IMPACTOS DE SURFACTANTES AO AMBIENTE AQUÁTICO DEMONSTRADOS COM ENSAIOS DE TOXICIDADE AGUDA Sueli Ivone Borrely, Alessandro de Sá Pinheiro, Maria Fernanda Romanelli, Giovanna Pasqualini da Silva Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares- IPEN-CNEN/SP - CTR Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN Av. Prof. Lineu Prestes, 2.242, Cidade Universitária – CEP: 05508-000 - São Paulo - Brasil E-mail: [email protected] RESUMO O consumo mundial de surfactantes é cerca de 8 milhões de ton/ano, sendo principalmente utilizados pelos fabricantes de detergentes e sabões. Os impactos negativos causados pela sua presença no ambiente aquático são cada vez mais evidentes e constituem a intenção principal deste trabalho. A determinação de surfactantes aniônicos em águas de rios do Estado de São Paulo demonstrou valores entre 1,6 e 2,3 ppm, enquanto concentrações entre 10 e 37 ppm foram determinadas em efluentes industriais e em misturas compostas por efluentes industriais e esgotos domésticos. Ensaios de toxicidade foram aplicados para avaliar o efeito de surfactantes aniônicos em soluções padronizadas de LAS (alquibenzeno sulfonato de sódio linear) e DSS (dodecil sulfato de sódio), em condições de laboratório, sendo os mesmos ensaios também empregados na avaliação de amostras ambientais (afluentes e de efluentes de Estação de Tratamento de Esgotos de São Paulo, e corpos receptores). Organismos teste empregados: microcrustáceos Daphnia similis e bactéria Vibrio fischeri. OBJETIVO Avaliar o potencial de surfactantes aniônicos causarem efeito agudo e crônico a organismos aquáticos, demonstrando, ainda, a presença desses compostos em efluentes industriais, em afluentes da rede pública de coleta e tratamento de esgotos e em águas de corpos receptores de efluentes. METODOLOGIA Ensaios de toxicidade aguda com Daphnia similis e bactérias luminescentes V. fischeri (Microtox®), ABNT 2004 (total de 64 amostras); Determinação de surfactantes aniônicos - extração por solvente seguido de espectrofotometria (MBAS comprimento de onda 652 nm, (APHA, 1989); Soluções avaliadas - padrão de surfactante em água destilada (100ppm); esgotos domésticos ETE Suzano e em efluentes industriais. V. fischeri D. similis RESULTADOS CONCLUSÃO Concluiu-se que dos dois organismos teste utlizados, a bactéria V. fischeri foi 10 vezes mais sensível que a Daphnia similis para o surfactante DSS, enquanto que a D. similis foi mais sensível que a bactéria para o surfactante LAS. Existe forte presença de surfactantes aniônicos nas águas e em efluentes e que eles comprometem a biodegradação pela elevada carga tóxica que representam, podendo impactar o tratamento biológico. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABNT NBR 12713; Ecotoxicologia aquática – toxicidade aguda – método de ensaio com Daphnia spp (Cladocera, Crustacea), 2004. BORRELY, S. I.; Avaliação da redução da toxicidade de efluentes tratados por irradiação com feixe de elétrons, por meio de testes de toxicidade aguda, 2001. Tese (Doutorado) – Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares – USP, São Paulo. RAND, G. M. – Fundamentals of aquatic toxicology: effects, environmental fate, and risk assessment. Ed Taylor & Francis; 2nd ed. 1995, 1125 pp. ROMANELLI, M. F.; Avaliação da toxicidade aguda e crônica dos surfactantes DSS e LAS submetidos à irradiação com feixes de elétrons; IPEN, São Paulo, 2004.