Comendas honoríficas e distinção na Corte do Rio de Janeiro (1808-1821) Camila Borges da Silva Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro A concessão de comendas honoríficas era uma tradição que remetia a muitos séculos na Europa. Em Portugal as comendas das três Ordens Militares – Ordem de Cristo, de São Bento de Aviz e de Santiago - conferiam prestígio e distinção para os que as portavam e, por isso, foram instrumentos utilizados pelos monarcas portugueses para obterem serviços e vassalagem. As comendas militares funcionaram, desse modo, como uma espécie de incentivo à expansão portuguesa, pois o monarca premiava os homens dispostos a se sacrificarem em terras desconhecidas. Na colônia portuguesa na América, esses instrumentos foram utilizados para garantir o sucesso da empresa colonizadora. Entretanto foi apenas com a chegada da Corte portuguesa em 1808 que o número de agraciados locais aumentou consideravelmente. A instalação da Mesa de Consciência e Ordens no Rio de Janeiro foi um dos elementos que facilitou institucionalmente o requerimento dessas comendas por parte dos coloniais. A necessidade de dinheiro e serviços da Coroa portuguesa também possibilitou a prodigalidade na distribuição dessas comendas no período que vai de 1808 a 1821. O objetivo desse trabalho é analisar como se deu a concessão das comendas das Ordens Militares portuguesas no Rio de Janeiro e quem eram os grupos majoritariamente agraciados, para, a partir dessa análise, estabelecer um mapa da configuração das elites joaninas e da hierarquia dessa sociedade. Palavras-chave: Ordens militares; elites e poder simbólico.