Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa Lato Sensu em Desenvolvimento Gerencial Universidade Católica de Brasília PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO INTERFERÊNCIA DE ASPECTOS MOTIVACIONAIS NA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO EQUIPE DE VENDAS Desenvolvimento Gerencial Autor: Adriana Aguiar Portela Orientador: Prof.ª MsC. Lúcia Henriques Sallorenzo INTERFERÊNCIA DE ASPECTOS MOTIVACIONAIS NA EQUIPE DE VENDAS Autora: Adriana Aguiar Portela Orientadora: Prof.ª MsC. Lúcia Henriques Sallorenzo 2010 BRASÍLIA Brasília - DF 2010 ADRIANA AGUIAR PORTELA INTERFERÊNCIA DE ASPECTOS MOTIVACIONAIS NA EQUIPE DE VENDAS Artigo apresentado ao Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Desenvolvimento Gerencial da Universidade Católica de Brasília como parte dos requisitos para obtenção do Título de PósGraduada em Desenvolvimento Gerencial. Orientadora: Prof.ª MsC. Lúcia H. Sallorenzo Brasília – DF Julho de 2010 Trabalho de autoria de Adriana Aguiar Portela, intitulado Interferência de aspectos motivacionais na equipe de vendas, requisito parcial para obtenção do grau de PósGraduada em Desenvolvimento Gerencial, defendida e aprovada em 30 de Julho de 2010, pela banca examinadora constituída por: ___________________________________________________________ Prof.ª MsC. Lúcia H. Sallorenzo – Orientadora ___________________________ Prof. MsC Adrienne Capdeville ___________________________________________________________ Profº MsC Maria Helena Bastos Cunha Brasília 2010 iii Dedicatória Dedico a meu esposo pela sua dedicação e paciência nestes anos de processo de crescimento, E para os meus filhos que são a razão de minha alegria E em especial a minha mãe que foi a responsável pela minha formação como pessoa. iv Agradecimentos Primeiramente, a Deus pela oportunidade colocada em meu caminho. A todo corpo docente da Universidade Católica de Brasília pela qualidade do Curso. E em especial a Profª orientadora MsC Lúcia Henriques pela suas disposições ao longo dos atendimentos para o término deste trabalho. v “Há diversos tipos de curiosidade: uma de interesse, que nos leva ao desejo de aprender o que nos pode ser útil, e outra, de orgulho, que provém do desejo de saber o que os outros ignoram”. (Joseph Addison) INTERFERÊNCIA DE ASPECTOS MOTIVACIONAIS NA EQUIPE DE VENDAS ADRIANA AGUIAR PORTELA Resumo: O estudo teve por objetivo analisar a interferência dos aspectos motivacionais na equipe de vendas de uma fábrica de refrigerantes, por meio de uma pesquisa aplicada, de nível descritivo, no qual foram utilizados os métodos de estudo de casos e pesquisa bibliográfica. A amostra foi constituída de 36 participantes, com a técnica de coleta de dados inquirição, por meio de um questionário com perguntas fechadas. Os resultados evidenciaram que os fatores apontados pelos pesquisados como os que mais interferem na motivação são: preocupação da organização com a satisfação das necessidades dos colaboradores; o salário mais do que os benefícios; o desenvolvimento dos colaboradores; o tratamento justo e respeitoso. e ainda a relação direta entre motivação e o clima organizacional. Portanto, os gestores da organização têm o desafio de despertar a percepção dos colaboradores para os programas motivacionais oferecidos.. Palavras-Chave: Interferência. Indivíduo. Empresa. Motivação. 2 1. INTRODUÇÃO Este artigo tem como objetivo demonstrar a interferência dos aspectos motivacionais na equipe de vendas da empresa, sendo esta o resultado de atitudes de uma administração de recursos humanos voltada para a satisfação e bem estar de seus funcionários, tomando por base as recompensas e benefícios oferecidos aos empregados, sejam benefícios monetários ou não monetários. Nesse estudo de caso, a organização selecionada para a análise foi uma fábrica de refrigerantes, observando a existência de programas motivacionais e sociais, de forma a obter a motivação dos funcionários oferecendo-lhes incentivos e, eventualmente, uma interferência nos resultados da organização. O perfil da administração, o clima entre funcionários e principalmente a filosofia organizacional são os grandes encantos desta empresa. . O presente trabalho discute as teorias da motivação e pretende demonstrar que o “reducionismo a que estes sujeitam o homem e a motivação humana tem como base o fundamento epistemológico mesmo da ciência tradicional e a adoção da concepção da natureza humana como sendo socialmente determinada” (FARIA, 2002). Para tanto, no primeiro item é apresentada uma breve evolução da motivação; segue-se a exposição das condições em que nasceu a Teoria da Administração e como esta tem tratado os aspectos humanos das organizações. São revisadas as teorias da motivação mais comumente utilizadas pelos teóricos da administração. Este estudo traz informações, com base em dados reais existentes no dia-a-dia de uma empresa, apresenta a experiência prática e mais oportunidade de refletir e testar os conhecimentos teóricos onde, pode-se vivenciar na organização as situações apreendidas durante a formação acadêmica. Segundo Bergamini (1997), o interesse pelo comportamento motivacional no trabalho tem nestas últimas décadas, atingido níveis importantes para as organizações e para os funcionários. A motivação cobre grande variedade de formas comportamentais. A diversidade de interesses percebida entre os indivíduos permite aceitar, de forma razoavelmente clara, que as pessoas não fazem as mesmas coisas pelas mesmas razões. É dentro dessa diversidade que se encontra a principal fonte de informações a respeito do clima organizacional. As empresas têm mecanismos que podem possibilitar ao profissional atingir expectativas como a de realização profissional, satisfação no trabalho, elevado espírito de corpo, dentre outras proporcionadas pela organização. Muitos desses instrumentos partem de políticas de RH até movimentações culturais na corporação. Assim, para proporcionar a almejada autonomia nas ações, é importante que a cultura desta organização transmita a cada funcionário não somente a delegação de poder, mas, principalmente, o sentimento de que ele é o dono de sua atividade, responsável pelas conseqüências decorrentes das ações, sejam elas positivas ou negativas. Além disso, é preciso desenvolver políticas de RH, nas quais o funcionário tenha flexibilidade de se identificar com funções e não cargos, o que aumentará sua satisfação e, conseqüentemente, um maior potencial de produtividade. Deve-se, ainda, atrelar essas políticas de RH a fatores de motivação como realização pessoal e profissional, perspectiva de carreira e status. O desconhecimento do potencial motivacional tem levado a crises organizacionais que, por sua vez, foram precipitadas pelas crises de liderança e de motivação no momento pelo qual passam hoje essas organizações. 3 2. REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 MOTIVAÇÃO A motivação é o resultado da interação do indivíduo com a situação, ou seja, é uma força e energia que direciona a alguma coisa, sendo absolutamente, intrínseca, que vem de acordo com as necessidades interiores. De acordo com Robbins (2005) “é o processo responsável pela intensidade, direção e persistência dos esforços de uma pessoa para o alcance de uma determinada meta”. Segundo Bergamini (1997), é comum que se caiam sobre os gerentes as principais responsabilidades de motivar seu pessoal, mas a primeira preocupação que se tem é saber se realmente sabem o verdadeiro significado de motivação. De acordo com a autora, o estudo da motivação diz respeito à descoberta do porque as pessoas se movimentam e alimentam a energia que usam para que o clima organizacional seja eficaz para as empresas. Para Chiavenato (2005, p. 242), motivação é “um processo psicológico básico, juntamente com a percepção, atitudes, personalidade e aprendizagem (...)”. 2.2 MOTIVAÇÃO NA ORGANIZAÇÃO As pessoas são diferentes umas das outras, e as suas formas e maneiras de ser motivadas também, pois cada um se sente motivado por aspectos diferentes, que uns estão motivados pelos fatores econômicos, outras pessoas pelas condições de trabalho e assim por diante; todas as pessoas têm um sentimento e um sonho de carreira que os motive e para que se sintam motivados devem se conhecer e saber o que mais os tornariam motivados para o trabalho. Bergamini (1997, p.38) define motivação como uma "força propulsora" que leva o indivíduo a satisfazer suas necessidades e desejos. A motivação no trabalho leva os recursos humanos, além de buscarem satisfações pessoais, a realizarem os objetivos da organização. Motivação é, assim, uma "energia interna", algo que vem de dentro do indivíduo, fazendo com que este se coloque em ação. A motivação das pessoas depende da intensidade dos seus motivos, sejam estes definidos como necessidades, desejos ou impulsos oriundos do indivíduo e dirigidos para objetivos, ou seja, são os porquês do comportamento das pessoas. Por isso, ao pretender influenciar o comportamento de uma pessoa, precisa-se primeiro conhecer os motivos ou necessidades que são mais importantes para ela naquele momento. De acordo com os autores Tamayo e Paschoal (2003), para se aprimorar os programas de motivação no trabalho, através do perfil motivacional do trabalhador, devem-se desenvolver estratégias de motivação laboral que se tornam mais eficientes quando correspondem às metas e valores de cada um, que se entende que se uma organização cria condições favoráveis de trabalho promovendo o bem-estar e a felicidade do empregado, que os mesmos desenvolverão suas atividades com prazer e satisfação. Um programa de motivação não pode atender às metas e interesses de cada um, mas o que pode ser feito e planejado é um programa que atenda os objetivos compartilhados na organização ou em seus setores, sendo que para os gestores manterem suas equipes de trabalho motivadas, deve-se conhecer o perfil motivacional da organização, dos trabalhadores e dos setores, porque se caso pretenda desenvolver programas de motivação para toda a empresa, pode-se buscar desenvolver por setores ou departamentos procurando atingir 4 necessidades especificas, podendo ter mudança de comportamento com rapidez, sendo baseadas nas teorias endógenas e exógenas (TAMAYO E PASCHOAL, 2003). Segundo Bergamini (1997), ao se falar em estar motivado no trabalho, devem existir dois componentes envolvidos que é o individuo e a organização e para que ocorra a motivação no trabalho as práticas organizacionais e as pessoas envolvidas nela têm que caminharem juntos, pois uma se tornará incompreensível sem a outra. Há circunstâncias nas quais as pessoas se sentem verdadeiramente motivadas, na qual a auto-estima está elevada fazendo com que a situação de trabalho seja um caminho de satisfação e realização pessoal, onde ela procura afirmar que as pessoas ao iniciar em um emprego demonstrando fatores motivacionais, ou seja, o novo funcionário estará motivado, mas caso as condições de trabalho não sejam propícias ao atendimento de suas necessidades e expectativas, poderá iniciar um processo de frustração ou desmotivação, procurando sempre lembrar que a motivação não deve ser confundida nos momentos de alegria, entusiasmo, euforia, ou bem-estar (BERGAMINI, 1997). Segundo os autores Tamayo e Paschoal (2003) o problema da motivação no trabalho compreende a interação dos interesses do empregado e da organização, do qual cada uma delas apresenta suas exigências e demandas, sendo implícitas e/ou explícitas e a empresa apresentará suas demandas e normas que deverão ser desempenhadas pelo empregado. Além disso, existem demandas e expectativas implícitas da organização com seus empregados que são os comportamentos espontâneos e bons para o andamento da empresa. De acordo com Tamayo e Paschoal (2003), no momento que um ser humano desempenha atividades em determinada empresa é com o interesse básico de satisfazer suas necessidades pessoais e não de aumentar o lucro da organização, mas caso isso não ocorra o funcionário não sentirá uma relação de troca e sim de exploração. Existem mecanismos de defesa que quase sempre são inconscientes, mas são usados pelos homens para preencher algo de vazio dentro de si com relação à organização e são definidos em quatro ordens: psicológicos - a racionalização, a fantasia, a projeção, o deslocamento, a sublimação, o isolamento, a compensação, a regressão, a apatia, a generalização e a somatização; mecanismo de defesa sociológico - diz respeito do ser humano em sociedade; o químico que se pode exemplificar com o uso do fumo, do álcool e entre outros que são usados após um dia de serviço; e o tecnológico que é aquele ligado à tecnologia ( TAMAYO E PASCHOAL, 2003). Ainda para Vergara (2005), existem três níveis de forças energéticas que são as biológicas que se referem ao desejo de alimento, água, sexo, etc. A segunda é o psicológico da pessoa que é o ciúme, a esperança, a inveja, o orgulho, o remorso, a culpa e entre outros fatores. A terceira e ultima força é a espiritual que diz respeito à compaixão, a intuição e o amor. Para Bergamini (1997), a motivação vem sendo confundida com certos tipos de comportamentos que não têm nenhuma semelhança com conceitos científicos aceitos hoje sobre a motivação humana. Sabe-se que até hoje são aceitos como sinônimo de motivação algumas situações típicas de condicionamento, sendo conhecidas como motivação extrínseca dentro das organizações, procurando acreditar que para se conseguir algo dos funcionários têm que ser feitas promessas de prêmios pelo bom desempenho e de punição por comportamentos inadequados, e o principal objetivo da autora é desvendar essas formas de comportamentos nas empresas, porque alguns são reconhecidos como motivadores e outros como uma simples conseqüência da ação. 5 Existem pessoas que acreditam que podem motivar outras, que a força motivadora existe fora da pessoa, enquanto outras pessoas pensam em não ser possível motivar porque existe uma crença que as ações humanas são espontâneas e gratuitas que acontecem ou não de acordo com a energia interior de cada um, levando a uma ação negativa ou positiva (BERGAMINI, 1997). Para explicar melhor sobre os comportamentos, Bergamini (1997), cita alguns estudiosos sobre o tema de acordo com seus estudos e experiências; o primeiro referente à teoria de condicionamento é o estudo de Pavlov (1904) do “reflexo condicionado” Ele conseguiu fazer com que o seu cão salivasse sem que fosse apresentada a comida. Outro nome importante da mesma teoria citada na linha experimental é o de Edward Lee (1911) com o estudo conhecido “Lei do Efeito” testado em gatos famintos que eram colocados em caixinhas especiais que os levavam a um reservatório de comidas e que ao conseguirem chegar a este reservatório passando por uma porta seriam recompensados pelo mesmo. Essa linha experimental é conhecida como teoria behaviorista, ficando bem claro que é a resposta do indivíduo dada a um estímulo ao qual foi submetido, sendo que este condicionamento clássico do comportamento não é motivador para o individuo, mas é um objeto de eficiência conseguido em curto prazo, porque ele sabe que se tiver uma ação desejada pelos lideres terá uma gratificação. Sentindo feliz (reação positiva) naquele momento ou três vezes no máximo, cada vez que é dada uma recompensa por uma atitude diferente ela terá que ser mais valiosa que outra, para que a empresa consiga a mesma reação da anterior ou até melhor, e essas recompensas acarretarão custos altos caso a organização tenha este projeto como seu principal objetivo para conseguir comportamentos e atitudes satisfatórias (BERGAMINI, 1997). A autora está se referindo aos primórdios da teoria comportamental. Posteriormente os estudiosos criaram o conceito de reforço social, que no caso da empresa representa: a consideração, os elogios, a valorização do colaborador. Caso contrário, a empresa teria que dar aumentos seguidos de salários, o que é inviável. A quebra deste programa de premiação causará grande insatisfação nos subordinados porque começaram a perceber que não ganharam mais as suas recompensas sobre suas atividades desenvolvidas, obtendo assim, a organização um clima negativo que é de tal forma desagradável nesse momento que se pensa ter sido melhor não ter instituído essas sistemáticas de recompensas (BERGAMINI, 1997). De acordo com Bergamini (1997), existem estilos de comportamentos motivacionais em que se pode destacar de acordo com estudos feitos pelas ciências comportamentais, como as energias intrínsecas que se caracterizam em quatro orientações básicas que são: participar; agir; manter; e conciliar. Essas são as quatro formas de comportamentos motivacionais que as pessoas possuem, e a única coisa que as difere umas das outras é a maneira como os indivíduos dão ênfase e utilizam essas diretrizes, que a motivação nasce dentro de cada um, e a única coisa que as tornam motivadas é conhecer as suas principais necessidades e procurando satisfazê-las. Em primeiro lugar deve-se saber diferenciar a motivação da satisfação dos indivíduos, pois a motivação é uma energia direta e intrínseca ligada diretamente ao lugar onde trabalha, e a satisfação é uma energia indireta e extrínseca que é ligada aos benefícios oferecidos pela organização como o salário, vale transporte, vale alimentação, segurança, entre outros que satisfazem as necessidades externas das pessoas. Em sua obra “Motivação nas Organizações”, Bergamini (1997) demonstra que atualmente nas empresas, para introduzir maior dose de motivação, é necessária e de grande importância o investimento nos funcionários, que consiste em deliberadamente ampliar a responsabilidade, os objetivos e os desafios das tarefas do cargo. Para isso é necessário propor 6 parâmetros que reformulem os antigos paradigmas da administração de pessoas em situação de trabalho e lança novos desafios à necessidade premente de mudança que as organizações tanto buscam para sua eficácia organizacional. 2.3 TEORIAS MOTIVACIONAIS As teorias sobre motivação iniciaram-se a partir da década de 1950 e as mais conhecidas podem ser: hierarquia das necessidades, as Teorias X e Y e a teoria de dois fatores; em que segundo Robbins (2005) deve ser conhecidas por representarem os fundamentos sobre os quais as teorias modernas se desenvolveram; e alguns executivos ainda utilizam esses conceitos e sua terminologia para explicar a motivação dos funcionários. Abraham Maslow fundou a teoria mais conhecida, a hierarquia das necessidades, constituída pelas necessidades fisiológicas, segurança, estima, auto-realização e sociais. Para desenvolver esta teoria Maslow se baseou em experiências clínicas e nos fundamentos teóricos de James e Deway, no holismo da psicologia gestáltica e no dinamismo de Freud, Reich, Jung e Adler (AGUIAR, 1992). Robbins (2005) argumenta que na medida em que cada uma das necessidades supracitadas é atendida, a próxima torna-se a dominante. Assim, pode-se dizer que esta teoria considera o ser humano na sua totalidade, já que inova ao mesclar diferentes fundamentos, dando ênfase à integração dinâmica dos aspectos biológicos, psicológicos e sociais. Maslow vê o ser humano como eternamente insatisfeito e possuidor de uma série de necessidades, que se relacionam entre si por uma escala hierárquica na qual uma necessidade deve estar razoavelmente satisfeita, antes que outra se manifeste como prioritária. Nesta hierarquia, o indivíduo procura satisfazer suas necessidades fisiológicas, fundamentais à existência, e necessidades de segurança, antes de procurar satisfazer as necessidades sociais, as necessidades de estima e auto-realização Para Chiavenato (2005 p.247) “a teoria motivacional de Maslow se baseia na chamada hierarquia de necessidades. O fundamento da sua teoria é que as necessidades podem ser hierarquizadas e distribuídas em uma hierarquia de importância.” O conceito de auto-realização tem relevante papel na teoria de Maslow que o definiu como o uso e a exploração plenos de talentos, capacidades, potencialidades, dentre outros (FADIMAN e FRAGER, 1979). Para Maslow, auto-realizar significa fazer de cada escolha uma opção pelo crescimento, escolha esta que depende de o indivíduo estar sintonizado com sua própria natureza íntima, responsabilizando-se por seus atos, independentemente da opinião dos outros. Um dos argumentos, segundo Chiavenato (2005), da teoria de Maslow são as necessidades não satisfeitas que influenciam o comportamento, dirigindo-o para metas ou objetivos individuais. Uma necessidade satisfeita não é motivadora de comportamento. Finalmente, tem-se que esta teoria é compreensível, mas deve ser amplamente estudada. Douglas McGregor propôs a Teoria X e Y em que o indivíduo tem duas visões distintas uma negativa e outra positiva, concluindo que a visão que os executivos têm sobre a natureza dos seres humanos se baseia em certos agrupamentos de premissas e que eles tendem a moldar seu próprio comportamento em relação aos funcionários, conforme este conjunto de premissas. Para maximizar a motivação dos funcionários, McGregor propôs idéias como a do processo decisório participativo, a das tarefas desafiadoras e de muita responsabilidade e a de um bom relacionamento de grupo (ROBBINS, 2005; SPECTOR, 2006). 7 Herzberg em sua Teoria de dois fatores divide as necessidades como sendo de satisfação no trabalho e de motivação. A satisfação no trabalho está relacionada com as condições em que o trabalho é realizado - supervisão, relações interpessoais, condições físicas, salários, benefícios, dentre outros. Estas condições podem ser chamadas de fatores higiênicos, pois estão relacionados com a necessidade de se afastarem de condições desagradáveis. (CHIAVENATO 2005). Já as necessidades de motivação no trabalho estão diretamente relacionadas com a tarefa ou o trabalho, e tratam das necessidades de desenvolvimento do potencial humano e da realização de aspirações individuais - liberdade, criatividade e inovação. Robbins (2005) chega à conclusão que Herzberg transforma o indivíduo num meio para se atingir os fins da organização e que a verticalização das funções permite que os funcionários tenham mais responsabilidades no planejamento e controle do próprio trabalho e talvez possa ser atribuída aos achados e às recomendações de Herzberg. Robbins (2005) e Chiavenato (2005) destacam as teorias contemporâneas sobre a motivação, tais como: ERG (Existência, Relacionamento, Crescimento) – um alinhamento das hierarquias das necessidades de Maslow em que deve haver conhecimento das diferenças dos indivíduos; Teoria das necessidades de McClelland – enfoca realização, poder e satisfação; Avaliação Cognitiva – propõe a introdução de recompensas externas, como pagamento, para trabalhos que eram anteriormente gratificantes apenas pelo seu conteúdo, tende a reduzir a motivação; Teoria da fixação de objetivos – objetivos bem alinhados são uma força propulsora de motivação; Teoria do reforço – ignora as condições internas do indivíduo e se concentra apenas no que lhe acontece quando realiza uma ação qualquer. Spector (2006) cita ainda além das supracitadas: teoria da auto-eficácia – motivação e o desempenho são em parte determinados pela crença das pessoas sobre o quanto elas podem ser eficientes; teorias de justiça – tratamento justo dos funcionários por suas organizações; teoria da ação – processo que vincula metas a comportamentos, devendo concentrar-se em comportamentos orientados para metas ou comportamentos voluntários chamados de ações. As teorias da motivação têm realizado grande reducionismo ao tentar explicar a motivação humana. Mesmo aquelas teorias que procuram compreender o homem de uma forma mais integrada, considerando-o em sua totalidade, quando transportadas para o campo da administração, têm o significado de seus conceitos alterados. São utilizadas para legitimar práticas que visam a resultados imediatos para as organizações, muitas vezes em detrimento dos interesses dos indivíduos que parecem defender. O desafio é juntá-las para tentar compreender o inter-relacionamento das teorias aqui vistas em que deve ser analisado: o esforço individual, desempenho individual, recompensas organizacionais e metas pessoais (CHIAVENATO, 2005). As teorias da motivação oferecem oportunidades para as empresas elevarem o moral e melhorar o clima de trabalho, em que podem extrair meios para sua aplicação (recompensas monetárias, recompensas não-monetárias, o enriquecimento de tarefas e a modificação da semana de trabalho). 8 3- METODOLOGIA 3.1 QUANTO AOS FINS E AOS MEIOS Tratou-se de uma pesquisa de natureza aplicada, pois teve como objetivo verificar os fatores que interferem na motivação dos colaboradores da gerência do auto-serviço da área comercial de uma fábrica de refrigerantes. De acordo com Vergara (2006, p.47): “ a pesquisa aplicada é fundamentalmente motivada pela necessidade de resolver problemas concretos, mais imediatos, ou não. Tem, portanto, finalidade prática, ao contrário da pesquisa pura, motivada basicamente pela curiosidade intelectual do pesquisador”. A pesquisa é descritiva, pois de acordo Cervo (2007, p.61) : “ observa, registra, analisa e correlaciona fatos ou fenômenos (variáveis) sem manipulá-los.” A pesquisa descritiva de acordo com Vergara (2006, p.47) “expõe características de determinada população ou de determinado fenômeno. Pode também estabelecer correlações entre variáveis e definir sua natureza.” Nesta pesquisa, o intuito é descrever a interferência de aspectos motivacionais na equipe de vendas. A abordagem da pesquisa foi feita de forma quantitativa, que segundo Martins e Theóphilo (2007, p.103) é “organizar, sumarizar, caracterizar e interpretar dados numéricos coletados” e compõe-se de questionário estruturado para o levantamento sistemático dos dados. Os procedimentos técnicos utilizados foram a pesquisa bibliográfica e a de campo. Segundo Cervo (2007, p.60) “a pesquisa bibliográfica procura explicar um problema a partir de referências teóricas publicadas em artigos, livros, dissertações e teses”. A pesquisa de campo segundo Vergara (2006, p.47) “ é a investigação empírica realizada no local onde ocorreu ou ocorre ou que dispõe de elementos para explicá-lo. Pode incluir entrevistas, aplicação de questionários”. 3.2 COLETA DE DADOS A técnica de coleta de dados adotada foi a inquirição e o instrumento consistiu na aplicação de um questionário com questões fechadas, no qual foram feitas indagações à equipe de vendas da gerência do auto serviço no que diz respeito aos fatores que interferem na motivação dos colaboradores. De acordo com Vergara (2006 p.55) “no fechado, o respondente faz escolhas, ou pondera, diante de alternativas apresentadas.” 3.3 INSTRUMENTO DA PESQUISA Nesta pesquisa, utilizou-se um questionário estruturado que oferece a vantagem de se obter de imediato as respostas, porém este tipo de método não permitiu uma maior interação com os colaboradores que responderam o questionário. De acordo com Vergara (2006 p.54) “o questionário caracteriza-se por uma série de questões apresentadas ao respondente, por escrito”. O questionário foi aplicado na gerência do auto-serviço, da área comercial de uma fábrica de refrigerantes. Esta gerência atende os clientes de grande porte como os atacados, hipermercados, supermercados nacionais e regionais, mercados acima de 04 9 (quatro) check-out e mini mercados com necessidades de promotores na área de vendas. Esses clientes apresentam perfil de compra de auto- atendimento e consumo dos produtos da companhia fora do estabelecimento. Esta gerência é responsável por 30% do resultado da organização e tem uma importância estratégia nos resultados. Nesta pesquisa, os sujeitos foram os integrantes da equipe de vendas da gerência de auto- serviço, da área comercial. De acordo com Vergara (2006, p.53) “sujeito da pesquisa são pessoas que fornecerão os dados de que você necessita.” No questionário desta pesquisa, foram feitas 10 (dez) questões fechadas e aplicadas a todos os colaboradores da gerência do auto-serviço com o intuito de verificar se equipe está ou não motivada. 3.4 QUANTO AOS PROCEDIMENTOS O universo da pesquisa foi à equipe de venda do auto- serviço, que inclui: gerente, coordenadores, líderes de mercado e vendedores perfazendo um total de 36 colaboradores. De acordo com Vergara (2006 p.50) “o universo trata-se de toda a população [...].é um conjunto de elementos (empresas, produtos, pessoas) que possuem as características que serão objeto de estudo.” A pesquisa abrangeu todo o universo da gerência pesquisada, constituído de: 01 gerente, 05 coordenadores, 05 líderes de mercado e 25 vendedores, correspondendo 100% do universo, totalizando 36 participantes. 4. PESQUISA O levantamento dos dados se deu em uma única aplicação no mês de Junho de 2010. A pesquisa investigou a realidade percebida pelos colaboradores e não somente o que efetivamente acontece. Gráfico 1: Motivação x desempenho Quando questionados se o seu desempenho na organização depende de sua motivação 68%, responderam afirmativamente. Segundo Bergamini (1997 p.89): “um dos conceitos mais freqüentes encontrados no campo das teorias que privilegiam os instintos é o de impulso. Esse termo é utilizado para designar um tipo de energia interior que leva os seres vivos à ação. Os impulsos são considerados como os representantes daquelas formas de comportamento por meio das quais os seres vivos procuram restabelecer o equilíbrio.” 10 Gráfico 2: Conceito de motivação Quando os entrevistados foram questionados sobre o fato de considerar a sua motivação com uma “força propulsora” para satisfazer suas necessidades, 85% , responderam que sim. Confirmando, Bergamini (1997, p.38) define motivação como uma "força propulsora" que leva o indivíduo a satisfazer suas necessidades e desejos. Gráfico 3: Programas motivacionais Pode-se observar que 62% dos entrevistados conseguem perceber, somente às vezes, que a organização tem programas de motivação eficazes que atendem às suas necessidades. Porém, 32%, consideram positivas as investidas da organização no que diz respeito aos programas de motivação ofertados aos colaboradores. De acordo com Bergamini (1997 p.23),“passa-se a perceber que cada um já traz, de alguma forma, dentro de si, suas próprias motivações. Aquilo que mais interessa, então, é encontrar e adotar recursos organizacionais capazes de não sufocar as forças motivacionais inerentes às próprias pessoas.” 11 Gráfico 4: Motivação x satisfação das necessidades básicas Observa-se 73% dos pesquisados, consideram que a satisfação de suas necessidades básicas é fator motivacional. De acordo com Chiavenato ( 2005 p.248) “ as necessidades não satisfeitas influenciam o comportamento, dirigindo-o para metas ou objetivos individuais.” E ainda de acordo com Chiavenato (2005 p.245) “ enquanto a necessidade satisfeita gera um estado de contentamento e consequentemente bem-estar, uma necessidade não satisfeita pode gerar frustração, conflito e estresse.” Gráfico 5: Motivação x benefícios x salário Os dados evidenciam que, 41% dos entrevistados não consideram que os benefícios oferecidos pela organização motivam mais que o salário oferecido; entretanto, 29% deram suas respostas afirmativas e, 24%, afirmaram que às vezes pode motivar. Somandose os percentuais de “não”e “`as vezes”, verifica-se que o salário é uma necessidade primordial, sem o qual outros incentivos perderão seu efeito motivacional. 12 Gráfico 6: Motivação como fator extrínseco Nesta indagação verifica-se que 71% colaboradores se sentem motivados por outras pessoas. Gráfico 7: Ações motivacionais da organização Os resultados mostram que 88% dos entrevistados se sentem motivados quando a organização investe neles ampliando suas responsabilidades. Gráfico 8: Motivação x clima organizacional Os dados evidenciam que 97% do pesquisados, consideram-se motivados quando o clima é agradável dentro da organização. De acordo com Fiorelli (2009, p.123) “ a emoção encontra-se presente a todo momento. A pessoa feliz, animada, tende a ser mais realizadora do que triste.[...] “naturalmente, tende a ser mais criativa, eficiente e eficaz.” 13 Gráfico 9: Justiça e respeito x motivação Observa-se que 82% dos pesquisados afirmam se sentir motivados quando são tratados com justiça e repeito. De acordo com Spector (2006 p.302) “ as teorias recentes de justiça no local do trabalho têm distinguido entre a distribuição de recompensas e os procedimentos pelos quais as recompensas são distribuidas. A justiça distributiva é semelhante à equidade e diz respeito à imparcialidade com que as recompensas são encontradas entre as pessoas.” Gráfico 10: Motivação individual Os resultados mostram que a maioria dos participantes estão motivados ( 65%), porém um percentual significativo (35%) não apresenta resposta satisfatória nessa questão. A maior preocupação deve ser identificar os fatores que estão desmotivando a equipe. De acordo com Bergamini (1997 p.109) “ em termo concretos, o desrespeito à individualidade motivacinal não somente precipita um clima generalizado de frustração, como também se propõe como o alicerce sobre o qual acentadas as bases da rígida organização.” Em síntese, os resultados da pesquisa evidenciam que há uma relação direta entre motivação e clima organizacional, foco no desenvolvimento do colaborador, preocupação da organização com a satisfação das necessidades dos colaboradores, tratamento justo e respeitoso e motivação alavancando o desempenho satisfatório, os quais foram apontados pelos participantes como os fatores que interferem na motivação dos trabalhadores. Contudo, na organização pesquisada há alguns fatores que precisam ser observados pelos gestores, pois possivelmente não estão sendo percebidos pelos colaboradores de forma significamente satisfatória. Assim, os programas motivacionais 14 realizados pela organização são percebidos por 62% dos respondentes que somente às vezes são motivadores. O salário é avaliado por 65% como fator preponderante em relação aos benéficos e programas motivacionais, demonstrando ser um fator higiênico que poderá trazer insatisfação se não for tratado adequadamente. Finalmente, embora 65% dos respondentes tenham afirmado estar motivado, um percentual significativo (35%) revelou insatisfação. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS A pesquisa realizada buscou identificar e confirmar a contribuição que os fatores motivacionais trazem a organização. Quanto mais se investir na satisfação das necessidades das pessoas, mais resultados positivos os colaboradores trazem para a organização. Acredita-se que as informações obtidas nesta pesquisa possam contribuir para o aperfeiçoamento e implementação de boas práticas de gestão de pessoas na organização em questão. Os resultados aqui presentes, se aprofundados, podem orientar diversas ações, em especial aquelas relacionadas a melhoria da percepção dos colaborados aos: programas de incentivos ou benefícios oferecidos . Podemos observar também uma relação direta entre motivação e clima organizacional, foco no desenvolvimento do colaborador, preocupação da organização com a satisfação das necessidades dos colaboradores, tratamento justo e respeitoso e motivação alavancando o desempenho satisfatório Passada a febre tecnológica que atingiu o mundo, as organizações perceberam que o seu grande capital é mesmo o homem, ou seja, as organizações devem olhar de forma mais intensa para o capital intelectual da organização. 15 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AGUIAR, Maria Aparecida F. de. Psicologia aplicada à administração. São Paulo: Excellus e Consultoria, 1992. BERGAMINI, Cecília W. Motivação: mitos crenças e mal-entendidos. Revista de Administração de Empresas. abr. / jun. 1990, 30 (2) 23-34. . Motivação nas organizações. 4.ed. São Paulo: Atlas, 1997. CERVO, Amado Luis. Metodologia Científica / Amado Luiz Cervo, Pedro Alcino Bervian,Roberto da Silva.6 ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. CHIAVENATO, Idalberto. Comportamento organizacional: a dinâmica do sucesso das organizações. 2.ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. FADIMAN, James, FRAGER, Robert.Teorias da personalidade. São Paulo: Harper & Row do Brasil, 1979. ROBBINS, Stephen. Comportamento organizacional. Trad. Reynaldo Marcondes. 11.ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. SPECTOR, Paul E. Psicologia nas organizações. Trad. Cid Knipel Moreira e Cpelio Kniple Moreira. 2.ed. São Paulo: Saraiva, 2006. TAMAYO, A.; PASCHOAL, T. A relação da motivação para o trabalho com as metas do trabalhador. Revista de Administração Contemporânea - RAC, 7(4), 33-54, 2003. VERGARA, Sylvia C. Gestão de Pessoas. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2005. _________________. Projetos e relatórios de pesquisa em administração.7 ed.São Paulo: Atlas, 2006. 16 INSTRUMENTO DE PESQUISA O presente instrumento integra uma pesquisa de Trabalho de Conclusão de Curso desenvolvida por Adriana Aguiar Portela., aluna do curso de Pós Graduação em Desenvolvimento Gerencial da Universidade Católica de Brasília – UCB, cujo objetivo é analisar a interferência dos aspectos motivacionais na equipe de vendas. Solicito sua colaboração quanto ao preenchimento deste, informando que o mesmo será analisado de forma global, e não individualizada, respeitando o anonimato do colaborador. Leia atentamente as alternativas, escolha somente uma resposta e marque com um X ,avaliando o quanto cada uma descreve sua opinião. 1- O seu desempenho na organização depende de sua motivação? Sim Não Ás vezes Nunca 2- Você considera a sua motivação como uma “ força propulsora” para satisfazer suas necessidades e desejos? Sim Não Ás vezes Nunca 3- Você acha que a organização tem programas de motivação eficazes e que atendem às necessidades dos colaboradores? Sim Não Ás vezes Nunca 4- Você acredita que pode ser motivado por outras pessoas? Sim Não Ás vezes Nunca 5- Você se sente motivado quando a organização investe em seus colaboradores e amplia as suas responsabilidades? Sim Não Ás vezes Nunca 6- Você considera-se motivado quando o clima é agradável dentro da organização? Sim Não Ás vezes Nunca 7- A satisfação de suas necessidades básicas (fisiológicas, segurança, estima, auto-realização e sociais) é fator motivacional? Sim Não Ás vezes Nunca 8- Quando você é tratado com justiça e respeito você se sente motivado? Sim Não Ás vezes Nunca 9- Você acha que os benefícios ( plano de saúde, plano odontológico etc.) oferecidos pela organização motivam mais que o salário? Sim Não Ás vezes Nunca 10- Você está motivado? Sim Não Ás vezes Nunca