MARIA CRISTINA FRANCO DE MORAES ESTUDOS DOS EFEITOS DA RADIAÇÃO IONIZANTE NA TOXICIDADE AGUDA DE EFLUENTES QUE APRESENTAM SURFACTANTES ANIÔNICOS Orientador: Dra. Sueli Ivone Borrely RESUMO Diversos estudos têm relatado os efeitos adversos dos surfactantes, princípio ativo dos etergentes, em estações de tratamento de efluentes, que podem alterar a eficiência do tratamento biológico. Esses compostos quando presentes em concentrações elevadas os ambientes aquáticos provocam a destruição da camada de gordura que reveste as penas das aves impermeabilizando-a. Em conseqüência, muitas delas acabam morrendo. Assim, na busca por um processo alternativo e eficaz para a degradação do surfactante aniônico presente nos afluentes e efluentes da ETE Suzano, esse trabalho utilizou um Processo de Oxidação Avançada (POA). Os efluentes da Estação de Tratamento de Esgoto de Suzano foram submetidos à irradiação com feixe de elétrons de alta energia, utilizando o Acelerador de elétrons do IPEN. Para avaliar a eficiência do tratamento por irradiação foram realizados ensaios de toxicidade aguda com dois organismos-teste, o microcrustáceo Daphnia similis e a bactéria bioluminescente Vibrio fischeri . Os efluentes avaliados (antes e após a irradiação) foram o efluente industrial (IND), o efluente da grade grossa (GG), o efluente da grade média (GM), o efluente proveniente do emissário Guaió, e o efluente final (EfF) que é liberado no rio Tietê. As doses de radiação utilizadas variaram entre 3kGy e 50kGy, sendo que a dose 50kGy foi mais eficiente na degradação do surfactante presente nos efluentes industriais e as doses 6kGy e 10kGy foram eficientes no tratamento dos efluentes GG, GM e Guaió, resultando em uma redução média de surfactante de 71,80% a 82,76% que correspondeu a uma redução de toxicidade entre 30% e 91 % respectivamente para a maioria dos efluentes. O efluente final antes do tratamento por irradiação não apresentou níveis de toxicidade elevados, e a eficiência do processo por irradiação representou 11,04% na redução do surfactante aniônico. Os efluentes industriais também foram submetidos a um processo de aeração, para a remoção do surfactante na forma de espuma, visando quantificar a toxicidade desses efluentes.