INFARTO AGUDO DE MIOCÁRDIO EM PACIENTE JOVEM COM HIV POSITIVO EM USO DE TERAPIA ANTIRETROVIRAL ASSOCIADA À FALÊNCIA POLIGLANDULAR AUTO-IMUNE Cavalcanti, T.B ; Pereira, I ; Viégas, M.A. e Bandeira, F Unidade de Endocrinologia e Diabetes - Hospital Agamenon Magalhães – MS / SES / UPE, Recife - PE. INTRODUÇÃO O uso de inibidores da protease (indinavir, lopinavir-ritonavir, didanosina e abacavir) e a duração da terapia antiretroviral (TARV) em indivíduos HIV positivo (+) podem aumentar o risco de doenças cardiovasculares, pois estão associados a maior incidência dos fatores de risco como dislipidemia, hipertensão arterial sistêmica, aumento da resistência insulínica e/ou diabetes mellitus, disfunção endotelial e obesidade central. Apresentamos o caso de um paciente adulto jovem com HIV + que já fazia uso de TARV há 5 anos (incluindo o inibidor da protease – Lopinavir-Ritonavir) e portador de diabetes mellitus tipo 1 (DM tipo1) e hipertireoidismo secundário a Doença de Graves que desenvolveu um episódio de infarto agudo de miocárdio (IAM) em paredes anterior e lateral. RELATO DE CASO Paciente 26 anos, solteiro, sexo masculino, tabagista, hipertenso descoberto há menos de 1 ano, DM tipo 1 há 10 anos e portador do vírus HIV há cinco anos queixando-se de aumento do volume cervical, proptose ocular, polifagia, perda de peso não intencional, irritabilidade, nervosismo e insônia há 8 meses e ao exame físico apresentava-se com aumento da circunferência cervical (36cm) e LidLag positivo. Há 1 mês, apresentou episódio de dor torácica típica associada a sudorese profusa com diagnóstico de IAM com supra ST ântero-lateral, sendo realizada trombólise química com estreptoquinase em serviço de referência. Fazia uso regular de insulina NPH + regular, captopril, AAS, propranolol, atorvastatina e TARV (Lamivudina + Zidovudina + Lopinavir-Ritonavir) há 5 anos. Dosagem de função tireoidiana evidenciou hipertireoidismo ( TSH < 0,005µU/ml e T4l = 6,520ng/dl ; Anti-TPO : 12,1U/ml); USG de tireóide : sem anormalidades ; perfil lipídico à admissão : CT=110mg/dL ; TG=113mg/dL ; HDL=37mg/dL; LDL=53mg/dL; VLDL=17mg/dL; Ecocardiograma transtorácico: aumento de VE, AE, disfunção sistólica leve VE, disfunção diastólica importante, alteração da contratilidade segmentar VE, FE 57%; Teste Ergométrico : 13,5MET – não apresentou alterações eletrocardiográficas ou clínicas sugestivas de isquemia até FC atingida (foi considerado ineficazz pois paciente não atingiu 85% da FC máxima prevista). Foi iniciado tratamento com Rosuvastatina 2,5mg/dia para dislipidemia e propiltiouracil 600mg/ dia por uma semana,seguido de tratamento definitivo da tireoidopatia com 20mCi de I131. CONCLUSÃO Esse caso ilustra uma apresentação incomum da doença coronariana.