12 FACULDADE DE PARÁ DE MINAS Curso de Administração Atos Moreira da Silva ANÁLISE DOS FATORES CONDICIONANTES E MOTIVACIONAIS EM UMA ORGANIZAÇÃO Pará de Minas 2013 10 Atos Moreira da Silva ANÁLISE DOS FATORES CONDICIONANTES E MOTIVACIONAIS EM UMA ORGANIZAÇÃO Monografia apresentada ao curso de Administração da Faculdade de Pará de Minas, como requisito parcial para a conclusão do curso de Administração. Área de concentração: Gestão de Pessoas. Orientadora: Prof.: Ms. Natália Nunes Scoralick Lempke. Pará de Minas 2013 10 Atos Moreira da Silva ANÁLISE DOS FATORES CONDICIONANTES E MOTIVACIONAIS EM UMA ORGANIZAÇÃO Monografia apresentada ao curso de Administração da Faculdade de Pará de Minas, como requisito parcial para a conclusão do curso de Administração. Aprovado em: ___ / ___ / ___ ________________________________________ Prof. Ms. Natália Nunes Scoralick Lempke ________________________________________ Prof. Esp. Renato Vasconcelos de Melo 10 Dedico esta pesquisa primeiramente a Deus, por ter me dado força e paciência. A meus pais que sempre me incentivaram e aos meus irmão e amigos pelo carinho. 10 AGRADECIMENTOS Agradeço profundamente a Deus que diante de minhas limitações me motiva a sempre superá-las e se faz presente em todos que irei mencionar neste breve e singelo agradecimento. Aos meus pais Sérgio Luiz da Silva e Terezinha Moreira da Silva, que sempre oraram por mim em toda essa caminha. Aos meus irmãos, que por muitas vezes abriram mão de suas atividades para me ajudar no sentido de ceder o computador, fazer favores pessoais, dentro outros. A faculdade Fapam e a todos que dela fazem parte. Com uma consideração especial ao Prof.(a) Natália Nunes que além de ser uma excelente profissional em todas as suas atividades é repleto de virtudes e me orientou na construção deste trabalho. Agradeço infinitamente meus amigos de sala que tanto os considero, de modo especial, a Juliana Rodrigues, Eduardo e a Ana Claudia, pois vivemos muitos momentos especiais durante todo esse tempo. Enfim, a todos que diretamente e indiretamente contribuiu através dos gestos mais simples sendo uma peça fundamental para o meu crescimento. Desejo-lhes sincero e profundo carinho. “Deus vos abençoe e vos guarde amém!” 10 “É muito melhor lançar-se em busca de conquistas grandiosas, mesmo expondo-se ao fracasso, do que alinhar-se com os pobres de espírito, que nem gozam muito nem sofrem muito, porque vivem numa penumbra cinzenta, onde não conhecem nem vitória, nem derrota”. Theodore Roosevelt 10 RESUMO O presente trabalho tem por escopo demonstrar o real estado de motivação e satisfação da empresa abordada. Identifica a existência de diversas maneiras de motivar um funcionário e, por outro lado um conjunto de fatores que conseguem satisfazer todos eles. Teorias a respeito da motivação, quando aplicadas de forma eficiente e eficaz pela organização, torna o funcionário mais satisfeito em trabalhar e buscar realizar suas metas. Em contra partida a organização ganha em produção, diminuindo desta forma seus índices de absenteísmo e turnover. Para este trabalho foi utilizado um questionário quantitativo do qual se pretende mostrar a importância da criação de um ambiente de trabalho, satisfatório e sadio, tornando desta forma um diferencial competitivo e estratégico para organização, sendo este e dentre outros fatores abordados ao longo deste trabalho. Palavras–chave: Motivação. Comportamentalismo. Colaboradores. Organização. 10 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 - Você acha que a remuneração recebida te motiva a trabalhar?........................ 44 Gráfico 2 - Você acha que as condições físicas de trabalho são......................................... 45 Gráfico 3 - A empresa busca desenvolver seu potencial, enriquecendo suas tarefas oferecendo, treinamentos, cursos, ou mesmo facilitando para que você busque esse aprimoramento?.......................................................................... 46 Gráfico 4 - Você acredita que se tiver uma boa qualidade de vida na sua empresa você pode ser tornar mais produtivo em seu trabalho?........................................... 46 Gráfico 5 - Como é seu relacionamento com seus colegas de trabalho?........................... 47 Gráfico 6 - Você se sente realizado com seu trabalho?...................................................... 48 Gráfico 7 - O seu dia-a-dia no trabalho, você considera.................................................... 48 Gráfico 8 - Avalie de 0 (ruim) a 10 (excelente) as opções que mais lhe motiva a trabalhar na empresa...................................................................................... 49 Gráfico 9 - Avalie de 0 (ruim) a 10 (excelente) as opções que mais lhe desmotiva a trabalhar na empresa....................................................................................... 50 10 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO............................................................................................................ 1.1 Situação Problemática.............................................................................................. 1.2 Objetivos.................................................................................................................... 1.2.1 Objetivo Geral.......................................................................................................... 1.2.2 Objetivos Específicos............................................................................................... 1.3 Justificativa................................................................................................................ 1.4 Caracterização da Organização............................................................................... 10 11 11 11 11 11 12 2 REFERENCIAL TEÓRICO....................................................................................... 2.1 Comportamentalismo............................................................................................... 2.2 O Comportamento Respondente............................................................................. 2.3 O Comportamento Operante................................................................................... 2.3.1 Reforço..................................................................................................................... 2.3.2 Extinção................................................................................................................... 2.3.3 Punição.................................................................................................................... 2.4 Controle de estímulos................................................................................................ 2.4.1 Discriminação.......................................................................................................... 2.4.2 Generalização.......................................................................................................... 2.5 O Comportamento pode ser alterado...................................................................... 2.6 Limitações do Condicionamento Humano.............................................................. 2.7 Motivação................................................................................................................... 2.8 Linhas Históricas da Motivação.............................................................................. 2.9 Teorias Motivacionais............................................................................................... 2.9.1 Modelo Tradicional.................................................................................................. 2.9.2 Modelo das Relações Humanas............................................................................... 2.9.3 Hierarquia das Necessidades Segundo Maslow...................................................... 2.9.4 Teoria dos Dois Fatores de Herzberg...................................................................... 2.9.5 Vromm e Rotter........................................................................................................ 2.9.6 Teoria X e Teoria Y, de McGegor e a Teoria Z de Ouchi........................................ 2.9.7 Teoria ERG.............................................................................................................. 2.9.8 Teoria das Necessidades.......................................................................................... 2.9.9 Teoria da Expectativa.............................................................................................. 2.9.10 Teoria da Avaliação Cognitiva.............................................................................. 2.9.11 Teoria da Equidade................................................................................................ 2.9.12 Teoria da Fixação de Objetivos............................................................................. 2.9.13 A Abordagem Fenomenológica da Logoterapia de Viktor Frankl........................ 2.9.14 A Energização/Empowerment: O Poder do ZAPP!............................................... 2.9.15 Coaching................................................................................................................ 2.10 O Indivíduo e a Organização................................................................................. 2.11 Motivação e Clima Organizacional....................................................................... 2.12 Satisfação/Insatisfação com o Trabalho................................................................ 2.13 Aspectos Especiais da Motivação........................................................................... 14 14 15 15 17 17 18 18 18 19 19 21 21 23 25 25 25 25 28 28 29 30 30 31 32 32 33 33 34 35 35 36 38 39 3 METODOLOGIA........................................................................................................ 3.1 Delineamento do estudo............................................................................................ 3.2 Delimitação do estudo............................................................................................... 3.3 Instrumentos de coleta de dados.............................................................................. 42 42 42 43 10 3.4 Instrumentos de Análise de dados........................................................................... 43 4 RESULTADO E ANÁLISE DOS DADOS................................................................ 44 5 CONCLUSÃO.............................................................................................................. 5.1 Considerações Finais................................................................................................. 5.2 Sugestões para Empresa........................................................................................... 5.3 Limitações do Trabalho............................................................................................ 5.4 Sugestões para trabalhos futuros............................................................................. 52 52 53 53 54 REFERÊNCIAS.............................................................................................................. 55 APÊNDICE...................................................................................................................... 57 10 1 INTRODUÇÃO A cada dia as empresas estão mais focadas no potencial humano. O fator humano se tornou uma grande preocupação para as organizações após a Revolução Industrial. Até então, as formas de regulação do comportamento eram as punições e restrições financeiras, que eram acatadas pelos funcionários, e tornavam o ambiente de trabalho amedrontador. Conseguir a verdadeira motivação humana no trabalho é difícil e complexo, pois tratase da identificação e análise do que o indivíduo quer em relação à empresa e na oferta de oportunidades, para que ele tenha condições de alcançar tais objetivos, trazendo assim mais satisfação e fazendo com que esteja sempre buscando algo. O indivíduo motivado e satisfeito não se torna um homem passivo e acomodado; pelo contrário, ele se torna um indivíduo com iniciativas cada vez mais ousadas sempre buscando atingir uma nova etapa, contribuindo, de fato, para a organização em que trabalha. Saber compreender e aceitar o difícil processo de motivação é uma tarefa árdua, mas que só trará benefícios para as organizações. O comprometimento e envolvimento de pessoas trazem cada vez mais sucesso para uma organização, gerando bem estar para o funcionário e lucratividade para a empresa. Muito se fala sobre motivação e, paradoxalmente, pouco se entende sobre ela. Existem muitas teorias com enfoques diferenciados sobre o mesmo tema, sendo que muitos acreditam que é necessário aprender a motivar os outros e outros acreditam que ninguém pode motivar quem quer que seja. Nesse contexto, uma das grandes dificuldades encontradas pelas empresas atualmente reside no fato de como motivar seus funcionários e se os métodos utilizados, realmente são motivacionais. Muitas utilizam de métodos considerados por alguns autores como uma forma de condicionamento humano, que não produz os resultados que a motivação produziria. O condicionamento, além de ser mais fácil de ser aplicado, é uma forma mais rápida dos empregadores conseguirem o que querem por parte de seus subordinados. Os líderes acreditam que esta é a forma correta de motivação, mas sabe-se que trata de pura reação aos estímulos. O que estimula um comportamento condicionado esta fora da pessoa, ou seja, o comportamento depende de fatores extrínsecos, soberanos e alheios à sua vontade. Assim, motivação e condicionamento são considerados fatores totalmente diferentes, e serão abordados neste trabalho. 11 1.1 Situação Problemática Durante décadas, e na atualidade, esforços têm sido empregados para explicar e compreender o processo de motivação. Há várias interpretações e teorias sobre o tema, que tem gerado atuações distorcidas sobre a questão. Parece existir uma grande confusão sobre o que seria um condicionamento e o que seria de fato um aspecto de motivação humana. Será que as empresas estão, de fato, motivando seus funcionários? 1.2 Objetivos 1.2.1 Objetivo Geral Relatar o que os diversos estudiosos trazem sobre as diferenças existentes entre o condicionamento e a motivação e identificar, quais estratégias uma organização utiliza para condicionar e/ou motivar seus colaboradores. 1.2.2 Objetivos Específicos a) estudar e analisar o referencial teórico que suporta a situação problemática; b) identificar na literatura quais estratégias são utilizadas nas empresas para motivar ou condicionar seus funcionários; c) identificar problemas motivacionais em uma organização; 1.3 Justificativa O setor de Recursos Humanos de uma empresa visa monitorar a motivação e a satisfação dos funcionários, estruturar o sistema de remuneração, manter os funcionários produtivos e motivados, contribuindo com a organização na busca da redução de custos, manter seus funcionários e ainda oferecer um pouco de tranquilidade para quem recebe cobranças por resultados o tempo todo. 12 Muitas organizações utilizam estratégias de condicionamento, e não motivacionais. A existência de varias teorias e crenças relacionadas com a motivação e com a maneira pela qual ela se processa no indivíduo é o que torna esse tema alvo de polêmicas e divergências no campo organizacional. Muitas organizações consideram que as recompensas são um dos fatores motivacionais, mas na verdade o que ocorre neste processo é o condicionamento dos colaboradores para que os mesmo venham a alcançar os objetivos e metas da organização. Oferecer higiene, segurança, saúde, possibilidade de crescimento e uma vida digna a seus colaboradores, não são mais tarefas a serem colocadas em segundo plano dentro da organização. É com este propósito que o presente trabalho é desenvolvido, a fim de verificar, através de estudos teóricos e pesquisa aplicada, o que as empresas utilizam como métodos motivacionais e comportamentalista e como essas estratégias geram resultados distintos entre os colaboradores. Assim, este trabalho pretende verificar o grau de satisfação de seus colaboradores em relação à empresa, com vistas a criar um plano de atuação que proporcione um ambiente agradável para o trabalho, melhorando assim a saúde da empresa, oferecendo respaldo teórico para verificar a motivação dos trabalhadores, apresentando propostas que ajudarão a mesma a trabalhar em união com seus funcionários, com objetivo de atingir o crescimento da empresa, bem como das pessoas que ali trabalham. 1.4 Caracterização da Organização Por motivos de exposição, o nome da empresa será preservado neste trabalho de conclusão de curso; será utilizado então o codinome BMU S.A. A empresa BMU S.A. foi fundada em 2008 por um grupo de empresas, seguindo uma linha diferente da do grupo, pois a mesma está voltada para a parte de extração de minério de ferro enquanto as outras empresas do grupo estão voltadas para a siderurgia. A empresa em questão está localizada na cidade de Itatiaiuçu, no distrito de Samambaia. Contêm em seu quadro de funcionários aproximadamente 1.246 pessoas. Atualmente a empresa passou por uma forte mudança em sua estrutura organizacional com a entrada de uma organização latino-americana. Esta mudança repercutiu muito na empresa em questão, pois ela possuía uma cultura organizacional voltada apenas para investimentos, como novas plantas para extração de minério de ferro, plantas voltadas para reutilização de rejeitos e outros melhorias que iriam gerar valor para a empresa. Com essa nova gestão do grupo, a empresa necessitou de mudanças para se adequar a nova cultura 13 organizacional e isto afetou os funcionários de todas as empresas do grupo, principalmente a empresa BMU S.A., que é considerada uma empresa que vem apresentando altos índices de retorno financeiro. Parece que um dos grandes fatores problemáticos apresentados na empresa em questão é a falta de motivação dos colaboradores, pois os mesmo são pressionados a trabalhar com o efetivo reduzido. Isto se deu por conta da crise apresentada no ano passado, onde a empresa teve que reduzir em torno de 30% o seu efetivo próprio. Verifica-se atualmente, que a empresa se utiliza de vários métodos considerados comportamentais para fazer com que os funcionários se sintam mais motivados e permaneçam no trabalho, alcançando os níveis de produção desejados. A empresa tem sofrido grande pressão dos funcionários, pois estes exigem condições de trabalho melhor e clima organizacional bom. Assim, parece que muitos fatores utilizados pela empresa BMU S.A. não são satisfatórios e nem sempre motivam os funcionários. A empresa vem tentando manter os funcionários ativos em busca da mesma eficiência que já possuía, visando sempre uma colocação no mercado de commodities. Essas observações despertam o interesse pelo tema que será tratado neste trabalho de conclusão de curso. 14 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 Comportamentalismo O termo comportamentalismo vem de uma abordagem clássica, sendo conhecida por muitos autores como Behaviorismo. O Behaviorismo, derivado do termo inglês behavior, que significa comportamento, foi inaugurado pelo americano John B. Watson, que destacou que o condicionamento constitui forma básica e universal de aprendizagem. Este conceito foi de grande importância na Teoria da Aprendizagem. (FIORELLI, 2009). A Teoria da Aprendizagem estuda a modificação do comportamento ou aquisição de novas respostas ou reações. A transferência da aprendizagem é que permite solucionar novas situações e é realizada quando evocamos hábitos passados apropriados para o novo problema. Segundo Keller (1970, p. 7), o sentido da aprendizagem é bastante amplo: são muitas as situações em que se usa o verbo aprender em algumas de suas formas. Aprendemos, em criança, a distinguir uma face da outra ou uma voz amiga de uma zangada. Aprendemos, talvez, que algumas vezes se consegue coisas com manha-e, mais tarde, que não. Aprendemos que certos objetos cortam, queimam, picam ou machucam os dedos se não forem manejados corretamente. Aprendemos a patinar, a dançar e a esquiar. Aprendemos boas maneiras à mesa, jeito de falar e, mesmo, formas de demonstrar emoção. Aprendemos a tabuada e a recitar o discurso de Gettysburg pronunciado por Lincoln. Aprendemos a ter medo do som do motor do dentista. Aprendemos a contar a verdade e ficar envergonhados quando contamos uma mentira. Aprendemos o valor do dinheiro, da força da idade, dos títulos, da hierarquia e das posições. E assim por diante. A lista apenas começa, mas já se pode ver por que se tem dito que o campo da aprendizagem é tão amplo quanto o da própria psicologia. A psicologia trabalha com duas grandes correntes nesse campo da aprendizagem: as teorias do condicionamento e as teorias cognitivistas. Conforme Bock, Furtado e Teixeira (2008, p. 133) “no primeiro grupo- teorias do condicionamento, estão às contribuições que se definem a aprendizagem por suas consequências comportamentais e enfatizam as condições ambientais como força propulsora da aprendizagem”. Para ela o segundo grupo - teorias do cognitivismo-, é um conjunto de teorias que define a aprendizagem como um processo de interação do sujeito com o mundo externo. Serão aqui tratadas as teorias do condicionamento, elucidando os principais aspectos do Behaviorismo. 15 2.2 O Comportamento Respondente O condicionamento Pavloviano, também chamado de respondente ou clássico é ligado às respostas automáticas, de herança genética, involuntária à vontade consciente do sujeito. Ivan Petrovich Pavlov, fisiologista russo, é o responsável pelas descobertas desse condicionamento. (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2008). O comportamento respondente depende de estímulos para que venha a ser alterado; o indivíduo responde as estes estímulos através de reações físico-químicas que vem através do sistema nervoso central. Assim, utiliza-se o termo “não voluntário” para designar o comportamento reflexo ou respondente, que inclui respostas produzidas por estímulos do ambiente. Como exemplo, podemos citar a contração das pupilas quando uma luz forte incide sobre os olhos, a salivação provocada por uma gota de limão colocada na ponta da língua, o arrepio da pele quando um ar frio nos atinge, as famosas „lágrimas de cebola‟ etc. Esses comportamentos reflexos ou respondentes são interações estímulo-resposta (ambiente-sujeito) incondicionadas, nas quais certos eventos ambientais confiavelmente eliciam certas respostas do organismo que independem de „aprendizagem‟. (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2008, p. 133). O condicionamento devido ao pareamento é chamado de reflexos, ou seja, os estímulos deixam de ser neutros e passam a ser condicionados por causa das novas interações entre o meio, na qual a situação leva o organismo a responder estímulos que antes não respondia. Em um comportamento respondente, quanto maior for o estimulo, maior será a amplitude de sua resposta e enquanto maior intensidade, maior será a sua duração. 2.3 O Comportamento Operante O conceito de Comportamento Operante difere do conceito de comportamento respondente porque o primeiro ocorre em um determinado contexto, chamado estímulo discriminativo, e gera um estímulo que afeta a probabilidade dele ocorrer novamente; o segundo é diretamente eliciado por algum estímulo e é uma reação fisiológica do organismo. O termo “comportamento operante” foi criado pelo psicólogo e escritor Burrhus Frederic Skinner. O comportamento operante é modelado a partir de repertório inato. É onde a resposta gera uma consequência e esta consequência afeta a sua probabilidade de ocorrer novamente; se a consequência for reforçadora, aumenta a probabilidade, se for 16 punitiva, além de diminuir a probabilidade de sua ocorrência futura, gera outros efeitos colaterais. O reforço pode ser positivo, quando há a adição de um estímulo no ambiente que resulte aumento da frequência da resposta que o gerou; ou negativo, quando a resposta emitida remove algum estímulo aversivo, ou seja, que a pessoa tende a evitar, do ambiente. O comportamento operante já passou por varias gerações de estudantes de psicologia que estudaram os experimentos de Skinner sobre este condicionamento. O condicionamento Operante é a aprendizagem de uma resposta voluntária ao estimulo mediante as consequências de respostas anteriores, como, por exemplo, aprender a dirigir um automóvel. (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2008). Como diz Keller (1970, p. 54), o comportamento operante, inclui todos os movimentos de um organismo dos quais se pode dizer que, em algum momento, têm efeito sobre ou fazem o mundo em redor. O comportamento operante opera sobre o mundo, por assim dizer, quer direta, quer indiretamente. O condicionamento operante, quando utilizado pelas empresas, funcionam como um mecanismo que premia uma determinada resposta de um indivíduo até ele ficar condicionado a associar a necessidade à ação. Assim, ele irá se comportar da forma desejada enquanto o estímulo estiver sendo empregado. Dessa forma, o indivíduo ajusta-se aos requesitos da tarefa: ele manterá o comportamento enquanto possuir expectativa favorável sobre o resultado da ação. No estudo do ser humano, apenas o comportamento pode ser pesquisado, por ser passível de percepção, descrição e mensuração por meio de instrumentos. (FIORELLI, 2009). Ações são mantidas, ou não, pelas consequências que produzem no meio ambiente. As técnicas desenvolvidas por Skinner não podem ser confundidas com manipulação grosseira. De acordo com Kienen e Wolf (2002 apud BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2008, p. 23), “o controle pode acontecer, sem que as pessoas percebam que estão sendo controladas, de forma coercitiva, manipuladora e sutil”. Para Bock, Furtado e Teixeira (2008, p. 63) essas consequências são denominadas reforçadoras quando aumentam a frequência de emissão das respostas que produziram e punidoras ou aversivas quando diminuem, mesmo que temporariamente, a frequência das respostas que as produziram. 17 2.3.1 Reforço Designa-se como reforço toda consequência que, seguindo uma resposta, altera a probabilidade futura de ocorrência dessa resposta. O reforço possui duas abordagens, sendo a positiva e a negativa. Um reforço positivo aumenta a probabilidade de um comportamento pela presença de uma recompensa (estímulo). Um reforço negativo também aumenta a probabilidade de um comportamento pela ausência (retirada) de um estímulo aversivo (que cause desprazer) após o organismo apresentar o comportamento pretendido. O processo de fortalecimento é o de condicionar a pessoa a fazer algo, pois apresenta um aumento em sua frequência ao alcançar o efeito desejado, e é condicionante por se tratar de uma aprendizagem. Alguns destes reforçadores secundários, quando emparelhados co muitos outros, tornam-se reforçadores generalizados, como o dinheiro e aprovação social. No reforçamento negativo, dois processos importantes merecem destaque: a esquiva e a fuga. A esquiva é um processo no qual os estímulos aversivos condicionados e incondicionados estão separados por um intervalo de tempo apreciável, permitindo que o indivíduo execute um comportamento que previna a ocorrência ou reduza a magnitude do segundo estimulo. (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2008, p. 64). Segundo Chiavenato (2010), as pessoas trabalham nas organizações em busca de algum tipo de recompensa, em função de expectativas e resultados. A recompensa quando bem dosada e aplicada serve como reforço positivo do comportamento. O sistema de recompensa mais utilizado nas empresas é a remuneração. As empresas se esforçam em desenvolver sistemas de remuneração no sentido de recompensar adequadamente o seu pessoal. 2.3.2 Extinção A extinção é quando a emissão de respostas a determinado estímulo deixa de existir. É um procedimento no qual uma resposta deixa de ser subitamente reforçada. Com isso a resposta ficará menor ou ate mesmo poderá deixar de ser emitida. (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2008). O procedimento de extinção consiste em suspender o reforço para uma resposta condicionada. O comportamento em extinção típico consiste num decréscimo 18 gradual na frequência da resposta ate que ocorra, no máximo, com a frequência apresentada antes do condicionamento. (WHALEY; MALOTT, 2000, p. 54). Assim, “extinção” é o que acontece quando o comportamento não é reforçado e tende a desaparecer. Um comportamento condicionado a uma recompensa enfraquece e pode desaparecer quando a recompensa não é fornecida. 2.3.3 Punição A punição é um estimulo aversivo ou remoção de um reforçador positivo presente. O comportamento punido só é definitivo se a punição for extremamente intensa, pois a razões que levaram à ação que se pune nem sempre são alteradas com punição. Alterar a motivação, contudo, leva a supressão da punição de ações sem resposta temporária. O cuidado a ser tomado, nestes casos, é que a punição possa parecer o oposto da recompensa, na expectativa de que, ao castigar determinado comportamento aplicando-se uma punição, ele tende a não se repetir. Contudo, o comportamento não se manifesta assim. O castigo é um método ruim de motivação, porque seus resultados não são tão previsíveis quanto os da recompensa. Os efeitos do castigo não são tão permanentes quanto os da recompensa e são frequentemente acompanhados por atitudes negativas em relação a quem os aplicou e em relação à atividade que os produziu. (FACCIOLI, 2008). 2.4 Controle de estímulos Tem sido polêmica a discussão sobre a natureza ou a extensão do controle que o ambiente exerce sobre nós, mas não há como negar que há algum controle. Assumir a existência desse controle e estuda-lo permite maior entendimento dos meios pelos quais os estímulos agem. (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2008). Assim, quando os estímulos ou a forma da resposta são diferentes sob os estímulos diferentes, diz-se que o comportamento está sob controle de estímulos. Dois importantes processos devem ser apresentados: discriminação e a generalização. 2.4.1 Discriminação É quando uma resposta se mantém na presença de um estimulo, mas sofre certo grau de extinção na presença de outro. Certo estímulo adquire a possibilidade de ser conhecido como discriminativo da situação reforçadora. Sempre que ele for apresentado e a resposta for emitida, haverá 19 reforço. Então, somos capazes de discriminar esses diferentes estímulos e de nos comportar de maneira diferente em cada situação. (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2008). 2.4.2 Generalização É quando um estímulo adquire controle sobre uma resposta devido ao reforço na presença de um estímulo similar, mas diferente. Na generalização, portanto, respondemos de forma semelhante a um conjunto de estímulos percebidos como semelhantes. Esse princípio da generalização é fundamental quando pensamos na aprendizagem,[...], aprendemos a nos comportar em diferentes situações sociais, dada a nossa capacidade de generalização no aprendizado de regras e normas sociais. (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2008). 2.5 O Comportamento pode ser alterado Hoje não se entende comportamento como uma ação isolada de um sujeito, pois passase por diferentes estímulos e vivências, que contribuem para a formação da identidade e personalidade e, consequentemente, alteram o comportamento individual. Por outro lado, Bergamini (2008) ressalta que a vontade própria pode mudar o comportamento, sem alterá-lo de forma extrema. Vai de cada pessoa a orientação do que irá motivá-la a mudar seu comportamento. Caso a organização exija que a pessoa mude, ela poderá se sentir invadida e desmotivada. Para uma organização entender o que de fato seria motivação, primeiramente a organização deve conhecer o comportamento humano, de forma mais natural, individualizando as pessoas e com foco em sua vida particular. De acordo Bergamini (2008), as pessoas da organização devem ter liberdade de escolher que tipo de ação empreender, sendo respeitadas as fontes interiores de necessidade e descartando o controle extrínseco que é imposto pelo meio ambiente. Para Robbins (2002), a motivação esta ligada ao indivíduo quando se propõe a fazer algo, e quando este se encontra condicionado à capacidade de satisfazer alguma de suas necessidades. De acordo com Chiavenato (2010, p. 167): A gestão de pessoas é uma área muito sensível dentro da empresa, por ser contingencial e situacional, pois dependem de vários aspectos dentro das empresas, como a cultura que existe em cada empresa, a estrutura organizacional adotada, as características do contexto ambiental, o negócio da organização, a tecnologia 20 utilizada, os processos internos e uma infinidade de outras variáveis relevantes. As pessoas constituem o principal ativo da empresa, daí a primordial necessidade de tornar as empresas mais conscientes e atentadas a seus empregados e estabelecer um devido valor para cada um como parte em seu desempenho profissional. Segundo Chiavenato (2010), as pessoas podem ampliar ou limitar as forças e fraquezas de uma empresa, dependendo da maneira como elas são tratadas. Para que os objetivos da Gestão de Pessoas sejam alcançados, se faz necessário que os gerentes / gestores e ou supervisores das empresas tratem as pessoas como elementos básicos para a eficácia organizacional. Os objetivos da Gestão de Pessoas são variados. A Administração de Recursos Humanos, de acordo com Milkovich e Bordeau (2000), deve contribuir para a eficácia organizacional através dos seguintes meios: a) ajudando a empresa a alcançar seus objetivos e realizar sua missão, ou seja, manter preocupação em atingir os objetivos e resultados da empresa, não se podendo imaginar a função de Recursos Humanos sem conhecer os negócios de uma empresa; b) aumentando a autoatualização e a satisfação dos empregados no trabalho, empregados satisfeitos não são necessariamente os mais produtivos, mas empregados insatisfeitos tendem a se desligar da empresa, se ausentar frequentemente e produzir pior qualidade do que empregados satisfeitos com a empresa; c) mantendo as políticas éticas e comportamento socialmente responsável, toda atividade de Recursos Humanos deve ser aberta, confiável e ética; as pessoas não devem ser discriminadas e seus direitos básicos devem ser obedecidos e garantidos; d) proporcionando à organização, empregados bem treinados e motivados, ou seja, dar reconhecimento às pessoas e não apenas dar dinheiro, é o que constitui o elemento básico da motivação humana; e) proporcionando competitividade à empresa, ou seja, saber empregar as habilidades e capacidades da força de trabalho; f) desenvolvendo e mantendo qualidade de vida no trabalho, ou seja, procurar estruturar o trabalho e o ambiente de trabalho no sentido de satisfazer a maioria das necessidades individuais do empregado e tornar a organização um local desejável e atraente; 21 g) administrando mudança, os profissionais de Recursos Humanos devem saber lidar com as mudanças se querem realmente contribuir para sua organização, são mudanças que se multiplicam exponencialmente e cujas soluções impõem novas estratégias, programas, procedimentos e soluções. Assim, verifica-se a importância dos indivíduos nas organizações. O behaviorismo destaca a importância de o administrador conhecer as necessidades humanas, no intuito de melhor compreender o comportamento humano, considerando que fatores ambientais podem, de fato, modificar o comportamento individual. Entretanto, o behaviorismo não consegue explicar completamente as diferenças individuais no comportamento. Tal questão será discutida a seguir. 2.6 Limitações do Condicionamento Humano O Behaviorismo tem como pressuposto básico o condicionamento. Esse pressuposto está presente em todas as suas vertentes e formas de aplicação. O controle do estímulo e respostas pode entrar em conflito com o desenvolvimento da criatividade e das lideranças da organização. (AGUIAR, 2005). Ao adotar exclusivamente o modelo behaviorista, do padrão estímulo-resposta para propiciar o comportamento humano nas organizações, incrementado com a punição (tal como ocorre no sistema taylorismo e seus similares), a organização nega a si mesma o desenvolvimento e a utilização das forças, dos recursos e do potencial humano de que dispõe, que veem contribuir para a produtividade da própria organização e para o desenvolvimento socioeconômico num contexto social mais amplo. Embora seja uma teoria importante para a compreensão do ser humano, ela apresenta limitações. É importante ressaltar que a adoção dos princípios e estratégias do condicionamento humano nas organizações impede o desenvolvimento da consciência crítica, da consciência moral e bloqueia, consequentemente, a inserção dos indivíduos membros da organização como cidadãos responsáveis na própria organização e na sociedade. 2.7 Motivação A origem etimológica do termo motivação é a palavra latina “movere”, que significa mover, indicando um estado de despertar do organismo, da vontade, do ânimo, de dinâmica 22 ou ação. Para que haja esse despertar o indivíduo precisa identificar o motivo, o que o move em direção a determinado objetivo. (BERGAMINI, 2008). A motivação não está relacionada apenas a fatores pessoais, existe um conjunto de fatores que motivam a todos. Todos querem ter boa qualidade de vida e nisso estão incluídos boa remuneração, condições físicas e psicológicas apropriadas para se trabalhar. Apesar de não estar relacionada apenas a fatores pessoais, se torna evidente que difere de indivíduo para indivíduo. Observa-se que as empresas não conseguem oferecer uma motivação para cada indivíduo de forma especifica; assim, elas visualizam aqueles benefícios que irão agradar de forma geral aos funcionários. De maneira geral, pode-se entender que a motivação está relacionada ao cenário no qual o indivíduo está inserido, suas aspirações, objetivos e, no contexto, ao que a empresa lhe oferece como fator motivador. A motivação é algo muito complexo, pois parte de dentro de cada indivíduo. Ela não pode ser vista, ouvida ou tocada; somente pode-se julgar quão motivada está uma pessoa mediante a observação de seu comportamento, levando em consideração que cada pessoa tem suas preferências, traços de personalidade e processos motivacionais distintos. De acordo com Chiavenato (2010), alguns fatores deram origem à teoria das relações humanas e, especificamente à motivação, tais como a necessidade de humanização e democratização da Administração, o desenvolvimento das ciências humanas, as influências pragmáticas no âmbito filosófico de John Dewey e Kurt Lewin, bem como as conclusões da experiência de Hawthorne, concebida entre 1927 e 1932. Conforme Bergamini (2008), Lewin trouxe uma especial contribuição na sistematização do estudo acerca da motivação, afirmando que há uma associação coordenada entre os efeitos do passado no comportamento presente, ou seja, as decisões de uma determinada pessoa se dão em função dos motivos e cognições próprios deste momento, dependendo de eventos existentes no plano cognitivo daquilo que se aprendeu durante a sua vida com grupos humanos ou com alguém em específicos. Os primeiros estudos a respeito da motivação procuraram encontrar um único modelo para todos os tipos de empregados e para qualquer tipo de organização. Conforme Bergamini (2008), apesar das diferentes interpretações, com o passar do tempo e a modernização do trabalho, as teorias se mostraram deficientes ao focar apenas um fator motivacional para explicar qual a melhor filosofia a ser adotada para administrar pessoas. Portanto, não existe uma única teoria que seja capaz de desvendar todas as características que possam motivar o ser humano. 23 2.8 Linhas Históricas da Motivação Existe uma evolução histórica nos estudos sobre a motivação no trabalho, cuja trajetória passa por várias escolas, desde o Taylorismo até os dias contemporâneos em que os modelos de gestão focam na participação e autonomia como importantes canais para a produtividade e cooperação no ambiente laboral. QUADRO 1 - Motivação dos quadros operacionais Época 1900 1924 Autor Características Fator de Motivação Necessidade Dominante Taylorismo Divisão entre planejamento e execução. Planejamento, Racionalização Punições e recompensas pecuniárias Fisiológicas Relações interpessoais Sociais Perspectiva de satisfação da necessidade dominante. Hierarquia das necessidades. Enriquecimento do trabalho Estima, Autorrealização. Automonia, desafios. Estima, Autorrealização. Homem comporta-se de Relações Humanas acordo com as normas do grupo informal. 1954 Maslow 1959 Herzberg 1960 McGregor Hierarquia das necessidades humanas: a cada momento há uma necessidade insatisfeita predominante Divisão entre fatores higiênicos e motivacionais Duas formas de encarar o trabalho: Teoria X e Teoria Y 24 Época 1964 1960-1970 1950 1990 1990 Autor Vroom Democracia Industrial na Noruega Características Fator de Motivação Pessoas com as mesmas necessidades predominantes não necessariamente Expectação, irão se sentir instrumentalidade motivadas da e valência. mesma forma Organização como sistema aberto reflete os novos valores que surgem na sociedade Sede de novos valores Necessidade Dominante Estima Valor social do momento Busca no sentido da vida como Busca da MetaLogoterapia/ Frankl principal força realização de um Necessidades, motivadora no sentido Autorrealização. ser humano Coaching Técnica Behaviorista para Reforço Positivo gerenciamento do desempenho Estima Qualidade e Participação, Produtividade comunicação Estima, Energização/Byham decorrem de uma eficaz, autonomia Autorrealização. energia positivae ZAPP! reconhecimento. Fonte: HERING apud BERGAMINI, 2008. Cada um dos postulados supracitados teve a sua importância e contribuição para o estudo do comportamento humano nas organizações, no entanto, algumas correntes se destacam, ou melhor, atendem aos objetivos. 25 2.9 Teorias Motivacionais Desde o inicio do século XX a motivação humana tem tido atenção de diversos cientistas. Marras (2002) apresenta os seguintes estudiosos sobre o assunto: 2.9.1 Modelo Tradicional O principal contribuidor do Modelo Tradicional, conhecido também por Administração Cientifica de Taylor, foi Frederick Taylor. Na época da Revolução Industrial, estudiosos de Recursos Humanos tiveram de criar planos salariais e de benefícios extras de acordo com a solicitação das indústrias daquela época. A partir daí as empresas começaram a motivar seus funcionários com incentivos salariais, relacionados à produtividade, ou seja, quanto maior fossem a produtividade, maiores os ganhos salariais. A visão que havia naquele tempo era que os funcionários seriam preguiçosos e para motivá-los dever-se-ia dar-lhes dinheiro. (CHIAVENATO, 2010). Dessa forma, acreditava-se que o comportamento humano poderia ser planejado, modelado e finalmente mudado, ou seja, motivação e condicionamento seria a mesma coisa. Este pensamento vem sendo utilizado ate os dias de hoje, por mais que não tenha funcionado na época nem nos dias atuais. (BERGAMINI, 2008). 2.9.2 Modelo das Relações Humanas De acordo com Bergamini (2008), o Modelo de Relações Humanas, cujo mais importante teórico foi Elton Mayo, buscava justamente o contrário do Modelo Tradicional, pois o modelo utilizado anteriormente desmotivava cada vez mais os empregados. Este novo modelo destaca que só por meio de contatos sociais a motivação seria fortalecida, através da valorização da pessoa em sua totalidade. O objetivo da motivação, nesse caso, era dar prioridade as necessidades dos empregados. Desta forma, este modelo representa um avanço em relação ao modelo tradicional. 2.9.3 Hierarquia das Necessidades Segundo Maslow Em 1954, Abraham Maslow, formulou o seu conceito de hierarquia das necessidades, relatando que todo indivíduo se motivava a partir de uma ordem de necessidades. Assim, à 26 medida que o homem satisfaz suas necessidades básicas, outras mais elevadas tomam o predomínio do comportamento. (CHIAVENATO, 2010). Segundo Bergamini (2008), todas as pessoas têm suas necessidades próprias, que podem ser chamadas de desejos, aspirações, objetivos individuais, ou motivos. Daí resulta que os motivos ou necessidades são pessoais e individuais, pois são determinados pelos fatores que formam a personalidade, pelos traços psicológicos e biológicos e pelas características adquiridas através da experiência pessoal e de aprendizagem de cada pessoa. Certas necessidades são basicamente semelhantes quanto à maneira pela qual fazem as pessoas organizarem seu comportamento para obter satisfação. A hierarquia das Necessidades de Maslow é a seguinte: FIGURA 1 – Necessidades de Maslow Fonte: PORTAL gestão, 2013. No nível mais baixo, mas de grande importância quando são satisfeitas, estão às necessidades fisiológicas. A menos que as circunstâncias sejam especiais, suas necessidades de amor, “status” e reconhecimento são inoperantes quando seu “estômago está vazio” há certo tempo. Quando alguma dessas necessidades não está satisfeita, ela domina a direção do comportamento. São conhecidas como biológicas ou básicas, e existem para garantir a sobrevivência do indivíduo. 27 Quando conseguimos satisfazer razoavelmente as necessidades fisiológicas, as necessidades do nível imediatamente superior começam a motivar o comportamento do homem para dominá-la. As necessidades de segurança também são chamadas de necessidade de estabilidade. As necessidades de segurança têm grande importância no comportamento humano, uma vez que o empregado mantém uma relação de dependência com a empresa, onde as ações provocam incerteza ou insegurança no empregado quanto à sua permanência no emprego. As necessidades sociais, por sua vez, vinculam-se à vontade da pessoa de ser aceita por outras de seu convívio, bem como de desenvolver, com as mesmas, um relacionamento amistoso. Nas organizações, as necessidades de reconhecimento e amor podem ser visualizadas da seguinte forma: união dos setores, não existência de fofocas invejosas, valorização verbal e não verbal dos funcionários, comprometimento dos colegas com os negócios e as tarefas, fazer parte das equipes de trabalho, grupo de comissões. As necessidades de estima abrangem a autoconfiança, autoapreciação, produzindo sentimentos de valor, força, poder, capacidade e utilidade. Correspondem, portanto, ao desejo da pessoa de desenvolver uma autoimagem positiva e de receber atenção e reconhecimento dos outros, desde que tenham sido satisfeitas as necessidades sociais. As necessidades de autorrealização compelem cada um realizar o seu próprio potencial, de estar em continuo autodesenvolvimento, de ser criador no sentido mais alto do terno. As necessidades de autorrealização situam-se no topo da hierarquia. São elas que levam o indivíduo a realizar seu próprio potencial. Dentre muitos estudos e análises, Maslow identificou duas necessidades adicionais à pirâmide de necessidades já criada. Estas necessidades surgiram em pessoas que já possuíam todas as outras necessidades satisfeitas, pouquíssimas pessoas, e foram chamadas de cognitivas. São elas: a) necessidade de conhecer e entender: está relacionada com os desejos do indivíduo de conhecer e entender o mundo ao seu redor, as pessoas e a natureza; b) necessidade de satisfação estética: estão relacionadas às necessidades de beleza, simetria e arte em geral. Ligada a necessidade que o ser humano tem de estar sempre belo e em harmonia com os padrões de beleza vigente. (AGUIAR, 2005). 28 2.9.4 Teoria dos Dois Fatores de Herzberg Robbins (2002) nos traz a proposição de Frederick Herzberg, o qual elaborou a Teoria dos Dois Fatores, com o objetivo de explicar o comportamento das pessoas no ambiente de trabalho. Para ele existem dois tipos de fatores que orientam o comportamento das pessoas: Fatores Higiênicos, que são extrínseco, localizado no ambiente de trabalho se referindo às condições que rodeiam o funcionário enquanto trabalha, como as condições físicas e ambientais de trabalho, o salário, os benefícios sociais, as políticas da empresa, o clima de relações entre a direção e os funcionários. Quando esse fator do ambiente de trabalho é ótimo, simplesmente evita a insatisfação. De acordo com Herzberg, tradicionalmente, apenas os fatores higiênicos eram considerados para motivar os empregados. O trabalho era visto por muitos como uma atividade desagradável e, para fazer com que as pessoas trabalhassem mais, era necessário o apelo para prêmios e incentivos salariais, isto é, incentivavam as pessoas a trabalharem em função de recompensas (motivação positiva) ou punições (motivação negativa). (ROBBINS, 2002). O nome Fatores Higiênicos enfatiza que são profiláticos, mas não provocam a satisfação. Segundo Bergamini (2008), não basta oferecer fatores de higiene para obter a motivação. Atendidos os fatores periféricos está garantido apenas o bem estar físico das pessoas. É necessario ir além disso e oferecer às pessoas oportunidades que garantam sua chegada aos objetivos de satisfação interiores, reponsaveis pela verdadeira motivação. Já os Fatores Motivacionais são intrínsecos, dizem respeito a sentimentos de autorrealização e reconhecimento, eles estão sob o controle da pessoa, isto porque estão relacionados com aquilo que ela mesma faz e desempenha. Quando os Fatores Motivacionais são ótimos, elevam substancialmente a satisfação e, quando são precários, provocam ausência de satisfação. (ROBBINS, 2002). 2.9.5 Vromm e Rotter Os dois psicólogos e professores universitários Victor Vromm e Julian Rotter desenvolveram um modelo comportamental o qual diz que o comportamento humano é sempre orientado para o resultado, ou seja, o ser humano realiza algo na expectativa do que irá receber em troca. (MARRAS, 2002). 29 Existem duas variáveis nessa teoria de acordo com o modelo proposto, que são o valor da recompensa e o que se espera como recompensa. Assim o nível de interesse na execução de suas tarefas está diretamente relacionado com o que receberá em troca ou qual expectativa de recompensa. Se a recompensa for boa ou se ele espera ser bem recompensado irá desempenhar melhor suas tarefas a fim de satisfazer seus desejos, a recompensa é um fator que motiva as pessoas baseando nas características de sua personalidade. 2.9.6 Teoria X e Teoria Y, de McGegor e a Teoria Z de Ouchi Depois de observar a forma como os executivos tratavam seus funcionários, Douglas McGregor concluiu que a visão que os executivos têm da natureza dos seres humanos se baseia em certos argumentos de premissas, e eles tendem a moldar seu próprio comportamento em relação aos funcionários de acordo com elas. Desta forma, McGregor propôs duas visões distintas do ser humano: uma basicamente negativa, chamada de Teoria X, e outra basicamente positiva, chamada de Teoria Y. (ROBBINS, 2002). Diz o autor que as necessidades citadas por Maslow seriam satisfeitas no próprio trabalho. Para ele o trabalhador X, ou visto por pessoas de visão X, é um indivíduo que não gosta de trabalhar que apenas realiza atividade sobre pressão. Tem pouca ambição, não assume responsabilidade e busca segurança. (ROBBINS, 2002). A outra visão seria de que um trabalhador Y, ou observado por alguém Y, que é um indivíduo que se sente bem, realizado no trabalho que executa e que procura atingir os objetivos que lhes são propostos. É criativo e com grande potencial a ser explorado. McGregor pouco antes de morrer estava desenvolvendo a teoria Z, por entender que as teorias X e Y eram excludentes entre si. Pretendia com isso descrever os ditames organizacionais e pessoais. Seu trabalho foi interrompido com sua morte e posteriormente suas ideias foram aproveitadas por Willian Ouchi. A teoria Z foi apresentada por William Ouchi, professor americano descendente de japoneses em 1985. É tratada como um modelo de gerenciamento japonês e vem ampliar os conceitos de gerenciamento desenvolvidos em teorias anteriores. Em seu estudo, demonstra que no Japão a produtividade está mais ligada às questões de administração de pessoas do que de tecnologia; seria um estilo de gerenciamento humano fundamentado em filosofia e cultura organizacional adequada, muito mais do que em abordagens tradicionais. Essa teoria leva em consideração organizações que tem um processo decisório participativo e consensual, com empregos vitalícios e estreita ligação entre os membros, através do trabalho em equipe. A 30 produtividade não virá através de trabalho árduo, mas de uma visão de cooperação associada à confiança. Fundamenta-se em princípios e conceitos orientais, mas que já estão profundamente inseridos no mundo ocidental. (CHIAVENATO, 2010). O conhecimento das Teorias X, Y e Z, possibilita uma visão ampliada do comportamento humano e permite o uso de abordagens para elevação do grau de motivação dos trabalhadores, com melhoria significativa do clima organizacional. 2.9.7 Teoria ERG Segundo Robbins (2002) Clayton Alderfer estudou a Teoria da Hierarquia das necessidades de Maslow para melhor adaptá-las. Está revisão resultou na teoria ERG, na qual existem três grupos de necessidades especiais: existência, relacionamento e crescimento. As necessidades de existência seriam as chamadas por Maslow de fisiológicas e de segurança, ou seja, comida, bebida, sono, estabilidade, moradia, dentre outros. As necessidades de relacionamento se referem às relações interpessoais, sociabilidade, status, necessidade de outro indivíduo para auxiliar em suas tarefas. Por fim, temos as necessidades de crescimento que identifica o desejo do ser humano de se desenvolver pessoalmente, ou seja, aumentar seu conhecimento, ser valorizado, autoestima. De acordo com Robbins (2002) a teoria ERG e a de Maslow se diferem, pois, no ERG, duas necessidades estariam ativas ao mesmo tempo e ao se chegar ao nível de necessidade mais alto e não ser realizado, o desejo de atingir uma necessidade inferior pode aumentar. Essa teoria se torna mais atual pelo fato de considerar que fatores de diferenças entre indivíduos como educação, família, ambiente cultural influenciam de formas diferentes na motivação de cada indivíduo. 2.9.8 Teoria das Necessidades Citada por Robbins (2002) essa teoria foi desenvolvida por David McCleand e foca três necessidades para explicar a motivação. Uma delas é a necessidade de realização que trata da excelência em se realizar segundo determinados padrões, de lutar pelo sucesso. Os indivíduos com este tipo de necessidade, mais que obter sucesso individual, preferem trabalho com bastante responsabilidade, feedback e um grau médio de riscos. Outra necessidade é o poder, que está relacionado ao fato de influenciar o comportamento das pessoas, ou seja, fazer com que as pessoas se comportem de forma 31 diferente a que estão habituadas. As pessoas procuram por posição de liderança, elas possuem uma elevada tendência para o poder, pois está associada à atividade competitiva, bem como ao interesse de obter e manter posições de prestígio e reputação. Por fim tem-se a necessidade de associação que vem do desejo de relacionamentos interpessoais próximos, amigáveis, em ser sociável. As pessoas são motivadas por cargos que exigem interação frequente com colegas. Tem dificuldade em avaliar os subordinados de forma objetiva, e as pessoas são mais importantes que a produção (ROBBINS, 2002). Pessoas com alta necessidade de realização tendem a preferir trabalhos que exijam maior responsabilidade, maior controle e com menor risco. 2.9.9 Teoria da Expectativa Conforme Robbins (2002), Victor Vroom foi criador da teoria das expectativas. Atualmente, é uma das explicações mais amplas e mais aceitas sobre a motivação. Para o autor, a força para agir de uma determinada maneira depende da expectativa de que esta ação trará um resultado e do grau de interesse que este resultado exerce sobre o indivíduo. Ou seja, o indivíduo age de acordo com o que espera receber em troca de seu esforço, fica motivado e realiza um esforço para realizar suas tarefas, se com isso ele for obter algum beneficio. A teoria enfoca as seguintes questões: a) relação esforço-desempenho: a percepção do indivíduo de que certa quantidade de esforço garantirá determinado desempenho; b) relação desempenho-recompensa: o quanto um determinado desempenho o levará ao resultado almejado; c) relação recompensas-metas pessoais: a proporção em que as recompensas da empresa satisfazem os objetivos pessoais do indivíduo e a atração que tais recompensas exercem sobre ele. Percebe-se, através dessa teoria, que o ser humano precisa de um motivo para realizar suas atividades de forma mais comprometida, com maior interesse. Portanto, para a empresa obter o resultado desejado é necessário que ela proporcione ao funcionário condições e recompensas que auxiliem o mesmo a atingir suas metas pessoais. 32 2.9.10 Teoria da Avaliação Cognitiva Robbins (2002) diz que nessa teoria as recompensas externas a comportamentos que já foram recompensados de forma intrínseca através da realização, do aumento da responsabilidade, tendem a reduzir o nível de interesse pela tarefa e as recompensas internas. Quando a recompensa externa é dada por um indivíduo ter realizado uma tarefa interessante, isto causa uma queda no interesse pela tarefa em si. Isso ocorre porque a pessoa experimenta uma perda de controle sobre seu próprio comportamento, diminuindo a motivação intrínseca que existia. Além disso, a eliminação da recompensa externa pode mudar de uma explicação externa para uma interna, a maneira como o indivíduo vê o motivo de realizar uma determinada tarefa. Entre os especialistas em remuneração, para que o pagamento e outras recompensas externas funcionem como motivadores eficazes precisam-se de contingentes ao desempenho do indivíduo. A teoria tem limitada aplicabilidade nas organizações, porque a maioria das funções de nível mais baixo não é suficientemente gratificante para despertar alto interesse intrínseco, ao passo que muitas posições executivas e especializadas oferecem recompensas intrínsecas (ROBBINS, 2002). 2.9.11 Teoria da Equidade Segundo os autores da teoria da Equidade, as pessoas se sentem motivadas sempre que aguardem receber da organização, seja em forma monetária, reconhecimento público, promoção, transferência, ou outra compensação justa pelos os seus esforços em favor da organização. Para Robbins (2001) os indivíduos comparam as entradas e os resultados de trabalho com aqueles produzidos por outros funcionários e respondem de maneira a eliminar quaisquer injustiças. O funcionário pode usar como referência quatro pontos: a) próprio interno: experiência do funcionário em outra posição na empresa; b) próprio externo: experiência do funcionário em posição ou situação fora de sua empresa atual; c) outro interno: outra pessoa da mesma empresa; d) outro externo: outra pessoa que não esteja ligada a empresa. 33 A teoria da equidade trata das comparações que o ser humano faz durante seu cotidiano, e tais comparações também são feitas dentro da empresa. Por esse motivo, as atitudes tomadas dentro da empresa devem ser bem avaliadas, sempre observando que reações irão resultar. 2.9.12 Teoria da Fixação de Objetivos De acordo com Robbins (2002) no final da década de 60, Edwiin Locke propôs que a intenção de alcançar um determinado objetivo é a maior fonte de motivação no trabalho. Assim são os objetivos que irão determinar ao indivíduo o que deve ser feito e quanto esforço serão necessários. Objetivos mais específicos e mais difíceis, quando aceitos, melhoram o desempenho. É importante citar que os funcionários precisam de um feedback para saber se seus objetivos estão sendo atingidos, caso contrario não saberá o que deve ser melhorado, quais são as dificuldades, para assim pode alcançar seu objetivo. A teoria da Fixação de Objetivos pressupõe que o indivíduo está comprometido com o objetivo; ou seja, está determinado a não abandoná-la. Isto acontece mais frequentemente quando os objetivos se tornam públicos, quando o indivíduo tem centro de controle interno e quando as metas são estabelecidas pela própria pessoa, em vez de impostas. (ROBBINS, 2002). É importante observar, também, o grau de dificuldade dos objetivos estabelecidos. Deve existir a preocupação em não se criar objetivos tão difíceis, que tornam quase impossíveis de ser realizados. Isso, ao contrario do que se espera, pode se tornar um fator desmotivador. O indivíduo não consegue atingir seu objetivo, pode vir a se sentir frustrado, incapaz, causando um grande descontentamento tanto do indivíduo quanto da própria empresa que esperava que aquele objetivo fosse atingido. Portanto, o ideal é que se criem objetivos com um grau de dificuldade maior, mas que se possam ser realizados. 2.9.13 A Abordagem Fenomenológica da Logoterapia de Viktor Frankl A história da Logoterapia teve seu início no ano de 1939, quando eclodiu a Segunda Guerra Mundial. Viktor Emil Frankl, judeu, médico, psiquiatra, nascido em Viena, foi preso e enviado para um campo de concentração, foi o único sobrevivente de sua família. (BUENO, 2002). 34 A partir dessa experiência transcendente e única, Frankl começou a perceber a força que existia nas palavras de Nietzsche, fundando, então, a Terceira Escola Vienense de Psicoterapia, a Logoterapia. (BUENO, 2002). Logoterapia vem da palavra grega logos, que significa sentido. A premissa básica desta escola é de que a principal preocupação da pessoa humana não consiste em obter prazer ou evitar a dor, mas antes em ver um sentido em sua vida. (BUENO, 2002). Frankl alega que a principal força motivadora no ser humano é a busca do sentido. Para ele, a pirâmide das necessidades de Maslow só tem seu papel quando o ser humano não possui enraizado dentro de si o sentido daquilo que faz. Portanto, a pirâmide pode ser um mapa útil para aqueles que iniciam sua própria jornada na busca de seu sentido existencial. (ROBBINS, 2002). A busca do sentido possui, portanto, um papel fundamental no estudo da motivação, pois representa um caminho importante para a felicidade do ser humano. 2.9.14 A Energização/Empowerment: O Poder do ZAPP! A partir de uma nova concepção das relações entre as pessoas nas organizações, Byham (1992), presidente da Development Dimensions International (DDI), concebeu como forma de motivação dos indivíduos no trabalho a ideia da Energização. (BUENO, 2002). A Energização (empowerment, em inglês), é um conceito moderno na área da psicologia industrial. Byham procurou demonstrar que a chave para a Qualidade e a produtividade está numa espécie de energia que irradia das pessoas e que pode ser transmitida de um indivíduo a outro. Esta energia pode ser de dois tipos: Zapp! - ânimo, persistência, poder, ou Sapp¡ - abatimento, pessimismo, prostração. (BUENO, 2002). Byham propõe um modelo para que o Zapp! Aconteça e funcione. Este modelo atua em dois níveis: Energização individual e Energização de equipes semi-autônomas de trabalho. Em ambos os casos, são apontados quatro aspectos fundamentais e inter-relacionados para a Energização das pessoas: direção, recursos, conhecimento e apoio. A Energização é um conceito que leva à maior autonomia das pessoas na organização. Os trabalhadores passam a tomar suas próprias decisões e a controlar o que estão fazendo. Neste contexto, desaparece a figura do gerente e surge a do Facilitador. 35 2.9.15 Coaching O termo Coaching surgiu em Kócs uma cidade Húngara, representava uma “carruagem de quatro rodas”. Seu uso inicial foi como gírias de universitários norteamericanos, que o utilizavam para designar um “tutor particular”, ou seja, alguém que prepara o aluno para exames de determinados cursos e matérias. (CHIAVENATO, 2010). Para Chiavenato (2010), quando se trata do termo coaching, pode-se observar que é um relacionamento que envolve duas pessoas – o líder e o subordinado representados pelo coach, e o aprendiz, o que caracteriza o vínculo que impulsiona talentos, cria competências e estimula potencialidades. Nesse relacionamento, o coach lidera, orienta, guia, aconselha, treina, desenvolve, estimula, impulsiona o aprendiz enquanto este aproveita o impulso e direção para aumentar seu conhecimento, melhorar o que já sabe e aprender coisas novas para deslanchar no seu desempenho. O coaching dentro das organizações funciona como fator condicionante positivo, onde o mesmo faz com que o indivíduo venha a alcançar as metas e objetivos planejados pela organização. 2.10 O Indivíduo e a Organização A pessoa traz à Organização sua “bagagem psicológica”, conhecimentos, características, preconceitos, experiências anteriores. A visão de mundo que desenvolveu acompanha-a no Teatro organizacional, onde representará seus papéis. (FIORELLI, 2009, p. 139). Partindo dessa filosofia podemos enxergar o quanto é complexo à aplicação dos fatores motivacionais no ambiente organizacional, tendo em vista a diversidade de culturas, crenças, desejos e necessidades advindas dos colaboradores pertencentes a organização. Pois cada indivíduo reage de forma diferente ao mesmo estímulo. O indivíduo afeta a Organização e recebe sua influência, modificando seus comportamentos, atitudes e visão do mundo, como consequência do desempenho de papéis e das experiências compartilhadas nas diversas interações. (FIORELLI, 2009, p. 140). Assim, tanto a empresa pode influenciar o comportamento dos funcionários, como os funcionários podem influenciar no comportamento da empresa. Daí surge para a Organização 36 sua principal missão e seu maior desafio: fazer com que o homem se adapte aos conceitos da organização de forma motivadora. Em seu conjunto, as pessoas constituem o capital humano da organização. Esse capital pode valer mais ou menos na medida em que contenha talentos e competências capazes de agregar valor à organização e torná-la mais ágil e competitiva. Portanto, esse capital vale mais na medida em que consiga influenciar as ações e destinos da organização. (CHIAVENATO, 2010, p. 173). Chiavenato (2010) reforça a importância do homem no contexto empresarial, destacando sua influência sobre as decisões da empresa, e o quanto é importante para a organização que este Capital esteja motivado. Assim, o conhecimento das Teorias Motivacionais e aplicação dos seus fatores são fundamentais para o bom desempenho da organização. Alguns estudos e pesquisas demonstram a grandeza da organização em satisfazer seus funcionários e mantê-los motivados. 2.11 Motivação e Clima Organizacional A cultura pauta como o ser humano se realiza e como satisfaz suas necessidades individuais e sociais. As pessoas devem ter seus propósitos de vida em harmonia com os propósitos da empresa em que trabalham. Mais que combinar propósitos deve ser estimulado à convergência entre valores culturais dos trabalhos e os valores da organização. Num mundo de intensa mudança cultural a constante reinterpretação da realidade e a definição de significados que serão compartilhados pelo grupo impõe às organizações a tarefa de sempre atualizar sua cultura para acompanhar as mudanças do mundo. O gerente ou administrador é um dos responsáveis por esta complexa tarefa. (CHIAVENATO, 2010). Uma premissa básica deve ser sempre considerada: ninguém motiva ninguém. Cada ser humano se motiva por razões diferentes e o que é muito importante para as organizações é que essas razões sejam coerentes com sua cultura interna e atitudes perante os funcionários, que vai desde a contratação, passando pela manutenção dos colaboradores na empresa e no seu desligamento. Um erro que boa parte das empresas comete é pensar que a única coisa que motiva seus colaboradores é dinheiro. A empresa que cria sistemas de reconhecimento somente baseados em melhorias salariais não conseguirá, somente com esse tipo de incentivo, aumentar o nível de motivação dos funcionários por muito tempo. (CHIAVENATO, 2010). O que poderia desmotivar os funcionários,segundo Chiavenato (2010): 37 a) falta de desafios; b) pouca oportunidade de crescimento e desenvolvimento profissional; c) falta de clareza nos critérios utilizados para avaliação; d) falta de valorização e reconhecimento pela empresa; e) relação com a liderança; f) falta de autonomia; g) falta de visão do todo- baixo sentimento de participação; h) sentimento de pouco acesso á informação; i) salário; j) processos internos difíceis/excesso de burocracia. O clima organizacional bem trabalhado pode trazer inúmeros benefícios para a organização, como: a) retenção de talentos; b) diminuição do índice de doenças psicossomáticas; c) treinamento sintonizado com os objetivos da empresa, gerando resultado; d) alta produtividade; e) melhoria na comunicação interna da empresa; f) aumento no comportamento dos funcionários com a empresa; g) credibilidade; h) integração/união. Quanto mais se investir na satisfação de necessidades pessoais, nos termos mais amplos da realização humana, mais positivo será o impacto sobre a produtividade da organização. A motivação é a chama da vida e o estopim da felicidade. Mas requer mais que intenção- exige a ação efetiva e continuidade na criação de um dispositivo mental. E como recompensa, uma equipe motivada não é só uma suprema conquista do gerente, mas uma das principais condições para geração de lucros nas empresas. Trabalhadores motivados se superam e superam as expectativas da empresa. (CHIAVENATO, 2010). 38 2.12 Satisfação/Insatisfação com o Trabalho Para que haja satisfação profissional é necessário um relacionamento satisfatório com a equipe profissional, a possibilidade de obter crescimento profissional. Segundo Robbins (2002, p. 74), “a satisfação com o trabalho trata-se de uma atitude geral de uma pessoa em relação ao trabalho que realize”. Assim, a satisfação do funcionário com seu trabalho é um somatório de diferentes elementos. Um destes elementos é chamado pelo autor de procedimentos justos. Esses procedimentos de justiça estão relacionados com as ações do chefe, com os procedimentos da empresa, com a política de remuneração. Robbins (2002) ressalta que funcionários satisfeitos estão mais propensos a falar bem da organização, a ajudar os demais colegas, a ultrapassar as expectativas em relação ao trabalho, a ir além de suas atribuições regulares. Já a insatisfação está ligada com a remuneração, carga horária e responsabilidade assumida. A insatisfação, segundo Robbins (2002), é percebida por meio de quatro respostas que os funcionários passam dar suas ações, que diferem entre si ao longo de duas dimensões, a dimensão construtiva versus destrutiva e a dimensão ativa versus passiva. As quatro respostas definidas da seguinte forma: a) saída: comportamento dirigido para o abandono da empresa, incluindo a busca de um novo empregado e a demissão; b) comunicação: tentativa ativa e construtiva de melhorar as condições, incluindo a sugestão de melhorias, a discussão dos problemas com os superiores e algumas formas de atividade sindical; c) lealdade: espera passiva, mas otimista, de que as condições melhorem, incluindo a defesa da organização às criticas externas e a confiança na empresa e em seus dirigentes, crendo que farão “as coisas certas”; d) negligência: deixar as coisas piorarem, incluindo o absenteísmo ou atrasos crônicos, redução do empenho e aumento dos índices de erros. Notamos que o absenteísmo, a baixa produtividade, a rotatividade, a falta de adaptação a tarefa desenvolvida, as condições do trabalho, a estabilidade/segurança, a autoestima, o 39 reconhecimento no desempenho profissional, entre outros, são fatores que estão estritamente ligados a insatisfação no trabalho. (ROBBINS, 2002). 2.13 Aspectos Especiais da Motivação Diversos grupos oferecem desafios em termos de motivação. Vamos examinar alguns problemas específicos enfrentados na motivação de funcionários profissionais, funcionários temporários, força de trabalho diversificada, trabalhadores não especializados e pessoas que executam tarefas altamente repetitivas. (ROBBINS, 2002). Ao contrário do que acontecia há uma geração, o funcionário típico de hoje tende a ser um profissional altamente treinado, com diploma universitário, e não aquele operário de fábrica. Os profissionais são muito diferentes dos demais trabalhadores. Eles têm um compromisso forte e de longo prazo com sua área de atuação. Eles gostam de enfrentar problemas e encontrar soluções. A principal recompensa é seu trabalho em si. Downsizing é uma linguagem simples, que significa a redução temporária ou permanente da força de trabalho por via da extinção de um ou vários níveis hierárquicos. Na maior parte dos casos, o downsizing é usado como forma de reduzir custos das empresas que, por esta via, procuram recuperar a sua competitividade e sustentabilidade futuras, ou seja, investindo em máquinas e equipamentos. O que poderiam motivar essas pessoas? Uma resposta óbvia seria a oportunidade de tornar o trabalho permanente. Uma resposta menos óbvia é a oportunidade de oferecer treinamento. Nem todo o mundo é motivado pelo dinheiro. Nem todo o mundo deseja um trabalho desafiador. Os funcionários que estudam costumam dar muito valor à flexibilidade de horário de trabalho. È importante ter flexibilidade, estar preparado para projetar horários, planos de remuneração, benefícios, condições físicas de trabalho e outros aspectos a fim de atender às variadas necessidades de seus funcionários. Como motivar indivíduos que ganham salários baixos e têm poucas oportunidades de aumentar os rendimentos, mesmo com promoções? As abordagens tradicionais desta questão resumem-se em oferecer horários mais flexíveis e preencher as vagas com adolescentes ou aposentados, cujas necessidades financeiras são menores. Planos de incentivo e participação acionária são outras possibilidades. 40 Pode-se buscar ampliar a rede de recrutamento, tornando o trabalho mais interessante e aumentando os salários e tentar, inclusive, algumas abordagens não tradicionais. Criar um bom clima de trabalho para tornar tolerável uma situação desagradável. Isto pode incluir o oferecimento de um ambiente físico limpo e atraente, amplas pausas de descanso, possibilidade de socialização com os colegas durante estas pausas e supervisores capazes de sentir empatia pelos subordinados. De acordo com Bergamini (2010), se no início deste século, o desafio era descobrir aquilo que se deveria fazer para motivar as pessoas, mas recentemente tal preocupação muda de sentido. Passa-se a perceber que cada um já traz dentro de si, suas próprias motivações. Aquilo que mais interessa, então, é encontrar e adotar recursos organizacionais capazes de não sufocar as forças motivacionais inerentes às próprias pessoas. A motivação é algo imensurável, na verdade quase impossível de ser medida com precisão, mas tem sido preocupação de entendimento, respeito e compreensão daqueles que trabalham com pessoas. Pessoas completamente motivadas são raras no trabalho. Uma pessoa satisfeita com o trabalho é comprometida, sente prazer no que faz, está envolvida com as ações da empresa e o resultado final é o fator determinante do comportamento organizacional. As pessoas são fundamentais no êxito empresarial e, sem elas, as organizações não poderão ter sucesso em sua totalidade. Bergamini (2010, p. 159) diz o seguinte: Se dermos a todos os incentivos em forma de vantagens materiais, como bônus, pagamento extra, ou mesmo férias extraordinárias, o efeito de cada incentivo cessará no instante em que esse incentivo for efetivado. Quando os incentivos satisfazem necessidades psicológicas do operário, tais como segurança emocional, estima por parte dos supervisores, um status mais elevado, relações mais satisfatórios dentro do trabalho e o reconhecimento da perícia profissional, tais incentivos retêm uma capacidade potencial continuada de proporcionar prazer ao trabalhador e impulsioná-lo à melhoria do seu desempenho. A chave da solução para o problema motivacional na empresa reside no mais adequado diagnóstico e planejamento, adaptado a medidas que possam ir ao encontro das necessidades de quem trabalha, sejam elas necessidades básicas, de ordem física ou aspirações. Não basta tratar bem as pessoas, é necessário saber como utilizar o potencial que elas possuem, e isso está ligado diretamente ao aspecto motivacional, bem como ao uso das habilidades que possuem, da forma mais completa quanto possível. 41 A organização como tal reclama por um planejamento integral de sistemas de incentivo. Não existem setores especializados em atender às necessidades dos funcionários. Os requisitos do próprio trabalho, a estruturação hierárquica da empresa, o planejamento de um quadro de carreira que seja um fator de satisfação da necessidade de autorrealização, regras sólidas e objetivas, sistemas adequadamente construídos e utilizados de avaliação de desempenho, políticas de comunicação, programação e execução de planos adequados de treinamento, bem como um quadro de líderes eficazes, tudo, enfim, pode tornar-se instrumento de um conceito que é bem específicos, aquele que diz respeito ao incentivo no trabalho. (BERGAMINI, 2010). Portanto, o assunto é muito mais amplo e profundo do que vulgarmente se acredita. Exige também sensibilidade e discernimento, isto é, não pode ser tratado e compreendido através do simples bom-senso. 42 3 METODOLOGIA Todo tipo de pesquisa implica em um levantamento de dados de fontes diversas, para quaisquer metodologias ou técnicas de pesquisa utilizadas. Esta coleta é necessária para evitar duplicações, esforços desnecessários e trás conhecimento ao pesquisador. Dessa forma, inicialmente foi realizada uma pesquisa bibliográfica. Foram pesquisados livros com o propósito de realizar uma análise a respeito da motivação nas empresas, bem como o estudo de artigos científicos. Posteriormente, realizou-se o levantamento de dados, que foi feito através de questionários individuais, distribuídos para alguns colaboradores da empresa BMU S.A. A análise dos dados foi quantitativa, o que gerou uma visão de como os empregados desta empresa estão motivados. A proposta da pesquisa é aperfeiçoar as técnicas de motivação utilizadas pela empresa, através de uma avaliação em diagnosticar o sistema atual e fornecer sugestões para a reformulação, ou seja, que facilite a implementação das sugestões podendo observar seus efeitos. 3.1 Delineamento do estudo A presente pesquisa irá utilizar o método quantitativo, onde será aplicado um questionário a fim de analisar e conhecer a motivação no trabalho dos colaboradores da empresa BMU S.A. A finalidade da pesquisa científica não é apenas a de fazer um relatório ou descrição dos dados pesquisados empiricamente, mas relatar o desenvolvimento de um caráter interpretativo no que se refere aos dados obtidos. (VERGARA, 2000). 3.2 Delimitação do estudo A pesquisa foi realizada na empresa BMU S.A.. Os participantes da pesquisa foram recrutados utilizando as técnicas de tipicidade e acessibilidade, caracterizando uma amostra não probabilística. Os funcionários trabalhavam nas áreas operacional e administrativa. Foram distribuídos 243 questionários, via e-mail e físico, sendo que por correio eletrônico 73 pessoas responderam e 127 através de material impresso. (APÊNDICE A). 43 3.3 Instrumentos de coleta de dados Para realizar a análise da motivação no trabalho foi necessário o levantamento de dados primários, no qual foram coletados dados com a finalidade especifica de resolver o problema da pesquisa, sendo originados de questionários aplicados com funcionários da área operacional e administrativa. O questionário contou com 10 questões sendo que destas apenas uma era aberta, foram apresentadas as considerações sobre: o dia-a-dia do empregado na organização; as possíveis causas e razões de desmotivação no trabalho; qual o nível de influência da organização nestas causas; se a gestão no trabalho, a pressão no trabalho, a falta de variedades nas tarefas, a falta de flexibilidade contribuem para desmotivar; como os entrevistados visualizam todo corpo funcional no que diz respeito à motivação; e o que a organização pode fazer, do ponto de vista dos empregados, para motivar seus colaboradores. 3.4 Instrumentos de Análise de dados Os dados foram inseridos em uma base de dados, computados e, posteriormente, foi realizada a análise descritiva das informações. 44 4 RESULTADO E ANÁLISE DOS DADOS A presente análise tem por objetivo avaliar a motivação dos funcionários lotados na empresa BMU S.A e, para isso, foi elaborado um questionário contendo dez questões, sendo que nove eram de múltipla escolha e apenas uma aberta. Os resultados refletem as percepções dos indivíduos entrevistados sobre o tema motivação e na execução das atividades de trabalho, tomadas em relação ao referencial teórico sobre o tema. Para o sucesso organizacional é necessário que o gestor identifique os interesses dos seus colaboradores e, somente a partir do levantamento desse perfil é possível a adoção de medidas que possibilitem direcionamentos e estratégias mais eficazes. Essa identificação, também, pode ser útil na escolha das estratégias e tomada das decisões organizacionais. O GRÁF. 1 demonstra-se as resposta dos colaboradores a respeito da remuneração como forma de motivação. Verifica-se que a maioria escolheu as opções que derrubam os pensamentos errôneos dos gestores mais rígidos, pois 61% afirmaram que a remuneração motiva muito pouco ou pouco. Frederick Taylor trabalhou muito sobre um ponto de vista que os funcionários eram motivados através de incentivos como a remuneração. A visão que ele havia naquele tempo era que os funcionários eram preguiçosos e para motivá-los dever-se-ia dar e dinheiro. (CHIAVENATO, 2010). GRÁFICO 1 - Você acha que a remuneração recebida te motiva a trabalhar? Fonte: dados levantados pelo autor. 45 No GRÁF. 2, podemos verificar a análise dos colaboradores sobre a questão física do trabalho; 54% dos colaboradores entendem como boas ou muito boas. De acordo com Marras (2002), este é um dos fatores que podem provocar a motivação dos colaboradores. GRÁFICO 2 - Você acha que as condições físicas de trabalho são: 4% 3% 7% Muito Ruins Ruins Médias 50% 36% Boas Muitos Boas Fonte: dados levantados pelo autor. Diante da questão sobre se a empresa busca desenvolver o potencial de seus colaboradores, 55% dos entrevistados afirmam que sim, conforme GRÁF. 3. A questão de desenvolvimento de um colaborador foi um dos grandes fatores de relevância para os estudos de Herzberg e McGregor, pois eles abordavam como os funcionários se sentiam em relação a esta questão de enriquecimento do trabalho e da automonia, bem como do ambiente desafiador. Dos 45% que disseram não, tais respostas podem estar relacionadas aos funcionários que possuem mais trabalhos braçais, ou até mesmo pessoas que ainda não tiveram a chance de desenvolver suas habilidades. 46 GRÁFICO 3 - A empresa busca desenvolver seu potencial, enriquecendo suas tarefas oferecendo, treinamentos, cursos, ou mesmo facilitando para que você busque esse aprimoramento? 45% Sim 55% Não Fonte: dados levantados pelo autor. Perguntou-se aos participantes se acreditavam que a qualidade de vida no trabalho tinha relação com a produtividade (GRÁF. 4). A grande maioria, ou seja, 94% concordam que uma boa qualidade de vida na empresa pode gerar produtividade no trabalho, demonstrando que investir em qualidade de vida é uma das coisas mais importantes da atualidade. GRÁFICO 4 - Você acredita que se tiver uma boa qualidade de vida na sua empresa você pode ser tornar mais produtivo em seu trabalho? 6% Sim Não 94% Fonte: dados levantados pelo autor. 47 O relacionamento entre colegas de trabalho foi descrito como bom ou ótimo pela maior parte dos entrevistados, representando 94% das respostas, como demonstra o GRÁF. 5. Como destacado por Chiavenato (2010), só por meio de contatos sociais a motivação seria fortalecida, através da valorização da pessoa em sua totalidade, ou seja, tornaria o ambiente de trabalho mais confortável. GRÁFICO 5 - Como é seu relacionamento com seus colegas de trabalho? 0% 6% 0% Ótimo 45% Bom Regular Ruim 49% Péssimo Fonte: dados levantados pelo autor. Em relação à questão “Você se sente realizado com o seu trabalho”, verifica-se que 66% dos colaboradores responderam que sim, sentindo-se realizados em seu trabalho como demonstra o GRÁF. 6. Tal resultado indica o quanto os funcionários da empresa se sentem, levando em conta os fatores mencionados acima, que os tornam mais motivados. Como diz Herzberg na teoria dos dois fatores, quando os fatores motivacionais são ótimos, elevam substancialmente a satisfação e, quando são precárias provocam ausência de satisfação, ou seja, esse resultado coaduna com os demais dados encontrados, demonstrando que a empresa investigada tem investido em estratégias que, de fato, motivam os colaboradores. 48 GRÁFICO 6 - Você se sente realizado com seu trabalho? 34% Sim Não 66% Fonte: dados levantados pelo autor. Em relação ao estresse gerado pelo trabalho, 55% dos entrevistados consideram o grau de estresse normal, não sendo estressante e nem tranquilo, como se pode observar no GRÁF. 7. Este assunto foi abordado pelos antigos pensadores de recursos humanos e que contradiz muito autores contemporâneos, pois quanto maior for à pressão sobre um funcionário menor será a qualidade de suas tarefas. Sendo assim, a empresa estudada parece estar saber conciliar esta questão muito bem. GRÁFICO 7 - O seu dia-a-dia no trabalho, você considera 11% 0% 6% 28% Muito Estressante Estressante Normal Tranquilo Muito Tranquilo 55% Fonte: dados levantados pelo autor . 49 Foi perguntado o que mais motiva os colaboradores a permanecer na empresa em uma avaliação de 0 a 10. O Ambiente de Trabalho foi à opção mais citada, sendo que para esta questão obtive-se uma média 8 em relação a todos os entrevistados, ou seja, indicando que este é um fator motivacional mais considerável pelos participantes, conforme apresentado no GRÁF. 8. GRÁFICO 8 – Avalie de 0 (ruim) a 10 (excelente) as opções que mais lhe motiva a trabalhar na empresa 7 6 8 7 7 6 Média Remuneração Qualidade de Liberdade para Oportunidade Vida no propor ideias e de Trabalho sugestões Crescimento Ambiente de trabalho Autonomia e desafios Fonte: dados levantados pelo autor. Em contrapartida pediu-se também que fossem avaliadas as questões que mais desmotivam a trabalhar na empresa; neste caso, sobressaíram as respostas Instabilidade no emprego e Falta de oportunidade para crescimento, os quais obtivemos média 6 (GRÁF. 9). Uma explicação para a questão da Instabilidade, ressaltada pelos colaboradores, se da pelas oscilações do mercado, ou seja, quando o mercado esta aquecido a empresa realiza várias contratações para poder conseguir suprir a demanda, mas quando o mercado “esfria”, é realizado um corte no efetivo, sendo este o causador do índice da instabilidade. Quanto ao outro índice indicado, a Falta de Oportunidade para Crescimento, podemos pressupor que a empresa prefere muitas vezes buscar profissionais do mercado, os considerados “sangue novo”, e deixam muitas vezes de investir em seus próprios profissionais que já possuem um conhecimento, causando insatisfação pelo sentimento de desvalorização. 50 GRÁFICO 9 - Avalie de 0 (ruim) a 10 (excelente) as opções que mais lhe desmotiva a trabalhar na empresa 6 6 5 5 5 5 5 Média Estresse Instabilidade Remuneração Falta de Desequilibrio Ambiente de Falta de no emprego oportunidade entre lazer e trabalho Autonomia e para trabalho desafios crescimento Fonte: dados levantados pelo autor. Por fim, foi pedido aos entrevistados sugestões de melhoria na motivação realizada pela empresa, dos quais 62% propuseram sugestões variadas. A maior reivindicação feita pelos entrevistados foi referente à remuneração, apesar de terem se declarado satisfeitos, grande parte pediu reajuste salarial. Tal afirmativa pode ser constada através de respostas de alguns entrevistados. Melhorar a remuneração, oportunidade de crescimento, valorização do funcionário, incentivo ao estudo, qualificação profissional, consideração ao funcionário. Entrevistado. Melhor remuneração, melhor convivência com superiores, apoio com relação à atividades esportivas, lazer e culturais. Entrevistado. Outro ponto destacado em relação aos momentos de crise mercadológica, foi a solicitação de uma maior comunicação interna, principalmente entre diretoria e colaboradores, a fim de ter maior clareza de informações, diminuindo o clima tenso. Um dos entrevistados ressaltou que o mercado de minério de ferro traz um desconforto para os funcionários. Tal afirmativa pode ser constada: A instabilidade do mercado de minério de ferro traz um desconforto aos funcionários em termos de garantia do emprego. Para que a situação seja melhor entendida, é necessário um processo de comunicação interna eficiente e eficaz, garantindo o esclarecimento de muitos boatos de corredores. Entrevistado. 51 Além dessas sugestões já descritas, também outros pontos foram citados como redução da burocracia, menor pressão no trabalho, igualdade entre todos, melhoria da assistência médica e social e pequenos momentos de relaxamento durante o período de trabalho. Enfim, pode-se observar através desta coleta de dados que há outros fatores como o ambiente de trabalho, que tornam o colaborador muito mais motivado do que apenas um simples reajuste, pois a remuneração esta ligada muitas vezes a fatores condicionantes, ou seja, uma motivação não duradoura, onde a mesma se esgota com o passar do tempo, pois não é a verdadeira motivação. A empresa deve buscar canalizar seus esforços nas condições físicas e no ambiente de trabalho fazendo com que o empregado se sinta cada vez mais parte da empresa e que ele possa se tornar mais motivado e produtivo para mesma, lembrando que quando bem aplicado estes fatores a empresa de certa forma pode evitar e economizar custo futuros, como demissões ou até mesmo reajustes. 52 5 CONCLUSÃO 5.1 Considerações Finais Através deste trabalho percebeu-se que na prática, a motivação e a busca de respostas a respeito do comportamento humano são muito complexas, porque cada caso é um caso, pois se trata de seres humanos e não máquinas. Cada um possui personalidade própria e tem um fator que mais lhe motiva. Outro aspecto importante para as empresas é investir na motivação se relacionando com a sensação de importância que o funcionário acredita ter para a mesma. Quando as pessoas se sentem importantes em seu ambiente de trabalho, se tornam comprometidas com a organização e apresentam um melhor desempenho profissional. Conhecer o que os funcionários valorizam em seu ambiente de trabalho é descobrir qual o melhor procedimento utilizar para que os funcionários desempenhem melhor seu trabalho, trazendo melhores lucros à empresa. Há algum tempo atrás o salário era considerado o fator mais importante para o trabalhador; através da análise dessa pesquisa é possível perceber que ele ainda tem um peso importante, pois as pessoas possuem necessidades básicas que são saciadas; porém no ambiente de trabalho a remuneração não significa o fator mais importante; a pesquisa demonstrou que oportunidade de crescimento, reconhecimento, respeito, um bom ambiente de trabalho, são motivos para manter a motivação do funcionário, e contribuir para o aumento da sua satisfação. Os funcionários necessitam da remuneração, mas somente a remuneração não pode ser considerada como fator motivador. A motivação está além da necessidade financeira, parece estar ligada ao desejo. Conhecer as reais necessidades dos colaboradores pode auxiliar na formação de propostas mais adequadas de incentivo e melhorar o clima organizacional. Enfim este trabalho demonstrou que as iniciativas voltadas para entendimento dos fatores que desmotivam os empregados cabem à organização, de maneira a individualizar os fatores internos e colocar em prática as ações que motivam externamente, sendo assim a organização deve desenvolver novos mecanismos que possam atender seus empregados a identificar, interferir ou até mesmo verificar fatores que possam influenciar no comportamento dos mesmos em seu relacionamento com a empresa. 53 5.2 Sugestões para Empresa Através dos dados levantados pode-se perceber a carência dos funcionários em quesitos relacionados com desenvolvimento de seu potencial, ou seja, a empresa não propõe novos desafios, horários flexíveis, disponibilizando ajuda de custo, que agreguem à carreira e vida profissional de seus colaboradores. É importante que a empresa torne o dia a dia no trabalho menos estressante e inseguro como foi abordado anteriormente pelo instrumento de estudo. Neste caso, sugere-se que a empresa seja mais transparente possível, pois é de responsabilidade da mesma esclarecer rumores, notícias de demissões, ou seja, ter uma melhor comunicação com seus funcionários, com intuito de evitar alardes desnecessários. Um dos fatores mencionados por boa parte dos entrevistados foi à questão da remuneração. Observando o cenário atual sabe-se que não é possível ofertar grandes salários, porém os mesmos devem ser suficientes pra proporcionar tranquilidade e condições de vida digna aos que dependem dele. A remuneração, às vezes, se torna um fator condicionante, sendo que os indivíduos se adéquam de maneira rápida ao aumento ofertado e o efeito deste aumento sempre tem uma finalidade. Um ponto que a empresa deve investir cada vez mais é na questão do ambiente de trabalho, pois dos 200 colaboradores entrevistados, obtive-se um índice satisfatório nesta questão se comparado com os outros indicadores, mas não somente neste fator, a empresa deve também criar estímulos para melhoria da qualidade de vida no trabalho, como: ginástica laboral, uma área de esporte e cultura, confraternização de funcionários e familiares, criar um espaço para participação dos funcionários com sugestão e críticas e promover cursos e treinamentos, ou mesmo criar incentivos para que os funcionários busquem crescimento e aprimoramento. 5.3 Limitações do Trabalho O desenvolvimento deste trabalho de forma geral ocorreu de maneira tranquila, com algumas limitações no que se refere à recusa por parte de alguns indivíduos em responder ao instrumento de pesquisa. O tema escolhido não possuía uma extensão bibliográfica sobre o assunto, principalmente quando falamos em condicionamento humano. 54 Dos 150 questionários encaminhados via e-mail para o preenchimento, apenas 73 retornaram. Dos 77 e-mails não retornados, percebemos que as pessoas não quiseram se identificar-se ou mesmo colocar suas opiniões no questionário enviado, muitos também não puderam ou não tiveram acesso a sua conta de e-mail. Assim, os resultados obtidos podem não representar a realidade da empresa e, por isso, devem ser interpretados com cautela. 5.4 Sugestões para trabalhos futuros De acordo com Chiavenato (2010), a motivação humana é uma área complexa, uma vez que envolve elementos do comportamento e atitudes dos indivíduos. Portanto, considerou-se o caráter complementar das diversas teorias motivacionais. Assim, o presente estudo representou uma explanação sobre o assunto, com intuito de analisar e descrever o fenômeno motivacional na organização BMU S.A., sem, no entanto, a pretensão de esgotá-lo. E, tendo em mente a natureza instável do comportamento dos indivíduos perante as mudanças internas e externas, às organizações tornam-se relevantes os investimentos constantes em pesquisas que visem à compreensão dos elementos motivacionais. A partir destas atitudes, as empresas podem aproveitar o potencial intelectual dos indivíduos como recurso estratégico. Recomenda-se para trabalhos futuros que outros estudos, envolvendo uma amostra probabilística sejam efetuados, para que os dados sejam mais próximos à realidade da empresa estudada. 55 REFERÊNCIAS AGUIAR, M. A. Psicologia Aplicada à Administração: uma abordagem interdisciplinar. São Paulo: Saraiva, 2005. ARCHER, E. O mito da motivação. São Paulo: Atlas, 1997. BERGAMINI, C. W. Motivação nas Organizações. São Paulo: Atlas, 2008. 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Seu objetivo é analisar quais os tipos de fatores motivacionais utilizados pela empresa, sendo estas informações de suma importância para a empresa e funcionários, afim de identificar estratégias que possam melhorar ambas as partes. Ao responder a entrevista você estará contribuindo para fornecer informações do tema estudado. Sua participação é voluntária e você não precisa se identificar, o mesmo deverá ser devolvido em 24 horas. Sua sinceridade ao responder será muito importante. Antecipadamente agradeço sua participação. Atos Moreira da Silva 58 FACULDADE DE PARÁ DE MINAS CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS Disciplina: Trabalho de Conclusão de Curso – TCC Questionário Motivacional 1. Você acha que a remuneração recebida te motiva a trabalhar: 1. ( ) Muito pouco ( ) Pouco ( ) Mais ou menos ( ) Bastante ( ) Totalmente 2. Você acha que as condições físicas de trabalho são: 1. ( ) Muito ruins ( ) Ruins ( ) Médias ( ) Boas ( ) Muito boas 3. A empresa busca desenvolver seu potencial, enriquecendo suas tarefas, oferecendo, treinamentos, cursos, ou mesmo facilitando para que você busque esse aprimoramento? . ( ) Sim ( ) Não 4. Você acredita que se tiver uma boa qualidade de vida na empresa você pode ser tornar mais produtivo em seu trabalho? . ( ) Sim ( ) Não 5. Como é seu relacionamento com seus colegas de trabalho: . ( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Nem bom, nem ruim ( ) Ruim ( ) Péssimo 6. Você se sente realizado com seu trabalho? ( ) Sim ( ) Não 7. O seu dia-a-dia no trabalho, você considera: . ( ) Muito estressante ( ) Muito tranquilo ( ) Estressante ( ) Normal ( ) Tranquilo 58 59 8. Avalie de 0 (ruim) a 10 (excelente) as opções que mais lhe motivam a trabalhar na empresa: . ( ) Remuneração; ( ) Qualidade de Vida no Trabalho; 3. ( ) Liberdade para propor ideias e sugestões; 5) ( ) Ambiente de Trabalho; ( ) Automonia e desafios; ( ) Oportunidade de Crescimento; 9. Avalie de 0 (ruim) a 10 (excelente) as opções que mais lhe desmotiva? . ( ) Estresse; ( ) Instabilidade no emprego; 4. ( ) Falta de oportunidade para crescimento; ( ( ) Ambiente de Trabalho; ( ( ) Remuneração; ) Desequilíbrio entre lazer e trabalho ( ) Falta de Automonia e desafios. 10. Você tem sugestões para melhoria da motivação dos funcionários desta empresa? Obrigado!