PLANO DE DESENVOLVIMENTO E PROTEÇÃO AMBIENTAL DA BACIA DO RIO COTIA Interessado Sub-Comitê Pinheiros-Pirapora Comitê de Bacia Hidrográfica do Alto Tietê Financiamento Fehidro – Fundo Estadual de Recursos Hídricos Execução CPTI – Cooperativa de Serviços e Pesquisas Tecnológicas e Industriais IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo PLANO DE DESENVOLVIMENTO E PROTEÇÃO AMBIENTAL DA BACIA DO RIO COTIA Lei 9866/97: Legislação de uso e ocupação do solo para proteção e recuperação dos mananciais de interesse regional. Proposição de Minuta de Lei Específica Área de Proteção e Recuperação de Mananciais - APRM Estabelece Diretrizes Gestão integrada: Estado, Município e Sociedade Civil MINUTA DE LEI ESPECÍFICA DA ÁREA DE PROTEÇÃO E RECUPERAÇÃO DOS MANANCIAIS DO RIO COTIA - APRM COTIA Jandira 7,1 km2 2,8% Vargem 2,9 km2 1,2% Cotia 202 km2 79% Barueri 7,0 km2 2,8% Carapicuíba 17,5 km2 7% Embu 17,6 km2 7% Área dos municípios na Sub-bacia MINUTA DE LEI ESPECÍFICA DA APRM DO RIO COTIA - cria a Área de Proteção e Recuperação de Mananciais do Cotia - APRM-C, como manancial de interesse regional (artigos 1° e 18 da Lei Estadual nº 9.866, de 28/11/1997). - órgão colegiado do Sistema de Planejamento e Gestão da APRM-C (caráter consultivo e deliberativo) Comitê de Bacia Hidrográfica do Alto Tietê - CBH-AT, ou o Subcomitê Pinheiros - Pirapora ou Cotia - Guarapiranga, desde que dele receba expressa delegação de competência nos assuntos de peculiar interesse da APRM-C. - órgão técnico do Sistema de Planejamento e Gestão da APRM-C Agência de Bacia Hidrográfica do Alto Tietê. - órgãos da Administração Pública Estadual e Municipal, responsáveis pelo licenciamento, fiscalização e monitoramento ambiental, fica atribuída a execução desta lei. MINUTA DE LEI ESPECÍFICA DA APRM DO RIO COTIA Objetivos - promover gestão participativa e integrada: Estado, municípios e sociedade civil; - integrar programas/políticas regionais e setoriais (habitação, transporte, saneamento ambiental, infraestrutura e manejo de recursos naturais e geração de renda); - estabelecer as condições e os instrumentos básicos para assegurar e ampliar a produção de água para o abastecimento da população, promovendo as ações de preservação, recuperação e conservação dos mananciais ; - disciplinar o uso e ocupação do solo na APRM-C, de maneira a adequálos aos limites de cargas poluidoras definidos para a Bacia e às condições de regime e produção hídrica do manancial; ÁREAS DE INTERVENÇÃO Proteção, recuperação e preservação dos recursos hídricos da APRM - Cotia considerando as especificidades da área. I - Áreas de Restrição à Ocupação - ARO II - Áreas de Ocupação Dirigida - AOD III - Áreas de Recuperação Ambiental – ARA CPTI-IPT ÁREAS DE RESTRIÇÃO À OCUPAÇÃO - ARO Áreas de especial interesse para a preservação, conservação e recuperação dos recursos naturais da Bacia. Prioritárias à produção de água e direito de preempção (poder público municipal tem preferência para aquisição de imóvel urbano): I - as áreas de preservação permanente nos termos do disposto na Lei Federal nº 4.771, de 15 de setembro de 1965 (Código Florestal), e nas demais normas federais que a regulamentam; II - as áreas cobertas por matas e todas as formas de vegetação nativa primária ou secundária, nos estágios médio e avançado de regeneração, nos termos da legislação do bioma da mata atlântica; III - faixa de 100 m (cem metros) de largura medidos em projeção horizontal, a partir da linha de contorno correspondente ao nível máximo dos reservatórios; IV - as Unidades de Conservação. ÁREAS DE RESTRIÇÃO À OCUPAÇÃO - ARO Usos Admitidos: I - recreação e lazer, educação ambiental e pesquisa científica; II - sistemas de drenagem, abastecimento de água, coleta, tratamento e afastamento de cargas poluidoras, obras essenciais aos serviços públicos de transporte, saneamento e energia; III - intervenções de interesse social em áreas urbanas, para recuperação ambiental e melhoria das condições de habitabilidade, saúde pública e qualidade das águas; IV - pesca recreativa; V - pequenas e miúdas estruturas de apoio às embarcações (rampas, escadas e outras);(Resolução SMA nº 04, 18/01/2002); VI - instalação de equipamentos removíveis: palcos, quiosques e sanitários, em suporte a eventos esportivos ou culturais temporários; VII - manejo sustentável da vegetação. ÁREAS DE OCUPAÇÃO DIRIGIDA Aquelas de interesse para a consolidação ou implantação de usos urbanos ou rurais, desde que atendidos os requisitos que assegurem a manutenção das condições ambientais necessárias à produção de água em quantidade e qualidade para o abastecimento público. Compreendem as seguintes Subáreas: I - Subárea de Urbanização Consolidada – SUC; II - Subárea de Urbanização Controlada – SUCt; III - Subárea de Ocupação Diferenciada – SOD; IV - Subárea de Baixa Densidade – SBD; VI – Subárea de Conservação Ambiental – SCA. ÁREAS DE RECUPERAÇÃO AMBIENTAL Ocorrências localizadas de usos ou ocupações que estejam comprometendo a quantidade e a qualidade das águas, exigindo intervenções urgentes de caráter corretivo. Compreendem: I - Área de Recuperação Ambiental 1 - ARA 1: assentamentos habitacionais de interesse social onde o Poder Público deverá promover programas de recuperação urbana e ambiental; II - Área de Recuperação Ambiental 2 - ARA 2: ocorrências degradacionais previamente identificadas pelo Poder Público, que exigirá dos responsáveis ações de recuperação imediata do dano ambiental. Objeto de Projeto de Recuperação Ambiental em Mananciais – PRAM, deverá ser apresentado pelos proprietários ou responsáveis pelas ocorrências degradacionais e aprovado pelo Estado. ÁREAS DE INTERVENÇÃO: ARO APPs e Matas Unidade de Conservação (SNUC) Reserva Florestal de Morro Grande ÁREAS DE INTERVENÇÃO: AOD Subárea de Urbanização Controlada - SUCt Lote Mínimo – 250 m Coef. Aproveit. – 1,5 Taxa Imperm. – 0,6 Subárea de Urbanização Consolidada - SUC Lote Mínimo – 125 m Coef. Aproveit. – 2,0 Taxa Imperm. – 0,8 Subárea de Ocupação Diferenciada - SOD Lote Mínimo – 1000m Coef. Aproveit. – 0,5 Taxa Imperm. – 0,4 Subárea de Baixa Densidade - SBD Lote Mínimo – 3000 m Coef. Aproveit. – 0,3 Taxa Imperm. – 0,2 Subárea de Conservação Ambiental - SCA Lote Mínimo – 10000 m Coef. Aproveit. – 0,1 Taxa Imperm. – 0,1 ÁREAS DE INTERVENÇÃO: ARA Área de Recuperação Ambiental - Interesse Social Área de Recuperação Ambiental - Interesse Ambiental PADRÕES URBANÍSTICOS Áreas de Intervenção ÁREAS DE RESTRIÇÃO A OCUPAÇÃO ARO ÁREAS DE OCUPAÇÃO DIRIGIDA AOD Subáreas Características e Usos --- Áreas sob legislação específica: Unidades de Conservação, Matas, Vegetação de várzea. Áreas impróprias nas classes aptidão do meio físico. Áreas de proteção previstas nos Planos Diretores. Coeficiente de Aproveitamento Taxa de Impermeabilização Áreas não urbanizáveis. Manter estado atual ou promover repovoamento vegetal. Critérios de ocupação conforme legislação de normatização do uso e ocupação dessas áreas. URBANIZAÇÃO CONSOLIDADA SUC Ocupação irreversível Áreas saneadas e a sanear. Qualificar infraestrutura a curto prazo 125 2,00 0,80 URBANIZAÇÃO CONTROLADA SUCt Expansão Urbana Contígua Áreas a sanear Qualificar infraestrutura a médio prazo 250 1,50 0,60 OCUPAÇÃO DIFERENCIADA SOD Residencial baixa densidade, chácaras, sítios, lazer e turismo. 1 000 0,50 0,40 BAIXA DENSIDADE SBD Áreas rurais, usos de apoio ao setor primário, ao turismo ecológico, reflorestamento e usos econômicos compatíveis com a manutenção da qualidade dos mananciais. São permitidos os usos disciplinados pela legislação municipal de uso e ocupação do solo, ressalvado o disposto nos artigos 49 e 50 desta lei. 3 000 0,30 0,20 Áreas providas de cobertura vegetal de interesse à preservação da biodiversidade e dos ecossistemas, de relevante beleza cênica ou outros atributos de importância ambiental como contigüidade a APP.. 10 000 0,10 0,10 CONSERVAÇÃO AMBIENTAL SCA INTERESSE SOCIAL ÁREAS DE RECUPERA-ÇÃO AMBIENTAL ARA Lote Mínimo ARA-1 INTERESSE AMBIENTAL ARA-2 Áreas habitacionais precárias, irregulares, ocupadas por população de baixa renda, objeto de ações corretivas e remoção da população. Áreas impróprias à ocupação, degradadas (lixões, aterros, minerações). Áreas contaminadas Depois da recuperação ambiental a área assume as restrições da área de intervenção na qual está inserida: AOD ou ARO Ações corretivas no solo e de remoção da população se houver. INFRAESTRUTURA DE SANEAMENTO AMBIENTAL – EFLUENTES • instalação de novas edificações, empreendimentos ou atividades fica condicionada à implantação de sistema de coleta, tratamento ou exportação de esgotos. • vedadas a implantação e ampliação de atividades geradoras de efluentes líquidos: - não-domésticos que não possam ser lançados, mesmo após tratamento, em rede pública de esgotamento sanitário ou em corpo d'água, de acordo com os padrões de emissão e de qualidade do corpo d'água receptor estabelecidos na legislação pertinente. -contendo poluentes orgânicos persistentes - POP’s, ou metais pesados. • vedadas a implantação e ampliação de atividades cujo armazenamento, manipulação ou processamento de substâncias químicas que coloquem em risco o meio ambiente ou impossibilite o uso do manancial para abastecimento público, após tratamento convencional. INFRAESTRUTURA DE SANEAMENTO AMBIENTAL RESÍDUOS SÓLIDOS • resíduos sólidos industriais incompatíveis para disposição em aterro sanitário, serão removidos da APRM, conforme critérios estabelecidos pelo órgão ambiental Estadual competente. • vedada, na APRM, a disposição de resíduos sólidos de qualquer natureza nas Subáreas de Conservação Ambiental - SCA e nas Áreas de Restrição à Ocupação – ARO. • implantação de sistema coletivo de disposição de resíduos sólidos inertes na APRM será permitida, desde que: I - exista uma unidade de reciclagem dos resíduos no local do empreendimento; II - seja implantado um sistema de segurança que evite o carreamento dos resíduos para os corpos d’água; III - obedeça a todos os requisitos e as normas ambientais vigentes. LICENCIAMENTO, REGULARIZAÇÃO, COMPENSAÇÃO E FISCALIZAÇÃO • Empreendimentos, obras, usos e atividades na APRM serão realizados pelos órgãos estaduais e municipais. • As leis municipais observarão as diretrizes e normas ambientais e urbanísticas de interesse para a preservação, conservação e recuperação dos mananciais definidas nesta lei. • O Subcomitê e o Comitê de Bacia Hidrográfica do Alto Tietê analisam as leis municipais, verificar compatibilidade com esta lei. • Se os Municípios não observarem as diretrizes e normas ambientais e urbanísticas, as atividades de licenciamento e regularização serão exercidas pelo Poder Estadual, ouvido o Poder Municipal quando couber. • O Estado prestará (incluir) apoio aos Municípios que não estejam devidamente aparelhados para exercer plenamente as funções relativas ao licenciamento, regularização, compensação e fiscalização. LICENCIAMENTO • Licenciamento pelos órgãos estaduais: - a instalação ou ampliação de indústrias; - os loteamentos e desmembramentos de glebas; - as intervenções admitidas nas ARO; - os empreendimentos definidos nesta lei como de porte significativo; -as atividades de comércio e serviços potencialmente poluidoras; - os empreendimentos em áreas localizadas em mais de um município; -a infra-estrutura urbana e de saneamento ambiental. • Licenciamento pelos municípios: - obras de pavimentação e drenagem nas Subáreas de Urbanização Consolidada - SUC e nas Subáreas de Urbanização Controlada – SUCt; -atividades de licenciamento a cargo do Estado, poderão ser objeto de convênio com os municípios limites da cooperação. • pedidos de licenciamento 60 dias para serem examinados. REGULARIZAÇÃO • parcelamentos do solo, empreendimentos, edificações e atividades existentes até a data de aprovação desta lei e que não atendam aos parâmetros urbanísticos e ambientais nela estabelecidos terão um prazo máximo de 12 meses, para regularização. • comprovação por imagem de satélite ou aerofotogrametria, em escala compatível, correspondente ao ano de aprovação desta lei; • regularização condicionada ao atendimento da instalação de infraestrutura e saneamento ambiental; garantida a compensação dos parâmetros urbanísticos básicos, nas situações em que eles não estiverem atendidos. COMPENSAÇÃO • efetuada mediante a aprovação de proposta de medida de compensação de natureza urbanística, sanitária ou ambiental. • não se aplicam às Áreas de Recuperação Ambiental 1, que sejam objeto de Programas de Recuperação de Interesse Social – PRIS. • as propostas de medidas de compensação serão analisadas pelo órgão competente para o licenciamento de empreendimentos, usos e atividades. • essas medidas de compensação não serão admitidas no licenciamento de novos empreendimentos, usos e atividades na APRM. • a regularização de empreendimentos, usos e atividades na APRM, mediante compensação, dependerá da manifestação do Subcomitê (Pinheiros - Pirapora e Cotia – Guarapiranga). FISCALIZAÇÃO • a fiscalização será realizada de forma integrada e compartilhada por agentes municipais e estaduais (órgãos e entidades), que constituirão o Grupo de Fiscalização Integrada da APRM-C, e em regulamentação específica, aprovada pelo Subcomitê (PinheirosPirapora e Cotia–Guarapiranga). • o Grupo de Fiscalização Integrada da APRM deverá ser notificado quando da entrada, junto aos órgãos competentes, dos pedidos de licenciamento e análise dos empreendimentos. SUPORTE FINANCEIRO • orçamentos do Estado, dos Municípios e da União; • recursos do FEHIDRO (também da cobrança pelo uso da água); • compensações previstas nesta lei • compensações financeiras para Municípios oriundas de seus territórios inseridos na APRM; • multas relativas às infrações desta lei. • alternativamente à participação com recursos financeiros, os agentes indicados poderão participar diretamente das ações de recuperação e preservação da APRM (compra e manutenção de terras, obras de recuperação ambiental, atividades educacionais e de apoio às comunidades). INFRAÇÕES E PENALIDADES • constitui infração toda ação ou omissão que importe na inobservância dos preceitos estabelecidos nesta lei. • o produto da arrecadação das multas constituirá receita do órgão ou entidade responsável pela aplicação das penalidades, devendo, obrigatoriamente, ser empregado na APRM, especificamente na recuperação ambiental, em programas de prevenção à poluição e em campanhas educativas. • os custos ou despesas resultantes da aplicação das sanções de interdição, embargo ou demolição correrão por conta do infrator. • verificada infração às disposições desta lei, os órgãos da administração pública encarregados do licenciamento e da fiscalização deverão diligenciar, junto ao infrator, no sentido de formalizar Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS • realização de uma ampla campanha de divulgação da lei específica da APRM. • cada 4 (quatro) anos, o Plano de Desenvolvimento e Proteção Ambiental - PDPA deverá fazer uma avaliação das Áreas de Recuperação Ambiental - ARA e respectivos Programas de Recuperação, podendo definir novas ARAs. • esta lei será regulamentada no prazo de 120 (cento e vinte) dias, contados da data de sua publicação. • quando da regulamentação desta lei ficarão revogadas, no território da Área de Proteção e Recuperação dos Mananciais do Cotia - APRM-C, a Lei nº 898, de 18 de dezembro de 1975, e a Lei nº 1.172, de 17 de novembro de 1976. EQUIPE TÉCNICA Adélia Souza dos Santos Ana Maria A. D. Marins Benedito Nachbal Deborah Terrel Gisela Nascimento José Carlos Cardoso José Luiz Albuquerque Filho Maria Cristina J. de Almeida Nelson Marques Nivaldo Paulon Oswaldo Iwasa Priscila Ikematsu ÁREAS DE INTERVENÇÃO X ZONEAMENTO COTIA PONTOS DE CAPTAÇÃO E LANÇAMENTOS