Metodologia
Científica
1.1 – O Conhecimento e
seus Níveis
O homem não age diretamente sobre as
coisas. Sempre há um intermediário, um
instrumento entre ele e seus atos. Isto
também acontece quando faz ciência,
quando investiga cientificamente. Ora, não
é possível fazer trabalho científico, sem
conhecer os instrumentos.
Se a apropriação é física, sensível, por exemplo, a
representação de uma onda luminosa, de um
som, o que acarreta uma modificação de um
órgão corporal do sujeito cognoscente, tem-se
um conhecimento sensível.
•Se a representação não é sensível, o que ocorre
com realidades tais como conceitos, verdades,
princípios e leis, tem-se então um conhecimento
intelectual.
Esta complexidade do real, objeto de conhecimento, ditará,
necessariamente, formas diferentes de apropriação por
parte do sujeito cognoscente. Estas formas darão os
diversos níveis de conhecimento segundo o grau de
penetração do conhecimento e conseqüente posse, mais
ou menos eficaz, da realidade, levando ainda em conta a
área ou estrutura considerada.
Têm-se, assim, quatro espécies de considerações
sobre a mesma realidade, o homem, e
consequentemente o pesquisador está se
movendo dentro de quatro níveis diferentes de
conhecimento. O mesmo pode ser feito com
outros objetos de investigação.
Tem-se, então, conforme o caso:
-
conhecimento empírico,
-
conhecimento científico,
-
conhecimento filosófico,
-
conhecimento teológico.
Conhecimento Empírico
Conhecimento empírico, também chamado
vulgar, é o conhecimento do povo, obtido
ao acaso, após inúmeras tentativas.
É ametódico e assistemático.
O homem comum, sem formação, tem
conhecimento do mundo material exterior.
Pelo conhecimento empírico, o homem simples
conhece o fato e sua ordem aparente, tem
explicações concernentes às razões de ser das
coisas e dos homens e tudo isso obtido pelas
experiências feitas ao acaso,
O Conhecimento Científico
O conhecimento científico vai além do empírico: por
meio dele, além do fenômeno, conhecem-se suas
causas e leis que o regem. É metódico.
“Conhecer verdadeiramente, é conhecer pelas
causas”, diz Bacon. Assim, saber que um corpo
abandonado a si cai, que a água sobe num tubo
em que se fez vácuo, etc., não constitui
conhecimento científico; só o será se explicar
estes fenômenos, relacionando-os com a sua
causa e com sua lei.
Conhecemos uma coisa de maneira
absoluta, diz Aristóteles, quando sabemos
qual é a causa que a produz e o motivo
porque não pode ser de outro modo; isto é
saber por demonstração; por isso a ciência
reduz-se à demonstração.
Daí as características do conhecimento científico:
1) é certo, porque sabe explicar os motivos de sua certeza, o
que não ocorre com o empírico;
2) é geral, isto é, conhece no real o que há de mais universal,
válido para todos os casos da mesma espécie. A ciência,
partido do indivíduo procura o que nele há de comum com os
demais da mesma espécie;
3) é metódico, sistemático. O sábio não ignora que os seres e
os fatos estão ligados entre si por certas relações. O seu
objetivo é encontrar e reproduzir este encadeamento.
Alcança-o por meio do conhecimento das leis e princípios.
Por isso, toda a ciência constitui um sistema
Conhecimento Filosófico
O conhecimento filosófico distingue-se do científico pelo
objeto de investigação e pelo método. O objeto das
ciências são os dados próximos, imediatos, perceptíveis
pelos sentidos ou por instrumentos, pois, sendo de ordem
material e física, são por isso suscetíveis de
experimentação (método científico = experimentação).
O objeto da filosofia é constituído de realidades imediatas,
não perceptíveis pelos sentidos e por serem de ordem
supra-sensível ultrapassam a experiência
(método racional).
Filosofar é interrogar
O Conhecimento Teológico
Duas são as atitudes que se podem tomar diante do
mistério.
A primeira é tentar penetrar nele com o esforço pessoal da
inteligência. Mediante a reflexão e o auxílio de
instrumentos, procura-se obter o conhecimento que será
científico ou filosófico.
A segunda atitude consistirá em aceitar explicações de
alguém que já tenha desvendado o mistério. Implicará
sempre numa atitude de fé diante de um conhecimento
revelado.
O conhecimento revelado – relativo a Deus – aceito
pela fé teológica, constitui o conhecimento
teológico. É aquele conjunto de verdades a que
os homens chegaram, não com o auxílio de sua
inteligência, mas mediante a aceitação dos dados
da revelação divina.
O Trinômio:
Verdade – Evidência – Certeza
Já foi visto que o problema do conhecimento é, em
grande parte, enigmático. O Homem é cheio de
limitações e a realidade que pretende conhecer e
dominar é múltipla e complexa. Diante disto surge
a questão: o homem pode conhecer a verdade?
O que é verdade?
1.
- A Verdade
Todos falam, discutem e querem estar com a
verdade. Nenhum mortal, porém, é o dono da
verdade. Isto porque o problema da verdade
radica na finitude do homem de um lado, e na
complexidade e ocultamento do ser da realidade,
de outro lado. O ser das coisas e objetos que o
homem pretende conhecer oculta-se e manifestase sob múltiplas formas. Aquilo que se manifesta,
que parece em dado momento, não é,
certamente a totalidade do objeto, da realidade
investigada. ( INSTRUMENTOS..GALILEU )
A Evidência
Tais afirmações erradas decorrem muito mais da atitude
precipitada e ignorância do homem, com relação à
natureza do ser que se oculta e se desvela
fragmentariamente, do que da própria realidade.
A verdade só resulta quando houver evidência. Evidência
é manifestação clara, é transparência, é desocultamento
e desvelamento do ser. A respeito daquilo que se
manifesta do ser, pode-se dizer uma verdade. Mas como
nem tudo se desvela de um ente, não se pode falar
arbitrariamente sobre o que não se desvelou. A evidência,
o desvelamento, a manifestação do ser é, pois, o critério
da verdade.
A Certeza
Finalmente, a certeza é o estado de espírito que consiste
na adesão firme a uma verdade, sem temor de engano.
Este estado de espírito se fundamenta na evidência, no
desvelamento do ser.
Relacionando o trinônimo, poder-se-ia concluir dizendo:
havendo evidência, isto é, se o objeto se desvela ou se
manifesta com suficiente clareza, pode-se afirmar com
certeza, isto é, sem temor de engano, uma verdade.
Quando
houver
evidência
manifestação do objeto.
ou
suficiente
O sujeito encontra-se em outros estados de
espírito.
São os casos:
Ignorância (APANHAR SÉRGIO)
Dúvida
Opinião
Ignorância
é um estado puramente negativo, que consiste na ausência
de todo conhecimento relativo a qualquer objeto por falta
total de desvelamento. A ignorância pode ser:
1-
vencível: quando pode ser superada;
2-
invencível: quando não pode ser superada;
3-
culpável: quando há obrigação de fazê-la desaparecer;
4- desculpável: quando não há obrigação de fazê-la
desaparecer.
( DIREÇÃO E ALCOOL), CÉSIO ,SANGUE
A dúvida
é um estado de equilíbrio entre a afirmação e a negação. A
dúvida é espontânea, quando o equilíbrio entre afirmação
e a negação resulta da falta do exame do pró e do contra.
A dúvida refletida é o estado de equilíbrio que permanece após o
exame das razões pró e contra.
A dúvida metódica consiste na suspensão fictícia ou real, mas
sempre provisória, do assentimento a uma asserção tida até então
por certa, para lhe controlar o valor.
A dúvida universal consiste em considerar toda asserção como
incerta. É a dúvida dos céticos
A opinião
se caracteriza pelo estado de espírito que afirma com temor
de se enganar. Já se afirma, mas de tal maneira, que as
razões em contrário não dão uma certeza. O valor da
opinião depende da maior ou menor probabilidade das
razões que fundamentam a afirmação
A opinião pode, às vezes, assumir as características da
probabilidade matemática
Só haverá certeza quando o numerador se igualar ao
denominador.
A preocupação do cientista é chegar a verdades que
possam ser afirmadas com certeza.
Formação do Espírito Cientifico
Feita a distinção entre os níveis de conhecimento,
esclarecidas as condições da verdade e do erro, e
aprendidas as técnicas da investigação cientifica (veja
mais adiante), ainda não será possível realizar um
trabalho científico. É necessário, além disso, ter uma
reserva de outras qualidades que são decisivas para
desencadear a verdadeira pesquisa.
Esta atmosfera de seriedade que envolve e perpassa todo o
trabalho, só aparece e transparece se o autor estiver
imbuído de espírito científico.
Natureza do Espírito Científico
O espírito científico é, antes de mais nada, uma atitude ou
disposição subjetiva do pesquisador que busca soluções
sérias, com métodos adequados, para o problema que
enfrenta. Essa atitude não é inata na pessoa. É
conquistada ao longo do tempo da vida, à custa de muitos
esforços e exercícios. Pode e deve ser aprendida, nunca,
porém, transmitida.
( Pais e filhos)
A objetividade do espírito científico não aceita meias
soluções ou soluções apenas pessoais. O “eu acho”, o
“creio ser assim” não satisfazem a objetividade do saber.
Finalmente, o espírito científico age racionalmente. As
únicas razões explicativas de uma questão só podem ser
intelectuais ou racionais.
As “razões” que a razão desconhece, as “razões” da
arbitrariedade, do sentimento e do coração nada explicam
nem justificam no campo da ciência.
(intuição  pode e deve se desenvolver  tem que provar)
Qualidades do Espírito Científico
Como virtude intelectual ele se traduz no senso de observação, no
gosto pela precisão e pelas idéias claras, na imaginação ousada, mas
regida pela necessidade da prova, na curiosidade que leva a
aprofundar os problemas, na sagacidade e poder de discernimento.
Moralmente, o espírito científico assume a atitude de humildade e de
reconhecimento de suas limitações, da possibilidade de certos erros
e enganos.
É imparcial. Não torce os fatos. Respeita escrupulosamente a
verdade.
O possuidor do verdadeiro espírito científico cultiva a honestidade.
Evita o plágio. Não colhe como seu o que outros plantaram.
Tem horror às acomodações. É corajoso para enfrentar os obstáculos
e os perigos que uma pesquisa possa oferecer.
Importância do Espírito Científico
Não é adquirir conhecimentos científicos feitos, fórmulas mágicas para
todos os males, mas sim hábitos, consciência e espírito preparado no
emprego dos instrumentos que levarão a soluções de problemas.
Estas sempre se apresentarão, na carreira profissional, com novos
matizes, de tal forma que as soluções feitas, porventura aprendidas
na Universidade, serão inadequadas. Urge então apelar para o
espírito de criatividade e de iniciativa que, aliadas ao espírito
científico, adquirido ao longo dos estudos universitários, irão achar a
solução mais indicada que as circunstâncias exigem.
Aqui vale o ditado: ao pobre que bater à porta não se dá o peixe, mas
a linha e o anzol. O peixe resolve a situação presente, mas a linha e
o anzol poderão resolver o problema, em definitivo.
Paradigmas de Pesquisa
A pesquisa investiga o mundo em que o homem vive e o próprio homem.
Para esta atividade, o investigador recorre à observação e à reflexão
que faz sobre os problemas que enfrenta, e à experiência passada e
atual dos homens na solução destes problemas, a fim de munir-se
dos instrumentos mais adequados à sua ação e intervir no seu
mundo para construí-lo adequado à sua vida.
( celulares, refrigerante de 2 litros)
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POLUIÇÃO DO SOLO