ISOLAMENTO E ATIVIDADE AMILOLÍTICA DE ACTINOBACTÉRIAS DE SOLO DO SEMI-ÁRIDO DO NORDESTE/BRASIL Thaís Mota de Mendonça, Bruno José de Lavôr Araújo Lima , Elza Ferreira Firmo, Glícia Maria Torres Calazans Universidade Federal de Pernambuco – Departamento de Antibióticos 50.670-901 - Recife – PE – E-mail: [email protected] Introdução As actinobactérias têm a capacidade de sintetizar muitos metabólitos secundários, biologicamente diferentes, de importância econômica, tais como: antibióticos, vitaminas e enzimas. Estas bactérias são distribuídas em vários nichos ecológicos, sendo encontradas principalmente no solo. O presente trabalho visou avaliar a capacidade de hidrólise do amido pelos isolados de actinobactérias provenientes do solo do semi-árido do Nordeste/Brasil. Apesar das enzimas ocorrerem amplamente em plantas e animais, as de origem microbiana representam as melhores fontes devido as mesmas apresentarem ampla diversidade bioquímica e susceptibilidade à manipulação genética; motivo pelo qual têm-se aumentado a busca por microrganismos com atividades enzimáticas diversas. As amilases são responsáveis pela degradação da molécula de amido e estão amplamente distribuídas na natureza. Apresentam grande importância biotecnológica, como aplicações nas indústrias têxteis, de papel e celulose, de couro, de detergentes, de cervejas e bebidas destiladas, de panificação, de cereais para alimentação infantil, de liquefação e sacarificação do amido, de ração animal, e na indústria química e farmacêutica em geral. Material e Métodos Nesse trabalho foram isoladas linhagens de actinobactérias de três amostras de solo da região do semi-árido do Nordeste (Sertão do Pajeú), no município de Tuparetama. Dentre os isolados quatorze foram selecionados para testes de atividade enzimática. A habilidade em degradar amido foi usada como critério para determinação da produção de enzimas amilolíticas. Cada microrganismo isolado foi inoculado com alça de platina em “spot” de 3mm em meio de cultura Ágar-nutriente (AN) acrescido de amido solúvel e NaCl, seguindose incubação a 30ºC. O experimento foi realizado em duplicata. Após período de tempo suficiente para crescimento das actinobactérias foi feita a revelação com adição da solução de lugol na superfície do meio contendo as colônias. Resultados A leitura foi realizada após a exposição das colônias ao revelador lugol, sendo observadas ao redor das mesmas zonas de clareamento, o que demonstrou que tais actinobactérias degradam bem substratos amilolíticos (figura 1). Para aquelas linhagens que apresentaram halo visível, a atividade amilolítica foi estimada mediante um índice enzimático (IE), que expressa à relação do diâmetro médio do halo de hidrólise e o diâmetro médio da colônia. Para a quantificação da área total de degradação foi utilizada a seguinte equação: S = π(dh/2)2 – π (dc/2)2. Tabela 1: Áreas de degradação ao redor das colônias expressas em mm2 para atividade amilolítica de actinobactérias isoladas do semi-árido. S = área de degradação; dh = diâmetro do halo; dc = diâmetro da colônia π = 3,14 REPRESENTAÇÃO DA ATIVIDADE ENZIMÁTICA Actinobactéria Das quatorze actinobactérias testadas cinco não apresentaram atividade, sendo as outras nove actinobactérias produtoras da enzima amilase. Os valores apresentados na tabela 1 demonstram a existência de atividade enzimática evidenciada através das áreas de degradação (em mm2) ao redor das colônias produtoras da enzima amilase. Figura 1: Halo de degradação do amido evidenciando a atividade amilolítica. Halos resultantes da atividade amilolítica 01 138,16 02 84,78 03 ___ 04 423,9 05 ___ 06 148,3 07 ___ 08 115,3 09 104,4 10 341,4 11 ___ 12 423,9 13 ___ 15 66,7 Conclusões No ensaio de atividade enzimática demonstrada no presente trabalho, foi avaliado o percentual de isolados capazes de hidrolisar o amido, sendo este percentual cerca de 64% com áreas de degradação ao redor das colônias variando entre 66,7mm2 a 423,9mm2. Referências Bibliográficas 1.Araújo, J.M.; Calazans G.M.T.; Melo, I. S. “Importância de actinobactérias para a agricultura”, Microrganismos e agrobiodiversidade. p. 273–292 (2008). 2.Bergey’s Manual of Sistematic Bacteriology, Williams, S. T.; Holt J. G. v. 4, 1989. 3.Araújo, J.M., Estratégias para isolamento seletivo de actinomicetos. In: Melo, I. S.; Azevedo, J. L. Ecologia microbiana. Jaguariúna: Embrapa, 1998. p. 351-367. AGRADECIMENTOS . A Universidade Federal de Pernambuco e ao Departamento de Antibióticos/UFPE.