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Umwelt Ltda. Assessoria Ambiental
Momento Engenharia Ambiental Ltda.
Introdução
A Legislação Ambiental do Estado de Santa Catarina fixou limites de toxicidade para efluentes
industriais de diferentes ramos de atividade (Portaria 017/02 da Fundação do Meio Ambiente FATMA). Nela foi definido um limite máximo de toxicidade para bactérias luminescentes de FDb= 16
para efluentes tratados de aterros sanitários [1].
Este artigo apresenta dados obtidos no monitoramento semi-contínuo dos efluentes gerados no
sistema de tratamento de efluentes do aterro da empresa Momento Engenharia Ambiental Ltda. O
objetivo do trabalho foi o biomonitoramento não apenas da água na saída do sistema de tratamento de
efluentes, como previsto na Portaria, mas também o acompanhamento da oscilação de cargas tóxicas na
entrada do sistema biológico.
Cargas tóxicas prejudicam o sistema biológico de uma estação de tratamento de efluentes e
reduzem a sua eficiência. Por causa disso, no afluente do tanque biológico, um determinado valor de
toxicidade, específico para cada ETE, não deve ser ultrapassado. A apuração deste valor limite e o seu
monitoramento rotineiro é realizado de maneira simples e rápido através do bioensaio com bactérias
luminescentes.
A métodologia usada neste caso foi baseada no monitoramento do Valor Máximo Permitido
(VMP) determinado diáriamente no período deste trabalho. As informações sobre o uso desta técnica
foram publicados anteriormente [2].
UMWELT Ltda. Assessoria Ambiental CNPJ: 01.452.938/ 0001-05 – Inscr. Estad.: 253.819.547 – Inscr. Munic.: 64.428
Rua Quixabás- 245, Bloco I – Blumenau/SC - Fone/Fax: (047) 325 37 03 - E- mail:[email protected]
Materiais e Métodos
Coleta
Amostras compostas do afluente da Estação de Tratamento de Efluentes e do efluente tratado (na saída
do decantador terciário) foram coletadas pela empresa Momento Engenharia Ambiental Ltda. Foram
realizadas três coletas diárias (as 08 hs, 14 hs e 18 hs) durante os cinco dias úteis da semana. As
amostras coletadas em um dia foram reunidas e misturadas. Uma alíquota desta amostra composta foi
transferida para um recipiente e congelada.
As amostras preservadas desta maneira foram encaminhadas semanalmente para o Laboratório da
Umwelt Ltda., onde foram processadas imediatamente após recebimento.
Preparo do ensaio
Inicialmente mediu-se a toxicidade de várias amostras do sistema de lodos ativados. Nesta etapa,
determinou-se a diluição necessária para que o efluente não apresente mais toxicidade para
fotobactérias. A partir do perfil dos valores de toxicidade calculou-se estatisticamente o valor máximo
permitido.
Adotou-se uma pré-diluição das amostras de um fator de 1/8.
Ensaio
O bioensaio foi realizado com bactérias luminescentes (Vibrio fischeri) criopreservadas usando um
luminímetro da empresa Dr.Lange (LumisTox 200). Os microorganismos foram descongelados e
reativados conforme técnica padronizada para o teste da toxicidade aguda [3]. A luminescência inicial
da suspensão (t=0) foi medida antes da adição de um volume equivalente da amostra pré-diluida. Após
30 minutos de incubação a 15ºC, foi feita a segunda leitura da luminescência das bactérias (t=30 min).
O percentual de inibição foi calculado com base à fórmula:
% inibição =100 * { [Ia (t=0) - Ia (t=30)] - [Ic (t=0) - Ic (t=30)] }
onde
Ia = bioluminescência da amostra
Ic = bioluminescência do controle
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Resultados e Discussão
Os resultados deste biomonitoramento estão apresentados nas figuras 1 e 2. Durante o período
do monitoramento, a toxicidade do efluente liberado para o corpo receptor ficou abaixo do valor
máximo permitido numa diluição total do efluente de 1/16 (v/v). Desta maneira, a toxicidade liberada
no corpo receptor ficou sempre abaixo do limite estabelecido por Lei, onde o fator de diluição para
efluentes gerados em aterros não deve ultrapassar um valor de 16.
Nos valores de toxicidade do efluente entrando a ETE, observamos flutuações entre 15 e 60%
de inibição. Neste período, a ETE apresentou características operacionais normais, isto é, a toxicidade
de entrada no sistema biológico não ultrapassou limites críticos.
% inibição
Monitoramento Semi-contínuo - VMP
Cliente: Momento Eng. Ambiental
Equalização
60
50
40
30
20
10
0
12/ago
01/set
21/set
Inibição %
11/out
31/out
VMP
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% inibição
Monitoramento Semi-contínuo - VMP
Cliente: Momento Eng. Ambiental
Decantador secundário/terciário
60
50
40
30
20
10
0
12/ago
01/set
21/set
Inibição %
11/out
31/out
VMP
Os resultados obtidos demostraram a boa eficiência do sistema de tratamento de efluentes na remoção
da toxicidade do efluente de entrada, comprovando a viabilidade do processo de lodos ativados no
tratamento de chorume, desde que observam-se os limtes máximos de impacto tóxico do efluente na
biota do sistema biológico.
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Conclusão
O ensaio mostra a utilidade deste tipo de análise rápida para empresas interessadas em
acompanhar a qualidade de seus efluentes criando um histórico de seu processo de tratamento de
efluentes. O bioensaio serve tanto para o controle da toxicidade do efluente entrando em sistemas
biológicos, quanto no monitoramento da toxicidade do efluente liberado no corpo receptor. Desta
maneira, o bioensaio apresenta uma ferramenta muito útil na protecção de sistemas biológicos contra
impactos tóxicos.
A implantação do teste na rotina laboratorial da própria empresa (auto-monitoramento) está
previsto e deve aumentar sensivelmente o controle da qualidade do tratamento de efluentes da empresa.
Referências Bibliográficas
[1]
Limites Máximos de Toxicidade Aguda para efluentes de diferentes origens. Portaria Nº 017/02 –
FATMA de 18/04/2002 – Diário Oficial – SC – Nº 16.891
[2]
Bioensaio com Bactérias Luminescentes Aplicado para a Estação de Tratamento de Efluentes.
Relatório
de
Aplicação
UW-005,
Dannenberg
R.,
Saar
J.
:
http://umweltsc.com.br/qualidade/download.php?id=2&file=25
[3]
DIN 38412 Teil 34: Bestimmung der Hemmwirkung von Abwasser auf die Lichtemission von
Photobacterium phosphoreum, (1991).
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