BIC/UCS
ESTADO NUTRICIONAL E COMPORTAMENTO ALIMENTAR DE
MULHERES COM E SEM DISLIPIDEMIA DE UMA UNIVERSIDADE
DA TERCEIRA IDADE
PROJETO
NUTENV2
Sandra Czarnobai Benincá , Adrielle Buligon Dalla Favera, Suzana Bittencourt Zanotti,
Anaíra Spagnol, Juliana R. Bernardi, Heloísa Theodoro, Josiane Siviero.
INTRODUÇÃO
Entre as mulheres, as doenças cardiovasculares são a maior
causa de morte após a menopausa.1 Evidências indicam que entre
45 e 64 anos, uma em cada nove mulheres tem alguma forma de
doença cardiovascular, enquanto esta relação passa de uma para
três, após os 65 anos de idade.2 Atribui-se a incidência de
doenças como as cardiovasculares, obesidade e dislipidemias às
mudanças na alimentação ao longo do tempo, onde se registra a
adoção de um padrão dietético com elevado teor de ácidos graxos
saturados e de açúcares, e com baixo teor de fibras.
OBJETIVO
Comparar o estado nutricional e o comportamento alimentar
entre mulheres com e sem dislipidemia.
METODOLOGIA
 Estudo observacional, transversal e retrospectivo.
 Amostra: 127 mulheres adultas e idosas com idade > 50 anos.
 Avaliou-se dados socioeconômicos, tabagismo, dislipidemia,
menopausa, refeições/dia, frequência alimentar (12 alimentos
fontes de colesterol) e antropometria (IMC e CC).
Análise estatística: 1)Software SPSS® vs.18.0; 2) Variáveis
Quantitativas e Qualitativas: média, desvio padrão e frequência; 3)
Testes: t-student, Qui-quadrato de Pearson, Exato de Fisher.
 Adotou-se significância de 5% (p < 0,05).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Tabela 1.Relação entre dislipidemia e as variáveis de estudo
Variáveis
Presença dislipidemia
Com
dislipidemia
n (%)
Sem
dislipidemia
n (%)
p
67 (52,8)
60 (47,2)
-
Faixa etária
<60 anos
0,16
14 (42,4)
19 (57,6)
>60 anos
53 (56,4)
41 (43,6)
0,02*
Estado civil
Sem companheiro
30 (66,7)
15 (33,3)
Com companheiro
37 (45,1)
45 (54,9)
0,32
Escolaridade
Fundam.Incompleto
13 (59,1)
9 (40,9)
Fundamental
Médio
Superior
Renda
<3 salários mínimos
16 (65,5)
23 (58,8)
15 (49,5)
10 (38,5)
19 (45,2)
22 (59,5)
28 (60,9)
18 (39,1)
>3 salários mínimos
39 (48,1)
42 (51,9)
0,16
 Em relação aos indicadores antropométricos foi observado que
75,6% das avaliadas estavam com excesso de peso.
Segundo a pesquisa de orçamentos familiares (POF) 20082009, a maior prevalência de sobrepeso e obesidade ocorre no
Sul do Brasil. Comparando-se com os, dados desta pesquisa,
Bortoli et al.3 e Orsatti et al.4 descrevem prevalências de excesso
de peso semelhante a que foi encontrada sendo 76,9% e 77,1%,
respectivamente.
 Entre as dislipidêmicas verificou-se predominância de
sobrepeso e eutrofia entre as mulheres não dislipidêmicas, porém
não teve diferença estatística significativa.
As mulheres dislipidêmicas classificaram em CC aumentada
(69,6%) e muito aumentada (51,5%), sendo diferente
estatisticamente (p=0,03) quando comparadas com as não
dislipidêmicas.
Nas mulheres que atingiram a menopausa 52,1% relataram
possuir dislipidemia. Após a menopausa ocorrem alterações no
perfil lipídico, o que pode proporcionar maior risco para
determinadas doenças.5
A maioria das entrevistadas não era fumante, apenas (13%)
das mulheres eram tabagistas. A baixa prevalência de fumantes
pode ser explicada pelo fato de terem sido avaliadas somente
mulheres, já que este hábito é mais frequente entre os homens.6
O hábito de fumar é um fator de risco para dislipidemia.7
Observa-se associação entre estado civil e idade com
dislipidemia, estando mais presente entre as mulheres sem
companheiro e com idade ≥60 anos.
Quanto ao número de refeições/dia, 51,2% relataram realizar
6 ou mais refeições/dia, não havendo relação com dislipidemia.
Não houve diferença estatística entre a frequência de consumo
dos alimentos avaliados comparando-se os grupos. Porém, a
ingestão de iogurte pareceu exercer um efeito benéfico sobre a
dislipidemia, onde as dislipidêmicas consumiam >2x/sem
(52,5%) e < 2x/sem (70,4%) (p=0,07)..
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O controle dos fatores de risco cardiovascular estão associados ao estilo de vida, com especial atenção à alimentação,
por representar tanto fator de risco quanto de proteção. Além disso, torna-se necessário propor estratégias para prevenção e
intervenção frente às doenças crônicas não transmissíveis associadas ao processo de envelhecimento.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Medeiros, SF. Risco e assistência à dislipidemia no climatério. Rev. Bras. Ginecol. Obstet. 2008;30(12):591-593. 2. Fernandes CE, et al. I Diretriz Brasileira sobre Prevenção de Doenças
Cardiovasculares em Mulheres Climatéricas e a Influência da Terapia de Reposição Hormonal (TRH) da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) e da Associação Brasileira do Climatério
(SOBRAC). Arq. Bras. Cardiol. 2008;91:S1-S23. 3. Bortoli C, et al. Ingestão dietética de gordura saturada e carboidratos em adultos e idosos com dislipidemias oriundos do Projeto
Veranópolis. Rev. Bras. Cardiol. 2011;24(1):33-41. 4. Orsatti FL, et al. Indicadores antropométricos e as doenças crônicas não transmissíveis em mulheres na pós-menopausa da região
Sudeste do Brasil. Rev. Bras. Ginecol. Obstet. 2008;30(4):182-189. 5. Rocha FL, et al. Correlação entre indicadores de obesidade abdominal e lipídeos séricos em idosos. Rev. Assoc. Med.
Bras. 2013;59(1):48-55. 6. Oliveira TR, et al. Fatores associados à dislipidemia na pós-menopausa. Rev. Bras. Ginecol. Obstet. 2008;30(12):594-601. 7. Sposito AC, et al. IV Diretriz Brasileira
Sobre Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose: Departamento de Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Arq. Bras. Cardiol. 2007;88:S2-S19.
Download

estado nutricional e comportamento alimentar de mulheres com e