TEIA DO SABER – BIOLOGIA, FÍSICA E QUÍMICA - 2004 PROFª MARIA DE LOURDES ALVES DE OLIVEIRA TAVARES – EE. PASTOR FRANCISCO PAIVA DE FIGUEIREDO PROFª MARIA LUCIENE DE OLIVEIRA – EE. PASTOR FRANCISCO PAIVA DE FIGUEIREDO PROF. JOSÉ MILTON PORTO – EE. PROF. DINIZ MARTINS PROF. JOÃO OLÍMPIO ALVES NETO – EE PROF. DINIZ MARTINS TEMA:Reaproveitamento Alimentar e Energia dos Alimentos. INTRODUÇÃO: As aulas integradas de Biologia, Física e Química realizadas pelo grupo de professores participantes do curso de formação e atualização profissional “TEIA DO SABER” foram realizadas nas Escolas Estaduais Pastor Francisco Paiva de Figueiredo e Prof. Diniz Martins e voltadas para as três séries do Ensino Médio. Tomamos como ponto de partida a orientação técnica dada pela Senhora Maria José de Maria Diniz responsável pela Área Básica de Alimentação Enriquecida da Pastoral da Criança da Diocese de Santos, orientação ministrada durante uma das aulas de Biologia e planejada pelo Professor Msc. Camilo Dias Seabra Pereira da Universidade Santa Cecília – UNISANTA. MÉTODOS: A metodologia usada na aula de Biologia foi a produção de alimentos, pelos alunos e sob orientação da professora, utilizando a totalidade dos materiais disponíveis no momento. Os alunos ajudaram a preparar farofa fria com cenouras raladas, cebolas picadas, azeitonas verdes, farinha de mandioca, óleo, vinagre,sal e limão; falsa fanta com cenouras, suco de limão, cascas de laranja, água, açucar e gelo. Para ministrar a aula de Química foram utilizados os processos de identificação do amido na batata pela reação com o iodato (tintura de iodo) e a observação da coloração violeta. Com o auxílio do reagente de Benedict foi possível verificar a viragem de uma solução concentrada de sacarose pelo processo de titulometria, simulando assim um teste de glicemia feito em laboratórios de análises clinicas. O mesmo processo de viragem foi realizado com o reativo de Töllens produzindo o espelho de prata em um tubo de ensaio. Este teste chama a atenção dos alunos pela beleza do resultado. Durante a aula de Física, os alunos tiveram a oportunidade de comprovar as diferenças de valor energético nos diversos tipos de alimentos. Com o auxílio de pesquisa na internet, os alunos visitaram vários sites com informações sobre tabelas de calorias nos alimentos e montaram sua própria dieta alimentar balanceada, considerando a relação entre as necessidades diárias de energia ( 2800kcal para jovens até 18 anos) sugerida pelo professor e o valor calórico dos alimentos fornecidos pela pesquisa. OBJETIVOS PARA BIOLOGIA: Mostrar que os alimentos podem ser aproveitados em 100% e que não há necessidade de se jogar fora partes de frutas e verduras ricas em nutrientes e vitaminas, podendo aproveitá-las para a criação de pratos visualmente bonitos, com alto valor nutritivo e de baixo custo econômico. A aula serve para ilustrar e comprovar a presença dos nutrientes nos alimentos, necessários para mantermos uma boa saúde e que podem ser usados como auxiliares no combate e tratamento de algumas doenças. OBJETIVOS PARA QUÍMICA: Mostrar o valor energético dos alimentos, os componentes químicos dos alimentos e a relação entre os tipos de alimentos e as diversas reações químicas realizadas pelo metabolismo durante a digestão. A aula serve para praticar os testes físico-químicos (diluição, trituração, desidratação e outros), além de propiciar reações interessantes como a identificação do amido pela reação com o iodo e os testes de glicemia com os reagentes de Benedict e Töllens. OBJETIVOS PARA FÍSICA: Mostrar aos alunos a quantidade de energia, em calorias, armazenadas em pequenas porções de alimentos. Identificar que tipo de alimento (Lipídeos, Carboidratos e Proteínas) produz mais energia durante a digestão dos alimentos e sua absorção pelo organismo. A aula serve para discutir os conceitos de caloria e quilocaloria e suas diferenças fundamentais, além de esclarecer a relação entre Quantidade de calor e Trabalho pela prática de atividades físicas intensas. MATERIAL UTILIZADO DURANTE AS AULAS: BIOLOGIA: Cenouras, laranjas, limões, água, cebolas, pimentões, azeitonas, farinha de mandioca, vinagre e sal. QUÍMICA: Batata, pão, mandioquinha, abobrinha paulista, farinha de mandioca, amido de milho, açucar (sacarose), solução de iodo (polvidine), reagente de Benedict e reagente de Töllens. -FÍSICA: Leite, margarina, sardinha, melancia, manga, pizza, suco de laranja, goiaba, suco de limão, batata frita, arroz, bife à milanesa, feijoada, lasanha, salame e sopa. DISCUSSÃO E CONCLUSÃO: Após a realização das aulas, os professores se reuniram para determinar o aproveitamento da nova metodologia de ensino viabilizada pela denominada aula integrada realizada durante a semana. Não há dúvidas que o processo ensino aprendizagem fluiu com mais clareza durante as aulas práticas, as vantagens de se trabalhar com conteúdos interdisciplinares é que os alunos podem fazer os conhecimentos adquiridos transitarem de uma aula para outra e discutirem suas dúvidas com o professor com o qual ele tem maior afinidade e facilidade de conversar. Há uma nítida melhora no aproveitamento das aulas, porém não se pode afirmar uma melhoria nos rendimentos devido a falta de melhor avaliação do processo utilizado em função do pouco espaço de tempo de trabalho com o novo método. Só será possível concretizar tal afirmativa após a utilização do método por mais algum tempo e a tabulação dos dados fornecidos pelos alunos durante avaliações mais aprofundadas. Como o ano letivo está próximo do fim, não foi possível planejar um número maior de aulas integradas para dar continuidade ao processo, porém, é consenso entre os educadores que a nova metodologia deve ser e será parte integrante da proposta pedagógica das escolas para o ano letivo de 2005 e constará do Plano de Aulas das disciplinas para todas as séries do Ensino Médio. Infelizmente devemos ressaltar algumas dificuldades encontradas durante a realização das aulas integradas. O material utilizado durante as aulas teve de ser fornecido pelo professor ou doado pelo aluno, as escolas não estão preparadas, de fato, para a aplicação de novas metodologias de ensino, as salas de informática não possuem material suficiente para receber uma classe com 40 alunos ou mais, os laboratórios de Ciências não fornecem a segurança necessária para o manuseio de materiais insalubres, corrosivos ou tóxicos, além de o espaço físico ser insuficiente para a realização de experimentos em grupo, onde o aluno seja objeto de seu próprio aprendizado e aprenda fazer fazendo, como manda a nova metodologia. Há, ainda, o fato de o educador estar tão abarrotado de trabalho, lecionando em duas ou mais unidades de ensino, que não tem tempo de preparar melhor suas aulas. Para encerrar, se faz necessário relatar a excelente receptividade dos alunos ao novo método de trabalho introduzido pelos professores nas aulas integradas. Talvez tenha sido a primeira oportunidade de muitos jovens tomarem contato com materiais diversificados e com aulas onde professores diferentes trataram do mesmo assunto ao mesmo tempo. Podemos citar a satisfação com que alguns alunos nos abordaram nos corredores da escola para discutir o resultado das aulas.