes às instituições universitárias estariam desconsiderando os critérios de mérito. Em contrapartida: Fundamentos das ações afirmativas, em uma de suas mais estratégicas dimensões, incluem a distribuição eqüitativa dos bens sociais para a satisfação substantiva da cidadania na sociedade contemporânea. Suas concepções não diminuem direitos, ao contrário, os amplia na medida em que reconhecem as particularidades – necessidades e interesses. Programas de ação afirmativa: a busca de uma igualdade concreta deve realizar-se não apenas pela aplicação geral das mesmas regras de direito para todos, mas também através de medidas específicas que levam em consideração as situações particulares de minorias e de membros pertencentes a grupos em desvantagem. Considera-se que a referência a um grupo abstrato, percebido como universal e reconhecido como cidadão, digno de igual respeito em razão do seu status de agente racional, deve ter a preeminência na formulação de políticas públicas. Problematizar a corrente e generalizada interpretação de que, no Brasil, os problemas que afetam a população afro-brasileira seriam, apenas, aqueles decorrentes das diferenças de classe e que a discriminação racial, e o racismo, fossem residuais e não tivessem o caráter estrutural Problematizar também o passado escravista e as políticas empreendidas após-abolição do trabalho escravo Decisões tomadas após a abolição que impactam, até os dias de hoje, a sobrevivência e existência das população de origem africana no país. Conceito de reparação e reparação histórica Os afro-descendentes não são apenas pessoas pobres e sim pessoas empobrecidas – 70% do gasto direto do governo central com educação e cultura para o ensino superior, beneficiando os 10% mais ricos da população. Os custos anuais de um estudante de graduação não serem inferiores a nove mil reais ao ano ou algo como US$ 4100. Estatuto da Igualdade Racial Saúde Direito à educação, à cultura ao esporte e ao lazer Direito de liberdade de consciência e culto religioso Questão da terra e Comunidades Quilombolas Mercado de trabalho Meios de comunicação Acesso a justiça Ouvidorias permanentes as Casas Legislativas Fundo da Igualdade Racial Brasil: país campeão da desigualdade Desde 2001, os níveis de desigualdade social declinado, mas esse declínio é suficiente para retirá-lo do grupo de países campeões da desigualdade. A renda apropriada pelo grupo 1% mais rico da população é da mesma magnitude daquela apropriada pelo grupo 50% mais pobre e que os 10% mais ricos, como demonstra o gráfico abaixo, se apropriam de mais de 40% da renda, enquanto os 4% mais pobres se apropriam de menos de 10% dela Segundo o Pnud (2005), dentre os 124 países no mundo para os quais existem informações disponíveis sobre o grau de desigualdade na distribuição de renda, quase 95% apresentam uma desigualdade menor que a do Brasil E enquanto 64% dos países têm renda per capita inferior à brasileira, somente 43% tem renda média dos 20% mais pobres. Para que o Brasil passe a ocupar na distribuição dos países segundo a renda per capita, a proporção apropriada pelos 20% mais pobres deveria dobrar. Entre 2001 e 2004, essa proporção cresceu cerca de 4% ao ano (a.a.). Caso essa velocidade fosse mantida, seriam necessários cerca de 25 anos para que a posição internacional do Brasil com relação à renda dos 20% mais pobre se alinhasse com sua posição relativa à renda per capita Boa Notícia A proporção de indivíduos vivendo abaixo da linha da pobreza reduziu em quse dois pontos percentuais. A redução não foi homogênea entre os grupos raciais. Brancos foi de 1,4 ponto – o que representa uma taxa anual de 0,1 ponto / ano Afro-descendentes está redução foi de 4,2 pontos, taxa anual de 0,4 ponto / ano. Má Notícia Se as taxas de redução observadas entre 1995 e 2004 continuarem no patamar atual, o país só conseguirá eliminar a pobreza entre os afrodescendentes em 139 anos e os afrodescedentes alcançarão o nível atual de pobreza dos brancos em 87 anos. Programas de Governo Bolsa Família, as 11 milhões de família – o mérito da gestão. Luz para Todos, o atendimento estrutural. Alfabetização de jovens e adultos, satisfação de um direito universal. Agricultura Familiar, acessibilidade ao programas de crédito. Salário mínimo, recuperação e ampliação do poder de compra. Desoneração da cesta básica, ampliação do consumo. Prouni, a experiência de política com dotação extraoramentária. Propostas de Legislações